"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

quinta-feira, 6 de março de 2008

A transformação pessoal do catequista: Como anunciar aos outros algo que não temos convicção?


Existem dois projetos bem definidos e claros que estão sendo apresentados nos dias de hoje.

Um, é o projeto de Deus, que nós catequistas, lideranças pastorais e integrantes de movimentos de Igreja escolhemos e precisamos insistentemente convencer outras pessoas a também seguir. O outro, é um projeto que é jogado principalmente através dos meios de comunicação ou seja, o projeto do sexo fácil, da corrupção, da falta de ética, da destruição da família, do materialismo, individualismo, comodismo e do afastamento das coisas de Deus.

Nós somos livres para escolher e podemos optar por um ou outro.

Mas quem é catequista não pode ter dúvida quanto a melhor opção. Sinto, e tomara que seja apenas um sentimento precipitado, que muitos daqueles que aceitam o desafio de trabalhar por um projeto diferente, na prática, mostram dúvidas, exitam e não se comportam como verdadeiros anunciadores de atitudes em contraposição ao projeto da sociedade dita "pós-moderna". Ora, se existe algum tipo dúvida, não teremos poder de convencimento. Como podemos convencer os outros, se nós mesmos, não temos certeza de qual o mellhor caminho?

Quando optamos por ser catequistas não optamos por vantagens e facilidades, mas sim, pela verdade das "coisas de Deus".

A verdade do Pai para o seu projeto significa, em muitas ocasiões, dor, pedras no caminho, esforço contínuo, persistência, trabalho, atitude e o mínimo de preparo.

O catequista que não se prepara para sua missão é um catequista pela metade, portanto, incompleto. Com isso, torna tudo mais difícil quando se trata de convencer o outro.

É claro que nem sempre dá para participar de retiros, encontros de formação, escolas bíblicas, palestras e tudo mais, pois os compromissos e a vida pessoal apresentam atribulações. Mas precisamos do mínimo de interesse na nossa formação cristã. O interesse, por menor que seja, precisa vir acompanhado de "dar um jeitinho para participar", e de "querer", mesmo diante de tantas ocupações.

Todo mundo tem vida pessoal e profissional e isso não é apenas privilégio de alguns.

Encontros de formação e retiros são fundamentais para reflexão, troca de experiências, oração e aprendizado. Isso acrescenta, nos faz crescer, reafirma nossas posturas, nos coloca adiante e fortalece convicções sobre o projeto de Deus.

Os encontros de formação que diversas paróquias de todo o Brasil estão realizando, são oportunidades belíssimas de integração e crescimento, e principalmente de encorajamento mútuo para uma missão que não é fácil.

O desafio de organizar retiros, encontros de formação, troca de experiências não é à toa, tem um sentido. Os coordenadores se "esborracham" nesta época do ano para organizar este tipo de encontro. Em muitas ocasiões, mesmo que eles estejam previamente agendados e acertados, poucos catequistas aparecem.

Precisamos anunciar um novo projeto, mais do que isso, necessitamos vivê-lo em sua plenitude, provar do seu gostinho e acreditar nele calcado em bases sólidas. Sozinhos, sem ajuda, sem amigos, auto-suficientes, sem interesse e nem vontade de aprender, arranjando sempre desculpas para nunca estar em reunião ou formação alguma, não chegaremos a lugar algum. É assim na vida pessoal, profissional, sentimental, não é? Então, porque seria diferente quando o assunto é catequese ou qualquer outro trabalho de Igreja?

O projeto de Deus, que se opõe ao outro projeto, espera sempre contar com "instrumentos" fortalecidos e animados, mas que possuam a mínima preparação para serem anunciantes.

A catequese já iniciou. Temos a faca e o queijo na mão para transformar vidas e indicar caminhos diferentes. A escolha também é nossa: queremos fazer este anúncio com a mesmice e o descompromisso que tomam conta de boa parte dos cristãos ou pretendemos, com toda a intensidade, falar e anunciar algo que seja, de fato, um projeto transformador?

Nesta primeira etapa que se inicia já somos vencedores por dizermos " sim, eu aceito o desafio".
Mas o "jogo" continua, e somente o "sim" não basta, precisamos de algo mais. Deus nos compromote, nos quer por inteiro e não apenas o que sobra.

Como diz o padre de minha paróquia " Não basta não fazer o mal. Precisamos fazer o bem".

Ou nos preparamos com ardor, alegria, força e coragem para "espalhar" um projeto diferente com a crença que de fato ele é o melhor, ou o projeto mesquinho e ílusório da sociedade dita "pós-moderna", pode se tornar o vencedor.

Estejamos preparados e fortalecidos!

E nos transformemos também, para que possamos transformar.

Alberto Meneguzzi
Jornalista e relações públicas formado pela Universidade de Caxias do Sul ( UCS), catequista de crisma há 20 anos na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes em Caxias do SuL/RS
Editor do JORNAL LOURDES, publicação comunitária voltada à evangelização e responsável pela manutenção do site www.paroquiadelourdes.com.br.
Profere palestras sobre "A catequese e a comunicação", "Os Pequenos gestos na relação pais e filhos e na catequese", "Os dias atuais e os desafios da evangelização", para pais, jovens, catequistas e liderenças pastorais.

E-MAIL: Alberto@albertomeneguzzi.com.br
MSN: meneguzzi@hotmail.com
SITE: www.paroquiadelourdes.com.br

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