"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Domingo da busca do reino

Jesus lembra aos seus seguidores que o discipulado é opção, acima de tudo, por Deus e pelo seu reino. O dinheiro é rival irreconciliável com o Deus verdadeiro, que é doador generoso. Jesus quer ver os seus seguidores livres da preocupação excessiva com comida e roupa. Eles são convidados a olharem os pássaros do céu e os lírios do campo e perceberem o cuidado de Deus com a sua criação, e, mais ainda, com o ser humano. A cobiça está profundamente ligada à ansiedade e leva a pessoa a ser possuída por seus bens, mais do que a possuí-los. O que está em jogo é a concentração nos valores do reino e a confiança em Deus.

Vivemos num mundo em que, cada vez mais, consumir parece ser a meta fundamental para ser feliz. A pessoa fica dividida entre o seu desejo mais profundo e as “coisas” que o mercado oferece. Há uma profunda relação entre a procura do reino e o desapego das preocupações consumistas que a sociedade nos impõe pela propaganda e pela ideologia individualista. Esse apelo nada tem a ver com o desencanto pela vida e pelas coisas que ela oferece. Jesus nos ensina a mudar o objeto da preocupação e colocar o reino como valor absoluto.

Na assembléia litúrgica, expressamos esta opção fundamental por Deus e pelo seu reino e recebemos o seu carinho na palavra que nos orienta e na mesa que sacia a nossa sede e fome de amor e de felicidade.

Retirado da Revista de Liturgia

Fonte: Blog do Santuário de Fátima

Nós colhemos o que semeamos


Se deseja mais amor neste mundo, semeie amor ao seu redor

O quanto e como damos é a medida do que recebemos. O banco da vida é justo e nos devolve o mesmo que antes depositamos. São Paulo nos adverte, baseado em sua própria experiência: "O que alguém tiver semeado, é isso que vai colher. Quem semeia na sua própria carne, da carne colherá corrupção; quem semeia no espírito, do Espírito colherá a vida eterna" (Gal 6, 7-8).

No Cânion do Colorado, um pai passeava com seu filho de sete anos. A manhã estava quente e o sol resplandecia num céu aberto. De repente, o pequeno cai, machuca o joelho e grita: “aaaaaahhhhh!!”

Para sua surpresa, ouve uma voz oculta que também se queixa: “aaaaaaaaahhhhhhh!!”

Curioso o menino grita: “Quem está aí?”

Das profundezas do Cânion, uma voz lhe faz a mesma pergunta: “Quem está aí?”

Irritado com a resposta anônima, o menino grita: “Covarde, por que se esconde?”.

Do outro lado, alguém lhe responde agressivamente: “Covarde, por que se esconde?”.

O menino olha para o pai e pergunta: “Que acontece?”.

O pai sorri e lhe diz: “Meu filho, preste atenção”.

Então, o pai grita para a montanha: “Te admiro”.

Do fundo do Cânion, alguém lhe confessa várias vezes: “te admiro, te admiro, te admiro”.

Mais uma vez o homem exclama: “És um campeão”.

A voz lhe responde: “És um campeão, campeão, campeão”.

O pai sussurra em voz baixa: “Te amo”.

A voz lhe responde com suavidade: “Te amo, te amo, te amo”.

O pequeno fica espantado, porém, não entende.

O pai lhe explica olhando em seus olhos: “Nós chamamos isso de eco, filho, porém, na realidade, é a vida”.

E acrescenta em voz alta: “Ela te devolve o que diz ou faz...”

Cada um colhe e recebe o que tem semeado e feito.

Se desejas mais amor neste mundo, semeia amor ao teu redor. Porém, se desejas pouco amor, dá pouco [amor]. Se esperas felicidade, dá felicidade a quem te cerca. Se queres sorriso e bênçãos, sorri e abençoa. Se gostas de colher desprezo, menospreza. Se desejas bem materiais, compartilha-os. Se busca amigos, faze-os. Se preferes solidão, fecha-te em ti mesmo. Se te interessa o meio ambiente, semeia uma árvore e não contribua com o aquecimento do planeta. Se necessitas que te escutem, escuta os demais.

Se até o dia de hoje tens colhido solidão, enfermidade, tristeza, traições, não culpes os outros. Antes, reveja suas atitudes, as sementes que tens semeado, e mude se preciso for, para que, rápido, muito rápido, possas colher frutos abundantes e permanentes (cf. Jo 16, 8-16).

José H Prado Flores
Pregador internacional, Fundador e Diretor Internacional
das Escolas de Evangelização Santo André
http://www.escoladeevangelizacao.com.br/

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A felicidade mora no lar


A maior tragédia do mundo moderno é a destruição da família

"Os momentos mais felizes da minha vida foram aqueles, poucos, que pude passar em minha casa, no seio de minha família" (Tomas Jefferson, ex-presidente dos Estados Unidos da América).

A maior alegria é colhida na família, a cada dia. A realidade que mais nos aproxima da ideia do paraíso é o nosso lar. Um homem não pode deixar ao mundo uma herança melhor do que uma família bem criada.

Alguém disse que o mundo oferece aos homens e aos pássaros mil lugares para pousar, mas apenas um ninho. Um homem que não for feliz no lar, dificilmente o será em outro lugar.

Até quando nos deixaremos enganar querendo ir buscar a felicidade tão longe, se ela está bem junto de nós? A família é o complemento de nós mesmos. Ela é a base da sociedade. Nela somos indivíduos reconhecidos e amados e não apenas um número, um RG, um CPF.

É no seio da família que cada pessoa faz a experiência própria do que seja amar e ser amado; sem o que jamais será feliz. Quando a família se destrói, a sociedade toda corre sério risco; é por isso que temos hoje tantos jovens delinquentes envolvidos nas drogas, na bebida e na violência. Muitos estão no mundo do crime porque não tiveram um lar.

Sem dúvida, a maior tragédia do mundo moderno é a destruição da família. As separações arrasam os casamentos e, consequentemente as famílias. Os filhos pagam o preço da separação dos pais; e eles mesmos sofrem com isso. Quando as famílias eram bem constituídas não eram tantos os jovens envolvidos com drogas, com a violência e com a depressão.

Mais do que nunca o mundo precisa de homens e mulheres dispostos a constituir famílias sólidas, edificadas pelo matrimônio, nas quais os esposos vivam a fidelidade conjugal e se dediquem de corpo e alma ao bem dos filhos. E é isso que dá felicidade ao homem e à mulher.

Infelizmente, uma mentalidade consumista, egoísta e comodista toma conta do mundo e das pessoas cada vez mais, impedindo-as de terem filhos e famílias sólidas.

A felicidade do lar está também no relacionamento saudável, fiel e amoroso dos esposos. Sem fidelidade conjugal a família não se sustenta. Essa fidelidade tem um alto preço de renúncia às tentações do mundo, mas produz a verdadeira felicidade. Marido e mulher precisam se amar de verdade e viver um para o outro, totalmente, sem se darem ao direito da menor aventura fora do lar. Isso seria traição ao outro, aos filhos e a Deus.

A felicidade tem um preço; e na família temos de pagar o preço da renúncia ao que é proibido. Não se permita a menor intimidade com outra pessoa que não seja o seu esposo ou sua esposa. Não brinque com fogo!

A grande ameaça à família hoje é a infidelidade conjugal; muitos maridos, e também esposas, traem os seus cônjuges e trazem para dentro do lar a infelicidade própria e a dos filhos. Saiba que isso não compensa jamais; não destrua em pouco tempo aquilo que foi construído em anos de luta. Se você destruir a sua família estará destruindo a sua felicidade.

Marido e mulher precisam viver um para o outro e ambos para os filhos. A felicidade do casal pode ser muito grande, mas isso depende de que ambos vivam a promessa do amor conjugal. Amar é construir o outro; é ajudá-lo a crescer; é ajudá-lo a vencer os seus problemas. Amar é construir alguém querido com o preço da própria renúncia. Quem não está disposto a esse sacrifício nunca saberá o que é a felicidade de um lar.


Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

Fonte: Portal da Comunidade Católica Canção Nova

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Renuncie ao dinheiro em favor dos pobres (I Cor 9,1-27)


1 – Leia o texto
Porventura não sou livre? Não sou apóstolo? Acaso não vi Jesus, nosso Senhor? Não sois vós a minha obra no Senhor? Se para outros eu não sou apóstolo, para vós, ao menos eu o sou; pois o selo do meu apostolado no Senhor sois vós. A minha defesa contra os meus acusadores, ei-la: Não teríamos nós o direito de comer e beber? Não teríamos o direito de trazer conosco uma mulher cristã como os outros apóstolos, os irmãos do Senhor, e Cefas? Só eu e Barnabé não teríamos o direito de ser dispensados de trabalhar? 7Quem serviu alguma vez no exército às próprias custas? Quem cultiva uma vinha sem comer dos seus frutos? Ou quem apascenta um rebanho sem se alimentar do leite deste rebanho? Acaso isso não passa de um uso humano, ou a lei não diz a mesma coisa? Com efeito está escrito na lei de Moisés: Não amordaçarás o boi que debulha o grão . Acaso Deus se preocupa com bois? 10Não é somente para nós que ele fala? Sim, é para nós que isto foi escrito; pois aquele que lavra a terra precisa de esperança; e aquele que debulha o grão deve ter a esperança de receber a sua porção. 11 Se nós semeamos para vós os bens espirituais, seria acaso excessivo colher vossos bens materiais? 12 Se outros exercem esse direito sobre vós, por que não nós, com maior razão? Entretanto, nós não usamos desse direito. Ao contrário, tudo suportamos para não criar nenhum obstáculo ao Evangelho de Cristo. 
13 Não sabeis que aqueles que asseguram o serviço do culto são alimentados pelo templo, e os que servem ao altar participam do que é oferecido sobre o altar? 14 Do mesmo modo o Senhor ordenou aos que anunciam o Evangelho que vivam do Evangelho. 15 Mas eu não me vali de nenhum desses direitos, e não escrevo estas linhas para os reclamar. Antes morrer!… Ninguém me arrebatará este motivo de orgulho! 16 Pois para mim anunciar o Evangelho não é motivo de orgulho, é uma necessidade que se me impõe: ai de mim se não anunciar o Evangelho! 17 Se o fizesse por minha própria iniciativa, eu teria direito a um salário; se, porém, sou obrigado a isso, é um encargo que me é confiado. 18 Qual é então o meu salário? É oferecer gratuitamente o Evangelho que anuncio, sem usar dos direitos que este Evangelho me confere. 
19 Sim, livre em relação a todos, eu me fiz escravo de todos, para ganhar o maior número deles.20 Eu estive com os judeus como um judeu, para ganhar os judeus, com os que estão sujeitos à lei, como se eu o estivesse - ao passo que eu mesmo não estou -, para ganhar os que estão sujeitos à lei;21 com os que são sem lei como se eu fosse sem lei - quando não sou sem lei de Deus, visto que Cristo é a minha lei -, para ganhar os que são sem lei. 22 Eu compartilhei a fraqueza dos fracos para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para de alguma maneira salvar alguns. 23 E tudo isso eu o faço por causa do Evangelho, para dele participar. 24 Não sabeis acaso que, no estádio, os corredores correm todos, mas um só recebe o prêmio? Correi, pois, de modo a levá-lo. 25Todos os atletas se impõem uma ascese rigorosa; eles, por uma coroa perecível, mas nós, por uma coroa imperecível. 26 Eu, portanto, corro assim: não vou às cegas; e o pugilismo, pratico-o assim: não dou golpes no vazio. 27 Mas trato duramente o meu corpo e o mantenho submisso, a fim de que não ocorra que depois de ter proclamado a mensagem aos outros, eu mesmo venha a ser eliminado.
Primeira Epístola aos Coríntios 9,1-27
2 – Assista a explicação sobre o texto
3 – Mais informações
Esse texto precisa ser entendido a partir do último versículo do capítulo 8. Nele, o apóstolo nos mostra que a liberdade precisa ser praticada de acordo com o amor (8,13). E no capítulo 9 São Paulo desenvolve esse princípio através de seu próprio exemplo.
São Paulo coloca o seu exemplo, mostrando ao que ele teria direito e que renuncia a tudo isso em favor do trabalho apostólico em prol da comunidade: teria direito a esposa, mas não se casa (9,5); teria direito a não trabalhar, mas trabalha (9,6).
O segundo argumento é baseado nas Escrituras. Se Deus protege um animal que trabalha, quanto mais ao homem que evangeliza. Comparando seu trabalho ao que semeia no campo e que por isso espera a colheita (9,8-10), São Paulo pergunta: Se nós semeamos em vós o espiritual, será excessivo que colhamos o espiritual? (9,11).
Abre aqui a discussão de se receber pelo trabalho de evangelizar. Isso é prática comum, mas o apóstolo faz a opção de não receber nada, para que todos, inclusive os pobres, recebessem a boa notícia do Messias (9,12). Essa prática de se receber o sustento através da evangelização é norma da Lei de Moisés (9,13) e também comum na Igreja Cristã (9,14). mas o apóstolo afirma que não fez uso de nenhum desses direitos (9,15). E diz os motivos pelos quais fez essa opção: o anúncio é obrigação (9,16) e não é por iniciativa própria, mas por um chamado (9,17). E ainda dentro desses motivos, o apóstolo reforça a questão da opção que fez através de um jogo de palavras, pois diz que seu salário é justamente anunciar gratuitamente a Boa Nova (9,18).
Isso é um alerta de Paulo para que o anúncio chegue também aos pobres. O apóstolo quer ganhar o maior número de pessoas para Cristo, inclusive os escravos, pobres que não teriam condições de sustentar um apóstolo, por exemplo (9,19). Por isso São Paulo se faz livre de salário e se faz tudo para todos: com os judeus fala das Leis judaicas (9,20), com os gregos fala do mundo pagão (9,21) e com os escravos e fracos fala na realidade deles (9,22), inclusive, financeiramente ao não aceitar salários e assim também serem participantes da Boa Notícia (9,23).
E assim como explicou o fato de não aceitar salário através do contexto judaico da Lei de Moisés (9,8-10), agora o faz também usando um exemplo do mundo grego: usa a imagem do estádio de atletismo e a modalidade da corrida para reforçar a necessidade de esforço e abstinência (inclusive de salário) para se atingir a todos (9,24-25) – inclusive a si próprio (9,26-27) – com a mensagem do Cristo.
4 – Como aplicar o texto na vida
- Entendo, realmente, as necessidades materiais da Igreja e por isso colaboro com o dízimo?
- Muito se fala das supostas riquezas materiais da Igreja. Conheço a história da Igreja, seus reais bens materiais e como são usados por ela, antes de fazer julgamento apressado?
- Favoreço, dentro das minhas atividades na Igreja, que os menos favorecidos tenham acesso a tudo o que nos é oferecido?
5 – Comente, participe através da área abaixo
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Somos responsáveis por nossas escolhas



Fonte: WebTVCN

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Domingo da nova justiça


A Primeira Leitura nos mostra que duzentos anos antes de Jesus nascer, houve um homem chamado Ben Sirac. Ele fez sérias críticas a certa mentalidade espalhada entre o povo que afirmava que o pecado era inevitável e que Deus não se preocupava com a gente. Em oposição ao fatalismo, tão freqüente no Oriente, ele afirma a liberdade da pessoa humana.

Na Segunda Leitura, frente à cultura grega, conhecida no mundo inteiro por sua sabedoria, Paulo apresenta a sabedoria das comunidades cristãs. Para isto, ele vai usar a palavra “mistério”, no sentido de um plano revelado.

O Evangelho de Mateus foi escrito aproximadamente nos anos 80 d.C. O objetivo de Mateus é mostrar que Jesus é o verdadeiro continuador do judaísmo. Jesus é comparado com Moisés e com o Rei Davi que são duas grandes figuras da Bíblia.

Ele é o verdadeiro Messias. O texto de hoje mostra claramente a novidade da pregação de Jesus em relação à lei antiga. Jesus não quer apenas polemizar, mas apresentar uma nova proposta. Qual é a sua proposta?

Como dar um passo para viver a lei segundo o coração e não de um mero legalismo. É preciso ir além da lei, pois nem tudo que é legal é justo. A justiça do Reino dos céus, do reino de Deus vai muito além. Três passagens da Bíblia: o mandamento não matar, de não cometer adultério e de não jurar.

Conclusão, eu não vim revogar, mas vim cumprir a lei, diz Jesus no Evangelho de hoje. Não se trata de abolir ou acrescentar algo à lei. Para a comunidade cristã, entrar no Reino significa passar por Jesus que cumpriu a lei e a levou à sua perfeição.

A lei e os profetas não deixam de existir. Manifestará sempre a vontade de Deus, Senhor da história, que iniciou uma aliança com o seu povo e a resposta a essa Aliança se dá justamente na fidelidade à vontade de Deus inscrita na lei e nos profetas. No entanto a justiça nova é maior do que a antiga e Jesus ultrapassa os limites da lei judaica pelo seu amor até o fim. Por seus ensinamentos, morte e ressurreição, Jesus se tornou a vida da lei e dos profetas. Para a nova justiça que se baseia no amor verdadeiro, sem hipocrisia.

Que o Senhor nos dê a grandeza do seu Espírito para nunca nos acomodarmos ao que foi dito aos antigos, mas percebermos o que está sendo dito para nós agora. Que ele abra os nossos corações.

Atenciosamente,
Pe. Francisco Ivan de Souza
Pároco do Santuário de Fátima

Fonte: Blog do Santuário de Fátima

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Barzinho de Jesus e Jantar Beneficiente

A Canção Nova e Clube da Evangelização trazem à Fortaleza, o músico Sapo.

11/03 – Barzinho de Jesus (R$ 5,00)

12/03 – Jantar Beneficiente (R$ 10,00) em prol do projeto dai-me almas

Nos dois dias, música ao vivo.
Local: Casa de Missão São José – R. Gal. Tertuliano Potiguara, 452 – Aldeota

Maiores informações: 3391 4065/3391 4445 ou clubefortaleza@cancaonova.com

Você é nosso convidado

Fonte: Missão Fortaleza

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A cruz: desastrosa derrota ou glorioso triunfo?


A piedade católica, movida pelo Espírito Santo, modelou ao longo dos séculos variadas formas de devoção àquilo que representa, de maneira tocante, a Redenção do gênero humano: a Santa Cruz de Jesus Cristo.
Proponho vê-la por dois prismas distintos:
1. No quadro pintado por Velásquez, deparamo-nos com Nosso Senhor cravado em uma cruz lisa, sem adornos, posta Crucificado_1.jpgsobre um fundo negro, simbolizando a profunda e lúgubre humilhação na qual esteve posto o Redentor. Ele mesmo está com a cabeça visivelmente caída, e parte dos cabelos sobre o lado direito da face, indicando o quanto Ele está exangue, sem auxílio ou proteção alguma, entregue somente às mãos de Deus. A cena nos sugere o abandono: apenas dois ladrões crucificados a seu lado, sua Mãe e um único discípulo, presenciam sua aviltante morte. Em suma, ao ver essa figura nos vem à mente quanto tudo esteve esmagado, calcado e silenciado perante sua morte.
Mas, será que na cruz aquele que proclamou: "Eu venci o mundo!" (Jo 16, 33) está um irrevogável derrotado?
2. Analisemos, em seguida, uma cruz processional levada nas Eucaristias mais solenes da igreja Nossa Senhora do Rosário, dos Arautos do Evangelho, e feita de acordo com as indicações de Mons. João Clá Dias. Nela, vemos Nosso Senhor morto e crucificado, como alguém que, como vimos acima, passou por terríveis humilhações. Porém, as nossas vistas não se detêm, e fixamos o olhar nas vivas e elegantes cores vermelha, branca e dourada que compõem esta cruz... Parecem nos convidar a contemplar Aquele que está nela cravado, mas por isso mesmo cumpriu o que Ele próprio profetizara: "quando for elevado da terra atrairei a mim todo ser" ( Jo 12, 32). Sem dúvida, está despojado de suas vestes e coroado de espinhos, mas é "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Ap 19, 16), o que bem nos recorda os áureos esplendores que circundam esta cruz.
Foi deste seu oferecimento que floresceu tudo o que existiu e existirá de bom, de belo e verdadeiro na História da humanidade. Foi no momento da crucifixão que o Salvador frustrou os planos de Satanás, comprou para todo o gênero humano a Redenção e, com graças super abundantíssimas, abriu ao homem as portas do Céu.Crucificado_2.jpg
Tudo isto que Ele concedeu como herança para a humanidade, como fruto de seu Preciosíssimo Sangue, valem imensamente mais do que qualquer pedra preciosa. Mas, as que figuram em Jesus, representando suas chagas, não simbolizarão esta maravilha, que Ele aceitou por nós e para nossa Salvação?
R ememorando o que a liturgia da Igreja reza na missa da Exaltação da Santa Cruz, "O que vencera na árvore do paraíso, na árvore da cruz foi vencido", não parece que esta cruz quer nos fazer recordar esta gloriosa vitória de Cristo?
Por ter Ele quisto utilizar da cruz como instrumento para a redenção, tornou-se ela, de símbolo de ignomínia que era em símbolo de tudo o que há de mais elevado, de mais sagrado: nas catedrais, nas coroas, nas obras mais importantes concebidas pelo homem, aí está a cruz resplandecendo como o estandarte de triunfo do homem-Deus, que atingiu os mais altos píncaros de vitória contra o demônio, o mundo e a carne com sua ignominiosa morte no madeiro. E isto bem pode simbolizar os adornos desta cruz. (Cfr. Oliveira, Plinio Corrêa de. Revista Dr. Plinio, nº 138, setenbro de 2009, p. 4)
Ao vê-la, temos vontade de rezar à semelhança do autor supracitado: "Na vossa cruz, humilhado, começastes a reinar sobre a terra. Na cruz começou a vossa glória, e não na ressurreição. Vossa nudez é um manto real. Vossa coroa de espinhos é um diadema sem preço. Vossas chagas são vossa púrpura. Oh! Cristo-Rei, como é verdadeiro considerar-Vos na cruz como um rei" (Via Sacra. Legionário Nº 558, 18 de abril de 1943 ).
Alessandro Schurig - 3º ano de Teologia

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A experiência com Jesus


Cristo tem algo muito melhor do que o que você veio buscar

Jesus disse: "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve" (Mt 11,28-30).

Quantos de nós experimentamos o cansaço em meio ao mundo de hoje! O Senhor nos propôs uma cura nessa passagem, mas na dimensão da fé. O Senhor, vivo e ressuscitado, está no meio de nós. D'Ele ouvimos o convite: Vinde a mim! Você pode estar se perguntando: "Devo ir aonde?" Ir à Canção Nova ou a outro lugar? Não, você tem que buscar uma experiência com Jesus!

Cristo nos fez essa promessa e é mais fácil uma montanha ser lançada ao mar do que Ele voltar atrás [nas promessas feitas]. Hoje em dia, muitos se apresentam como a solução para os nossos problemas. Por isso precisamos tomar cuidado para não sermos enganados por pessoas que estão pensando somente nos próprios interesses. O Senhor nos oferece ajuda gratuitamente; Ele disse aos discípulos: "Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me" (Mt 16-24). Isso é submeter-se ao jugo do Senhor. Ele nos promete aliviar nossa alma.

Jesus Ressuscitado tem algo muito melhor do que o que você está buscando! Porém, para isso, você tem de deixar o "homem velho" que está em você. A coisa mais fácil para Ele é atendê-lo imediatamente. Para Deus é muito mais fácil dizer: "Levanta, toma o teu leito e anda (Jo 5, 8). Mas podemos ver isso sob uma dimensão diferente, como em João 4,14, quando Cristo nos diz: “Mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede”. É isso que o Senhor quer fazer conosco, nos dar a água viva do Espírito Santo. Jesus nos oferece duas águas: a solução para nossos problemas e a salvação. Temos, então, que escolher, como na multiplicação dos pães.

A multidão seguia Jesus, pois tinha visto que Ele podia curar, multiplicar os pães, mas quando Ele lhes disse que quem quisesse a salvação teria de comer a Sua Carne e beber Seu Sangue muitos deixaram de segui-Lo por causa dessas palavras, porque não foram atendidos na hora e por não as compreenderem.

Jesus quer nos dar muitas coisas, mas o mais importante é a vida eterna. O restante é acréscimo, por isso, muitas vezes, não recebemos o que pedimos, porque para nós o mais importante é o Reio dos Céus. Santo Agostinho dizia: "De que adianta viver bem se eu não viver eternamente".

A nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável. Porque não miramos as coisas que se veem, mas sim as que não se veem . Pois as coisas que se veem são temporais e as que não se veem são eternas (cf. IICor 4-17-18).

Há uns 800 anos, São Francisco disse: "Meus filhos, grandes coisas prometemos a Deus, mas muito maiores são as que Ele nos prometeu. Pequena é a pena, o sofrimento do tempo presente, mas a glória que nos espera é infinita".

Quando não acreditamos na vida eterna, qualquer sofrimento parece ser insuportável. Mas quando acreditamos nela verdadeiramente, o que são os sofrimentos da vida diante dos bens eternos?! Faço um apelo a sua fé: as coisas visíveis são momentâneas, mas o que Deus quer nos oferecer é eterno. Vale a pena dar a vida por aquilo que é eterno!

Márcio Mendes
marciomendes@cancaonova.com

Fonte: Portal da Comunidade Católica Canção Nova

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Não escandalize seu irmão (I Cor 8,1-13)


1 – Leia o texto
 No tocante às carnes sacrificadas aos ídolos todos, está claro, possuímos o conhecimento. O conhecimento incha, mas o amor edifica. Se alguém imagina conhecer alguma coisa, ainda não conhece como deveria conhecer. Mas se alguém ama a Deus, é conhecido por Ele. 
Portanto, é lícito comer carnes sacrificadas aos ídolos? Nós sabemos que não há nenhum ídolo no mundo e que não há outro deus fora o Deus único. Pois, embora haja pretensos deuses no céu ou na terra - e de fato há vários deuses e vários senhores -, para nós, só há um Deus, o Pai, de quem tudo procede, e para o qual nós vamos, e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual tudo existe e pelo qual nós existimos. 
Mas nem todos têm o conhecimento. Alguns, marcados por sua freqüentação ainda recente dos ídolos, comem a carne dos sacrifícios como se fosse realmente oferecida aos ídolos, e a consciência deles, que é fraca, fica manchada. Não é um alimento que nos aproximará de Deus: se dele não comermos, não sofremos atraso; se comermos, não progrediremos mais. Mas tomai cuidado para que essa mesma liberdade, que é vossa, não se torne ocasião de queda para os fracos. 10 Pois se te virem, a ti que tens o conhecimento, assentado à mesa em um templo de ídolo, esse espetáculo edificante acaso não impelirá o que tem a consciência fraca a comer carnes sacrificadas? 11 E, graças ao teu conhecimento, perece o fraco, esse irmão pelo qual Cristo morreu. 12 Pecando assim contra os vossos irmãos e ferindo a consciência deles que é fraca, é contra Cristo que pecais. 13 Eis por que, se um alimento pode fazer cair o meu irmão, eu renunciarei para todo sempre a comer carne, de preferência a fazer cair o meu irmão.
Primeira Epístola aos Coríntios 8,1-13
2 – Assista a explicação sobre o texto

3 – Mais informações
Neste trecho da carta o apóstolo retoma os princípios forte/fraco e sábio/estulto… Os fortes e sábios são os que, ao invés de ensinar e cuidar dos que ainda não tinham amadurecimento na fé, se orgulhavam do conhecimento que possuíam e escandalizavam os fracos.
São Paulo começa por explicar sobre algo que lhe perguntaram: das carnes imoladas aos ídolos(8,1). Se podem ou não comê-la. Era comum nas cidades em que haviam templos, acontecer o oferecimento de sacrifícios de animais aos deuses. O imolação acontecia no próprio templo: parte da carne era queimada, parte ia para o consumo dos sacerdotes e excedentes eram vendidos nos mercados e feiras.
Além disso, a carne não era parte cotidiana da alimentação por seu alto preço. Isso acabava por gerar atração a esses cultos de sacrifício pois, quem participava de tal culto ainda se deliciava do banquete ligado ao evento. Os cristãos não participavam dos cultos e por isso, também não do banquete. Restava-lhes a possibilidade de comprar a carne restante nos mercados.
Ficava a dúvida: esse excedente trazia a consagração ao deus que o animal foi oferecido e por isso era carne impura? Os mais escrupulosos diziam que sim. Esses, provavelmente pagãos recém convertidos ao cristianismo, escandalizavam-se com os que comiam essas carnes.
A resposta do apóstolo possui dois pressupostos: o do conhecimento e o da caridade. Quanto ao conhecimento, os que possuíam a mente mais esclarecida sabiam que não existem outros deuses além do Deus único. Mas por outro lado, a caridade instrui que esses que possuem esse entendimento, não escandalizem os irmãos menos esclarecidos, ainda que para isso não comam essas carnes.
A questão era esclarecer os mais novos, não deixá-los na ignorância. Mas de modo a não provocar sua queda, o que significa fazer grave ofensa a Cristo. O respeito e a ajuda ao fraco, ou seja, a caridade, é prioridade. Por isso a liberdade cristã é direcionada a essa caridade, que é a verdadeira liberdade trazida por Jesus.
4 – Como aplicar o texto na vida
- Qual a minha relação com os mais fortes e experientes com os quais convivo?
- Qual a minha relação com os mais fracos e inexperientes com os quais convivo?
- A minha liberdade está condicionada à caridade ao outro?
5 – Comente, participe através da área abaixo
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