"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Ser carismático - 1ª Parte

A Paz, caros irmãos!

Peço sua oração intercessória para esta série de artigos com o tema: Ser Carismático.
Esta série objetiva explicar algumas características da espiritualidade, do jeito de ser, de orar, e de viver, de quem segue o estilo da Renovação Carismática Católica.

Hoje vamos partilhar sobre “Algo Novo na Igreja?”

Em um primeiro momento de aproximação de reuniões ou de pessoas que vivem a espiritualidade da RCC (Renovação Carismática Católica) podemos pensar que se trata de algo inédito, novo, diferente, e até esquisito e estranho dentro da Igreja…

Ao ver as pessoas batendo palmas, cantando alto, balançando o corpo ao ritmo da música, louvando e glorificando a Deus, orando numa “linguagem incompreensível”, e falando de fé, amor, curas, e revelações de Jesus, etc, muitos chegam a pensar que se trata de uma imitação de cultos evangélicos pentecostais para atrair de volta os católicos que foram para igrejas pentecostais.

Na verdade, é novo e não é!!

Se lermos atentamente o livro dos Atos dos Apóstolos, e várias cartas do Novo Testamento, veremos que nos inícios da Igreja é exatamente assim que os primeiros cristãos viviam sua espiritualidade.

“Unidos de coração frequentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo.” (At 2, 46s)

“Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. em todos eles era grande a graça.” (At 4, 33)

“Enquanto isso, realizavam-se entre o povo pelas mãos dos apóstolos muitos milagres e prodígios…
Também das cidades vizinhas de Jerusalém afluía muita gente, trazendo os enfermos e os atormentados por espíritos imundos, e todos eles eram curados.” (At 5,12.16)

“E todos os dias não cessavam de ensinar e de pregar o Evangelho de Jesus Cristo no templo e pelas casas.” (At 5, 42)

“Estando Pedro ainda a falar, o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a santa palavra… eles os ouviam falar em outras línguas e glorificar a Deus.” (At 10, 44-46)

“Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: Alegrai-vos!” (Fil 4, 4)

“Sob a inspiração da graça cantai a Deus de todo o coração salmos, hinos e cânticos espirituais.
Tudo o que fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Col 3, 16b-17)

Conclusão: Em relação aos últimos séculos, é novo!
Em relação à história da Igreja e do Cristianimos, é o que há de mais antigo!!
É uma espiritualidade que era vivenciada nos inícios da Igreja e hoje, por iniciativa do Espírito de Deus, voltou a brotar dentro da Igreja!
É uma espiritualidade totalmente bíblica, em comunhão com a Palavra de Deus! É uma grande graça para quem quer experimentar!

No próximo artigo falaremos sobre O LOUVOR - O que é, qual sua finalidade, e o seus efeitos.

Deus te abençoe, pelas mãos da Esposa do Espírito!

seu irmão,
Ulisses CN
(ulisses@geracaophn.com)

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Todo homem deseja viver em Deus


Foi para a ressurreição em Cristo que fomos chamados

(…) “buscai as coisas do alto, onde Cristo está entronizado à direita de Deus” (Col 3,1).

Todo homem traz em si o desejo pelo Alto, por Deus. O homem nasceu para transcender desta vida e voltar para o Criador. No fundo do seu coração há um profundo desejo pelas coisas de Deus. Mesmo aqueles que não tiveram um encontro pessoal com o Deus verdadeiro, seu coração não vai ter paz e não vai descansar enquanto em Cristo não repousar, no Alto junto a Deus.

Por isso, todo homem tem sede de religião, de estar em contato com o divino e com o sobrenatural. Ele tenta se refugiar e, muitas vezes, busca outras coisas longe de Deus. Não encontrando o Deus Verdadeiro, seu coração tenta se preencher no vazio do mundo, das coisas, nas pessoas ou em si mesmo. Seu coração jamais terá repouso enquanto em Deus não se encontrar. Cristo se encarnou para introduzir o homem no seio da Trindade, de onde viemos e para onde voltaremos.

Pois todo homem deseja viver e estar em Deus, mas não sabe como; vive perdido pelo mundo a bater cabeça sem experimentar a verdadeira alegria que é estar em Deus, seu amor. “Também a própria criação espera ser libertada da escravidão da corrupção em vista da liberdade que é a gloria dos filhos de Deus” (Rm 8,21). Por isso, todo homem está sujeito a ser escravo dos seus próprios desejos, deixando de lado a sua própria liberdade de filho, que é a condição humana. Por si próprio ele se escraviza nos seus desejos carnais, substituindo Deus por um objeto ou por uma pessoa. Quando colocamos algo em nossa vida como meta – que não seja Deus – estamos nos escravizando e caindo no vazio.

“E Ele nos ressuscitou com Cristo e com Ele nos fez sentar nos céus, em virtude de nossa união com Cristo Jesus” (Ef 2,6).

Eis a razão de buscarmos as coisas do Alto, para sermos introduzidos com Cristo no Céu. Foi para a ressurreição em Cristo que fomos chamados. Assim, como Cristo ressuscitou, nós também somos chamados a ressuscitar do homem velho que em nós grita para vencer a batalha. O verdadeiro sentido de buscarmos as coisas do Alto é o próprio Cristo. Assim, as coisas têm sentido quando nos unimos a Ele, somente a Ele.

Pe. Reinaldo

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terça-feira, 27 de maio de 2008

De coração a coração


Nossa verdade é sempre o ponto de partida para a realização do novo

"Lidar consigo mesmo é trabalho de artesão, fio a fio e leva tempo, pra dominar o coração...”

Essas palavras são da Ziza Fernandes, na música “De coração a coração”. Eu as tomo emprestadas para falar da bela e desafiante arte de lidar com nós mesmos. Talvez você, como eu, até já encontrou soluções fáceis para problemas considerados difíceis na vida de outras pessoas. Mas quando a vida exige de nós uma autocompreensão, somos colocados frente a um grande desafio. É um trabalho realmente comparado ao do artesão, não acontece do dia para a noite, nem da maneira que talvez esperávamos. É mesmo uma obra de arte, feita fio a fio, ponto a ponto e leva-se um longo tempo para contemplá-la por inteiro; se é que a contemplaremos.

Com freqüência ouvimos falar que os problemas de ordem física e espiritual, que assolam a humanidade, estão estreitamente ligados às dores da alma. Ou seja: sofrimentos e traumas interiores que não foram partilhados, resolvidos ou curados, dos quais se destacam a depressão e as síndromes do medo e do pânico.

E daí vem a pergunta: mas o que fazer diante disso? E este é nosso principal desafio: mostrar alternativas para nós mesmos e para os que nos procuram em busca de ajuda. Volto à música que citei no início do texto:

“Renúncia, dor e alegria, surpresa, perdão, euforia

Só podem partir de um lugar, vêm do coração…

Capaz de sorrir, capaz de odiar, destruir e recomeçar,

O coração foi feito somente pra amar. Capaz de acolher, capaz de chorar. Se perder e reconciliar. O coração foi feito somente pra amar...”

Ou seja, tudo parte do coração, que foi feito somente para amar. É exatamente por essa razão que ele precisa estar centrado em Deus, fonte absoluta de todo amor e, portanto, de todo bem.

Acontece que, em meio a tantas ofertas e ruídos, não é tão fácil centrar o coração em Deus. Naturalmente, a vida vai exigindo de nós respostas, posturas e decisões que revelam o que somos e fazemos neste mundo. Essas exigências naturais – somadas às nossas fraquezas, medos, carências, ansiedades, sentimentos de rejeição, de auto-suficiência, de frustrações – fazem uma combinação na qual fica em evidência nossa insegurança. Por isso, com freqüência, falta-nos arte para lidar com nós mesmos e corremos o risco de nos perder procurando nos encontrar.

É preciso pedir ao Senhor sabedoria para superar o desafio de “lidar com nós mesmos”, sem nos prejudicar nem ferir os que estão ao nosso lado. Já que a tendência é transferirmos nossas culpas para outros e até fugirmos do espelho que aponta nossa verdade.

É também necessário ter calma, pois quando não conseguimos administrar as exigências que sofremos, nosso físico se manifesta por meio de enfermidades e desequilíbrios; não raras vezes desviando-nos da meta que Deus traçou para nós. A exemplo do artesão, precisamos ser pacientes. Por essa razão, concordo com a afirmativa: “Lidar consigo mesmo é uma arte, que requer paciência, sensibilidade e, principalmente, uma pedagogia que somente Deus pode nos dar”.

É essencial ter a consciência de que quanto mais mergulharmos em Deus, tanto mais contemplaremos a nós mesmos e seremos por Ele restaurados. Recorramos, portanto, ao auxílio da graça divina para lidar com esse mistério. Considerando nossa história e valorizando nossas raízes, podemos compreender melhor nossas fragilidades e assumir nossa identidade. Acredito que essa seja a condição fundamental para alcançarmos a cura interior e a maturidade emocional. Quem não assume o que é, vive fugindo e, portanto, não é feliz nem se encontra com ele mesmo. Nossa verdade é sempre o ponto de partida para a construção da obra nova, que Deus quer realizar em nós a cada dia.

Que tenhamos hoje a coragem de pensar sobre quem realmente somos, do que temos fugido e onde está a raiz dos sentimentos que habitam nosso ser. Diante dessas descobertas, mergulhemos em Deus que, de Coração aberto, sempre nos espera.

Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com

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Estudo da semana: Por que o Verbo se fez Carne?


“Pois o Filho de Deus se fez homem para nos fazer Deus.” (Santo Atanásio)

Quis começar o post de hoje com essa frase de Santo Atanásio para fazer você pensar um pouco nela antes de explicá-la. Vimos que Deus enviou seu Filho Único para nos salvar. Ele não apenas nos remiu, morrendo na cruz e ressuscitando, como enquanto se fez homem, nos mostrou o caminho para chegarmos ao céu: A Santidade.

Essa frase apesar de ousada, é verídica. Pois se aceitamos Jesus como Nosso Senhor e Salvador, morremos com Ele para com Ele ressuscitarmos, assim nos ensina São Paulo. Oras, se estamos Nele, se fazemos parte do seu corpo Místico, acabamos nos tornando Deuses em Jesus. Por isso São Tomás de Aquino afirma:

“O Filho Unigênito de Deus, querendo-nos participantes de sua divindade, assumiu nossa natureza para que aquele que se fez homem dos homens fizesse deuses.” (São Tomás de Aquino)

Mas é preciso estar atento que o desejo de Deus é que sejamos deuses EM Jesus, e não COMO Jesus. Veja, seremos deuses se, e somente se, estivermos em Cristo. Senão acabaremos nos entregando a serpente que disse aos nossos primeiros pais: Vós sereis COMO deuses. Hoje existe uma gama de falsas doutrinas que prometem ao homem uma falsa divindade. Essas promessas fazem alusão a promessa da antiga serpente, ou como você queira, diabo ou satanás.

Porém se pernamecermos unidos a Cristo seremos sim participantes do corpo místico de Cristo, e portanto participantes da sua Divindade.

O Verbo se fez carne para tornar-nos “participantes da natureza divina” (2Pd 1,4): “Pois esta é a razão pela qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus, Filho do homem: é para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo, assim, a filiação divina, se torne filho de Deus”. (CIC§460)

Pax Domini

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segunda-feira, 26 de maio de 2008

O verbo se fez carne, para nos dar a Vida Eterna

Lembro-me quando ouvi pela primeira vez, alguém me falar do Amor de Deus. Foi em um semninário de Vida no Espírito, na Comunidade Boa Nova em Recife. Na Antiga casa da Comunidade em Piedade. Na ocasião, a cada palavra do meu irmão Hamilton, meu coração ardia de felicidade. Estou relembrando esse fato, porque na medida em que estamos estudando sobre o Porque que o verbo se fez carne, acabamos retomando aquela pregação primeira do Seminário de Vida no Espírito onde aprendemos que Deus é amor.

Conheço a RCC, já fazem 19 anos. E cada vez que estudo sobre esse tema, descubro um novo aspecto do assunto. De fato. Deus é amor. Um amor que dá seu Filho Único por nós. Um amor que faz com que Deus permita que seu Filho, imagem e semelhança de Deus, tome a forma de homem para salvar uma criatura.

O Verbo se fez carne para que, assim, conhecêssemos o amor de Deus: “Nisto manifestou-se o amor de Deus por nós: Deus enviou seu Filho Único ao mundo para que vivamos por Ele” (1 Jo 4,9). “Pois Deus amou tanto o mundo, que deu seu Filho Único, a fim de que todo o que crer nele não pereça, mas tenha a Vida Eterna” (Jo 3,16). (CIC§458)

Entenda isso de uma vez por todas: Deus deseja para você e para mim, a eternidade. Nem mais nem menos. Deus quer te dar o céu. Quer restaurar a sua e a minha essência. Nós somos cidadãos do céu. E precisamos sim estar abertos a esse amor e disposto a concluir o caminho que Deus iniciou com seu Filho Jesus Cristo.

Por isso convido você a neste dia, rezar e pedir a Deus, a graça de desejar o céu. Querer o céu. Nem mais, e nem menos que isso. Pois foi por isso que Deus quis que o seu Filho, Jesus Cristo, o Verbo Eterno, se faça carne.

Pax Domini

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Amar tem poder de renovação


Como posso amar o próximo se ainda não me amo?

Se quiser ser de Deus, terá que viver as duas vias do Senhor: ‘Amarás ao Senhor teu Deus e ao próximo como a ti mesmo’.

O que você entende por esta palavra 'amor'?

É impressionante o quanto o amor de Deus nos toca. Os poetas sempre tentaram decifrar esse sentimento, mas nunca conseguiram. Assim como Luiz de Camões em seu célebre poema: ‘O amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer’.

O amor não se poetiza. Quantas vezes o sentimos e não sabemos onde realmente dói. O amor é revelação, inauguração, tem o poder de ser novo com aquilo que estava velho.

Jesus sabe da capacidade de olhar as coisas miúdas da vida, as que não damos valor e aquelas que ninguém havia visto antes. Colocando os pés no seguimento de Cristo, ouvimos a Palavra para olhar a vida diferente: ‘Amar a Deus sobre todas as coisas’. E o que significa amar o meu próximo? O que significa olhar para o meu irmão e saber que nele tem uma sacralidade que não posso violar?

Como posso descobrir esse convite de Deus de abrir os olhos às pessoas? No dia de hoje, eu lhe proponho que acabe com os 'achismos' do amor. A primeira coisa que Deus precisa curar é o que nós achamos do amor. Pois, muitas vezes, em nome dele [amor], nós fazemos absurdos: seqüestramos, matamos, fazemos guerra, criamos divisões.

O amor nos dá uma força que nem nós mesmos sabíamos que tínhamos. É a capacidade que ele tem de nos costurar. Quantas vezes olhamos para a objetividade do outro que nos motiva a ser melhores. É o amor com suas clarezas e suas confusões...

Muitas vezes, em nome do amor tratamos as pessoas como ‘coisas’.

Quando Deus entra em nossa vida e entramos na vida de outras pessoas, temos de entrar como Ele: agregando valores. Caso contrário é melhor que fiquemos de fora, porque você é um território que merece respeito.

Na passagem da sarça ardente (cf. Ex 3,2ss ) Deus se manifesta em uma árvore que pega fogo, mas não é consumida. Esse é o amor de Deus: Quanto mais nós amamos, mais somos consumimos; e se estamos esgotados é porque amamos ‘de menos’. Vamos ficando sem o vigor; mas a sarça queima sem se consumir. O fogo do amor não queima, pois é um fogo que faz outro fogo, e a experiência do amor de Deus é feita pelo amor de um para o outro. Quantas vezes você passou noites inteiras acordado pelo seu filho? Quanto sono perdido? Isso é por amor... Amar o outro é levar prejuízo.

Você vai saber o que é o verdadeiro amor quando você se consome, mas não se esgota. Você nunca vai dizer que está cansado de amar o seu filho. Você está cansada dos problemas causados por ele, mas não de amá-lo.

Quantas pessoas que procuram e estão necessitadas do amor, mas em sua busca correm atrás das micaretas e baladas? A busca do amor está aguçada. Todos estão querendo saber o que é o amor e todos estão precisando de cura. Quantas pessoas foram amadas erroneamente, trazendo as marcas de um amor estragado.

Tenha coragem de tirar as histórias do passado que doem e que você as carrega até o dia de hoje. Nenhuma pessoa pode amar a Deus se não se ama. Nenhuma pessoa pode ter uma experiência com Deus se não for pelo amor a si própria, pelo respeito por si mesma. O amor a Deus passa o tempo todo pelo cuidado que eu tenho com a minha vida, com a minha história. Como sou capaz de amar o próximo como a mim mesmo se ainda não me amo?

Faça caridade a você primeiro. Os seus amigos irão agradecer por você se amar. Quando o amor nos atinge, somos mais felizes. Um povo que se ama é um povo que sabe aonde vai. Eu ainda acredito no que Deus pode em mim. Volte a gostar de você!

Padre Fábio de Melo


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sexta-feira, 23 de maio de 2008

Eucaristia: fonte de milagres, sinais e prodígios


Podemos viver a experiência dos discípulos de Emaús

Tenho apenas um ano e cinco meses de sacerdócio, mas confesso a você que sempre fui um apaixonado pela Eucaristia. Desde quando tive meu encontro pessoal com Jesus, há mais ou menos 14 anos, nunca deixei de ir à Missa diária, fazendo todo esforço para vivenciar a maior manifestação de Deus na nossa terra: a Eucaristia!

Foram poucas as vezes em que não participei da Celebração Eucarística nesses anos todos. E agora como padre, luto bravamente para celebrá-la todos os dias, pois "O Altar de Deus é a alegria da minha juventude". Realizo-me plenamente no altar, a Eucaristia é o presente de Deus que acontece todos os dias na minha vida de sacerdote.

Na narrativa de São Lucas que fala dos Discípulos de Emaús, podemos contemplar a experiência que eles tiveram: "Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles. Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. Então um disse ao outro: Não estava ardendo o nosso coração quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?" (Lc 24, 30-32).

Podemos fazer a mesma experiência que esses discípulos viveram. O segredo é estar atentos a cada instante ao milagre que se renova no altar em cada Eucaristia, pois temos a presença real do Senhor e essa experiência também pode acontecer conosco: o coração arder, os olhos se abrirem, e o reconhecimento – com toda a força e fé do coração – que Jesus é o Senhor: estamos diante d’Aquele que pode todas as coisas. É o Deus do impossível que acontece diante dos nossos olhos, por isso, tudo aquilo que, com fé, pedirmos a Ele, nesta hora, Ele faz, Ele realiza.

Tenho experimentado esse poder em cada Eucaristia que celebro e em cada adoração que conduzo. O Senhor tem me permitido ver pessoas sendo curadas de câncer; pessoas que não andavam voltarem a andar; cegos têm começado a enxergar; pessoas oprimidas por satanás estão sendo libertas; pessoas em depressão têm encontrado a perfeita e duradoura alegria, e tantos outros milagres, sinais e prodígios, que me fazem afirmar: A EUCARISTIA É FONTE DE MILAGRES, SINAIS E PRODÍGIOS!

Muitos estão participando da comunhão indignamente, não se confessam mais, não se preparam devidamente para o dom e a força que cada comunhão traz em si. Outros freqüentam a igreja trajando roupas muito decotadas, bermudas ou outros trajes que não condizem com o momento que estamos vivendo: a Santa Missa.

Os que vivem com intensidade, com zelo, com profundidade cada Eucaristia, experimentam no corpo e na alma as graças do momento sublime, único e eterno de cada Missa. Porém, São Paulo diz aos relaxados, aos que não dão o devido valor ao mistério do qual participam: "É por isso que há entre vós muitos enfermos e doentes, e não poucos têm morrido" (1 Cor 11,30).

Afirmo: A EUCARISTIA É FONTE DE MILAGRES, SINAIS E PRODIGIOS! Por isso, ainda é tempo de nos auto-avaliar sobre a nossa participação no Santo Sacrifício da Missa e usufruirmos de toda bênção que cada Eucaristia pode nos oferecer.

Deus o abençoe!

Pe. Roger Luis

Publicado no Portal da Canção Nova

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Nosso alimento de vida eterna



Padre Roberto Lettieri
Foto: Willieny Isaias

A Igreja é a Nova Jerusalém, e hoje ela canta e glorifica ao Senhor. Diante do altar, nossa alma se enobrece porque acreditamos no Evangelho de Jesus. Nós cremos no impossível, acreditamos que o Senhor é o nosso alimento.

Os que são conduzidos pela a Esposa do Cordeiro sentem uma alegria quando escutam o Evangelho deste dia.

Nada pode aniquilar este grande Sacramento, Jesus se dá a nós. Não podemos abandonar o banquete de vida eterna, Jesus se humilha para ser comida. Alegra-te, o teu Deus criador do céu e da terra, o Senhor de todas as coisas se humilha para ser seu alimento. Não é simbolismo é alimento, pois Jesus diz: ‘Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.’

A Eucaristia é a nossa alegria, nossa esperança. Que lindo poder degustar Jesus, mas o importante é a experiência de alma, levamos as pessoas a acreditarem que Jesus se doou e continua se doando a nós. Se preciso for, eu dou a minha vida para testemunhar a presença de Jesus Eucarístico.

A palavra católica é universal e significa aquilo que você vê e não vê. Não admita nenhuma doutrina querer destruir este Sacramento, pois a Santa Mãe Igreja está acreditando na Palavra de Deus.

" A Eucaristia é vital para minha vida", padre Roberto Lettiere
Foto: Willieny Isaias

Este Evangelho de hoje reavive a nossa fé. O Evangelho de Jesus leva a verdade em plenitude. Filho e filha de Igreja, São Tomás de Aquino escreveu: "O pão do céu é dado aos filhos e filhas da Igreja, não pode ser dados aos cães". O pão da vida é para quem crê, adora e acredita; nós não podemos admitir que o Senhor entre na bocas de cães.

Querem banalizar o Mistério Eucaristia, querem dá a carne de Jesus aos cães, não podemos permitir, pois acreditamos na doação de amor de Jesus.

A Eucaristia é vital para minha vida. Eu desejo diariamente recebê-la no mais fundo do meu coração.

Neste dia tão importante, agradecemos a Jesus pela sua doação de amor. Agradeça a Deus por tamanha humilhação. Não seja ingrata ao seu Senhor.

Creia na presença real, adore com a sua vida, adore com seu coração, adore Jesus no mistério no altar. Que possamos ter ardor e se preciso for, darmos a vida por Jesus Eucarístico verdadeira comida e verdadeira bebida.

Glorifiquem ao Senhor nova Jerusalém, novo Sião.



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O pão da vida.


Conta-se de São Luiz, rei de França que, certa vez, em seu gabinete de trabalho, foi chamado por um dos auxiliares para assistir a um milagre que estaria acontecendo na capela do palácio, durante a missa, quando a sagrada hóstia se transformava no Menino Jesus. Ele, serenamente, respondeu que fossem os outros, porque “eu creio que o sacramento do altar é o próprio Cristo”.


À mesma época, seu contemporâneo, Tomás de Aquino, compondo a liturgia da festa do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, na seqüência, que se reza antes do Evangelho, proclamava: “O que não compreendes, o que não vês, a fé viva o afirma, suplantando a ordem natural... O pão é carne, o vinho é sangue. Sob cada espécie está Cristo totalmente.”

Quando Jesus anunciou que Ele é o Pão do Céu, o Pão da Vida, também muitos não acreditaram: “Esta palavra é muito dura. Quem poderá escutá-la?” (Jo.6,60). E a partir daí, muitos discípulos voltaram atrás, não andaram mais com Ele, o abandonaram.

Mas, Jesus O reafirma: “As palavras eu vos disse são espírito e vida” (idem 63) e disse mais aos Doze: “Não quereis também vós partir? Não, Senhor, também nós dizemos com Pedro:”A quem iremos. Só tu tens palavras de vida eterna“ e nós cremos que és o Filho de Deus.

O sacramento da Eucaristia é o próprio Cristo. Ele, na véspera de sua paixão, no-lo deu, mandando que o fizéssemos sempre em sua memória – toda vez que isto fizermos, anunciaremos a sua morte até que Ele venha – narram os sinóticos e Paulo na sua primeira Carta aos Coríntios (Cf. 1Cor. 11,23-29).

Diferente do maná, que alimentou o povo de Israel no deserto, o Pão Eucarístico nos faz viver eternamente, concedendo-nos na terra, prelibar a comunhão eterna. “Este é o pão que desceu do céu. Ele não é como o que os vossos pais comeram e pereceram. Quem come deste pão viverá eternamente” (Cf. Jo.6,58).

Disse-me, há poucos dias, uma moça, médica, e que vive intensamente a vida eucarística que, na vida corporal, o alimento que tomamos nos transforma, quanto mais, quando nos alimentamos com o próprio Cristo. Ele nos transforma. Ele vive em nós e nós nele. É como me sinto ao receber a comunhão. Devo refletir na minha pessoa o Cristo que está em mim.

Ela expressou o que Jesus mesmo o disse: “Quem come minha carne e bebe o meu sangue fica em mim e eu nele“ refletindo mistério trinitário, pois, Ele com o Pai são um só no Espírito Santo.

A Eucaristia é o sacramento do amor. Do amor de Cristo para com os homens, por quem se entregou à morte, para que tivéssemos em nós a vida divina, que é amor. E o sacramento da unidade e da partilha. A multidão estava faminta e já se fazia tarde, quando Jesus partilhou cinco pãezinhos para todo o povo antes de anunciar esse dom que só poderia brotar de seu coração misericordioso.

Hoje também o mundo está faminto. O noticiário internacional nos fala da escassez de alimento. Mas, não precisamos ir tão longe, à África e à Ásia. Aqui, às nossas portas, há o clamor da fome. Da fome de pão e da fome de Deus.

Somente poderemos participar da mesa da Eucaristia, se também soubermos nos dar aos irmãos. O Evangelista João, que estava ao lado do Mestre, quando Ele partiu o pão e deu o vinho a beber aos seus discípulos nos diz que aquele que fala que ama a Deus, mas tem o seu coração fechado aos irmãos é mentiroso.

A festa do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo é um momento eclesial de expressar coletivamente a nossa fé e gratidão. Vamos participar das solenidades deste dia, particularmente da missa solene das 15hs na Igreja de Bom Pastor e da procissão que sairá daquela paróquia até a Catedral, atestando nossa fé inabalável neste mistério, como os primeiros mártires brasileiros do Rio Grande do Norte que, diante da morte que lhes infringia o herege invasor, confessaram num ato de louvor: Bendito seja o Santíssimo Sacramento.

DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO METROPOLITANO DE JUIZ DE FORA, MG.

Publicado no Portal A Catequese Católica

Vamos conversar diferente


Quanto tempo perdido porque não se procura escutar e acolher o que o outro tem a dizer
Em muitos relacionamentos há um tipo de conversa que quase sempre acontece dentro do mesmo esquema: provar que um está certo e que o outro está errado. Durante a conversa (melhor dizendo: a discussão), cada um fica mais preocupado em:
  • rebater o que o outro está dizendo;
  • derrubar os seus argumentos;
  • desmerecer o outro e seus argumentos;
  • apelar para sua moral, etc..

Enquanto um está falando, o outro nem presta atenção, porque está preocupado em arranjar argumentos que possam contradizer ou rebater o que está sendo dito por essa pessoa. Assim, fica uma conversa emperrada e infrutífera. Não favorece em nada o relacionamento. No final, teria sido bem melhor que nem tivesse acontecido. Piorou. O muro ficou ainda maior do que já estava. Quanto tempo perdido porque não se procura escutar e acolher o que o outro tem a dizer. Ninguém de nós é juiz de si próprio. Se o outro está falando algo de errado a meu respeito “ele está me prestando um favor”. É como se eu estivesse carregando uma placa nas costas e alguém me avisasse, pois, o que eu não consigo ver, o outro percebe. Devo ficar bravo ou agradecer pelo aviso? Triste situação e perda de tempo quando não se consegue escutar e deixar que o outro expresse o que pensa e sente.

UMA RECEITA

Não rebata o que o outro está expondo. Se você não concorda, então questione para que ele argumente e prove o que está dizendo. Se alguém afirmar para você que determinada pedra vem da lua, ele deve provar o que está dizendo. Caso contrário, quem cairá no descrédito será ele próprio. Por que ficar rebatendo o que outro diz? Será que ao menos em parte ele não tem razão? Não seria um absurdo partir para a agressão quando o médico nos dissesse que temos uma doença grave? Que bom que ele descobriu! Assim vamos nos tratar para melhorar.

Da mesma forma: Que bom que alguém teve coragem de me dizer em que estou errando! Vou tratar de me curar. Melhorarei e serei uma pessoa bem mais simpática e querida por todos. Há relacionamentos que há anos vêm acontecendo dentro do esquema “um argumentando que está certo e que o outro está errado”.

Tente, ao menos por alguns dias, ou meses uma forma diferente. Seja criativo e inovador. Mesmo que não dê os resultados esperados, você estará fazendo ricas descobertas sobre relações humanas.

Padre Alir

Publicado no Blog do Padre Alir

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Os santos respondem: Por que o verbo se fez carne?


Pax Domini! O nosso estudo da semana responde a seguinte pergunta: Por que o verbo se fez carne?

Uma das respostas a essa pergunta que mais refletiu na minh’alma foi a resposta dada por São Gregório de Nissa, santo nascido na Cesaréia (ou Capadócia). Teólogo, místico e escritor cristão. Padre da Igreja e irmão de São Basílio Magno. Ele disse que o verbo se fez carne porque:

Doente, nossa natureza precisava ser curada; decaída, ser reerguida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso trazer-nos à luz; cativos, esperávamos um salvador; prisioneiros, um socorro; escravos, um libertador. Essas razões eram sem importância? Não eram tais que comoveriam a Deus a ponto de fazê-lo descer até nossa natureza humana para visita-la, uma vez que a humanidade se encontrava em um estado tão miserável e tão infeliz (São Gregório de Nissa)

Como vimos em estudos anteriores, o pecado maculou nossas almas. É preciso entender que para vencer o pecado era necessário a força de um Deus.Se você pegar o Antigo Testamento, você não vai encontrar nenhum sacerdote perdoando os pecados. Isso por que, antes da vinda de Jesus ninguém tinha esse poder. Por isso São Gregório de Nissa foi enumerando os motivos. Foi mostrando que nossa natureza jamais seria restaurada sem a vinda de Jesus Cristo.

Só Jesus pode perdoar os pecados. Só deus poderia restaurar as nossas almas.

E o verbo se fez carne, e habitou entre nós…

Pax Domini

Ouça o Podcast - Porque o verbo se fez carne? (Clique aqui)

Sê alma de Eucaristia!


Recebamos o Senhor, na Eucaristia, melhor que aos grandes da terra
Tens de conseguir que a tua vida seja essencialmente - totalmente - eucarística.

Gosto de chamar “prisão de amor” ao Sacrário.

Há vinte séculos que Ele está ali..., voluntariamente encerrado, por mim, e por todos.

Pensaste alguma vez como te prepararias para receber o Senhor, se apenas se pudesse comungar uma vez na vida?

Agradeçamos a Deus a facilidade que temos para aproximar-nos dEle, mas... temos de agradecer preparando-nos muito bem para recebê-Lo.

Diz ao Senhor que, daqui por diante, de cada vez que celebres ou assistas à Santa Missa, e administres ou recebas o Sacramento Eucarístico, o farás com uma fé grande, com um amor que queime, como se fosse a última vez da tua vida.

E sente dor pelas tuas negligências passadas.

Compreendo as tuas ânsias de receber diariamente a Sagrada Eucaristia, porque quem se sente filho de Deus tem imperiosa necessidade de Cristo.

Enquanto assistes à Santa Missa, pensa - porque é assim - que estás participando num Sacrifício divino: sobre o altar, Cristo volta a oferecer-se por ti.

Quando O receberes, diz-Lhe: - Senhor, espero em Ti; adoro-te, amo-te, aumenta-me a fé. Sê o apoio da minha debilidade, Tu, que ficaste na Eucaristia, inerme, para remediar a fraqueza das criaturas.

Devemos fazer nossas, por assimilação, aquelas palavras de Jesus: "Desiderio desideravi hoc Pascha manducare vobiscum" - desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco. De nenhuma outra maneira poderemos manifestar melhor o nosso máximo interesse e amor pelo Santo Sacrifício, do que observando esmeradamente até a menor das cerimônias prescritas pela sabedoria da Igreja.

E, além do Amor, deve urgir-nos a “necessidade” de nos parecermos com Jesus Cristo, não apenas interiormente, mas também externamente, movimentando-nos - nos amplos espaços do altar cristão - com aquele ritmo e harmonia da santidade obediente, que se identifica com a vontade da Esposa de Cristo, quer dizer, com a Vontade do próprio Cristo.

Temos de receber o Senhor, na Eucaristia, como aos grandes da terra, e melhor! Com adornos, luzes, roupa nova...

E se me perguntas que limpeza, que adornos e que luzes hás de ter, responder-te-ei: limpeza nos teus sentidos, um por um; adorno nas tuas potências, uma por uma; luz em toda a tua alma.

artigo extraído da obra: Forja - do mesmo autor

Cançao Nova se prepara para o Corpus Christ

Venha participar conosco da solenidade de Corpus Christ

S. Jose Maria Escriva

Publicado no Portal Canção Nova

Família, lugar da bênção de Deus


Lugar onde a gente aprende a amar

Esta é uma das mais fundamentais verdades da fé cristã: a família é o privilegiado lugar escolhido por Deus, para aí derramar a sua bênção. Família é lugar de acolher essa bênção e de multiplicá-la.

Muito acima do sentido humano de proteção e convivência, ou seja, o papel sociológico, a família é um lugar teológico. É o lugar onde Deus se revela; é lugar onde se revela Deus. Nela, o ser humano aprende a crescer segundo o projeto de Deus. É lugar de humanização divina.

O ser humano aprende a ser humano dentro da família. Jesus crescia em estatura, em sabedoria e em graça diante de Deus e dos homens (cf. Lucas 2:25). Interessante esta anotação, pois para esse crescimento integral o próprio Jesus precisou de uma família humana. A bênção divina sobre a família não é somente uma questão espiritual, envolve também o físico e o psíquico. Ninguém é humanamente equilibrado sem alimentar essa tríplice dimensão da existência humana.

O ser humano aprende a ser humano dentro da família. Graça significa o alimento do espírito. O ser humano é físico, psíquico e espiritual. Contudo, lamentavelmente, muitas famílias se preocupam bastante apenas com a dimensão física – uma ótima casa, conforto, estudo, roupas –, mas se esquecem das outras duas dimensões. Infelizmente, a família não está sendo o lugar dessa bênção de Deus para a afetividade das pessoas.

Família deve ser o lugar onde a gente aprende a amar. Se a família é a mais perfeita semelhança de Deus, – que é amor e cria ser humano por amor e para o amor, e o cria família – ela tem de ser o lugar onde aprendemos a exercer o amor.

Para ser lugar da bênção de Deus, muitas vezes, não se precisa de muita coisa. Pequenos detalhes fazem um grande amor. Um grande amor não é feito de grandes coisas, não. Grandes coisas qualquer pessoa faz, tanto para o bem, quanto para o mal, se ela estiver no desespero. Agora, fazer a cada dia pequenas coisas de modo extraordinariamente maravilhoso, só quem tem o Espírito Santo de Deus; do contrário, não consegue. E aí está a santidade. Esse é o segredo.

Ser uma família cristã no meio do mundo é muito mais do que se dizer católico ou freqüentar determinadas práticas religiosas. Ser cristão é adequar nossa vida ao projeto de Deus, ensinado e vivido por Jesus Cristo. Ser cristão é imitar Jesus, especialmente em sua constante luta por permitir que Deus reinasse neste mundo. Uma família cristã é o espaço privilegiado para se gestar e praticar esse projeto. O casal cristão procura, a dois, realizar esse projeto de vida, e depois com todos os seus familiares e nos seus relacionamentos. É uma união de carismas e de dons para se alcançar uma meta comum.

Sendo uma realidade dinâmica, o matrimônio está aberto à construção e também às feridas que machucam e atrapalham o crescimento da vida familiar. Algumas situações acabam sendo grandes possibilidades de ruptura, mas também podem se transformar em momentos de graça e de vida plena. É preciso aprender a construir a restauração da família.

Texto extraído do livro “Famílias restauradas” de padre Léo.

Pe. Léo - SCJ

O Amor que Salva o mundo…


Um dos nossos primeiros estudos teve o seguinte Título: Fundamentos da Fé Católica. Nesse estudo, nós vimos que todo homem tem sede da verdade. Todo homem busca e anseia a verdade. Vimos também que o pecado nos afastou de Deus. Fez com que o homem perdesse aquilo que era original nele, ou seja, a sua intimidade com Deus.

Nesse estudo vimos também que Deu, vendo e sabendo que o homem não poderia por si só conhecer a verdade, enviou seu próprio Filho para nos reconciliarmos com o Pai e conhecermos a verdade em plenitude.

Deus revelou-se plenamente enviando seu próprio Filho, no qual estabeleceu sua Aliança para sempre. O Filho é a Palavra definitiva do Pai, de sorte que depois dele não haverá outra Revelação. (CIC§73)

Por isso hoje nós vamos conversar sobre o versículo que na minha opinião é um dos mais lindos versículos de toda a bíblia: Jo 3,16.

O Verbo se fez carne para salvar-nos, reconciliando-nos com Deus: “Foi Ele que nos amou e enviou-nos seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados” (1Jo 4,10). “O Pai enviou seu Filho como o Salvador do mundo” (1Jo 4,14). “Este apareceu para tirar os pecados” (1Jo 3,5) (CIC§457)

Quando nos perguntamos sobre o porque que o verbo se fez carne,é nesse versículo que encontramos a resposta.

Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo 3,16)

Por isso, é preciso antes de tudo saber que o Verbo se fez carne por amor. Foi por amor e só por amor. Um amor tão grande e tão profundo, que por maiss que se queira expliocar.. simplesmente é inexplicável. É mistério. Como um Deus pode amar tanto a um homem. Como um criador pode tanto amar uma criatura, ao ponto de permitir que seu Filho assuma a forma de uma criatura e dê a vida por ela…

Por isso dizemos que o Amor salva o mundo. Porém não é um amor qualquer. Não é o amor de um homem para com uma mulher. Não é um amor de Pai para filho, por mais lindo e significativo que seja. O amor que salva o mundo é o amor de um Deus pela humanidade. É um amor que nos ensina a viver sem pecar, pelo simples fato que, quanto mais amarmos, mais faremos a vontade de Deus a nosso respeito: A santificação.

Pax Domini

Ouça o Podcast - Porque o verbo se fez carne? (Clique aqui)

terça-feira, 20 de maio de 2008

Compromissos Fim de Maio e Começo de Junho

29 de Maio - Encontrão. Tema: Maria.
Círculos responsáveis: Marcelo e Ana Angélica, Régis e Madalena, Fernando e Raquel, João Ernani e Jesus.

31 de maio – Missa dos Casais e Feirinha.
Círculo responsável pelo serviço: Rômulo e Fernanda.

01 a
30 de junho - Inscrições p/ 6o Encontro de Jovens Com Cristo do Santuário de Fátima (à partir de 18 anos) que se realizará no dia 24 de agosto. R$10,00. Informações: 88690014 - Armando.

03 de junho - Reunião de Coordenadores, às 20h.

06 e 07 de junho - Primeira Sexta e Primeiro Sábado do mês.

06, 07 e 08 de junho - Seminário de Vida no Espírito Santo para Casais.
Informações e inscrições: 32793620 / 86167209.

07 de junho – Missa dos Casais e Feirinha
.
Círculo responsável pelo serviço: Carlos e Alexsandra.

21 de junho - São João do ECC de Fátima.
No Clube dos Oficiais PM/BM, na Praia do Futuro. Ingresso R$10,00 por pessoa. Vista-se em seu espírito caipira, pegue sua "cumade" e seus "mininos" e venha pro Arraiá mais animado da Cidade.

Grupo Dirigente
"Somos Fortes, Porque Somos Unidos".

O exato dever da caridade

Imagem de Destaque
Não me basta amar Deus se também o meu próximo não o ama

"A nossa vocação é a de ir incendiar o coração dos homens, fazer aquilo que fez o Filho de Deus. Ele veio trazer o fogo ao mundo para o incendiar com o amor d'Ele. Que outra coisa podemos desejar senão que esse fogo arda e consuma tudo?

É, portanto, verdade que eu sou enviado não só para amar a Deus, mas para fazer com que os demais o amem também. Não me basta amar a Deus se também o meu próximo não o ama. Devo amar o meu próximo como imagem de Deus e objeto do Seu amor, e fazer de tudo para que, por sua vez, os homens amem o seu Criador que os reconhece e considera como seus irmãos e que os salvou. E procurar que, com a caridade recíproca, se amem por amor a Deus, o qual tanto os amou, a ponto de, por eles, abandonar o seu próprio Filho à morte. Portanto, este é o nosso dever.

Ora bem, se é verdade que somos chamados a levar, longe ou perto, o amor de Deus, se devemos incendiar as nações, se a nossa vocação é espalhar este fogo divino em todo o mundo, se assim é, e repito, se assim é, irmãos, quanto devemos nós mesmos arder deste fogo divino! Como daremos aos outros a caridade se ela não existe entre nós? Observemos se existe, não em geral, mas em cada um, se existe no devido grau, porque se não está acesa em nós, se não nos amamos uns aos outros como Jesus Cristo nos amou e se não praticamos ações semelhantes às d'Ele, como poderemos esperar difundir um tal amor em toda a terra? Não é possível dar aquilo que não se tem.

O exato dever da caridade consiste em fazer a cada um aquilo que, com razão, queremos que nos seja feito a nós. Faço verdadeiramente ao meu próximo aquilo que desejo que ele faça por mim?

Observemos o Filho de Deus. Não existe ninguém para além de Nosso Senhor que tenha sido de tal modo raptado do amor pelas criaturas, a ponto de deixar o trono de seu Pai, para vir assumir um corpo sujeito a enfermidades. E por quê? Para estabelecer entre nós, mediante a Palavra e o exemplo d'Ele, a caridade ao próximo. É este o amor que o crucificou e que cumpriu a admirável obra da nossa redenção.

Se tivéssemos um pouco deste amor, permaneceríamos de braços cruzados? Oh! não, a caridade não pode permanecer ociosa, esta impele-nos a procurar a salvação e o alívio dos outros."

De “Conferenze ai Preti della Missione” de S. Vicente de Paulo (Conferenza 207).

Pe. Reinaldo

Publicado no Blog do Padre Reinaldo

segunda-feira, 19 de maio de 2008

O amor de Deus foi derramado em nossos corações


O apóstolo Paulo no ensina, na Carta aos Romanos que a esperança não decepciona, porque “o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que ele nos deu.”(Rom. 5,5)

O tempo litúrgico da Páscoa se encerra com a festa de Pentecostes, celebrada há poucos dias, com a efusão do Espírito Santo, selando a Nova Aliança realizada no Calvário. Já neste domingo celebramos o amor de Deus que nos foi revelado por Cristo na Trindade das pessoas e na unidade da essência de um só Deus e que, em seu Filho, nos alimenta com o pão celeste, memorial vivo de sua paixão, enquanto estamos a caminho da união definitiva com o Pai.

Deus é amor. A razão, com alguma dificuldade chega à revelação da divindade una, como explicação de todo o relativo que existe e reconhece Deus como poder. Jesus nos mostra o Pai que o ama no Espírito Santo e pelo qual recebemos o espírito de filiação e chamamos a Deus de Pai.(cf. Rom.8,14)

Este mistério que nos foi revelado e que pela fé já vivemos, faz-nos superar a realidade que se nos mostra ao redor e angustia nosso coração.Faz-nos suportar a nós mesmos nos sofrimentos de cada dia, pois ainda estamos na carne na expressão paulina.

Povo de Deus em marcha, não nos alienamos dos sofrimentos e das angústias de nossos irmãos. Com propriedade o Concilio Vaticano II, o proclama: ”As alegrias e as esperanças, as tristezas e angustias dos homens, sobretudos dos pobres e de todos os que sofrem.. são também dos discípulos de Cristo”.

Movidos pelo Espírito Santo, procuramos descobrir nos acontecimentos de cada dia os desígnios de Deus. A bússola da fé nos orienta a não perder a esperança naquele que tanto amou o mundo que nos deu seu Filho e inundou nossos corações com seu amor. Esse mesmo Espírito no impulsiona e move nossos corações de discípulos de Cristo a viver a vida do Espírito e levar esta mensagem a todos os homens.

É o que nos consola quando vemos a miséria e o estrago do pecado. Enquanto podemos saborear as delícias da vida de redimidos, sobretudo na riqueza deste tempo litúrgico, contemplando a realidade que se manifestará em nós, sofremos com o que se passa aos nossos olhos e vemos quanto ainda o mundo precisa da presença missionária dos cristãos. Quanto precisa do amor!

O desrespeito à vida atinge o paroxismo cênico do assassinato de uma criança, porque os crimes contra o nascituro, bem, para estes já não há clamor. Do outro lado do mundo, os atingidos pelas catástrofes não tem sequer o direito de serem socorridos pela ajuda internacional. Se não morrem vítimas do ciclone, como milhares de seus irmãos, devem morrer de fome e de frio, porque os assim chamados administradores da região, não lhe deixam passar os alimentos e os agasalhos. Mandantes de crimes são absolvidos e campeia pelos meios de comunicação o incitamento à luxúria em meio à evidência dos escândalos no uso do dinheiro público.

O Espírito Santo renova a face da terra, rezamos ao invocá-lo. A terra foi irrigada pelo sangue do Cordeiro que corria do calvário onde Ele pagou o débito de Adão pelo qual a morte entrou no mundo. Vencida pelo sacrifício redentor, a Vida ressurgiu para todo o orbe. Pela ação do Espírito do Senhor Jesus, nós que já temos a graça da fé, recebemos a força para anunciá-la – “ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda a criatura.” (Cf. Mc 16,15)

A ação do Espírito de Deus se faz por nosso meio. Pela nossa ação no mundo. Os discípulos estavam com medo depois dos acontecimentos da paixão do Senhor. Desceu sobre eles o Espírito e, assim fortificados, partiram a anunciar as maravilhas de Deus.

Tenhamos consciência da nossa fé e procuremos ser luz neste mundo de trevas. Se temos a riqueza da vida do espírito, manifestemo-la ao mundo, vamos reparti-la com toda a terra que, angustiada, espera a manifestação dos filhos de Deus: “Sabemos que todo o universo até agora continua gemendo e sofrendo as dores do parto” (Rom 8,22)para que ele também possa viver a esperança da redenção. Deus é amor em essência e quer que também nós vivamos no amor e neste enlaçamento com os irmãos nos enriqueçamos a todos no Espírito e invoquemos confiantes a Deus como nosso Pai.

DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO METROPOLITANO DE JUIZ DE FORA, MG.

Publicado no Portal A Catequese Católica

7 Características dos Filhos do Céu

Olá amigos do Blog Dominus Vobiscum! Estou de volta! A missão em Morrinhos foi maravilhosa! Deus operou muitas graças naquele povo. E foi um fim de semana de muitas bençãos. E o melhor de tudo é que dessa vez, consegui copiar todas as pregações em áudio para colocar no blog. Assim você que visita o Dominus Vobiscum pode também ouvir a pregação. A primeira pregação eu coloquei o nome de: As sete características dos Filhos do Céu. Nela eu falei de sete das características que fazem parte da vida dos filhos do céu. Sei que existem mais de sete, porém estas foram as que o Senhor me inspirou.

Gostaria que você ouvisse e comentasse!Pax Domini!

Ouça a pregação agora

Baixe para o seu computador clicando aqui

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Restaurar o relacionamento com Deus


Sem a experiência de Deus,
nenhuma pessoa conseguirá amar verdadeiramente

A absoluta necessidade da restauração da família exige a restauração do relacionamento com Deus. Deus ficou fora da vida da maioria de nossas famílias. O problema maior é que sem Deus, em pouco tempo, o amor deixa de ser amor. Sem Deus o que se pensava ser amor transforma-se em fonte de sofrimento, solidão e morte. O amor é impossível sem Deus. No máximo se consegue manter uma paixão, mal resolvida, fraca e instável.

Sem a experiência de Deus, nenhuma pessoa neste planeta conseguirá amar verdadeiramente. O amor real é muito diferente do imaginário, sempre poético e cheio de emoções positivas e bonitas. O amor real é feito também de emoções negativas, de coisas feias, de incertezas, medos e desafios. O amor real muitas vezes passa pela experiência da morte, do aniquilamento, do esquecer-se de si mesmo; e isso sem Deus, é impossível superar.

Por isso, é fundamental descobrirmos um caminho para Deus. Aliás, penso que aqui se encontra também a grande possibilidade da restauração de nossas famílias. Somente a partir de uma experiência de Deus, é possível falar em experiência de amor. O mundo moderno carece de um modelo de matrimônio e de família. Infelizmente, muitos olham para o matrimônio cristão como um conjunto de renúncias, sacrifícios, obrigações, deveres e pecados.

O fato de ser o matrimônio cristão sacramento dá uma dinâmica que o distingue de todas as outras formas de relacionamento humano, até mesmo no campo religioso. Sendo sacramento, o matrimônio cristão é dinâmico e vivo. Essa vivacidade é o grande caminho para que o mundo encontre o sentido primeiro do amor. Quanto mais próxima de Deus melhor a família saberá ser um caminho original rumo ao sentido do sagrado, perdido pela sociedade moderna. O mundo perdeu o senso do sagrado, o caminho da transcendência, mas, consciente ou inconscientemente, esta buscando essa transcendência.

Deus recorre, muitas vezes, às imagens matrimoniais e familiares para falar de seu amor pela humanidade. Se Deus recorre à imagem do amor humano para se manifestar, é mais do que correto fazermos o mesmo. Olhando para o amor humano, santo e sarado, chegaremos a perceber o amor divino.

Para que isso aconteça, é preciso perceber como é a presença de Deus na vida de cada pessoa da família. Deus não pode ser um estepe em minha vida. Precisamos ter um relacionamento pessoal com Ele, e não somente uma oração desesperada ou mágica, nas horas de crise e dificuldade.

Deus precisa ser Aquele que dá orientação e sentido à minha vida.

.: Trecho do livro: Famílias restauradas

Padre Léo - SCJ

Por que o verbo se fez carne?


Eu não sei vocês, mas eu já me fiz essa pergunta várias vezes. Muitas vezes eu pensei: Por que Jesus se fez homem?

A resposta eu encontrei no Catecismo da Igreja Católica:

Com o Credo niceno-constantinopolitano, respondemos, confessando: “E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espirito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem” (CIC§456)

A resposta do Catecismo a princípio me pareceu básica e até seca (tipo curta e grossa, rss). Mas na verdade é assim mesmo que deve ser respondido. Deus queria nos salvar e como pensamos teria várias formas de fazer isso, afinal de contas, é Deus. Porém Deus não queria apenas nos salvar, mas nos ensinar o verdadeiro caminho. Ele quis tomar a forma humana para estar com os homens, e mostrar que é possível ser feliz, sendo peregrino nessa terra, sem viver no pecado. É preciso tomarmos sempre consciência do Ato de amor de Cristo por nós. Ele quis estar conosco. Quis caminhar no meio de nós. Quis nos ensinar verdades eternas. Quis sofrer o que nós sofremos. Que se alegrar com nossas alegrias. E principalmente… Quis dar a vida por nós. Hoje é dia de louvarmos a Deus por esse gesto! Você já agradeceu a Deus hoje por ter nos dado Seu Filho?

Dominus Vobiscum

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Publicado no Blog Dominus Vobiscum.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Sobre Deus- O poder d’Ele não fere nem desrespeita o espaço humano de nossas escolhas

O que podemos esperar de Deus? O que nos diz a religião cristã a respeito da intervenção divina na vida humana? Como é que podemos pensar a dinâmica dessa relação?

Ando pensando que o desafio de todas as relações esteja justamente em não confundirmos os papéis. Nenhuma relação humana será saudável na confusão dos papéis. Definir o que se é consiste em construir as bases sólidas que nos permitirão “esperar e também nos desesperar”. Já me explico. “Esperar” é a atitude que nos permite a serenidade de que o outro fará por nós, aquilo que não podemos fazer sozinhos. “Desesperar” é chegar à conclusão de que a vida tem limites, que terão de ser respeitados. Desesperar não significa sair gritando, esbravejando desaforos a respeito dos limites, mas consiste em serenar o coração, aquietando-o e esperando os ensinamentos que virão do acontecimento que provocou a desesperança. E assim concluo: o desespero é o outro lado da esperança…

Gosto de olhar para Deus. Gosto de esperar por Ele, sobretudo nos momentos das minhas desesperanças. Olho-O como quem olha querendo decorar, aprender, incorporar. Faço inúmeros pedidos a Ele, mas tenho sempre o cuidado para que minhas preces não sejam formuladas nos verbos imperativos… Prefiro apresentar as questões, colocá-las nas mãos d’Ele e depois esperar pela vida. Tenho medo de me tornar o deus de Deus. Receio que minhas preces sejam ordens mesquinhas Àquele que tudo sabe de mim. Por isso, eu ando dizendo que a vida é o espaço da liberdade, lugar onde me exercito como homem, desejoso de acertar e atualizar na minha vida, o único desejo de Deus para mim: a bondade. Somente a partir da bondade de Deus é que podemos dizer que Ele tudo pode. Ele tudo pode, mas o poder d’Ele não fere nem desrespeita o espaço humano de nossas escolhas. E viver é escolher.

A Teologia nos ensina que em Deus não há variação de humor. Ele é sempre amor, movimento que não sai da rota e que O coloca na coerência de ser o que é. E por isso é fácil entender a ação de Deus na vida humana. Dizer que Ele permite acidentes, doenças e que protege e desprotege é o mesmo que colocar uma contradição naquilo que Ele é. Expliquem-me, então: se Deus é amor, como posso entender que uma criança – como o nosso querido Lucas – tenha um câncer que viaja pelo seu corpo? Como não entender que o Senhor não tenha curado o nosso padre Léo de sua enfermidade tão dilacerante? Aí você pode me perguntar: “Então não adianta rezar, padre?” E eu respondo: adianta minha filha, meu filho. Rezamos, não para que Deus faça o que queremos, mas para que tenhamos forças de entender as fragilidades da vida, os limites do nosso corpo, e quem sabe, viver a surpresa da cura inesperada, quando tudo indicava que já tivéssemos chegado ao fim. Rezamos porque temos direito de pedir, de clamar, e de explicar as razões dos nossos desejos, mas não temos o direito de determinar o que Ele terá de fazer.

Estamos constantemente debaixo da proteção divina. Ela não nos deixa nunca, mesmo quando não pedimos por ela. Minha mãe também me diz quando saio de casa: “Vai com Deus, meu filho! Cuidado na estrada!” Na frase de minha mãe há duas realidades a serem observadas: o dom e a tarefa. O dom está na primeira expressão: “vai com Deus.” E eu vou mesmo. Ele não sabe me deixar ir sozinho. Na segunda está a tarefa: “cuidado na estrada!” Na tarefa, a vida resguarda o espaço para a responsabilidade humana. Tenho duas possibilidades diante da fala de minha mãe: acato ou não. Se eu acato, o dom se manifesta. Se não, ele fica ofuscado na minha escolha errada.

Cristianismo é isso. Não há relação saudável com Deus se não descobrimos constantemente as duas realidades na nossa vida: o dom e a tarefa. Em todas as situações humanas há sempre uma parcela de dom a ser recebida e uma parcela de esforço a ser executada. O milagre se dará por duas vias…

Não quero confundir ninguém. Quero apenas apontar os caminhos para uma religião madura, na qual Deus deixa de ser movido por nossas ordens mesquinhas, na qual a oração se torna o acolhimento do dom e o cumprimento da tarefa. Uma religião que, em vez de fazer perguntas absurdas, prefere o silêncio da busca que nos aperfeiçoa. Aí rezaremos com as mãos, com os pés, no trânsito, nas esquinas e em toda parte. Retiraremos de nossa mente a resolução fácil, aquela que justifica os piores acontecimentos do mundo como vontade de Deus… Permitir… dizer que “Deus permite” é voltar à única permissão que d’Ele brota: a vida, a bênção eterna, o dom que explode em todos os instantes nas menores iniciativas que geram o universo criado. A permissão é única, total e globalizante. Permissão que não contradiz em nada aquilo que Ele é.

Eu O [Deus] defendo sempre. Não quero que O acusem das desgraças do mundo. Quando minha irmã morreu num acidente trágico, vítima da imprudência humana, de uma bagagem que estava no lugar errado e que caiu sobre ela no momento em que o ônibus tombou, alguém quis me consolar à custa de uma acusação descabida: “Foi a vontade de Deus!” E naquele momento minha mente se iluminou para que eu não permitisse que Ele fosse injustamente acusado daquele crime. Prefiro desacreditar dos humanos a ter de pensar que Deus seja capaz de matar uma mulher que precisava viver para cuidar do seu filho…Prefiro encarar a dura realidade de que minha irmã estava morta, vítima da imprudência de um motorista que transgrediu a regra, a ter de dizer ao meu sobrinho que Deus não pensou na sua dor de menino, antes de permitir que o ônibus caísse naquela ribanceira… Preferi pensar que Deus estava chorando comigo, lamentando com meu sobrinho, consolando-o e o preparando para reacender nele a esperança que parecia diluída no ar…

Mas você poderia me perguntar: “Mas, padre, onde é que estava Deus no momento em que sua irmã morreu de forma tão cruel e assustadora?”

E eu lhe respondo sem receio de errar: No mesmo lugar em que estava no momento em que mataram o Filho d’Ele!

Padre Fábio de Melo

Padre Fábio de Melo é professor no curso de teologia, cantor, compositor, escritor e apresentador do programa “Direção espiritual” na TV Canção Nova.

Fonte: Portal Aeternum Dei

Por que o verbo se fez carne?

Pax Domini! No podcast de hoje vamos responder a uma pergunta elementar da fé cristã: Por que o verbo se fez carne? Por que Jesus se encarnou? O que significa encarnação?

É importante que nós estudemos e aprofundemos isso. Como dizia São Gregório de Nissa:

“Doente, nossa natureza precisava ser curada; decaída, ser reerguida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso trazer-nos à luz; cativos, esperávamos um salvador; prisioneiros, um socorro; escravos, um libertador. Essas razões eram sem importância? Não eram tais que comoveriam a Deus a ponto de fazê-lo descer até nossa natureza humana para visita-la, uma vez que a humanidade se encontrava em um estado tão miserável e tão infeliz?” (São Gregório de Nissa - Século IV)

Só dê ouvidos a quem ama você



O que o salva não é o que os outros acham a seu respeito

Só dê ouvidos a quem o ama. Outras opiniões, se não fundamentadas no amor, podem representar perigo. Há pessoas que vivem dando palpite na vida dos outros; o faz porque não são capazes de viver bem a própria vida. São especialistas em receitas mágicas de felicidade, de realização, mas quando precisam fazer a receita dar certo na própria história, fracassam.

Existem pessoas que gostam de fazer a vida alheia a pauta principal de seus assuntos. Elas possuem solução para todos os problemas da humanidade, menos para os seus. Dão conselhos, propõem soluções, articulam, multiplicam, subtraem, fazem de tudo para que o outro faça o que elas querem.

Só dê ouvidos a quem ama você, repito. Cuidado com as acusações de quem não o conhece. Não coloque sua atenção em frases que o acusam injustamente.

Há muitos que passam a vida feridos porque não souberam esquecer os insultos maldosos. Prenderam a atenção nas palavras agressivas e acreditaram no conteúdo mentiroso delas.

Há outros que carregam o fardo permanente da irrealização porque não se tornaram capazes de esquecer a palavra maldita, o insulto agressor. Por isso repito: só dê ouvidos a quem o ama. Não se ocupe demais com as opiniões de pessoas estranhas. Só a cumplicidade e conhecimento mútuo podem autorizar alguém a dizer alguma coisa a respeito do outro.

Ando pensando no poder das palavras. Há palavras que bendizem; outras, que maldizem. Descubro cada vez mais que Jesus era especialista em palavras benditas. Quero ser assim também. Além de bendizer com a palavra, Ele também era capaz de fazer alguém esquecer a palavra que o amaldiçoou. Evangelizar consiste em fazer o outro esquecer o que nele não presta, e que a palavra maldita insiste em lembrar.

Quero viver para fazer esquecer... Queira também. Nem sempre eu consigo, mas eu não desisto. Não desista também.

Há mais beleza em construir do que em destruir. Repito: só dê ouvidos a quem ama você. Tudo o mais é palavra perdida, sem alvo e sem motivo santo. Só mais uma coisa: Não se preocupe tanto com o que acham de você. Quem geralmente acha algo, não achou nem sabe ver a beleza dos avessos que nem sempre você revela. O que o salva não é o que os outros andam achando... Mas é o que Deus sabe a seu respeito.

Pe. Fábio de Melo

Publicado no Portal da Canção Nova

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Vida no Espírito Santo


O Espírito Santo é o grande sopro de Deus. É o grande alento de Deus. É a grande partilha de Deus conosco. O Espírito Santo na Trindade é Aquele que procede do Pai e do Filho, é Aquele que tem o encargo de transbordar para nós a Pessoa do Pai e do Filho. O Espírito Santo é Aquele que na Trindade é testemunho e promotor do amor e do conhecimento entre o Pai e do Filho. Ele é o encarregado de prosseguir a missão de Jesus e fazer transbordar para nós, o próprio ser do Pai e do Filho.

Jesus diz: “eu vou enviar o meu Espírito Santo, ele testemunhará para vocês o que vocês agora não conseguem entender”. Então Jesus está dizendo que o Espírito Santo é Aquele que transborda do Pai e do Filho para nós homens. Muitas vezes nós limitamos o Espírito Santo a dons, virtudes, carismas, inspirações e revelações, no entanto, o Espírito Santo é Deus e vai muito além de tudo isto, porque ele é Deus, e quando o Espírito Santo transborda, Ele gera em nós a Pessoa do Pai e a Pessoa do Filho, e começa uma obra de divinização.

Quando Jesus diz: “Sede perfeitos como o pai Celestial é perfeito” está nos dando um mandato de divinização. Jesus está nos mandando ser dóceis a esse processo de divinização que Ele está realizando em nós. E isto é muito sério. No entanto, nós conhecemos esta obra tão profunda de uma maneira rápida e superficial. Divinização não significa que nós nos tornamos deuses, mas que o Senhor quer fazer em nós um processo de divinização, o Espírito Santo quer esculpir em nós a imagem de Jesus , revestir o nosso interior e exterior com a imagem de Jesus, que é ser um outro Cristo, ser um outro Jesus. O processo de divinização realizado pelo Espírito Santo, portanto, significa que a imagem e semelhança de Deus que foi corrompida pelo pecado é refeita, significa a realização da obra de redenção, de justificação, de santificação feita em nossa vida.

A Palavra de Deus nos ensina que quem não tiver em si o Espírito de Deus não pertence a Deus, não é dele: “Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o Espírito de Deus habita em vós. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é dele” (Rm 8,9). Os verdadeiros filhos de Deus, diz São João, não “nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus”. Mais adiante quando Jesus conversa com Nicodemos, diz: “Necessário vos é nascer de novo” (Jo 3,7). Aquele que nasce da carne é carne, o que nasce do Espírito é espírito.

O Espírito Santo é Aquele que ordena a vida espiritual do homem para a caridade. É Aquele que ordena o homem para a perfeição, porque a perfeição acontece quando o homem ama com o amor divino. O Espírito Santo é Aquele que diviniza o homem a imagem de Jesus. E nós sabemos disso, mas nós não sabemos como isso funciona. Por isto, podemos viver dentro de uma comunidade cristã, que serve a Igreja, e vivermos segundo a carne, gostando do que é carnal. Mesmo vivendo dentro de uma comunidade cristã podemos não ter a abertura necessária para que o Espírito Santo realize em nós o processo de santificação.

Para que este processo aconteça em nossas vidas, requer de nós uma abertura profunda ao Espírito, requer uma coerência de vida que o próprio Espírito nos dá, mas que supõe a submissão da vontade do homem, do seu sim, do seu fiat. O que acontece muitas vezes com aqueles que dizem sim ao chamado de Jesus é que até começaram a viver no Espírito, mas terminam por viverem na carne.

Os cristãos comprometidos, que participam de uma comunidade cristã ou de grupos de oração, muitas vezes pensam que vivem no Espírito, porque oram, porque são fiéis as orações comunitárias ou porque possuem um ministério, e, no entanto, seus corações estão cheios de mentalidade, de sentimentos de quem vive uma vida na carne. É necessário que o homem dê espaço para a ação do Espírito em sua vida, se não, não crescerá na vida espiritual.

Para vivermos a vida no Espírito precisamos da ajuda deste mesmo Espírito pois precisamos deixar os frutos da carne. Em vez disto, muitas vezes continuamos satisfazendo os apetites da nossa carne. Precisamos pedir muito a Jesus que tire do nosso coração toda hipocrisia. São Paulo nos diz: “Deixai-vos conduzir pelo Espírito e não satisfazei aos apetites da carne”. Ë uma lei tão simples, sem nenhuma complicação. O cristão que não segue as inspirações de Deus, as inspirações do Espírito, está correndo o risco de pecar gravemente. Por que? Porque os desejos do Espírito se opõem aos desejos da carne. Se não segue as moções do Espírito, qual a moção que seguirá? A da carne, com certeza. E um cristão não é chamado a viver a vida na carne. Não é chamado a viver destruindo a si próprio e aos outros. Estará fechando o seu coração para a ação da graça de Deus em sua vida.

Quais são os apetites da carne? Os apetites da carne são frutos das três concupiscências: prazer, poder e possuir, que foram combatidos por Jesus através da pobreza, obediência e castidade. Então, se nós vivermos pelo Espírito não satisfaremos os apetites da carne. É necessário tomarmos uma decisão. E a partir daí, orientarmos a nossa vida segundo esta decisão. Deus nos convida a vivermos cheios do Espírito Santo.

Jesus disse a Nicodemos que tudo aquilo que não é da luz, não vem para a luz, porque tem medo de ser revelada a sua maldade. Porém, tudo o que é de Deus, tudo aquilo que é santo vem para luz, porque não tem nada para esconder. Há coisas em nós que preferimos não ver. Há coisas em nós que preferimos achar que está tudo bem, porque gostamos do pecado. Nós gostamos do pecado. Não é novidade, nós gostamos do pecado. O pecado é “bom”. Brincamos com o pecado porque ele é gostoso para nós, ele nos satisfaz na carne, apesar de matar a nossa alma, de destruir o que temos de muito precioso, porque a morte da alma leva a morte do nosso ser.

Os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes, aos da carne. Então, para que o Senhor nos divinize com o Espírito do seu Jesus, é preciso vivermos no Espírito e tirarmos tudo o que é carnal de nossas vidas, porque vai fazer oposição ao Espírito, vai entristecer o Espírito, vai afastar o Espírito de nossas vidas, e vai nos fazer viver na carne. É o inferno.

O senhor não nos conhecerá quando dissermos para Ele: “Meu filho eu não conheço você. Você viveu na carne. Você cuidou de forma carnal de algo que é Espírito, uma graça espiritual, uma graça única, graça de pouquíssimos, de privilegiadíssimos. Você cuidou dessa graça, você cuidou da condução do Espírito nessa graça como homem natural e o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras” (cf. I Cor 2,14). “Quem semeia na carne, da carne colherá corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna” (Gal 5,8).
Seremos fortes enquanto vivermos no Espírito. Nossa vida será coesa enquanto vivermos no Espírito. Ela será cheia de poder, enquanto vivermos no Espírito. E somente cheios do Espírito poderemos realizar as mesmas obras de Jesus ou até maiores do que elas (cf. Jo 14,12).

As obras da carne são, como nos ensina São Paulo: “Fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio...” (Gal 5,18-21). Precisamos refletir se estamos vivendo no Espírito ou na carne, porque aqueles que agem através dessas obras da carne, como querem ser cheios do Espírito? Como querem ter vida de oração? Deus vai derramar o Seu Espírito, a Sua graça sobre aqueles que estão de coração aberto e lutam contra estas obras da carne. Se nós vivemos na carne, a nossa vida de oração é uma mentira. É melhor não rezar. É melhor rezar o salmo mecanicamente, sem rezar nenhum minuto no Espírito, para ver se pela Palavra Deus realiza a nossa conversão.

As nossas centralizações, o lugar onde colocamos o nosso coração se não estiver em Deus, certamente nos levará a realizar as obras da carne. Não é aquela pessoa, aquele namorado, aquele desejo, aquele plano... que devem ser o centro da nossa vida, mas únicamente Deus. Deus é o centro de tudo, não podemos sair por aí colocando outros deuses na nossa vida. Desejar viver a vida no Espírito significa dizer que somos esposas de Jesus, que queremos ser d’Ele.

Nós muitas vezes mitigamos nossos conceitos morais, porque nós com nosso libertinagem que atinge níveis que não podemos imaginar, vamos mitigando a nossa vida cristã. Deus nos pede uma vida como a sua, de penitência, de renúncia, de abandono, de sacrifício, de compromisso, mas nem parece, porque estamos sempre nos justificando para fazermos exatamente o contrário. Dessa forma vamos mitigando a nossa vida cristã.

Outra situação não rara é em relação a oração pessoal, terço, estudo bíblico, a vida sacramental. Começamos até muito bem, mas depois vamos nos descuidando, nos contentamos com pouco: “afinal de contas já está tão tarde e hoje eu já fiz tantas coisas para Jesus”. Libertinagem não é só ir para festas carnavalescas, aderir ao sexo livre, é também irmos mitigando as coisas de Deus, as exigências do Evangelho, é nos entregarmos a vida na carne, é não termos uma amor a Deus concreto e indiviso, um amor total.

Tudo isto é fruto da mitigação, da vida mais ou menos, da entrega de vida com reservas, sem nos abandonarmos inteiramente. Parece que queremos que aconteça o impossível: colocar o Evangelho dentro da nossa medida e isto é deslealdade, é cometer uma grave injustiça contra Deus que é o Senhor de tudo. Isto é tentar a Deus, dissimular, mentir, enganar a si mesmo e o pior, enganar também a Deus. Isso acontece porque os apetites da nossa carne não estão submetidos à condução do Espírito Santo. Não cedemos aos apelos do Espírito que de forma profunda vencem os apelos carnais. “Não nos consideramos mortos ao pecado, porém vivos para Deus” ( Rm 6,11). Oferecemos os nossos membros ao pecado, em vez de oferecê-los como instrumento do bem a serviço de Deus (cf. Rm 6,13). E isto é libertinagem, lugar de desordem, cada um faz o que quer. Isto é destruir vocações cristãs e a vida espiritual.

Começa então a existir no meio cristão inimizades, brigas, fofocas, ciúmes, ódio, escândalos...Tudo isso é libertinagem! Tenhamos cuidado porque desta forma ficaremos cheios não do Espírito Santo e sua graça, mas das coisas mundanas. É preciso que aconteça a decisão se queremos Deus ou as coisas do mundo que satisfazem nossa carne manchada pelo pecado, como as orgias, invejas, bebedeiras, ciúmes, competições... “dessas coisas vos previno, como já vos preveni, os que as praticam não herdarão o Reino de Deus”, como nos exorta São Paulo. Acontece ao contrário com aquele que se lança nos braços do Espírito Santo, este é leal, é verdadeiro, porque deseja fazer a vontade de Deus, é aquele que se decidiu por Deus sem reservas, é um sábio, conheceu aonde se encontra o verdadeiro tesouro, nenhum brilho é capaz de ofuscar a sua decisão por Deus.

Além de tudo isto precisamos experimentar a alegria de pertencer ao Senhor, pois é a única fonte de alegria, é o único que pode saciar-nos. O amor de Deus é muito maior que discórdia, do que o ciúme, do que a inveja, do que a centralização em mim mesmo, do que a minha opinião. Estas coisas podem até me trazer uma satisfação, mas é satisfação como a do vinho, que trás aquela euforia, mas esta euforia é passageira e deixa uma tremenda dor na alma e no corpo.

A vida na carne pode nos trazer um prazer carnal, mas nos mata, por isso devemos buscar somente a alegria que vem de pertencermos a Deus, de desfrutarmos do seu amor que nos cura e salva. Tudo que existe no mundo não se compara ao amor de Deus por nós, não se compara a felicidade que desfrutamos pelo fato de pertencermos a Deus, dele ser o Senhor de nossa vida. As coisas do mundo podem até serem deliciosas, mas não são tão deliciosas como a vida com Deus, a vida no Espírito, por isso devemos nos decidir em entregarmos a nossa vida a Ele, em nos darmos inteiramente a Ele, à Sua vontade, à vida no Espírito que contraria os nossos desejos carnais. Preferimos nos consumir na penitência, na continência, no silêncio, para que desfrutemos plenamente do amor de Deus e não andemos enganados com outros amores.

Fonte: Arquivo Shalom

terça-feira, 13 de maio de 2008

Palavras do Fundador do Protestantismo

”Quem são todas as mulheres, servos, senhores, príncipes, reis, monarcas da Terra comparados com a Virgem Maria que, nascida de descendência real (descendente do rei Davi) é, além disso, Mãe de Deus, a mulher mais sublime da Terra? Ela é, na cristandade inteira, o mais nobre tesouro depois de Cristo, a quem nunca poderemos exaltar bastante (nunca poderemos exaltar o suficiente), a mais nobre imperatriz e rainha, exaltada e bendita acima de toda a nobreza, com sabedoria e santidade.”

(Martinho Lutero, ”Comentário do Magnificat”, cf. escritora evangélica M. Basilea Schlink, revista ”Jesus vive e é o Senhor”).

Dominus Vobiscum

Fátima, escola na arte de orar, crer e amar


Um mistério de fé após 91 anos

“Apraz-me pensar em Fátima como escola de fé com a Virgem Maria por Mestra; lá ergueu Ela a sua Cátedra para ensinar aos pequenos videntes e depois às multidões as verdades eternas e a arte de orar, crer e amar. Na atitude de alunos que necessitam de aprender a lição, confiem-se diariamente, a Mestra tão insigne e Mãe do Cristo”. Essas são palavras do Papa Bento XVI dirigidas aos Bispos Portugueses durante a visita “Ad limina”.

Certamente, o discurso apresenta muitos outros pontos que merecem destaques, mas chamou-me atenção o fato de o Pontífice observar a escolha de Maria por fazer de Fátima a sua Cátedra. Sendo Ela Mestra da simplicidade, não é de se admirar que tenha escolhido as crianças como seus primeiros alunos e mensageiros. E que crianças! São tão puras e sedentas de Deus que me embaraço todas as vezes em que tento entrar no mundo delas para entender melhor o que viveram.

Existe um misto de fé, pureza e amor a Deus encontrado nelas, o qual tem o poder de nos afastar dos ruídos e das ofertas deste mundo e nos fazer tocar – nem que seja por instantes – na alegria eterna.

91 anos depois das Aparições de Nossa Senhora, Fátima continua sendo um mistério de fé que, cada vez mais, atrai peregrinos vindos das mais diversas realidades e lugares. Por estes dias, quando celebramos o aniversário da primeira aparição ocorrida a 13 de maio de 1917, contemplo diariamente a chegada de peregrinos que, em grupo ou sozinhos, chegam fadigados, muitas vezes, até debilitados devido à longa distância percorrida a pé, mas, geralmente, emocionados e felizes por estarem, aqui, na Cova da Iria.

Hoje mesmo, ao cair da tarde, vi um grupo com essas características passar na minha rua e fiquei imaginando: São os alunos da Virgem de Fátima! Lembrei-me das palavras do Papa Bento XVI quando diz que, aqui nesta terra, Nossa Senhora ergueu a sua Cátedra e nos ensina a arte de orar, crer e amar.

Talvez seja por essa razão que pessoas do mundo inteiro acorram à Fátima! O mundo tem sede do amor simples e puro que brota do coração da Mãe. Provavelmente estejamos saturados de aprender outras artes e tenhamos acordado a tempo de perceber que o essencial desta vida se esconde na simplicidade do ordinário vivido com amor. Os Pastorinhos, Lúcia e seus primos Francisco e Jacinta, descobriram esse segredo e souberam corresponder enquanto viveram as lições ensinadas pela Mestra.

Mas a Mensagem não ficou restrita à pequena Aldeia de Fátima. Ela atravessou o oceano e espalhou-se pelo mundo, como folhas secas que o vento do outono leva para onde quer. Com o avanço da tecnologia e a fé de muitos, a mensagem de Nossa Senhora em Fátima é hoje conhecida por toda a humanidade. Acredito que chegou a hora de fazermos as lições de casa. A mensagem, em geral, nos convida para uma vida de oração, especialmente a reza do terço, assim como para conversão, as penitências e sacrifícios em reparação dos pecados da humanidade.

Na terceira aparição, no dia 13 de julho de 1917, a Santíssima Virgem ensinou aos Pastorinhos – e eles nos transmitiram – uma nova jaculatória que deve ser rezada com freqüência, especialmente quando fizessem algum sacrifício:

"Oh meu Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores, pelo Santo Padre e em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria".

Contemplar a simplicidade desta terra e deste povo – escolhido pela “Senhora mais brilhante que o sol” – faz-me desejar viver na atitude humilde de aluna que necessita aprender a lição e confiar-me diariamente à Mestra tão insigne, como bem recomendou Bento XVI, para que a minha vida antecipe o céu na terra e molde a terra à imagem do céu. Talvez seja ousadia pensar assim; mas o primeiro Aluno na escola de Maria, Seu Filho Jesus, ensinou-nos com a vida que colocando em prática as lições da Mãe e seguindo Seus passos na arte de orar, crer e amar, podemos transformar o mundo.

Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com
Missionária da Comunidade Canção Nova, em Fátima, Portugal Trabalha na Rádio CN FM 103.7

Publicado no Portal da Canção Nova