"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Não perca o encanto pela vida


Ser feliz não é viver sem sofrimento

Viver é uma aventura, e, diga-se de passagem, uma aventura muito bela. Descobrem a beleza da vida, as almas que nunca perdem o encanto e a ternura diante de cada novo dia e de cada nova experiência.

Enche-se de leveza e alegria o coração que nunca perde a novidade e que enfrenta as realidades, a cada dia, como se tudo fosse novo, encantando-se diante da criação e diante da beleza presente nos detalhes do existir. Ao contrário, quem perdeu o encanto com a vida e a enxerga com ares de "hora extra", acreditando já ter contemplado tudo o que ela tem a oferecer, acaba por conceber a existência como um peso, como realidade opaca e destituída de significado.

Uma das piores coisas do mundo, pior até que "dor de dente", é conviver com alguém que se cansou de viver, que vê a vida de maneira distorcida e negativa, em virtude das marcas que o passado lhe acrescentou... Quem fica com os olhos fixados no passado se torna incapaz de ver o presente. E quem não o vê está morto. Não existe maior expressão de morte para alguém do que deixar de enxergar o mundo e o presente, como se fosse a primeira vez...

Que as dores – que vivemos – não nos roubem o olhar de esperança diante de cada situação.

Nosso presente é o presente que Deus nos entrega, e cabe a nós, com o auxílio e a graça d'Ele, reconstruir, no hoje, as belas e originais ilustrações e formas de nossa história.

Fomos criados para a felicidade, independentemente do nosso passado e das dores que vivenciamos. Ser feliz não é viver sem sofrimentos, mas é saber crescer com estes, não permitindo que eles nos aprisionem.

Não existe realização sem luta e desafio. Quem luta por sua felicidade já a alcançou, é apenas uma questão de tempo. É possível ser feliz no hoje. A felicidade é sempre uma real possibilidade, depende apenas da forma como enxergamos a vida.

Nunca desista de lutar pela vida e por seus sonhos, saiba que você é muito mais do que seu passado e suas escolhas erradas. Creia que hoje, agora, é o momento ideal para ser feliz!


Adriano Zandoná
verso.zandona@gmail.com

Fonte: Portal da Comunidade Católica Canção Nova

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ser santo é ser humano


Muitos pensam que para ser santo é necessário deixar de ser gente


Santificar-se é descobrir que o projeto de santidade ocorre com a ajuda do Espírito Santo, que move as diferentes pessoas nos diferentes tempos e faz uma obra maravilhosa. Move-nos em um movimento de felicidade. Porque ser santo é ser feliz.

A santidade é feita de momentos, do agora, de oportunidades, de encontros. Ao ler este artigo, você estará traçando um projeto de felicidade, pois poderia estar agora envolvido em outras mil e um coisas, mas está aqui diante desta página confrontando-se com estas palavras.

O Espírito Santo plasma em nós a todo momento uma atitude santa. Uma atitude beata (beato=feliz).

Não negligencie a felicidade que Deus lhe concede. Felicidade é santidade. E não se trata de uma felicidade passageira, uma felicidade “fast food”. Ela não é rápida como a internet de banda larga, mas compõe um projeto de continuidade, de começos, meios e fins.

Infelizmente, muitos pensam que para ser santo é necessário deixar de ser gente e esquecer que a vida é um projeto de bem-aventuranças (felicidade). Ser santo é ser gente na plenitude. É ser humano em tudo aquilo que comporta a palavra “humano”.

Jesus sempre fez este processo de humanização com as pessoas, fazendo-as tomarem posse de si mesmas e, assim, levando-as a se disporem. Ser pessoa não é só completar o que somos e temos de melhor, mas descobrir e cultivar o que temos de melhor para o benefício de outros. Isso é santidade. Santidade é ser melhor e não apenas “o melhor”.

Quer saber como ser santo? Faça bem todas as coisas. Leve Jesus para todos os lugares. Convide-O para estar em todos esses lugares. Santidade não é fuga do mundo, mas transformação deste mundo. É saber que podemos deixar marcas de céu na vida de todos aqueles que estão ao nosso redor. Isso é ser santo. Fazer bem todas as coisas e amar. Este é o segredo da santidade, a verdade de uma humanidade que vive na plenitude. O amor é tudo o que as pessoas procuram.

Não podemos desperdiçar nossa juventude. Devemos vivê-la intensamente, apostando tudo em Jesus e sendo gente, humanos. Sempre com a certeza de que é possível ser santo de calças jeans.

(Do livro "Santos de calça jeans" de Adriano Gonçalves, da Editora Canção Nova)

Adriano Gonçalves
adriano@geracaophn.com

Fonte: Portal da Comunidade Católica Canção Nova

domingo, 7 de novembro de 2010

As bem-aventuranças são para os que se deixam transformar


Padre Eliano
Foto: Robson Siqueira/ Fotos CN

Hoje, na Solenidade de Todos os Santos, o nosso coração precisa desejar a santidade. Nos santos Deus revela Sua face e Seu amor.

No início do Evangelho (Mateus 5,1-12a), Jesus se coloca a falar com as multidões. Que todos nós nos aproximemos hoje diante da Palavra de Jesus que nos revela que Deus é a fonte, a razão de toda a felicidade.

A encarnação revela o amor de Deus que se faz carne no seio da Virgem Maria. Isso dá um novo sentido perante a realidade, torna-se possível a bem-aventurança, mas é preciso mudança de vida. Por isso as bem-aventuranças são dirigidas a todos que se deixam transformar em uma interioridade profunda, concreta. A ação externa é transformada pela novidade do Reino, é a graça de Deus ligada a vida reta do cristão. As bem-aventuranças são a beleza da presença Divina que alcança o homem e o quer feliz.

A primeira bem-aventurança se volta para os pobres em espírito.“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”.Ela é dos humildes, dos pequenos. São felizes aqueles que se apresentam diante de Deus com as mãos vazias porque renunciaram as atitudes orgulhosas.

Devemos olhar cada bem-aventurança e perceber que é um apelo a todo aquele que quer seguir Jesus. Não há lugar no Reino dos Céus para quem não for pobre em espírito.

A segunda bem-aventurança fala aos aflitos. “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados”. É a bem-aventurança daqueles que vivem a aflição. O humilde que passa pela aflição a Deus confia. Somente o humilde passa pela aflição confiando e se deixa consolar por Deus.

A terceira bem-aventurança fala da mansidão. “Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra”. O homem e a mulher governados por essa mansidão, são aqueles que constroem as coisas desarmados, sem a autodefesa. É alguém que não tem o próprio ego como centro. Somente aquele que é manso, se deixa conduzir por Deus que vai conduzindo-o no Seu querer. A mansidão é segredo da santidade.

A quarta bem-aventurança: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”. É aquele que está sempre com sede da santidade porque quer ver a Deus. Está engajado na vontade de Deus a todo momento, e se angustia se está longe da vontade do Pai. Somente o sedento da vontade de Deus será saciado no Reino dos Céus. Há essa fome, essa sede em você? O Reino dos Céus é para os sedentos e famintos da vontade do Pai.

"O homem é aquilo que ama e admira"
Foto: Robson Siqueira/ Fotos CN

Quinta bem-aventurança: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”. As bem-aventuranças partem da humildade porque chegam na misericórdia. São aqueles que concretamente liberam em seus corações o perdão que reconcilia, não vivem tomado de divisões interiores porque em seus corações reina a misericórdia do Pai. O que reina em seu coração? Se não reinar a misericórdia, você não será feliz.

A sexta bem-aventurança fala aos puros de coração. “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.” Os que trazem essa pureza são declarados bem-aventurados por Jesus. Com que você tem alimentado seu coração? O que você tem buscado? Você tem buscado aquilo que é puro e verdadeiro? Caso contrário seu coração se tornará impuro. No Reino de Deus tem lugar somente para os corações puros.

Sétima bem-aventurança: “Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”. São felizes os que promovem a paz. Jesus se congratula com os que semeiam a paz, com os que promovem a reconciliação. O shalom do Pai se revela na face, na palavra e nos gestos dessas pessoas. Você faz bem para os outros? As pessoas têm alegria em conviver com você?

A oitava bem-aventurança é para os perseguidos. “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus”.São felizes os que são perseguidos por causa da justiça. Não é uma perseguição por qualquer coisa, mas por causa da fidelidade ao querer de Deus. As demais bem-aventuranças precisam reinar em nosso coração para que na perseguição nós tenhamos força.

Na nona bem-aventurança Jesus se dirige aos discípulos. “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”. Essa última bem-aventurança é do discípulo que de fato segue o seu Senhor, não de quem segue a si mesmo, de quem segue Jesus porque é aplaudido. Jesus fala do discípulo que segue a Deus por aquilo que Ele é, e não simplesmente por causa da recompensa. É a bem-aventurança do discípulo que sofre pela verdade. Aqui Jesus é a causa da perseguição e também a fonte da salvação. Se alguém sofre por ser cristão não fique envergonhado.

Nós precisamos e desejamos a manifestação de Jesus, aqui está nossa esperança. Nossa esperança está no fato de que somos cidadãos dos Céus. Somos vocacionados para eternidade. A felicidade não está nesse mundo, mas ainda tem muita gente buscando naquilo que é passageiro, aquilo que é pleno.

Meus irmãos, a grande tribulação chegará, e como estará a nossa vida? O homem é aquilo que ama e admira. Somente uma vivência de fé coerente suportará a tribulação. De outra forma, ninguém suportará, é violenta demais para aqueles que não viveram seu batismo.

Cuidado com aquilo que você tem amado, porque senão você não será esse bem-aventurado do Evangelho.



Padre Eliano
Fraternidade Jesus Salvador

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O divórcio começa no coração


Casais, quebrem a dureza do coração

As relações conjugais estão em crise, pois cada pessoa quer a sua própria felicidade, e os casais, hoje, estão se divorciando por qualquer motivo.

A raíz do divórcio é a "dureza de coração". Mas hoje Jesus quer falar para as famílias que o divórcio acontece, primeiramente, nos corações dos casais, para depois ir para o papel.

Vou contar-lhes uma história que ouvi, cujo autor é desconhecido:

O homem por detrás do balcão, olhava a rua de forma distraída, enquanto uma garotinha se aproximava da loja, ela amassou o narizinho contra o vidro da vitrina. Os seus olhos da cor do céu, brilharam quando viu determinado objeto. Ela entrou na loja e pediu para ver o colar de turquesas azuis.

- É para minha irmã. Você pode fazer um pacote bem bonito?

O dono da loja olhou desconfiado para a garotinha e lhe perguntou:

- Quanto dinheiro você tem?

Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e foi desfazendo os nós. Colocou-o sobre o balcão, e feliz disse:

- Isto dá, não dá? (Eram apenas algumas moedas que ela exibia orgulhosa.)

- Sabe, continuou, eu quero dar este presente para minha irmã mais velha. Desde que morreu nossa mãe, ela cuida da gente e não tem tempo para ela. Hoje é aniversário dela e tenho certeza que ela ficará feliz com o colar que é da cor dos olhos dela.

- O homem foi para o interior da loja. Colocou o colar em um estojo, embrulhou com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com uma fita verde.

- Tome! Disse para a garota. Leve com cuidado.

Ela saiu feliz saltitando pela rua abaixo. Ainda não acabara o dia, quando uma linda jovem de cabelos loiros e maravilhosos olhos azuis adentrou a loja. Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho desfeito e indagou:

- Este colar foi comprado aqui?


- Sim senhora.

- E quanto custou?

- Ah! Falou o dono da loja. O preço de qualquer produto da minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o freguês.

- A moça continuou: - Mas minha irmã somente tinha algumas moedas. E esse colar é verdadeiro, não é? Ela não teria dinheiro para pagar por ele.

O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou a fita e o devolveu à jovem.

- Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar. Ela deu tudo que tinha!

O silêncio encheu a pequena loja, e lágrimas rolaram pela face da jovem, enquanto suas mãos tomavam o embrulho. Ela retornava ao lar emocionada...

Você é capaz de tudo pela sua família? Você precisa dar tudo o que tem por ela. Para que você se casou? Por que você está noivo? O que o motiva a se unir a esta mulher ou a este homem?


Esposa, procure tempo para olhar dentro do olho do seu esposo e dizer que o ama. Isso não é coisa de casal "novinho"; isso é característica de família. Espero que ninguém "morra" em sua casa. Espero que você não durma do lado de um cadáver.

Se as coisas estão mal para sua família, opte por andar pelo verdadeiro caminho que é Jesus. Ele grita ao nosso coração: "Sua família é boa, o seu casamento é bom". Deus acredita na sua família, Deus acredita em você, na sua história. Deixe de ser tonto! Ande pela estrada certa e não se esqueça de que o caminho é Jesus; se você quiser que sua família seja feliz, entregue-a para Ele.

Casais, quebrem a dureza do coração, amem, porque ainda há tempo! Amem seus filhos enquanto há tempo, porque eles vão crescer. Esse é o momento certo, tempo de dar atenção a eles. Quebrem a dureza de coração! Peço-lhes hoje: voltem para suas casas sem medo, o caminho é Jesus.

Há solução para sua família, e ela começa em seu coração. Não se desvie o caminho, pois, você e sua casa são do Senhor".

Texto produzido a partir da pregação em Jan.2006

Alexandre de Oliveira
Missionário na COmunidade Canção Nova

Fonte: Portal da Comunidade Católica Canção Nova

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Vencendo o luto, superando perdas


Não tente mascarar a realidade e os seus sentimentos

A nossa vida é cheia de perdas e lutos, de altos e baixos. A maior dor, porém, é a perda de alguém muito querido, como pai, mãe, esposo ou esposa; alguém com um laço afetivo muito forte. Geralmente, associamos a perda ao luto, mas existem situações em nossa caminhada que são tão intensas que vivemos uma perda como um luto. Um exemplo são as separações, as mudanças de cidade ou trabalho, o término de um namoro, a mudança de escola, decepções, traições etc. É uma dor que precisa ser enfrentada com realismo e muita ajuda pessoal, espiritual e, muitas vezes, acompanhada por algum profissional ou alguém que tenha condições de vencer conosco estes momentos difíceis. Quanto mais próxima a pessoa ou a situação que se perde, mais difícil e delicado é o processo de recuperação. No entanto, é possível viver bem e superar esses momentos de perdas e lutos.

Há dois anos e meio eu passei por uma grande perda, o falecimento de minha mãe. Fui para São Paulo dois meses depois, participar de um retiro de sacerdotes. Era um encontro de silêncio e muita reflexão, em que iríamos trabalhar a nossa historia de vida. Na verdade, era um retiro de cura interior, graças a Deus! Como eu estava precisando fazer silêncio para digerir tudo que tinha vivido nos últimos meses! Mas eu não conseguia entrar na dinâmica do retiro, porque estava muito agitado e com muitas dores de estômago e de cabeça. Já eram sintomas de uma perda mal vivida, eram sintomas patológicos de algo que estava se passando em minha alma, em meu coração, a dor da perda, da ruptura... Não tinha ainda vivido, de verdade, o luto de minha mãe. Isso tudo eu descobri no primeiro atendimento, quando minha acompanhadora conversou e orou por mim. Foi um atendimento libertador, tanto espiritual como psicológico, pois estava com duas situações. Mas ela detectou que eu ainda não tinha vivido o luto, a ruptura, eu ainda estava e tinha o direito de estar de luto pela perda de minha mãe.

Espiritualmente, eu me preparei, entendi e vivi a esperança da ressurreição, mas o meu psicológico, emocional e também o físico estavam reclamando. Ela me dizia: "O senhor está de luto, tem o direito de chorar, de querer ficar só, de querer o silêncio, é normal. Precisa aceitar que teve uma grande perda, um vínculo afetivo fortíssimo que é a mãe. A psicologia diz que é necessário dois ou três anos para você se recuperar totalmente da perda, da ruptura de alguém tão próximo como pai, mãe, irmão, esposo (a). E quando o vínculo afetivo é intenso e verdadeiro, o processo é longo, é preciso assumir e respeitar com muita paciência”. O meu corpo não estava preparado para aquilo, pois, muitas vezes, fazemos essa separação e nos esquecemos de que a nossa pessoa é um todo. Daí, podem ocorrer algumas enfermidades patológicas por somatização, pois não me permiti sofrer, chorar e sentir psicologicamente a dor da ruptura, da perda.

Corre-se um grande risco de negar os sentimentos de decepção, de raiva, de não aceitação da morte. Isso gera dentro da pessoa um processo de revolta consigo e com Deus, de falta de perdão. O nosso corpo será o último a pedir socorro, a sofrer e a manifestar em pequenas e grandes enfermidades; era o que eu estava sentindo no estômago e na cabeça.

Se você perdeu alguém ou teve uma grande ruptura na sua vida, é preciso realizar um processo de aceitação e relacionar-se com essa perda, com a dor da morte. Alguns passos para retomar o processo para viver bem as perdas e o luto:

1º - Assumir que você tem direito de estar de luto, de chorar, de querer se recolher, de sentir a dor da ruptura. Não tente mascarar a realidade e os seus sentimentos. Isso é natural, querer fugir disso é problema na certa;

2º - Dar nome aos seus sentimentos: dor, saudade, decepção, revolta; pois você esperava outra coisa e até um milagre, a recuperação, a reconciliação;

3º - Perdoar e reconciliar-se com todas as situações que envolveram essa perda: perdoar a pessoa que faleceu, por ela ter ido desta forma tão cedo, por ter se separado de você, por não ter se despedido etc. Perdoar Deus por ter permitido essa morte ou essa perda, por não ter realizado o que você tanto pediu. Perdoar as pessoas que estavam vivendo com você este momento, médicos, parentes, instituições. Perdoar a si mesmo por ter se exposto, por não aceitar o processo natural e não se permitir sofrer.

4º - Tomar consciência de que Deus está no controle de todas as coisas. O desejo dEle não é a morte nem o sofrimento humano, mas acontece no “tempo de Deus”, pois Ele sabe o que é melhor para nós. A providência é a sabedoria de Deus que rege todas as coisas, a visão dEle não é limitada como a nossa. Deus não erra e sempre nos vê com amor!

5º - Guardar uma verdadeira imagem da pessoa que se perdeu. Quando se perde alguém, é costume preservar a imagem da pessoa, mas o exagero da memória de quem morreu ou foi embora não nos ajuda a recuperar o luto, a perda. Por isso, é essencial guardar a verdade das pessoas, as qualidades e os defeitos. Não é só porque morreu, que se tornou santo: “Ah, fulano era tão santinho! Só tinha alguns defeitinhos de nada!”.

“Ao vê-la chorar assim, como também todos os judeus que a acompanhavam, Jesus ficou intensamente comovido em espírito. E, sob o impulso de profunda emoção, perguntou: 'onde o pusestes?'. Responderam-lhe: 'Senhor vinde ver'. Jesus pôs-se a chorar. Observaram por isso os judeus: 'Vede como ele o amava!'” (Cf. Jo 11,1-45).

Neste episódio da morte do amigo Lázaro, Jesus manifesta seus sentimentos por ele e por suas irmãs Marta e Maria. Viver bem e sem mascarar nenhum sentimento ou momento que possamos estar vivendo, enxergar-se como parte de um todo e não como o centro de tudo. Reconciliar-se com você mesmo e com toda a sua história, como uma grande história da iniciativa amorosa de Deus. Harmonizar corpo, alma, psíquico e espírito; isto é viver com sabedoria.

Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo 11,25).

Oração: Senhor Jesus, também sofrestes perdas e luto. Ajuda-me com o Seu Santo Espírito a viver bem e com equilíbrio todas as etapas de minha vida, os lutos e as perdas que tenho tido na minha caminhada. Ensina-me a perdoar e a pedir perdão, a ser desapegado das coisas e das pessoas. Que eu viva intensamente o amor nos meus relacionamentos e que não deixe para trás nada sem resolver. Nossa Senhora do Equilíbrio, caminhai comigo e rogai por nós.

Ouça também: Como trabalhar a dor de uma perda - de Padre Eliano




Padre Luizinho
http://blog.cancaonova.com/padreluizinho

Fonte: Blog do Pe. Luizinho

domingo, 31 de outubro de 2010

Domingo de Jesus e Zaqueu

Na liturgia de hoje, somos chamados a compreender quem é o nosso Deus. Nosso Deus é amigo da vida, Jesus é o Deus que procura quem se perdeu.

Hoje a salvação entrou em sua casa. A casa do seu coração, casa da sua família, do seu trabalho, do seu grupo, da sua missão. É um chamado à conversão.

Domingo passado Jesus falava da Oração, como devemos rezar. A oração do Fariseu e do Publicano mostrou a nós como deve ser a nossa oração. A oração do bem, da paz, da gentileza, da educação, do respeito, da humildade, da simplicidade. Zaqueu era pecador, cobrador de impostos. Era uma pessoa de baixa estatura.

O que o Evangelho de hoje quer nos ensinar? Três coisas:

1º - Precisamos querer ver Jesus. Ver Jesus na Palavra, na Eucaristia, no Irmão...

2º - Superar os obstáculos que impedem de ver Jesus. Zaqueu subiu na árvore. Jesus disse: Zaqueu desce desta árvore, eu quero ficar em tua casa. Jesus quer mostrar a todos sua missão e ao mesmo tempo convocar os cristãos para uma missão.

3º - Conversão. Jesus depois de conversar com Zaqueu é capaz de convertê-lo. Diz Zaqueu: “Senhor, metade dos meus bens vou doar para os pobres. Senhor se eu exigi injustamente de alguém, vou devolver quatro vezes mais.

Descer da árvore significa: se afastar do egoísmo, da maldade, do pecado, do individualismo, é afastar o nosso coração da desonestidade, do mal.

Quem vem a este Santuário é capaz de tomar uma nova atitude diante das interpelações que Deus nos faz. Somos chamados a sermos discípulos e missionários de Jesus Cristo. O convite continua: Senhor ajudai-nos a viver o vosso amor, minha casa é a casa do Senhor!


Atenciosamente,
Pe. Francisco Ivan de Souza
Pároco do Santuário de Fátima









segunda-feira, 18 de outubro de 2010

É preciso ser persistente na oração

Padre Reginaldo Manzotti
Foto: Robson Siqueira
Todo domingo somos convidados na Santa Missa a buscar aquilo que vai ecoar na nossa vida durante toda a semana. Hoje o tema é a oração, a perspectiva, a palavra forte é a persistência. O acampamento fala da cura no amor, quem ama reza, e quem reza ama. É fácil, primeiro olhe para essa mulher do Evangelho porque é fundamental a leitura orante da Palavra de Deus.

A mulher era triplamente pobre, primeiro porque era mulher, o fato de ser mulher a impedia de se colocar diante de um juiz, pobre economicamente e viúva. Jesus usa uma pessoa que realmente era discriminada e desvalida para dizer o quanto é importante rezar.

O objetivo não é colocar Deus como aquele juiz, Deus não é assim, Ele é Pai, o proposito de Jesus não é falar do Pai, mas falar da oração. Deus é Pai e a oração não tem o proposito de arrancar nada de Deus, porque Ele já nos deu muito e dá muito a quem O pede. A oração é um exercício nosso de insistência e de nos convencer de que o que pedimos é certo.

O que esta mulher fez? Esta mulher era pobre triplamente, mas era persistente e esta é uma virtude necessária. O que é que Jesus quer dizer? Primeiro que devemos ser persistentes, caiu levanta, porque ninguém é anjo, o nosso caminho para o céu é cheio de subidas e decidas. As nossas orações devem ser persistentes.

É preciso ser persistente na oração
Foto: Robson Siqueira
Só mude de oração quando você puder dizer: "Senhor obrigado pela graça alcançada". Porque não há prece que passe despercebida aos olhos de Deus. São Jeronimo dizia que quanto mais importuna é a nossa oração, mais agrada a Deus.

Perceba que nós precisamos reafirmar nossa fé, e quando nos damos conta de que nada poderemos sem Deus, e confiamos que “Tudo posso naquele que me fortalece” Então não recuamos, não damos brechas ao inimigo, a hora que me bate o desanimo, eu dobro o joelho, o cansaço eu vou para um retiro, quando bate a tristeza eu rezo, quando bate o peso da cruz, eu peço: “Senhor me ajude a carregá-la, me dá forças para ir até o fim”. Mas por favor não desista, não volte atrás.

Só mude de oração quando você puder dizer: Senhor obrigado pela graça alcançada
Foto: Robson Siqueira
Noites traiçoeiras, eu não tenho medo, tenho medo das noites escuras, porque é quando o inimigo se apresenta, e na noite você não sabe que armas ele está usando. Eu não tenho medo de quem se arma, mas tenho medo daqueles que passam pelas feridas que não curamos, das imperfeições que não damos atenção. Raramente uma casa implode de uma vez, ela começa com uma rachadura aqui e outra ali, até que chega ao alicerce. Onde você está permitindo abalar a estrutura da sua fé?

Há mutas pessoas começando batalhas espirituais mas não estão munidas de oração. E todos perguntam o que é intercessão? Intercessão não é rezar para mim, mas em favor do outro. Como alguém pode dizer que é intercessor se nas coisas pessoais desiste de qualquer coisa?

Intercessão é se colocar entre Deus e a causa, Moisés se colocou entre Deus e o povo. E quando alguém disser para você: “Reza por mim porque estou passando por uma tribulação”. Você precisa se colocar entre Deus e a pessoa e com persistência. O Nosso relógio não comanda a vontade de Deus. Põe na tua cabeça, que as contas dos dias e das horas não são para Deus, são para nós. porque o momento, a hora é de Deus. Saiba esperar a hora do outro mas de joelho dobrado e de coração contrito.

A virtude de hoje até sábado que vem, é pedir: Senhor dai-me perseverança. Não desista de acreditar e de confiar no Senhor. Porque a tempestade vem, mas ela passa. E nessa hora de tribulação o que temos que fazer é dizer: "Senhor seja a minha ancora, o meu porto seguro, meu sustento, Senhor eu estou no meio da tribulação mas eu vencerei porque Deus sempre proverá.

Transcrição e adaptação: Célia M. Grego

Finalidade da música sacra: a glória de Deus e a santificação dos fiéis

"Quanto chorei ouvindo vossos hinos, vossos cânticos, os acentos suaves que ecoavam em vossa Igreja! Que emoção me causavam! Fluíam em meu ouvido, destilando a verdade em meu coração. Um grande elã de piedade me elevava, e as lágrimas corriam-me pela face, mas me faziam bem" (Santo Agostinho, Confissões). Este testemunho de Santo Agostinho nos mostra como a música sacra pode ter um papel importante na santificação dos fiéis. E, por isso, os Papas promovem tão empenhadamente o desenvolvimento desta arte, que desde os primeiros tempos do Cristianismo era usada na Liturgia. São Paulo, numa de suas epístolas recomendava: recitai "uns com os outros salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor em vosso coração" (Ef. 5, 19).

Para comemorar o centenário do "Motu Proprio" de São Pio X, "Tra le sollecitudini", o Papa João Paulo II escreveu um documento sobre o tema, no qual recorda os critérios para a escolha do estilo musical mais adequado para a Liturgia.

Impelido por um profundo desejo "de manter e de promover o decoro da Casa de Deus", o meu Predecessor São Pio X emanava, há cem anos, o "Motu Proprio" Tra le sollecitudini, que tinha como objetivo a renovação da música sacra nas funções do culto. (...)

O centenário desse documento oferece-me ocasião para destacar a importante função da música sacra, que São Pio X apresenta como um meio de elevação do espírito a Deus e como ajuda para os fiéis na "participação ativa nos sacrossantos mistérios e na oração pública e solene da Igreja".

A santidade como ponto de referência

A especial atenção que é preciso reservar à música sacra, recorda o Santo Pontífice, deriva do fato de que, "como parte integrante da solene Liturgia, ela participa da finalidade geral desta: a glória de Deus e a santificação e a edificação dos fiéis". (...)

Este delineamento foi retomado pelo Concílio Vaticano II, no capítulo VI da Constituição Sacrosanctum Concilium (...).

Nessa perspectiva, à luz do magistério de São Pio X e dos meus outros Predecessores, e considerando em particular os pronunciamentos do Concílio Vaticano II, desejo novamente propor alguns princípios fundamentais para este importante setor da vida da Igreja, com a intenção de fazer com que a música sacra corresponda cada vez mais à sua função específica.

Em conformidade com os ensinamentos de São Pio X e do Concílio Vaticano II, é preciso sublinhar, acima de tudo, que a música destinada aos sagrados ritos deve ter como ponto de referência a santidade: ela, de fato, "será tanto mais santa quanto mais estreita for sua vinculação com a ação litúrgica". Por este exato motivo, "não é indistintamente tudo aquilo que está fora do templo (profanum) que é apto a transpor-lhe os umbrais", afirmava sabiamente meu venerável Predecessor Paulo VI (...). Por outro lado, o próprio conceito de "música sacra" recebeu hoje um alargamento de significado, a ponto de incluir repertórios que não podem entrar na celebração sem violar o espírito e as normas da Liturgia.

A reforma realizada por São Pio X visava especificamente purificar a música de igreja da contaminação da música profana teatral, que em muitos países tinha poluído o repertório e a prática musical litúrgica. Também nos nossos tempos é preciso considerar atentamente, como evidenciei na Encíclica Ecclesia de Eucharistia, que nem todas as expressões de artes figurativas e de música são capazes de "expressar adequadamente o Mistério acolhido na plenitude da fé da Igreja" Conseqüentemente, nem todas as formas musicais podem ser consideradas aptas para as celebrações litúrgicas. (...)

Os cantos e as músicas exigidos pela reforma litúrgica - é bom sublinhá-lo - devem corresponder também às legítimas exigências de adaptação e de inculturação. Porém, cada inovação nesta delicada matéria deve evidentemente respeitar critérios peculiares, como a procura de expressões musicais capazes de proporcionar a participação necessária de toda a assembléia na celebração, sem fazer qualquer concessão à leviandade e à superficialidade. É necessário, portanto, evitar, em última análise, as formas elitistas de "inculturação", que introduzem na Liturgia composições antigas ou contemporâneas as quais possuam talvez valor artístico, mas usam uma linguagem realmente incompreensível.

Neste sentido - utilizando o termo universalidade - São Pio X indicou um ulterior requisito da música destinada ao culto: "Embora autorizando qualquer nação a introduzir nas composições religiosas as formas particulares que constituem o

ORGAO.jpg
O órgão de tubos é capaz de elevar
poderosamente o espírito a Deus e às
coisas celestes.


Órgão da Catedral de Strasbourg (Alsácia)

caráter específico de sua própria música, esta deve estar de tal maneira subordinada aos caracteres gerais da música sacra, que nenhum fiel de outra nação experimente, ao ouvi-la, uma impressão negativa." Em outros termos, o âmbito sagrado da celebração litúrgica jamais deve tornar-se um laboratório de experiências ou de práticas de composição e de execução introduzidas sem uma verificação atenta.

Canto gregoriano, polifônico e popular

Entre as expressões musicais que mais correspondem às qualidades requeridas pela noção de música sacra, particularmente a litúrgica, o canto gregoriano ocupa um lugar particular. O Concílio Vaticano II reconhece-o como "canto próprio da Liturgia romana" ao qual é preciso reservar, em igualdade de condições, o primeiro lugar nas celebrações litúrgicas cantadas em língua latina. São Pio X explicou que a Igreja "o herdou dos antigos Padres (...) guardou-o ciosamente durante os séculos nos seus códigos litúrgicos (...) e continua propondo-o aos fiéis" como seu, considerando- o "como supremo modelo de música sacra". Portanto, o canto gregoriano permanece até hoje um elemento de unidade na Liturgia romana.

Como São Pio X, também o Concílio Vaticano II reconhece que "na celebração dos ofícios divinos, não se excluem de modo algum outros tipos de música sacra, especialmente a polifonia". Portanto, é preciso avaliar com atenção as novas linguagens musicais, para recorrer à possibilidade de expressar também com elas as inextinguíveis riquezas do Mistério reproposto na Liturgia e favorecer assim a participação ativa dos fiéis (...).

Tendo a Igreja sempre reconhecido e favorecido o progresso das artes, não deve causar admiração o fato de ela, além do canto gregoriano e da polifonia, admitir nas celebrações também a música mais moderna, desde que esta respeite o espírito litúrgico e os verdadeiros valores da arte. Portanto, permite-se às Igrejas nas diversas nações valorizarem, nas composições destinadas ao culto, "as formas particulares que constituem de certo modo o caráter específico da música que lhes é própria". (...) O século passado, com a renovação realizada pelo Concílio Vaticano II, conheceu um desenvolvimento especial do canto popular religioso, do qual a Sacrosanctum Concilium diz: "Promova-se com empenho o canto popular religioso, para que os fiéis possam cantar, tanto nos exercícios de piedade como nos próprios atos litúrgicos". (...)

No tocante às composições musicais litúrgicas, faço minha a "regra geral" formulada por São Pio X nestes termos: "Uma composição religiosa é tanto mais sagrada e litúrgica quanto mais se aproxima - no andamento, na inspiração e no sabor - da melodia gregoriana; e é tanto menos digna do templo quanto mais se distancia desse modelo supremo". Não se trata, evidentemente, de copiar o canto gregoriano, mas sim de fazer com que as novas composições estejam impregnadas do mesmo espírito que suscitou e, pouco a pouco, modelou esse canto. (...)

É importante, de fato, que as composições musicais utilizadas nas celebrações litúrgicas correspondam aos critérios enunciados por São Pio X e sabiamente desenvolvidos, quer pelo Concílio Vaticano II quer pelo sucessivo Magistério da Igreja. Nesta perspectiva, estou persuadido de que também as Conferências episcopais examinem cuidadosamente os textos destinados ao canto litúrgico e dediquem especial atenção em avaliar e promover melodias que sejam verdadeiramente aptas para o uso sagrado.

O órgão e outros instrumentos musicais

Ainda no plano prático, o "Motu Proprio" cujo centenário se celebra aborda também a questão dos instrumentos musicais a serem utilizados na Liturgia latina. Dentre eles, reconhece sem hesitação a prevalência do órgão de tubos e estabelece oportunas normas sobre o seu uso. O Concílio Vaticano II acolheu plenamente a orientação do meu Predecessor, determinando: "Tenha-se grande apreço, na Igreja Latina, pelo órgão de tubos, tradicional instrumento musical cujo som é capaz de conferir às cerimônias do culto um esplendor extraordinário e elevar poderosamente o espírito a Deus e às coisas celestes".

Deve-se, porém, reconhecer que as composições atuais utilizam com freqüência modos musicais diversificados, não-desprovidos de dignidade. Na medida em que servem de ajuda para a oração da Igreja, podem constituir um precioso enriquecimento. É preciso, porém, vigiar para que os instrumentos sejam adequados ao uso sacro, correspondam à dignidade do templo, possam sustentar o canto dos fiéis e favoreçam sua edificação.

(Revista Arautos do Evangelho, Janeiro/2004, n. 25, p. 16 à 19)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Novenário de Fátima - Outubro/2010

Foram 10 dias de novenas, terços, missas e festas! O Novenário de Outubro/2010, iniciado no dia 04/10/2010, foi, mais uma vez, uma grande festa de agradecimentos, pedidos, conversões, graças alcançadas e muita, muita fé.

Durante os nove dias de novenas, o Santuário ficou lotado de fiéis que agradeceram a Nossa Senhora por todas as bênçãos derramadas e por sua interseção junto ao seu Filho Jesus. As novenas eram encerradas com a famosa feirinha, com comidas típicas, brincadeiras para as crianças, bingos, leilões e música da melhor qualidade.

Mas o ponto alto da festa ainda estava por vir, o encerramento no dia 13. Como acontecem todos os dias 13, as missas no Santuário são de hora em hora, começando as 05h00min. Às 18h30 a Procissão sai da Paróquia de Nossa Senhora do Carmo e atrai uma multidão de fiéis para a missa campal com mais de 70 mil pessoas.

A Festa da nossa Padroeira deixa um gostinho de quero mais... então até Maio/2011.

Paz e Bem!!!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A importância da formação religiosa na família

No mundo de hoje não se passa um dia sem que se tenha acesso, seja pelos jornais, pela televisão ou pelo rádio, a relatos de violência, corrupção e devassidão mo ral. Tudo isso, sem sombra de dúvida, é fruto da falta da presença de Deus na vida das pessoas.

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A Sagrada Família, modelo para todas as famílias

Aparentemente, nada nos falta. Temos recursos tec­nológicos jamais sonhados por nossos pais, avan ços fantásticos em todas as ciências, na genética, nas pes quisas espaciais, na produção de alimentos, na ve lo ci dade da informação e das comunicações.

Com tantos e tão extraordinários recursos, deve ríamos estar vivendo num mundo onde imperassem a paz, a justiça, a solidariedade. Mas o que vemos é injustiça, egoísmo, na forma de ataques terroristas bru tais, crimes, seqüestros, guerras, fome, doenças devastadoras, destruição ambiental.

Na sociedade, o consumismo desenfreado, a corrupção, a permissividade, a libertinagem são acei­tos, e em alguns casos até louvados, como padrão nor mal de comportamento. Na televisão, que entra no recesso dos lares, as novelas, os programas de auditório de baixíssimo nível moral e cultural são prestigiados e copiados, por proporcionarem audiência e lucro financeiro. O que ensinam às crianças e adolescentes, na maior parte do tempo entregues à sua nefasta influência? Nada que possa fazê-los crescer espiritual, intelectual ou culturalmente. Ao contrá rio, estão destruindo a família e seus valores, apresentando como normais, e dignos de serem imitados, padrões de comportamento em que a fidelida de, a honestidade, o pudor estão fora de moda, o ca samento de nada vale, o que vale é a satisfação dos sentidos, e aquilo que o povo apelidou de "lei de Gérson", ou seja, "levar vantagem em tudo".

O que podemos concluir daí?

Simplesmente que, preocupadas em satisfazer seu egoísmo, em procurar o prazer acima de tudo, em cultuar o corpo e a beleza física, o sucesso e o di nheiro, as pessoas se esqueceram de que esta vida transitória nos foi dada por Deus para ser vir como ponte para uma outra vida, esta sim, definitiva. E o passaporte de entrada para o Reino de Deus não será baseado em conquistas materiais, no sucesso pro fis sional ou in telectual, no po der que exer ce mos neste mun do. Será fundamentado no Bem que tivermos espalhado ao nosso redor, no serviço de sinteressado ao próximo, na Ver da de e na Be leza de nossas atitudes.

Como poderemos conseguir isso? Através de uma sólida e autêntica for mação moral, de uma prá­tica re ligiosa cons tan te, do exercício da carida de, ali cer çados no amor a Deus e na devoção a Maria Santíssima. É isso que devemos proporcionar a nossos fi lhos, através do exemplo de uma vivência autenti camente cristã.

Um dos valores hoje mais bem-conceituados é a liberdade do indivíduo. Mas o que em geral é esquecido é que a liberdade de cada um implica no respeito à liberdade do outro. Afirma São Tomás de Aqui no que o homem tem toda a liberdade para a prática do bem, mas não, evidentemente, do mal.Sagrada_Familia_.jpg

Nos lares em que esses ensinamentos são pas sa dos dos pais para os filhos é muito difícil que es tes procurem a fuga enganosa pelas vias das dro gas, da promiscuidade sexual ou do individualismo egoís ta.

Se desde cedo forem ensinados, não só por pa la vras, mas pelo exemplo, a manifestarem seu amor a Deus através do respeito ao próximo, da compaixão, da solidariedade, do senso de justiça, enfim, de tudo o que Jesus nos ensina em seu Evangelho, suas vidas seguirão nesse caminho.

O grande desafio proposto a nós, cristãos, no mundo de hoje, é propagar o Evangelho de Jesus a todos, começando por dentro de casa. Não devemos nos intimidar com o que os outros vão achar, nem esmorecer na defesa dos ensinamentos de Cristo. Não importa se formos rotulados de carolas, ultrapassados. Temos de lutar contra o mal que se espa lhou pelo mundo.

Do ponto de vista pessoal, tivemos, meu marido e eu, a grande felicidade de receber de nossos pais essa formação moral e religiosa. Por ela pau tamos toda a nossa vida e a transmitimos a nossos três fi lhos. Sabemos que eles a passarão a nossos netos.

E como bênção maior de Deus, tivemos a graça de co nhecer os Arautos do Evangelho e vir a fazer par te des sa Associação em que recebemos a cada dia no vos meios de aprofundar na vida espiritual, atra vés da oração fervorosa e constante, de atitudes con cretas de apostolado, do exercício da ca ridade, da beleza da música e da so lenidade nas cerimônias religiosas. O conví vio nessa comunidade nos en che de alegria e de paz, aumenta cada vez mais em nós o amor a Deus e à sua Mãe Santíssima, além de tornar mais fácil a missão de evangelização a que fomos cha­mados.

É como um perfume que se espalha no ar: acaba atingindo também nossos familiares e amigos, atra in do-os para o mesmo ideal, numa reação em ca deia. Assim será contagiado um nú me ro cada vez maior de pessoas, que, por sua vez, irão propagar também a de voção a Nossa Senhora como for ma de chegar a Jesus. A célula dessa expansão é a família, mais unida quanto mais fiel for à doutrina de Cristo. Se con seguirmos que muitas sejam assim, esse mundo será um dia uma antevisão do Céu que nos espe ra, um mundo on de Maria reinará soberana e triunfal, conforme prometeu em Fátima.

Eliana de M. L.Vassellucci

(Revista Arautos do Evangelho, Agosto/2002, n. 8, p. 34-35)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

São Francisco de Assim

Francisco nasceu em Assis, na Úmbria (Itália) em 1182. Jovem orgulhoso, vaidoso e rico, que se tornou o mais italiano dos santos e o mais santo dos italianos.

Com 24 anos, renunciou a toda riqueza para desposar a "Senhora Pobreza". Aconteceu que Francisco foi para a guerra como cavaleiro, mas doente ouviu e obedeceu a voz do Patrão que lhe dizia: "Francisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado?". Ele respondeu que ao amo. "Porque, então, transformas o amo em criado?", replicou a voz. No início de sua conversão, foi como peregrino a Roma, vivendo como eremita e na solidão, quando recebeu a ordem do Santo Cristo na igrejinha de São Damião: "Vai restaurar minha igreja, que está em ruínas".

Partindo em missão de paz e bem, seguiu com perfeita alegria o Cristo pobre, casto e obediente. No campo de Assis havia uma ermida de Nossa Senhora chamada Porciúncula. Este foi o lugar predileto de Francisco e dos seus companheiros, pois na Primavera do ano de 1200 já não estava só; tinham-se unido a ele alguns valentes que pediam também esmola, trabalhavam no campo, pregavam, visitavam e consolavam os doentes.

A partir daí, Francisco dedica-se a viagens missionárias: Roma, Chipre, Egito, Síria... Peregrinando até aos Lugares Santos. Quando voltou à Itália, em 1220, encontrou a Fraternidade dividida. Parte dos Frades não compreendia a simplicidade do Evangelho. Em 1223, foi a Roma e obteve a aprovação mais solene da Regra, como ato culminante da sua vida.

Na última etapa de sua vida, recebeu no Monte Alverne os estigmas de Cristo, em 1224. Já enfraquecido por tanta penitência e cego por chorar pelo amor que não é amado, São Francisco de Assis, na igreja de São Damião, encontra-se rodeado pelos seus filhos espirituais e assim, recita ao mundo o cântico das criaturas.

O seráfico pai, São Francisco de Assis, retira-se então para a Porciúncula, onde morre deitado nas humildes cinzas a 3 de outubro de 1226. Passados dois anos incompletos, a 16 de julho de 1228, o Pobrezinho de Assis era canonizado por Gregório IX.


São Francisco de Assis, rogai por nós!

Vida: direito de todos - “Ouvi o coração do meu filho e desisti do aborto”



Fonte: Blog da Redação - Canção Nova

A hora do xeque-mate

Uma partida de xadrez proporciona ao homem atraente repouso e o ajuda a desenvolver o raciocínio. Mas pode também nos levar a considerar a grande batalha da vida.

Marcelo Rezende Costa

Nas longínquas paragens do Oriente, envoltas em mistérios e grandezas, com palácios que parecem aflorar do mundo dos sonhos, nasceu um dos mais interessantes passatempos: o jogo de xadrez. Surgido na Índia, segundo consta, antes da Era Cristã, atravessou as vastidões da distância e do tempo: de lá passou para a China, o Japão, a Coreia, e também para a Pérsia e a Arábia, chegando por fim à Europa, de onde acabou se espalhado por todos os países da Terra.

Os lances desse duelo travado por dois "exércitos" de 16 peças, sobre um tabuleiro de 64 quadrados pretos e brancos, bem podem simbolizar os combates que todo cristão precisa vencer ao longo da sua vida. A bem dizer, cada uma das peças deste jogo parece querer transmitir algum ensinamento para o nosso espírito.

Postados na primeira linha de batalha, os peões avançam decididos diante das dificuldades da luta, dispostos a qualquer sacrifício, sem se deixar intimidar pelas ameaças dos adversários. São, assim, exemplo de como deve agir todo cristão perante as provações, neste vale de lágrimas.

O movimento profundo e retilíneo das torres simboliza a integridade de alma do homem honesto, o qual trilha o caminho do dever sem em nada se desviar. Estas peças dão-nos também o exemplo do holocausto: no lance denominado roque, trocam de posição com o rei para protegê-lo das ameaças do adversário, oferecendo para isto, se necessário, a própria "vida".

A presença dos bispos nos traz à mente a importância da oração, meio seguro para o homem atravessar as mais duras provas sem se deixar manchar pelo pecado. Esgueirando-se em sentido diagonal, estas pedras transpassam agilmente as fileiras do adversário, atingindo eficazmente o seu objetivo.

Capazes de saltar em forma de "L", os cavalos evocam o modo de agir dos missionários enviados pela Santa Igreja a todas as partes do mundo. Quantos obstáculos devem eles superar em sua pugna por conquistar almas para Cristo!xadrez_1.jpg

A mais versátil, elegante e forte das peças do xadrez é a rainha. Ela avança em qualquer direção para todas as posições do tabuleiro, sem que nenhuma outra possa superá-la em agilidade ou poder. Ela se assemelha assim à Auxiliadora dos Cristãos, sempre pronta a socorrer quem A invoca nos momentos de perigo ou necessidade.

Entretanto, todos os lances de defesa ou de ataque se dão em função do rei. Ele é a peça central deste jogo, e a luta por defendê-lo conduz- nos a uma bela comparação: no grande "xadrez" da vida, o "rei" a ser resguardado é a nossa própria alma.

Cabe a nós conservar íntegra essa valiosíssima peça, utilizando para isto a perseverança dos peões, a retidão de espírito das torres, a impostação sobrenatural dos bispos, a agilidade missionária dos cavalos e, sobretudo, a força e prontidão da rainha, sempre disposta a proteger como extremosa Mãe cada um dos seus queridíssimos filhos.

Então, não percamos tempo! A partida já começou. Para alguns, até, talvez esteja próxima a hora de dar, ou de receber, o "xeque-mate"...

(Revista Arautos do Evangelho, Agosto/2010, n. 104, p. 50-51)

domingo, 3 de outubro de 2010

Domingo dos servos inúteis


Jesus se serve da parábola do patrão exigente para falar da relação entre Deus e a Comunidade que crê. É uma imagem chocante! Mas Jesus toma como exemplo as coisas que acontecem no dia a dia para falar de outra coisa.

Neste caso, sugere a atitude do discípulo dentro da comunidade e em relação com Deus. O serviço deve ser desinteressado e gratuito.

O caminho é deixar cair por terra qualquer pretensão que tenta, de alguma maneira, servir-se de Deus ou condicioná-lo à nossa vontade. Mais ainda quando ocupamos cargos de responsabilidades. É difícil não nos identificarmos com nossos papeis e funções. Mas seguir Jesus pede que encontremos alegria e o sentido da vida em nosso ser, e não nas coisas que fazemos.

Que o Senhor, na sua infinita bondade nos dê o seu Espírito Santo para seguirmos o caminho do coração e da vida, renunciando aos desejos e às pretensões que podem nos conduzir à infelicidade.


Atenciosamente,
Pe. Francisco Ivan de Souza
Pároco do Santuário de Fátima