"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A importância da formação religiosa na família

No mundo de hoje não se passa um dia sem que se tenha acesso, seja pelos jornais, pela televisão ou pelo rádio, a relatos de violência, corrupção e devassidão mo ral. Tudo isso, sem sombra de dúvida, é fruto da falta da presença de Deus na vida das pessoas.

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A Sagrada Família, modelo para todas as famílias

Aparentemente, nada nos falta. Temos recursos tec­nológicos jamais sonhados por nossos pais, avan ços fantásticos em todas as ciências, na genética, nas pes quisas espaciais, na produção de alimentos, na ve lo ci dade da informação e das comunicações.

Com tantos e tão extraordinários recursos, deve ríamos estar vivendo num mundo onde imperassem a paz, a justiça, a solidariedade. Mas o que vemos é injustiça, egoísmo, na forma de ataques terroristas bru tais, crimes, seqüestros, guerras, fome, doenças devastadoras, destruição ambiental.

Na sociedade, o consumismo desenfreado, a corrupção, a permissividade, a libertinagem são acei­tos, e em alguns casos até louvados, como padrão nor mal de comportamento. Na televisão, que entra no recesso dos lares, as novelas, os programas de auditório de baixíssimo nível moral e cultural são prestigiados e copiados, por proporcionarem audiência e lucro financeiro. O que ensinam às crianças e adolescentes, na maior parte do tempo entregues à sua nefasta influência? Nada que possa fazê-los crescer espiritual, intelectual ou culturalmente. Ao contrá rio, estão destruindo a família e seus valores, apresentando como normais, e dignos de serem imitados, padrões de comportamento em que a fidelida de, a honestidade, o pudor estão fora de moda, o ca samento de nada vale, o que vale é a satisfação dos sentidos, e aquilo que o povo apelidou de "lei de Gérson", ou seja, "levar vantagem em tudo".

O que podemos concluir daí?

Simplesmente que, preocupadas em satisfazer seu egoísmo, em procurar o prazer acima de tudo, em cultuar o corpo e a beleza física, o sucesso e o di nheiro, as pessoas se esqueceram de que esta vida transitória nos foi dada por Deus para ser vir como ponte para uma outra vida, esta sim, definitiva. E o passaporte de entrada para o Reino de Deus não será baseado em conquistas materiais, no sucesso pro fis sional ou in telectual, no po der que exer ce mos neste mun do. Será fundamentado no Bem que tivermos espalhado ao nosso redor, no serviço de sinteressado ao próximo, na Ver da de e na Be leza de nossas atitudes.

Como poderemos conseguir isso? Através de uma sólida e autêntica for mação moral, de uma prá­tica re ligiosa cons tan te, do exercício da carida de, ali cer çados no amor a Deus e na devoção a Maria Santíssima. É isso que devemos proporcionar a nossos fi lhos, através do exemplo de uma vivência autenti camente cristã.

Um dos valores hoje mais bem-conceituados é a liberdade do indivíduo. Mas o que em geral é esquecido é que a liberdade de cada um implica no respeito à liberdade do outro. Afirma São Tomás de Aqui no que o homem tem toda a liberdade para a prática do bem, mas não, evidentemente, do mal.Sagrada_Familia_.jpg

Nos lares em que esses ensinamentos são pas sa dos dos pais para os filhos é muito difícil que es tes procurem a fuga enganosa pelas vias das dro gas, da promiscuidade sexual ou do individualismo egoís ta.

Se desde cedo forem ensinados, não só por pa la vras, mas pelo exemplo, a manifestarem seu amor a Deus através do respeito ao próximo, da compaixão, da solidariedade, do senso de justiça, enfim, de tudo o que Jesus nos ensina em seu Evangelho, suas vidas seguirão nesse caminho.

O grande desafio proposto a nós, cristãos, no mundo de hoje, é propagar o Evangelho de Jesus a todos, começando por dentro de casa. Não devemos nos intimidar com o que os outros vão achar, nem esmorecer na defesa dos ensinamentos de Cristo. Não importa se formos rotulados de carolas, ultrapassados. Temos de lutar contra o mal que se espa lhou pelo mundo.

Do ponto de vista pessoal, tivemos, meu marido e eu, a grande felicidade de receber de nossos pais essa formação moral e religiosa. Por ela pau tamos toda a nossa vida e a transmitimos a nossos três fi lhos. Sabemos que eles a passarão a nossos netos.

E como bênção maior de Deus, tivemos a graça de co nhecer os Arautos do Evangelho e vir a fazer par te des sa Associação em que recebemos a cada dia no vos meios de aprofundar na vida espiritual, atra vés da oração fervorosa e constante, de atitudes con cretas de apostolado, do exercício da ca ridade, da beleza da música e da so lenidade nas cerimônias religiosas. O conví vio nessa comunidade nos en che de alegria e de paz, aumenta cada vez mais em nós o amor a Deus e à sua Mãe Santíssima, além de tornar mais fácil a missão de evangelização a que fomos cha­mados.

É como um perfume que se espalha no ar: acaba atingindo também nossos familiares e amigos, atra in do-os para o mesmo ideal, numa reação em ca deia. Assim será contagiado um nú me ro cada vez maior de pessoas, que, por sua vez, irão propagar também a de voção a Nossa Senhora como for ma de chegar a Jesus. A célula dessa expansão é a família, mais unida quanto mais fiel for à doutrina de Cristo. Se con seguirmos que muitas sejam assim, esse mundo será um dia uma antevisão do Céu que nos espe ra, um mundo on de Maria reinará soberana e triunfal, conforme prometeu em Fátima.

Eliana de M. L.Vassellucci

(Revista Arautos do Evangelho, Agosto/2002, n. 8, p. 34-35)

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