"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Domingo da nova justiça


A Primeira Leitura nos mostra que duzentos anos antes de Jesus nascer, houve um homem chamado Ben Sirac. Ele fez sérias críticas a certa mentalidade espalhada entre o povo que afirmava que o pecado era inevitável e que Deus não se preocupava com a gente. Em oposição ao fatalismo, tão freqüente no Oriente, ele afirma a liberdade da pessoa humana.

Na Segunda Leitura, frente à cultura grega, conhecida no mundo inteiro por sua sabedoria, Paulo apresenta a sabedoria das comunidades cristãs. Para isto, ele vai usar a palavra “mistério”, no sentido de um plano revelado.

O Evangelho de Mateus foi escrito aproximadamente nos anos 80 d.C. O objetivo de Mateus é mostrar que Jesus é o verdadeiro continuador do judaísmo. Jesus é comparado com Moisés e com o Rei Davi que são duas grandes figuras da Bíblia.

Ele é o verdadeiro Messias. O texto de hoje mostra claramente a novidade da pregação de Jesus em relação à lei antiga. Jesus não quer apenas polemizar, mas apresentar uma nova proposta. Qual é a sua proposta?

Como dar um passo para viver a lei segundo o coração e não de um mero legalismo. É preciso ir além da lei, pois nem tudo que é legal é justo. A justiça do Reino dos céus, do reino de Deus vai muito além. Três passagens da Bíblia: o mandamento não matar, de não cometer adultério e de não jurar.

Conclusão, eu não vim revogar, mas vim cumprir a lei, diz Jesus no Evangelho de hoje. Não se trata de abolir ou acrescentar algo à lei. Para a comunidade cristã, entrar no Reino significa passar por Jesus que cumpriu a lei e a levou à sua perfeição.

A lei e os profetas não deixam de existir. Manifestará sempre a vontade de Deus, Senhor da história, que iniciou uma aliança com o seu povo e a resposta a essa Aliança se dá justamente na fidelidade à vontade de Deus inscrita na lei e nos profetas. No entanto a justiça nova é maior do que a antiga e Jesus ultrapassa os limites da lei judaica pelo seu amor até o fim. Por seus ensinamentos, morte e ressurreição, Jesus se tornou a vida da lei e dos profetas. Para a nova justiça que se baseia no amor verdadeiro, sem hipocrisia.

Que o Senhor nos dê a grandeza do seu Espírito para nunca nos acomodarmos ao que foi dito aos antigos, mas percebermos o que está sendo dito para nós agora. Que ele abra os nossos corações.

Atenciosamente,
Pe. Francisco Ivan de Souza
Pároco do Santuário de Fátima

Fonte: Blog do Santuário de Fátima

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