"Sê bendito Senhor para sempre / pelos frutos da nossa jornada / repartidos na mesa do reino(...)"
Ofertório – CF 2008
Essa letra é do canto do ofertório da CF deste ano. Campanha que nos leva a refletir sobre a escolha, vida ou morte!
Nesta música, cantamos um desejo que fica silenciosamente expresso em nós quando no momento da apresentação das oferendas apresentamos ao Senhor nossas humildes ofertas material e espiritual, que são colocadas juntamente com o pão e o vinho, sendo então ofertados a Deus para que sejam aceitos e transformem-se em nosso alimento, o Cristo Senhor.
O que me chamou a atenção nesta canção é esse desejo cantado: "Sê bendito Senhor (...) pelos frutos da nossa jornada...". Quem canta essa canção apresenta ao Senhor os frutos da sua jornada, sua vida, sua história, seus dons, para que o Senhor seja bendito por eles. Apresenta o fruto! É bom refletir que o fruto é resultado de uma fecundação, é vida, é sinal de prosperidade, alegria.
Ouvindo essa canção, caí no questionamento: Senhor o que tenho apresentado a Ti? Tenho apresentado algum fruto? E o que apresento, é para que Tu sejas bendito? Ou os frutos fazem com que eu seja bendito?
Precisamos acordar para nossa realidade. A "mesa do reino" está posta, Jesus já sentou-se a ela, e chamou os seus, agora só nos resta sentarmos juntos e partilharmos nossos frutos.
Na Igreja primitiva, o momento do ofertório era diferente de hoje. Era de costume que neste momento da celebração, os participantes colocassem diante do altar de Deus o melhor que tinha de suas colheitas e rebanho. Então, eram colocados diante do altar do Senhor o melhor fruto e o melhor animal, e tudo isso, ofertado ao Senhor, servia de alimento aos que não possuíam mais nada e decidiram viver pelo Reino, os apóstolos. Portanto, aqueles que decidiram largar tudo e viver para Deus, eram mantidos por essas ofertas, é a beleza da partilha que acontece no momento da celebração.
Hoje não é diferente, só mudou a oferta. Devido as mudanças, não se tornou possível continuar a oferta de animais e frutas, verduras, na celebração. Então, optamos por apresentar dinheiro, que espontaneamente ofertado, torna-se o sustento da Igreja e daqueles que vivem por ela.
Aqui falamos da oferta material. Mas, e a oferta espiritual? Temos o que ofertar para ser partilhado e manter a Igreja? E se apresentamos algo, quem tem sido bendito?
Precisamos rever nossa condição de vida. Sabemos que temos um dom. E vimos que este precisa ser utilizado da melhor forma possível. É momento de refletirmos se temos utilizado nosso dom para que O Senhor seja bendito, e refletirmos se estamos partilhando-o, fazendo-o gerar frutos.
Ainda têm pessoas dividindo meio pão, e ficando com fome, porque alguns que têm um pão inteiro não sabe partilhar. Isso acontece quando temos preguiça de assumir nosso serviço na Igreja por preguiça, comodismo, auto-preservação, vaidade ou etc.
Quando eram apresentadas as ofertas, os fiéis traziam o que tinha de melhor, se fosse uma melancia, talvez fosse a maior, e desse mais trabalho para levá-la ao templo, mas faziam, porque sabiam que Deus é merecedor do melhor. Imagine, alguém trazendo para a Igreja um cacho enorme de linda bananas. Talvez ficasse até sujo, pois a banana libera seiva. Quem já mexeu em cachos inteiros, sabe disso. Mas os fiéis levavam, pois Deus merece.
E hoje? Quantas vezes nós paramos porque não queremos sujar nossas mãos, porque já fiz minha parte, porque estou cansado (as vezes quem está trabalhando mais é o que já estava mais cansado, pense nisso!), porque não quero me expor, porque tenho medo de me machucar. Tudo bem, viva sua liberdade, mas saiba que enquanto isso, a mesa tem cada vez menos coisas para serem "repartidas", e alguém pode estar sendo bendito, menos Deus, pois não houve fruto, nem partilha!
Edgar Nogueira Lima
edgarnlima@gmail.com
Caritas et Misericordia!
Rahamim/Mar.08
Comunidade Católica Rahamim
edgarnlima@gmail.com
Caritas et Misericordia!
Rahamim/Mar.08
Comunidade Católica Rahamim
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