"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

segunda-feira, 31 de março de 2008

Simplicidade e sapiência: Critérios para reconhecer em Jesus o Filho de Deus

Se Pedro pôde reconhecer o caráter transcendente da filiação divina de Jesus Messias foi porque este o deu a entender claramente. Diante do Sinédrio, a pergunta de seus acusadores: “Tu és então o Filho de Deus?”, Jesus respondeu: “Vós dizeis que eu Sou” (Lc 22,70). Já bem antes, Ele se designara como “o Filho” que conhece o Pai e que é diferente dos “servos” que Deus enviou anteriormente a seu povo, superior aos próprios anjos. Distinguiu sua filiação daquela de seus discípulos, não dizendo nunca “nosso Pai”, a não ser para ordenar-lhes: “Portanto, orai desta maneira: Pai Nosso” (Mt 6,9); e sublinhou esta distinção: “Meu Pai e vosso Pai” (Jo 20,17). (CIC§443)

Jesus ao longo do seu ministério, foi dando a entender que Ele era de fato o Filho de Deus. Se pegarmos o evangelho de São João vamos ver que em diversos diálogos Jesus fala sobre “o Pai”. Hoje para nós é muito tranquilo chamarmos a Deus de Pai e entendermos que Deus é Pai. Porém antes não era assim. A pessoa de Deus era intocável. Afinal de contas, aquele povo aprendeu a ter Deus como o único, como o Todo-Poderoso. Era uma blasfêmia chamar o nome de Deus assim. Agora imagine que do nada, aparece uma pessoa dizendo que era Filho de Deus. Pense na confusão que isso causou na cabeça dos Doutores da Lei… Era como se tudo que eles aprenderam caisse por terra. Além do que, se não fosse verdade seria uma blasfêmia sem tamanho.

Por isso é que os fariseus e doutores da lei passaram a odiar a Jesus. Por que o tinham como um blasfemo.

Porém, Jesus tinha algo que era único: As obras que Ele fazia. Ninguém fazia o que Jesus fez. Nunca ouve alguém que multiplicou pães. Nunca houve quem ressuscitasse pessoas. Nunca houve quem perdoasse pecados. Isso só Jesus fez. E as obras de Jesus, levaram as pessoas a crerem que de fato a afirmação de Jesus era verídica. Estou explicando isso para que você entenda que a vida de Jesus, foi cercada dessa realidade. Ele se dizia Filho de Deus, fazia milagres próprios do Filho de Deus, mas encontrava resistências por parte de quem “sabia demais”.

Você já parou para perceber que os grandes catedráticos e entendidos são sempre mais resistentes as ações de Deus? São Paulo já dizia que:

A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina. Está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e anularei a prudência dos prudentes (Is 29,14). Onde está o sábio? Onde o erudito? Onde o argumentador deste mundo? Acaso não declarou Deus por loucura a sabedoria deste mundo? Já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu a Deus na sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura de sua mensagem. Os judeus pedem milagres, os gregos reclamam a sabedoria; mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos; mas, para os eleitos - quer judeus quer gregos -, força de Deus e sabedoria de Deus. Pois a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. Vede, irmãos, o vosso grupo de eleitos: não há entre vós muitos sábios, humanamente falando, nem muitos poderosos, nem muitos nobres. O que é estulto no mundo, Deus o escolheu para confundir os sábios; e o que é fraco no mundo, Deus o escolheu para confundir os fortes; e o que é vil e desprezível no mundo, Deus o escolheu, como também aquelas coisas que nada são, para destruir as que são. (1 Cor 1,18-28)

Jesus se dava a conhecer, mas as pessoas preferiram os seus conceitos e filosofias pessoais ao invés do Cristo. Santo Agostinho nos ensina em seus escritos que precisamos sim, cultivar o saber, precisamos buscar o conhecimento. Mas isso tudo precisa nos levar para Deus e para o novo de Deus. E para isso, mesmo os sábios precisam cultivar em si a simplicidade de coração. É possível ser sábio e simples. Só os simples entendem que Deus faz e sem Ele nada se faz. Por isso é preciso estar atento ao que Deus nos traz. Ele nos trouxe Jesus, a verdade definitiva, e este mesmo afirmou ser o Filho de Deus, em palavras e em obras. É nisso que cremos!

Pax Domini

Obs.: Ouça o nosso estudo sobre o Significado do Termo Filho de Deus. Para ouvir o Podcast, clique aqui!

Publicado no Blog Dominus Vobiscum

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