"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

segunda-feira, 31 de março de 2008

Meditação


Aprendamos a dialogar com o Senhor após meditar sua Palavra

A palavra meditar, que parece estar na “onda”, mas com significados bem diferentes dos que a tradução católica lhe deu ao longo dos séculos, quer dizer: acolher a Palavra, confrontar-se com a Palavra. É um encontro sereno e tranqüilo, com o Deus da vida que entra e começa a fazer parte da nossa história. Como digo sempre, “não podemos ser só ouvintes da Palavra, mas praticantes”. Só ao praticar o que cremos é que mostramos a nossa fé e autenticidade e nos tornamos testemunhas qualificadas diante de Deus.

Hoje em dia, fala-se muito da “lectio divina”, que não é outra coisa senão a escuta da Palavra, que deve ser meditada, rezada, contemplada e vivida..

São cinco palavras-chave que não podemos esquecer:

Ler a Palavra;

Meditar a Palavra;

Rezar a Palavra;

Contemplar a Palavra;

Viver a Palavra.

Sem interiorização da Palavra de Deus, não há vida espiritual.

Nada há de melhor depois de termos lido, meditado a Palavra do Senhor, do que dialogar com Ele, abrindo nosso coração para lhe dizer tudo o que se passa em nós. É no diálogo amoroso, onde amamos e nos sentimos amados que todos os traumas são superados e vencidos para sempre. Deus, na verdade, é o melhor psicólogo, aquele que nos cura em profundidade. Ele nos conhece e sabe de que e como somos feitos.

A leitura ou a escuta da Palavra de Deus nos provoca e nos leva necessariamente a falar com Deus, ou melhor, a abrir-lhe o nosso coração com toda simplicidade. Estamos "de coração nas mãos", como diz o povo, e colocamos no coração de Deus tudo o que se passa dentro de nós. Toda cura e toda terapia se realizam pelo diálogo, por meio do qual assumimos a nossa realidade de pecadores. Todo trauma colocado diante de Deus – com confiança – se torna “mosquito”, perturba mas não atrapalha, porque o amor de Deus é maior do que nós. Ele vai queimando tudo no fogo de seu amor e nos libertando para que possamos viver na dignidade de filhos e filhos muito amados.

Mas tudo começa pelo diálogo. Sem este seremos incompletos, fugitivos e a nossa vida não terá sentido. É o amor que flui em nós e canta como água cristalina que borbulha na sua nascente. Não tenhamos medo de Deus, Ele nos ama e o seu amor nos “restaura”!

(Artigo extraído do livro “Como rezar”)

Frei Patrício Sciadini

Publicado no Portal da Canção Nova

Simplicidade e sapiência: Critérios para reconhecer em Jesus o Filho de Deus

Se Pedro pôde reconhecer o caráter transcendente da filiação divina de Jesus Messias foi porque este o deu a entender claramente. Diante do Sinédrio, a pergunta de seus acusadores: “Tu és então o Filho de Deus?”, Jesus respondeu: “Vós dizeis que eu Sou” (Lc 22,70). Já bem antes, Ele se designara como “o Filho” que conhece o Pai e que é diferente dos “servos” que Deus enviou anteriormente a seu povo, superior aos próprios anjos. Distinguiu sua filiação daquela de seus discípulos, não dizendo nunca “nosso Pai”, a não ser para ordenar-lhes: “Portanto, orai desta maneira: Pai Nosso” (Mt 6,9); e sublinhou esta distinção: “Meu Pai e vosso Pai” (Jo 20,17). (CIC§443)

Jesus ao longo do seu ministério, foi dando a entender que Ele era de fato o Filho de Deus. Se pegarmos o evangelho de São João vamos ver que em diversos diálogos Jesus fala sobre “o Pai”. Hoje para nós é muito tranquilo chamarmos a Deus de Pai e entendermos que Deus é Pai. Porém antes não era assim. A pessoa de Deus era intocável. Afinal de contas, aquele povo aprendeu a ter Deus como o único, como o Todo-Poderoso. Era uma blasfêmia chamar o nome de Deus assim. Agora imagine que do nada, aparece uma pessoa dizendo que era Filho de Deus. Pense na confusão que isso causou na cabeça dos Doutores da Lei… Era como se tudo que eles aprenderam caisse por terra. Além do que, se não fosse verdade seria uma blasfêmia sem tamanho.

Por isso é que os fariseus e doutores da lei passaram a odiar a Jesus. Por que o tinham como um blasfemo.

Porém, Jesus tinha algo que era único: As obras que Ele fazia. Ninguém fazia o que Jesus fez. Nunca ouve alguém que multiplicou pães. Nunca houve quem ressuscitasse pessoas. Nunca houve quem perdoasse pecados. Isso só Jesus fez. E as obras de Jesus, levaram as pessoas a crerem que de fato a afirmação de Jesus era verídica. Estou explicando isso para que você entenda que a vida de Jesus, foi cercada dessa realidade. Ele se dizia Filho de Deus, fazia milagres próprios do Filho de Deus, mas encontrava resistências por parte de quem “sabia demais”.

Você já parou para perceber que os grandes catedráticos e entendidos são sempre mais resistentes as ações de Deus? São Paulo já dizia que:

A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina. Está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e anularei a prudência dos prudentes (Is 29,14). Onde está o sábio? Onde o erudito? Onde o argumentador deste mundo? Acaso não declarou Deus por loucura a sabedoria deste mundo? Já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu a Deus na sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura de sua mensagem. Os judeus pedem milagres, os gregos reclamam a sabedoria; mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos; mas, para os eleitos - quer judeus quer gregos -, força de Deus e sabedoria de Deus. Pois a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. Vede, irmãos, o vosso grupo de eleitos: não há entre vós muitos sábios, humanamente falando, nem muitos poderosos, nem muitos nobres. O que é estulto no mundo, Deus o escolheu para confundir os sábios; e o que é fraco no mundo, Deus o escolheu para confundir os fortes; e o que é vil e desprezível no mundo, Deus o escolheu, como também aquelas coisas que nada são, para destruir as que são. (1 Cor 1,18-28)

Jesus se dava a conhecer, mas as pessoas preferiram os seus conceitos e filosofias pessoais ao invés do Cristo. Santo Agostinho nos ensina em seus escritos que precisamos sim, cultivar o saber, precisamos buscar o conhecimento. Mas isso tudo precisa nos levar para Deus e para o novo de Deus. E para isso, mesmo os sábios precisam cultivar em si a simplicidade de coração. É possível ser sábio e simples. Só os simples entendem que Deus faz e sem Ele nada se faz. Por isso é preciso estar atento ao que Deus nos traz. Ele nos trouxe Jesus, a verdade definitiva, e este mesmo afirmou ser o Filho de Deus, em palavras e em obras. É nisso que cremos!

Pax Domini

Obs.: Ouça o nosso estudo sobre o Significado do Termo Filho de Deus. Para ouvir o Podcast, clique aqui!

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quinta-feira, 27 de março de 2008

Sê bendito Senhor para sempre



"Sê bendito Senhor para sempre / pelos frutos da nossa jornada / repartidos na mesa do reino(...)"
Ofertório – CF 2008

Essa letra é do canto do ofertório da CF deste ano. Campanha que nos leva a refletir sobre a escolha, vida ou morte!

Nesta música, cantamos um desejo que fica silenciosamente expresso em nós quando no momento da apresentação das oferendas apresentamos ao Senhor nossas humildes ofertas material e espiritual, que são colocadas juntamente com o pão e o vinho, sendo então ofertados a Deus para que sejam aceitos e transformem-se em nosso alimento, o Cristo Senhor.

O que me chamou a atenção nesta canção é esse desejo cantado: "Sê bendito Senhor (...) pelos frutos da nossa jornada...". Quem canta essa canção apresenta ao Senhor os frutos da sua jornada, sua vida, sua história, seus dons, para que o Senhor seja bendito por eles. Apresenta o fruto! É bom refletir que o fruto é resultado de uma fecundação, é vida, é sinal de prosperidade, alegria.

Ouvindo essa canção, caí no questionamento: Senhor o que tenho apresentado a Ti? Tenho apresentado algum fruto? E o que apresento, é para que Tu sejas bendito? Ou os frutos fazem com que eu seja bendito?

Precisamos acordar para nossa realidade. A "mesa do reino" está posta, Jesus já sentou-se a ela, e chamou os seus, agora só nos resta sentarmos juntos e partilharmos nossos frutos.

Na Igreja primitiva, o momento do ofertório era diferente de hoje. Era de costume que neste momento da celebração, os participantes colocassem diante do altar de Deus o melhor que tinha de suas colheitas e rebanho. Então, eram colocados diante do altar do Senhor o melhor fruto e o melhor animal, e tudo isso, ofertado ao Senhor, servia de alimento aos que não possuíam mais nada e decidiram viver pelo Reino, os apóstolos. Portanto, aqueles que decidiram largar tudo e viver para Deus, eram mantidos por essas ofertas, é a beleza da partilha que acontece no momento da celebração.

Hoje não é diferente, só mudou a oferta. Devido as mudanças, não se tornou possível continuar a oferta de animais e frutas, verduras, na celebração. Então, optamos por apresentar dinheiro, que espontaneamente ofertado, torna-se o sustento da Igreja e daqueles que vivem por ela.

Aqui falamos da oferta material. Mas, e a oferta espiritual? Temos o que ofertar para ser partilhado e manter a Igreja? E se apresentamos algo, quem tem sido bendito?

Precisamos rever nossa condição de vida. Sabemos que temos um dom. E vimos que este precisa ser utilizado da melhor forma possível. É momento de refletirmos se temos utilizado nosso dom para que O Senhor seja bendito, e refletirmos se estamos partilhando-o, fazendo-o gerar frutos.

Ainda têm pessoas dividindo meio pão, e ficando com fome, porque alguns que têm um pão inteiro não sabe partilhar. Isso acontece quando temos preguiça de assumir nosso serviço na Igreja por preguiça, comodismo, auto-preservação, vaidade ou etc.

Quando eram apresentadas as ofertas, os fiéis traziam o que tinha de melhor, se fosse uma melancia, talvez fosse a maior, e desse mais trabalho para levá-la ao templo, mas faziam, porque sabiam que Deus é merecedor do melhor. Imagine, alguém trazendo para a Igreja um cacho enorme de linda bananas. Talvez ficasse até sujo, pois a banana libera seiva. Quem já mexeu em cachos inteiros, sabe disso. Mas os fiéis levavam, pois Deus merece.

E hoje? Quantas vezes nós paramos porque não queremos sujar nossas mãos, porque já fiz minha parte, porque estou cansado (as vezes quem está trabalhando mais é o que já estava mais cansado, pense nisso!), porque não quero me expor, porque tenho medo de me machucar. Tudo bem, viva sua liberdade, mas saiba que enquanto isso, a mesa tem cada vez menos coisas para serem "repartidas", e alguém pode estar sendo bendito, menos Deus, pois não houve fruto, nem partilha!

Edgar Nogueira Lima
edgarnlima@gmail.com
Caritas et Misericordia!
Rahamim/Mar.08
Comunidade Católica Rahamim

A pedagogia da fé


O Evangelho nutre a fé e respeita a razão

Acabamos de celebrar mais uma Semana Santa. Desta vez veio cedo. Pelos cálculos do calendário, só em 2228 teremos de novo uma Páscoa no dia 23 de março. Mas não é preciso esperar tanto para nos dar conta de que ainda falta integrar melhor na religiosidade popular a rica celebração pascal, sobretudo a vigília pascal. É interessante ter presente que a “restauração” da Semana Santa precedeu a reforma litúrgica proposta pelo Concílio. Foi ainda em 1955 que o Papa Pio XII tomou esta iniciativa, que recolocou para a liturgia comum as ricas cerimônias que há muito tempo não faziam mais parte da tradição popular católica.

Este fato ajuda a compreender por que, sobretudo a celebração da noite de Páscoa, ainda apresenta dificuldades de assimilação por parte das comunidades. É um desafio para todos, quem sabe especialmente para os que se dedicam a acompanhar mais de perto a implementação da reforma litúrgica, encontrar maneiras adequadas de colocar a rica simbologia pascal mais ao alcance do povo, como propôs o Concílio, pouco depois da restauração feita por Pio XII. Mesmo que aos poucos a noite de Páscoa venha recuperando o lugar que merece nas celebrações da Semana Santa.

A maneira como os Evangelhos narram a ressurreição de Jesus é um modelo exímio do que poderíamos chamar de pedagogia da fé. Aquele “primeiro dia da semana” é paradigmático de todo o Evangelho. Ele se apresenta carregado de indícios que convidam a razão a refletir, e de sinais que nutrem a inteligência dos que já aderiram à fé. Assim é o Evangelho. Um respeitoso convite à razão e um substancioso alimento para a fé.

A narrativa da ressurreição cobre por inteiro aquele dia, desde a madrugada, até altas horas da noite. Isso se constitui num primeiro símbolo, cheio de significado.

Diz o Evangelho que Madalena foi cedo ao sepulcro, quando ainda estava escuro, em plena madrugada. Chegou tarde! Jesus já tinha ressuscitado. Por mais que madruguemos, Deus sempre nos antecede. “Deus nos amou primeiro”, constata João, um dos que naquela manhã correram logo ao sepulcro.

A madrugada da ressurreição é um convite a nos lançarmos cedo na busca do mistério da vida. Mas, por mais que nele mergulhemos, nunca o esgotamos. É o que simboliza a aparição do Senhor noite a dentro, depois de um longo dia, cheio de sobressaltos e de confirmação progressiva da esperança. A noite ainda abrigava a certeza definitiva, que permanecia inacabada e aberta a novas interrogações.

O mistério da vida nos incita a mergulhar em sua profundidade, sem que nele percamos nossa identidade pessoal. Mas o Evangelho, em sua pedagogia, apresenta também indícios para aqueles que ainda não abriram a porta do coração à gratuidade da fé. Pela insistência como é mencionado, o primeiro destes indícios é o sepulcro vazio. Ele se constituiu, com certeza, em fator de argumentação e de intriga. O Ressuscitado não se deixava perceber. Mas o seu sepulcro estava lá, vazio!

No seu primeiro sermão, no dia de Pentecostes, Pedro usa o argumento: o túmulo de Davi lá estava, e todos podiam saber que dentro dele se encontrava o corpo sepultado. Mas o túmulo de Jesus estava vazio, como todos podiam comprovar! Mas existe outro indício, que tem peso ainda maior que o sepulcro vazio. É de ordem cultural, mas nem por isto desprovido de grande significado histórico. Trata-se da mudança do sábado para o domingo. Ela seria impensável, sem um fato de todo contundente que a justificasse. Ainda mais tendo presente o rigor em guardar o sábado. O que teria levado os cristãos a este atrevimento impensável de trocar o dia santificado? A fé responde com serenidade: foi por causa da ressurreição de Jesus. A razão ajuda a perceber o alcance do fato. E cada um é convidado a se posicionar com coerência e abertura de espírito.

O Evangelho nutre a fé e respeita a razão. Sobretudo o Evangelho da ressurreição!

D. Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)

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Jesus Filho do Deus vivo: assim pregavam Pedro e Paulo!

Paralelamente, Paulo dirá a propósito de sua conversão no caminho para Damasco: Quando, porém, aquele que me separou desde o seio materno e me chamou, por sua graça houve por bem revelar em mim o seu Filho, para que eu o evangelizasse entre os gentios…” (Gl 1,15-16). “Imediatamente, nas sinagogas, começou a proclamar Jesus, afirmando que ele é o Filho de Deus” (At 9,20). Este será desde o início o centro da fé apostólica professada primeiro por Pedro como fundamento da Igreja. (CIC§442)

A base da Doutrina professada por São Pedro, é essa: Jesus é o Filho de Deus. E por isso, os cristãos foram tão perseguidos. Os mestres e doutores da Lei, não odiavam Jesus pelo fato Dele ensinar a Doutrina. Eles não odiavam Jesus pelo fato Dele realizar milagres. O ódio que eles tinham de Jesus era por Ele, e posteriormente os Apóstolos era justamente pelo fato de Jesus chamar a Deus de Pai e se auto-proclamar “Filho de Deus”. Ser cirstão é essencialmente acreditar nisso: Jesus é o Filho de Deus.

Essa também era a base da pregação de Paulo. O apóstolo dos gentios, saia de sinagoga em sinagoga dizendo que Jesus era o Filho de Deus. Você conhece a história da conversão de são Paulo. Mas o que talvez você não conheça é a História da morte dele. Conta-se a tradição que São Paulo foi decaptado (veja a primeira foto) num lugar onde hoje existe a Abadia delle Tre Fontane (veja a segunda foto). Segundo a tradição, ao ser decaptado em um lugar pouco íngreme, a sua cabeça rolou e bateu em três lugares. Desses lugares nasceram três fontes. Por isso o local passou a ser chamado, Abbazia delle Tre Fontane. Hoje seu corpo repousa na Chiesa di San Paolo fuori le mura (Igreja de São Paolo fora dos muros) lugar que era um Cemitério de Cristãos (foto abaixo).

Estou falando sobre isso, por que é preciso saber que aqueles que professam que Jesus é o Filho de Deus, passam por provações. Passam por sofrimentos. Passam por dores. E isso é coisa que poucos estão dispostos a aceitar. Porém, aqueles que proclamam Jesus como Filho de Deus, ganham algo que ninguém mais vai receber: A vida eterna ao lado do Filho do Homem no Paraíso.

Portanto amigos, quando for falar de Jesus Cristo as pessoas, expresse sua fé claramente dizendo: Eu creio em Jesus Cristo, o Filho de Deus Vivo. É nele que repousa a minha fé. Hoje já não se matam mais cristãos (ao menos no Brasil, por enquanto ainda não). Mas somos ridicularizados, humilhados, excluidos… E eu não estou exagerando. Você que é cristão verdadeiro (não esses cristãos meia boca) sabe disso, por que passa por isso. E essas coisas, hoje, são a nossa morte. Mas não podemos, mesmo vivendo essas lutas, de desanimar na nossa fé no Cristo, Filho do Deus vivo!

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terça-feira, 25 de março de 2008

Para começar nosso estudo, uma pergunta:


Paz e bem meus amigos! Que bom poder chamá-los assim. Mais que amigos do Blog, vocês são meus amigos! E como diz meu irmão o Dunga: Quem tem amigos tem anjos!

Portanto “anjinhos” que bom poder estudar o catecismo com vocês. E nesse tempo de páscoa podemos fazer isso com mais intensidade e alegria: O Filho de Deus ressuscitou! Aleluia! (Como é bom dizer esse Aleluia…)

Antes de entrar no texto do catecismo, quero que você pense nessa expressão, usada no tempo de Jesus e não no nosso. Digo isso por que hoje, é facil dizer que Jesus é o Filho de Deus. Sabemos e cremos nisso. Mas naquele tempo não era assim. Jesus era um com o povo. Comia como as pessoas comiam, bebia, sorria, chorava, ficava cansado… Portanto era difícil para aquelas pessoas reconhecerem Jesus como Filho de Deus. Dito isso, vamos ao catecismo:

Filho de Deus, no Antigo Testamento, é um título aos anjos, ao povo da Eleição, aos filhos de Israel e a seus reis. Significa então uma filiação adotiva que estabelece entre Deus e sua criatura relações de uma intimidade especial. Quando o Rei-Messias prometido é chamado “filho de Deus”, isso não implica necessariamente, segundo o sentido literal desses textos, que ele ultrapasse o nível humano. Os que designaram Jesus como Messias de Israel talvez não tenham tido a intenção de dizer mais do que isto. (CIC§441)

O catecismo nos ensina que essa expressão era usada em Israel para designar três “pessoas”

1. Os Anjos - Essa expressão é usada entre outras passagens, para designar os anjos. Veja um trecho do livro de Jó:

Um dia em que os filhos de Deus se apresentaram diante do Senhor, veio também Satanás entre eles. (Jó 1,6)

2. O Povo Eleito - Também era usada para designar o povo de Israel. Veja:

Os filhos de Israel serão tão numerosos como a areia do mar, que não se pode medir nem contar. Em lugar de se lhes dizer: Lo-Ami, serão chamados Filhos do Deus vivo. (Os 2,1)

3. Os Filhos de Israel - também se usava essa expressão para definir os filhos do povo eleito.

Eu disse: Sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo. (Sl 81,6)

Por isso quando vemos nos evangelhos, as pessoas exclamarem que Jesus era o Filho de Deus, não queria dizer que de verdade elas acreditavam que Jesus era de fato, Filho legítimo de Deus. Acreditavam que Jesus era um ser humano diferente. Era um rabi. Um mestre. Um homem sábio. Um curandeiro…

Mas o sentido correto dessa expressão nos foi ensinada por um homem. isso também nos conta o catecismo:

Não acontece o mesmo com Pedro, quando confessa Jesus como “o Cristo, o Filho do Deus vivo”, pois este lhe responde com solenidade: “Não foi a carne e o sangue que te revelaram isso, e sim meu Pai que está nos Céus” (Mt 16,17). (CIC§442)

Agora vem a célebre questão: Qual o sentido da expressão Jesus Cristo Filho de Deus na sua vida? Você deseja expressar-se como as pessoas em geral, ou como São Pedro?

Isso é algo que precisamos Parar e pensar. Por que muitas vezes tratamos Jesus como um simples sábio. Outras vezes, Jesus só serve para curar minhas doenças e realizar milagres na minha vida. E logo! Não pode demorar com o milagre!

Se Jesus é Filho de Deus (e portanto Deus), é a minha maneira de tratá-lo que vai dizer o sentido dessa expressão em minha vida. Por isso quero questionar uma coisa: Como está a sua oração diária (caso exista)? Você louva e adora mais que pede? Ou você mais pede do que adora e louva? Não é que seja errado pedir, mais é errado só pedir. Afinal de contas ele te dá mais do que você merece. Não é errado pedir, mas muitas vezes, é errada a maneira com que se pede as coisas pra Jesus. Afinal Ele é o Filho do Deus vivo! Você costumar ter gratidão no coração quando fala com Deus?

Quero deixar essa pergunta no ar para você comentar aqui no blog: O que significa a expressão Jesus Filho de Deus para você?

Aguardo seu comentário!
Pax Domini!

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domingo, 23 de março de 2008

Aleluia! Jesus ressucitou!

Caríssimos,

Hoje marcamos o início de uma nova vida... Cristo ressuscitou! Aleluia, Jesus ressuscitou! Jesus venceu a morte, e subiu aos céus... O túmulo está vazio! Jesus, o Cristo salvador, ressuscitou!

Vivamos esse novo tempo com o ressurreição de Jesus, o Deus que se fez menino para nascer entre os homens, e morrer na cruz por nosso pecados, e renascer vencendo a morte para nos dar a vida plena!

Como disse Santo Agostinho, não é grande coisa crer que Jesus foi crucificado... O que realmente é grandioso é crer em sua ressurreição. Nós Cristãos não somos filhos do crucificado... somos SIM filhos do ressuscitado!

Feliz Páscoa! Vivamos essa Páscoa como o marco de início de uma vida nova!

Domingo de Páscoa

Marcas da Ressurreição


Não tenha medo de se expor à Ressurreição de Cristo

"Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?" (Lucas 24,5b).

Ressuscitou! Está Vivo! Abandonou a morte, superou as trevas. A Ressurreição de Cristo é as primícias para os que morreram, os que vão morrer e sinal de vida eterna para os que vivem na morte.

Mas é preciso compreender para crer e crer para compreender. Pois ao celebrar a Páscoa, a passagem da morte à vida, isto é, crer na Ressurreição. Diz Santo Agostinho: “Não é grande coisa crer que Jesus morreu; também os pagãos o crêem, também os judeus e os condenados; todos o crêem. Mas a coisa realmente grande é crer que ressuscitou. A fé dos cristãos é a ressurreição de Cristo”.

Existem pessoas que só vivem do Cristo morto. No dia em que estamos vivendo a Páscoa do Senhor –, a Ressurreição, que é a base da vida –, muitas delas não conseguem sair da morte para a Ressurreição. São pessoas que ainda estão presas à morte que aconteceu na Sexta-feira da Paixão, sem olhar a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, Aquele que venceu a morte e nos deu a vida eterna.

Por que ainda insistimos em querer aquilo que é morte? O que nos falta para experimentarmos a vida, mas a vida do Ressuscitado, a vida de Cristo no nosso corpo mortal? E quais são as áreas de nossa vida que estão mortas pelo pecado, pelas trevas? O poder da Ressurreição de Cristo quer atingi-lo por inteiro e lhe dar uma vida nova, pois com a Ressurreição somos participantes da vida de Cristo, da vida eterna.

Sim, a morte de Cristo não é prova suficiente da verdade, mas um testemunho supremo da sua caridade. Somente a Ressurreição é a verdade atestada e comprovada. É o selo que o Pai põe entre a morte e a vida.

No entanto, a Ressurreição de Cristo não é somente um fato para fornecer provas garantidas, uma demonstração de poder, uma coisa criada pela Igreja, um ato público para o povo voltar para Deus. Mas, antes de tudo, é um ato de amor infinito do Pai, o ápice da ação de Deus no mundo. Uma prova de amor de Deus não somente pelo seu Filho Jesus, mas também por toda a humanidade que recebeu a Ressurreição de Cristo em suas vidas.

Com a Ressurreição de Cristo quem ganhou foi o homem; pois nós também iremos ressuscitar com Ele. Nosso corpo mortal vai e já pode experimentar a Ressurreição pela ação do Espírito Santo

“Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dos mortos também dará a vida aos nossos corpos mortais por meio de seu Espírito que habita em nós” (Rm 8,11).

Essa é a nossa alegria e esperança, porque Jesus não fica com nada para Ele. Ele faz questão de se dar ao homem gratuitamente.

“A Ressurreição de todos realiza-se pelo Espírito Santo. E não entendo só ressurreição dos corpos no fim dos tempos, mas também a regeneração espiritual e a ressurreição das almas mortas, que se efetua todos os dias espiritualmente. Esta ressurreição é outorgada mediante o Espírito Santo por Cristo que, morto uma vez, ressuscitou e ressuscita em todos os que vivem dignamente” (Simeão, o Novo Teólogo).

Não tenhamos medo de nos expor à Ressurreição de Cristo para que saiamos da morte, das trevas e das doenças. Levantemo-nos e gritemos: Cristo Ressuscitou! Aleluia!

Pe. Reinaldo C. Da Silva
padrereinaldo@cancaonova.com

Publicado no Portal da Canção Nova

Ressucitou, não está aqui!

Um dos mais encantadores episódios do dia da Ressurreição, o primeiro dia da semana, o primeiro dia da nova e definitiva Aliança, foi o encontro de Maria Madalena com Jesus. Lá estava aquela mulher, à boca do túmulo, a chorar. O Evangelista João o narra. Enquanto os discípulos, tendo visto, foram embora, ela não se afastara daquele lugar. Ao que lhe parecera ser o jardineiro, pergunta “Se foste tu que o tirastes, onde o puseste, para que eu vá buscá-lo”(Cf. Jo.20,15)

Em sua homilia sobre este trecho do Evangelho, diz São Gregório, Papa: “Procurava com ardor e afinco a quem não encontrara; chorava, buscando, inflamada de amor, aquele que julgava ter sido roubado e por quem sentia ardente desejo”. Como a Sulamita, buscava o Amado do seu coração. Procurava-o pelas ruas e praças até o encontrar. Quando o encontrasse, o seguraria e não o deixaria jamais (Cf. Cant.3).

Então aconteceu que só ela o viu, ela que ficara a procurar.

-“Maria! – Rabbuni, que significa mestre”(Jo.20,16). Cristo ressuscitou! Vai, Maria, anunciá-lo a meus irmãos. ”Eu vou para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. Maria saiu a correr e a anunciar. O Mestre ressuscitou e foi para o Pai.

O mundo continuamente repete a cena do Calvário. Naqueles que crêem em Cristo, continua o seu martírio. Na sua despedida, na véspera de sua Paixão, Jesus mesmo o predisse: “Se a mim perseguiram, também vos perseguirão; se guardaram minhas palavras guardarão também as vossas. Mas tudo farão contra vós por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou” (Cf. Jo.15,20-21)

Talvez mais que em outras eras, sentimos a atuação do Mistério da Iniqüidade que, vendo que seu tempo está próximo, recrudesce a violência e sofistica os meios para a destruição dos valores do Evangelho e dos que crêem no Cristo, arrancando a fé dos corações.

Sob o brilho efêmero das luzes que não resistem aos “apagões”, e da falsa ciência que não vê que na larva está escondida a vida e, do casulo, em vôo festivo sairá a borboleta, da cruz, continua a jorrar o sangue dos irmãos que são mortos, dos que passam fome e miséria.

Vamos então ao sepulcro onde depositaram o seu Corpo. Mas está vazio. Como Madalena procuramos aquele que amamos e em quem depositamos nossa esperança. Onde está Ele, em quem acreditamos. Se alguém o viu, fale-nos.

E eis que Ele está a nosso lado e nos chama pelo nome. E nos manda anunciar a Vida. Ressuscitado, Ele está vivo entre nós. Os homens quiseram destruí-lo e nele destruir a fonte da Vida, hoje, no segredo da geração, na infância desvalida, na pobreza, no ancião que teima em sentir o palpitar do seu coração, naquele que dá sua vida pela fé e pelo amor a seus irmãos.

E eis que a Vida ressurge em sua plenitude, como da semente que, lançada em terra, morre para florescer incorruptível e em esplendor sem igual. O Cristo ressuscitado já não morre mais. A morte não mais o atinge: ”Cristo, ressuscitado dentre os mortos não morre mais e a morte não tem mais domínio sobre Ele” (Cf. Rm. 6,9). E todos nós que com Ele morremos com Ele viveremos eternamente.

A ressurreição de Cristo, ensina o mesmo São Gregório, é um festa gloriosa para Ele e para nós “porque nos reconduziu à imortalidade” e também para os anjos porque, chamando-nos para o céu, aumentou o seu número. (Cf. Hom.21 sobre o Ev. de Marcos cap.16,1-7)

Discípulos-Missionários, aprendemos a crer no amor infinito do Pai que ressuscitou seu Filho pela força do Espírito. Esse mesmo Espírito que infundiu em nossos corações e pelo qual reconhecemos o Ressuscitado e inflamados de amor o anunciamos ao mundo, testemunhando a Vida que brota da cruz no sepulcro vazio de Cristo.

Maria Madalena não se quedou inerte diante do Senhor, partiu para a missão. Também nós. “Por que procurais entre os mortos, aquele que está vivo? Ele não está aqui, mas ressuscitou.” (Cf. Lc.24,5-6)

Alegrando-nos com a vitória de Jesus, celebrando a Páscoa, levemos este fogo novo que espanca as trevas da noite do pecado, lança longe os crimes e lava-nos as culpas. Restitui a inocência aos que caíram e aos tristes, a alegria.

Anunciemos ao mundo: Cristo ressuscitou. A Vida venceu a morte. Irrompeu entre nós o Reino de Deus. Somos testemunhas.

DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO METROPOLITANO DE JUIZ DE FORA, MG.


sábado, 22 de março de 2008

Sábado Santo e Vigília Pascal

"Durante o Sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição" (Circ 73).

No dia do silêncio: a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio.

A Cruz continua entronizada desde o dia anterior. Central, iluminada, com um pano vermelho com o louro da vitória. Deus morreu. Quis vencer com sua própria dor o mal da humanidade. É o dia da ausência. O Esposo nos foi arrebatado. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão. O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito da cruz "por que me abandonaste?", agora ele cala no sepulcro. Descansa: "consummantum est", "tudo está consumado". Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloqüente. "Fulget crucis mysterium", "resplandece o mistério da Cruz".

O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. Se a fé, ungida de esperança, não visse no horizonte último desta realidade, cairíamos no desalento: "nós o experimentávamos… ", diziam os discípulos de Emaús.

É um dia de meditação e silêncio. Algo pareceido à cena que nos descreve o livro de Jó, quando os amigos que foram visitá-lo, ao ver o seu estado, ficaram mudos, atônitos frente à sua imensa dor: "Sentaram-se no chão ao lado dele, sete dias e sete noites, sem dizer-lhe uma palavra, vendo como era atroz seu sofrimento" (Jó. 2, 13).

Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São três aspectos -não tanto momentos cronológicos- de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado:

"...se despojou de sua posição e tomou a condição de escravo…se rebaixou até se submeter inclusive à morte, quer dizer, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre sua alma e seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que Ele expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo em que Cristo depositado na tumba manifesta o grande repouso sabático de Deus depois de realizar a salvação dos homens, que estabelece na paz o universo inteiro".

Vigília Pascal

A celebração é no sábado à noite, é uma Vigília em honra ao Senhor, segundo uma antiqüíssima tradição, (Ex. 12, 42), de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (Lc. 12, 35 ss), tenham acesas as lâmpadas como os que aguardam a seu Senhor quando chega, para que, ao chegar, os encontre em vigília e os faça sentar em sua mesa.

A Vigília Pascal se desenvolve na seguinte ordem:

Breve Lucernário
Abençõa-se o fogo. Prepara-se o círio no qual o sacerdote com uma punção traça uma cruz. Depois marca na parte superior a letra Alfa e na inferior Ômega, entre os braços da cruz marca as cifras do anos em curso. A continuação se anuncia o Pregão Pascal.

Liturgia da Palavra
Nela a Igreja confiada na Palavra e na promessa do Senhor, media as maravilhas que desde os inícios Deus realizou com seu povo.

Liturgia Batismal
São chamados os catecúmenos, que são apresentados ao povo por seus padrinhos: se são crianças serão levados por seus pais e padrinhos. Faz-se a renovação dos compromissos batismais.

Liturgia Eucarística
Ao se aproximar o dia da Ressurreição, a Igreja é convidada a participar do banquete eucarístico, que por sua Morte Ressurreição, o Senhor preparou para seu povo. Nele participam pelas primeira vez os neófitos.


Toda a celebração da Vigília Pascal é realizada durante a noite, de tal maneira que não se deva começar antes de anoitecer, ou se termine a aurora do Domingo.

A missa ainda que se celebre antes da meia noite, é a Missa Pascal do Domingo da Ressurreição. Os que participam desta missa, podem voltar a comungar na segunda Missa de Páscoa.

O sacerdote e os ministros se revestem de branco para a Missa. Preparam-se as velas para todos os que participem da Vigília.


Fonte: ACI Digital

Sábado Santo


Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos

“Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam à séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.

Ele vai, antes de tudo, à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, e agora libertos dos sofrimentos.

O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes, levante dentre os mortos, e Cristo te iluminará. Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: “Saí!”; e aos que jaziam nas trevas: “Vinde para a luz!”; e aos entorpecidos: “Levantai-vos!”

Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te, obra de minhas mãos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa.

Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra, e fui mesmo sepultado abaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.

Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi; para restituir-te o sopro da vida original. Vê nas minhas faces as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, a tua beleza corrompida. Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar dos teus ombros os pesos dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente tuas mãos para a árvore do paraíso. Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava voltada contra ti.

Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus. Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, constituído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade.”

De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo (séc IV), de um autor grego desconhecido - Da Liturgia das Horas – II leitura do Sábado Santo

Publicado no Portal da Canção Nova

Novo estudo - Jesus o Filho único de Deus


Pax Domini! Em plena sexta feira da paixão, começamos um Novo Estudo. Vamos começar a refletir sobre um outro título dado a Jesus Cristo: Filho de Deus.

Este é o terceiro programa que fazemos sobre o nome de Jesus e os títulos que o acompanham. No primeiro programa, estudamos o significado do Nome de Jesus. No segundo programa vimos o significado da palavra Cristo e por que Jesus era chamado assim. No podcast de hoje, estudaremos o significado da expressão Filho de Deus.

A primeira vista podemos imaginar que essa atribuição era natural, uma vez que Jesus é o Filho de Deus e membro da Santíssima Trindade. Porém isso é natural a nós hoje. A dois mil anos atrás isso não era tão claro. A figura de Jesus que passeava em meio aos povos não era comumente vista assim. Vamos nos aprofundar. Espero que ouçam e gostem do podcast.

Pax Domini

Para ouvir Jesus o Filho Único de Deus, clique no player abaixo:



Para ouvir melhor esse podcast, faça uma pausa na Radiola do Círculo Verde.
Publicado no Blog Dominus Vobiscum

sexta-feira, 21 de março de 2008

Sexta-feira Santa

Jesus, o primeiro testemunho do amor do Pai

A tarde de Sexta-feira Santa apresenta o drama imenso da morte de Cristo no Calvário. A cruz erguida sobre o mundo segue de pé como sinal de salvação e de esperança. Com a Paixão de Jesus segundo o Evangelho de João comtemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que lhe traspassou o lado.

São João, teólogo e cronista da paixão nos leva a comtemplar o mistério da cruz de Cristo como uma solene liturgia.

Tudo é digno, solene, simbólico em sua narração: cada palavra, cada gesto. A densidade de seu Evangelho agora se faz mais eloqüente. E os títulos de Jesus compõem uma formosa Cristologia.

Jesus é Rei. O diz o título da cruz, e o patíbulo é o trono onde ele reina. É a uma só vez, sacerdote e templo, com a túnica sem costura com que os soldados tiram a sorte. É novo Adão junto à Mãe, nova Eva, Filho de Maria e Esposo da Igreja. É o sedento de Deus, o executor do testamento da Escritura. O Doador do Espírito. É o Cordeiro imaculado e imolado, o que não lhe romperam os ossos. É o Exaltado na cruz que tudo o atrai a si, quando os homens voltam a ele o olhar.

A Mãe estava ali, junto à Cruz. Não chegou de repente no Gólgota, desde que o discípulo amado a recordou em Caná, sem ter seguido passo a passo, com seu coração de Mãe no caminho de Jesus. E agora está ali como mãe e discípula que seguiu em tudo a sorte de seu Filho, sinal de contradição como Ele, totalmente ao seu lado. Mas solene e majestosa como uma Mãe, a mãe de todos, a nova Eva, a mãe dos filhos dispersos que ela reúne junto à cruz de seu Filho.

Maternidade do coração, que infla com a espada de dor que a fecunda.

A palavra de seu Filho que prolonga sua maternidade até os confins infinitos de todos os homens. Mãe dos discípulos, dos irmãos de seu Filho. A maternidade de Maria tem o mesmo alcance da redenção de Jesus. Maria comtempla e vive o mistério com a majestade de uma Esposa, ainda que com a imensa dor de uma Mãe. São João a glorifica com a lembrança dessa maternidade. Último testamento de Jesus. Última dádiva. Segurança de uma presença materna em nossa vida, na de todos. Porque Maria é fiel à palavra: Eis aí o teu filho.

O soldado que traspassou o lado de Cristo no lado do coração, não se deu conta que cumpria uma profecia realizava um últmo, estupendo gesto litúrgico. Do coração de Cristo brota sangue e água. O sangue da redenção, a água da salvação. O sangue é sinal daquele maior amor, a vida entregue por nós, a água é sinal do Espírito, a própria vida de Jesus que agora, como em uma nova criação derrama sobre nós.

A Celebração

Hoje não se celebra a missa em todo o mundo. O altar é iluminado sem mantel, sem cruz, sem velas nem adornos. Recordamos a morte de Jesus. Os ministros se prostram no chão frente ao altar no começo da cerimônia. São a imagem da humanidade rebaixada e oprimida, e ao mesmo tempo penitente que implora perdão por seus pecados.

Vão vestidos de vermelho, a cor dos mártires: de Jesus, o primeiro testeunho do amor do Pai e de todos aqueles que, como ele, deram e continuam dando sua vida para proclamar a libertação que Deus nos oferece.

Ação litúrgica na Morte do Senhor

1. A ENTRADA

A impressionante celebração litúrgica da Sexta-feira começa com um rito de entrada diferente de outros dias: os ministros entram em silëncio, sem canto, vestidos de cor vermelha, a cor do sangue, do martírio, se prostram no chão, enquanto a comunidade se ajoelha, e depois de um espaço de silêncio, reza a oração do dia.

2. Celebração da Palavra

Primeira Leitura

Espetacular realismo nesta profecia feita 800 anos antes de Cristo, chamada por muitos o 5º Evangelho. Que nos introduz a alma sofredora de Cristo, durante toda sua vida e agora na hora real de sua morte. Disponhamo-nos a vivê-la com Ele.

Segunda leitura

O Sacerdote é o que une Deus ao homem e os homens a Deus… Por isso Cristo é o perfeito Sacerdote: Deus e Homem. O Único e Sumo e Eterno Sacerdote. Do qual o Sacerdócio: o Papa, os Bispos, os sacerdotes e dos Diáconos unidos a Ele, são ministros, servidores, ajudantes…

Versículo antes o Evangelho

Cristo, por nós, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o sobreexaltou grandemente e o agraciou com o Nome que é acima de todo nome.

Como sempre, a celebração da Palavra, depois da homilia conclui-se com uma ORAÇÃO UNIVERSAL, que hoje tem mais sentido do que nunca: precisamente porque comtemplamos a Cristo entregue na cruz como Redentor da humanidade, pedimos a Deus a salvação de todos, crentes e não crentes.

Adoração da Cruz

Depois das palavras passamos a um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da Santa Cruz é apresentada solenemente a Cruz à comunidade, cantando três vezes a aclamação:

"Eis o lenho da Cruz, onde esteve pregada a salvação do mundo. Ó VINDE ADOREMOS", e todos ajoelhados uns instantes de cada vez, e então vamos, em procissão, venerar a Cruz pessoalmente, com um genuflexão (ou inclinação profunda) e um beijo (ou tocando-a com a mão e fazendo o sinal da cruz ); enquanto cantamos os louvores ao Cristo na Cruz :

A comunhão

Desde de 1955, quando Pio XII decidiu, na reforma que fez na Semana Santa, não somente o sacerdote - como até então - mas também os fiéis podem comungar com o Corpo de Cristo. Ainda que hoje não haja propriamente Eucaristia, mas comungando do Pão consagrado na celebração de ontem, Quinta-feira Santa, expressamos nossa participação na morte salvadora de Cristo, recebendo seu "Corpo entregue por nós".

Fonte: ACI Digital

O amor ao próximo

Sendo a caridade a virtude mais excelente, entende-se que na última Ceia disse Jesus aos Apóstolos: “Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amais uns aos outros” (João 13,34-35). O mandamento novo assinala a medida com a qual devemos aos demais: assim como Cristo nos amou. Os mandamentos da lei de Deus resumem-se em dois: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. O amor, portanto, é a perfeição da Lei.

Assim, concluímos que a caridade é a virtude mais importante do cristão, enquanto peregrinamos nesta terra, e será também a nossa ocupação no céu, onde não existirá mais a fé – já que veremos Deus face a face - , nem existirá também a esperança, porque teremos chegado à meta. Somente a caridade permanecerá.

Vejamos em que consiste esta virtude, que resume e coroa toda a vida sobrenatural.

Publicado no Portal da Comunidade Católica Shalom

quinta-feira, 20 de março de 2008

Cruz: heróica lição de amor


Ele havia dado tudo: uma vida ao lado de Maria, em meio aos incômodos e na obediência. Três anos de pregação revelando a Verdade, dando testemunho do Pai, prometendo o Espírito Santo e fazendo todo tipo de milagres de amor.

Três horas na cruz, desde a qual perdoa os verdugos, abre o Paraíso ao ladrão, dá-nos a sua Mãe e, finalmente, seu Corpo e seu Sangue depois de ter-nos dado misticamente, na Eucaristia. Restava-lhe a divindade.

Sua união com o Pai, a dulcíssima e inefável união com Ele, que o havia tornado tão potente na terra, como Filho de Deus, e ainda na cruz mostrava sua realeza, este sentimento da presença de Deus, devia ir desaparecendo no fundo de sua alma, até não senti-lo mais; separá-lo de algum modo d’Aquele do qual disse que era uma só coisa com Ele:
"O Pai e eu somos um" (Jo 10, 30).
Nele, o amor estava anulado, a luz apagada; a sabedoria calava.

Ele se tornava nada, então, para tornar-nos partícipes do Todo; verme da terra (Salmo 22, 7), para tornar-nos filhos de Deus. Estávamos separados do Pai. Era necessário que o Filho, no qual todos nos encontrávamos, provasse a separação do Pai. Tinha de experimentar o abandono de Deus para que nós nunca mais nos sentíssemos abandonados. Ele havia ensinado que ninguém tem maior caridade que aquele que dá a vida pelos amigos. Ele, a Vida, dava tudo de si. Era o ponto culminante, a expressão mais bela do amor.

Seu rosto está detrás de todos os aspectos dolorosos da vida; cada um deles é Ele.

Sim, porque Jesus que grita o abandono é a figura do mundo: já não sabe falar.

É a figura do cego: não vê; do surdo: não ouve.

É o cansado que se queixa.

Aparece a desesperança.

É o faminto de união com Deus.

É a figura do desiludido, do traído, parece ter fracassado.

E medroso, tímido, desorientado.

Jesus abandonado é a treva, a melancolia, o contraste, a figura de tudo o que é raro, indefinível, que parece monstruoso, porque é um Deus que pede ajuda. É o solitário, o desamparado. Parece inútil, um descartado, transtornado. Podemos vê-lo em cada irmão que sofre. Aproximando-nos dos que se parecem com Ele, podemos falar-lhes de Jesus abandonado.

Aos que se descobrem semelhantes a Ele e aceitam compartilhar seu destino, Ele se converte, para o mundo, na palavra; para quem não sabe, a resposta; para o cego, a luz; para o surdo, a voz; para o cansado, o descanso; para o desesperado, a esperança; para o separado, a unidade; para o inquieto, a paz. Com Ele, as pessoas se transformam e o absurdo da dor adquire sentido.

Ele havia gritado o porquê, ao qual ninguém havia dado resposta, para que tivéssemos a resposta a cada porquê.

O problema da vida humana é a dor. Qualquer tipo de dor, por mais terrível que seja, sabemos que Jesus o fez seu e transforma, por uma alquimia divina, a dor em amor.

Por experiência, posso dizer que apenas nos alegramos por uma dor para ser como Ele e depois continuamos amando fazendo a vontade de Deus; a dor, se é espiritual, desaparece, e se é física, converte-se em jugo suave.

Nosso amor puro em contato com a dor a transforma em amor; de certa forma a diviniza, quase continuando em nós – por assim dizer – a divinização que Jesus fez da dor.

E depois de cada encontro com Jesus abandonado, amado, encontro Deus de um modo novo, mais face a face, mais evidente, em uma unidade mais plena.

A luz e a alegria voltam e, com a alegria, a paz, que é fruto do Espírito.

A luz, a alegria, a paz que nascem da dor amada causam impacto e conquistam as pessoas mais difíceis. Pregados na cruz se é mãe e pai de almas. A máxima fecundidade é o efeito.

Como escreve Oliver Clément, "o abismo, que por um instante abriu aquele grito se vê cumulado pelo grande sopro da ressurreição".
Anula-se qualquer tipo de desunião, a separação, e as rupturas são curadas, resplandece a fraternidade universal, há lugar a milagres de ressurreição, nasce uma nova primavera na Igreja e na humanidade.

Fonte: Zenit

Publicado no Portal da Comunidade Católica Shalom

Confessar-se para quê?


É comum encontrarmos dificuldades de nos recordar de nossos pecados

O orgulho nos leva à falsa convicção de que não temos pecados. Devemos ter a humildade de reconhecer nossas faltas e de as confessar ao sacerdote. Não raras vezes é comum encontrarmos dificuldades em nos recordar dos pecados cometidos. Por ser um fato freqüente, leia os Mandamentos da Lei de Deus e siga o roteiro abaixo descrito, o qual servirá como um verdadeiro auxílio para revisão de vida:

EXAME DE CONSCIÊNCIA (com base nos 10 Mandamentos)

1º. Amar a Deus sobre todas as coisas.
- Tive vergonha de testemunhar meu amor a Deus;
- Fui relaxado e não cultivei minha união com Deus. Não fiz a leitura e meditação da Palavra;
- Revoltei-me contra Deus nas horas difíceis. Alimentei supertições;
- Durante o dia nunca ou raramente dirijo o pensamento a Deus. Faltei à oração de cada dia;
- Duvidei da presença de Deus em minha vida? não alimentei minha fé;
- Não fui fiel à oração com minha esposa-esposo e filhos?

2º. Não tomar o nome de Deus em vão.
- Jurei falsamente ou jurei desnecessariamente;
- Usei o Nome de Deus ou símbolos religiosos sem o devido respeito;
- Busquei a Deus e a Igreja somente nas horas de necessidade?

3º. Guardar os Domingos e dias Santos.
- Faltei à Missa aos Domingos e dias Santos por preguiça, por conveniência;
- Vivi meu Domingo para comer, beber, dormir e ver televisão;
- Sem precisar, entreguei-me ao trabalho aos Domingos;
- Obriguei meus funcionários ao trabalho aos Domingos;
- Não usei dos Domingos para estar com minha família, para visitar alguém?

4º. Honrar pai e mãe.
- Agredi meu pai ou minha mãe com palavras, gestos, atitudes;
- Descuidei-me deles na hora da doença ou na velhice;
- Não procurei ser compreensivo com eles;
- Deixei passar longo tempo sem visitá-los;
- Por orgulho, tive vergonha de meus pais?

5º. Não matar.
- Pratiquei o aborto, fui cúmplice ou apoiei alguém que abortou;
- Usei drogas, fui além dos limites na bebida alcoólica e no cigarro;
- Não cuidei da minha saúde ou da saúde das pessoas que dependem de mim;
- Feri as pessoas com olhar, ou as agredi fisicamente ou grosseiramente;
- Alimentei desejos de vingança, ódio, revoltas e desejei mal aos outros;
- Neguei o perdão a alguém;
- Não gastei, ao menos um pouquinho de meu dinheiro, para ajudar aos necessitados;
- Pensei ou tentei o suicídio;
- Fui racista e preconceituoso, ou não combati o racismo e os preconceitos?

6º. Não pecar contra a castidade.
- Descuidei em lutar pela minha santificação;
- Não disciplinei os meus sentidos, instintos, vontade;
- Dei espaço à sensualidade, erotismo, pornografia;
- Gastei tempo e dinheiro com filmes, revistas, espetáculos e sites da internet desonestos;
- Caí na masturbação;
- Assediei alguma pessoa, induzi alguém ao pecado;
- Vesti-me de maneira provocante;
- Entrei na casa do Senhor com trajes inadequados;
- Fui malicioso em minhas relações de amizade?

7º. Não furtar.
- Aceitei ou comprei algo que foi roubado;
- Estraguei bens públicos ou de outras pessoas;
- Desperdicei dinheiro em jogos, bebidas e diversões desonestas;
- Prejudiquei alguém, usando de pesos e medidas falsas, enganando nas mercadorias e negócios;
- Explorei alguma pessoa ou não paguei o justo salário;
- Não administrei direito meus bens e deixei de pagar minhas dívidas?

8º. Não levantar falso testemunho.
- Envolvi-me em mentiras, difamações, calúnias, maus comentários, fiz mau juízo dos outros;
- Fingi doença ou piedade para enganar os outros;
- Desprezei pessoas simples, pobres e idosas, deficientes físicos ou mentais;
- Dei maus exemplos contra a Religião, na família, na escola, na rua, no trabalho?

9º. Não cobiçar a mulher do próximo.
- Alimentei fantasias desonestas, envolvendo outras pessoas;
- Deixei de valorizar meu cônjuge;
- Pratiquei adultério (uniões sexuais antes ou fora do casamento);
- Não soube desenvolver um namoro maduro e responsável, enganando a (o) namorada (o);
- Não fugi das ocasiões ou lugares próximos do pecado?

10º. Não cobiçar as coisas alheias.
- Tenho sido invejoso;
- Apoiei movimentos políticos que se organizam com o fim de invadir e tomar as propriedades alheias;
- Violei segredos, usei de mentiras, ou não tenho combatido o egoísmo;
- Sou dominador, não aceitando a opinião ou sucesso dos outros;
- Fico descontente ou com raiva diante da prosperidade material e financeira de meu próximo?

Catecismo da Igreja Católica

Canção Nova

Uma coisa é falar que Jesus é o Cristo. Outra coisa é entender e acreditar nisso!


Olá Amigos do Dominus Vobiscum! Estamos concluindo mais uma parte do nosso estudo sobre a pessoa de Jesus. E nesse tópico em especial estamos vendo por que Jesus era chamado Cristo. E hoje vamos ver um aspecto especial deste estudo, que diz muito do nosso dia a dia. Veja o catecismo:

Numerosos judeus e até certos pagãos os que compartilhavam a esperança deles reconheceram em Jesus os traços fundamentais tais do “Filho de Davi” messiânico, prometido por Deus a Israel. Jesus aceitou o título de Messias ao qual tinha direito, mas com reserva, pois este era entendido por uma parte de seus contemporâneos segundo uma concepção demasiadamente humana, essencialmente política. (CIC§439)

Será que este meus irmãos e irmãs, não é tambem o quadro atual da nossa sociedade? Será que muitos de nós não somos também assim? Acreditamos em Cristo parcialmente apenas? Será que não acreditamos que ser Messias é um alguém que venha sanar nossos problemas atuais?

Infelizmente nos anos 70 e 80, tivemos na Igreja uma Teologia que era muito bonita na Utopia, mas que na prática se perdeu, chamada Teologia da Libertação. E essa Teologia acabou reduzindo o Cristo Jesus, a uma mera figura política. Isso causou um estrago tremendo a Igreja, pois a face de Cristo foi durante esse período desfigurada.

Obs.: Perdoem-me caso haja algum visitante do Blog que goste da Teologia da Libertação, mas eu particularmente acredito nisso que disse acima. E digo isso com conhecimento de causa, pois já participei da mesma. Mas hoje percebo que existem erros graves nessa teologia, sendo muitos deles questionados pelo próprio Papa Bento XVI.

Acredito que a Igreja tenha e precise ter uma participação política na nossa sociedade, nos moldes da Doutrina Social da Igreja, porém não podemos desfigurar a face, e nem os ensinamentos de Jesus. A pergunta continua para muitos Cristãos: Quem é Jesus para você!?

Jesus acolheu a profissão de fé de Pedro, que o reconhecia como o Messias anunciando a Paixão iminente do Filho do Homem. Desvendou o conteúdo autêntico de sua realeza messiânica, seja na identidade transcendente do Filho do Homem “que desceu do Céu” (Jo 3,13) seja em sua missão redentora como Servo sofredor: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate pela multidão” (Mt 20,28). Por isso o verdadeiro sentido de sua realeza só se manifestou do alto da Cruz. É somente após sua Ressurreição que sua realeza messiânica poderá ser proclamada por Pedro diante do povo de Deus: “Que toda casa de Israel saiba com certeza: Deus o constituiu Senhor e Cristo, este Jesus que vós crucificastes” (At 2,36). (CIC§440)

Esse é o Cristo que devemos acreditar e ensinar. O Messias. O Filho do Homem. Aquele que desceu do céu. Que fora assistido pelo Espírito Santo. O servo sofredor. Que morreu na cruz. Que ressuscitou. É óbvio que os ensinamentos e exemplos de Cristo servem para todos nós e sobretudo para os que fazem as leis desse país. Mas a figura do Cristo não se reduz a isso. Ela é maior. Os ensinamentos de Cristo não se reduzem a isso. São maiores que isso.

Observe dentro de si mesmo e perceba qual é a sua profissão de fé. Você crê num Cristo que veio para resolver seus problemas e os problemas do mundo, ou você crê no Cristo Filho do Deus vivo, que veio ao mundo para nos dar a eternidade?

Uma coisa é falar que Jesus é o Cristo. Outra coisa é entender o significado disso e professar sua fé em cima dessa realidade.

Pax Domini

Obs.: O nosso estudo sobre o Significado da palavra Cristo começou com um podcast. Para ouví-lo, clique aqui!

Publicado no Blog Dominus Vobiscum

O Sangue de Jesus Cristo tem poder!

O Sangue de Jesus nos liberta de todas as contaminações

Senhor Jesus, eu renuncio a todo pecado, renuncio a satanás.
Oh! Senhor, vem libertar-me e purificar-me!

Lava-me, Senhor, com teu Sangue precioso. Derrama o Sangue das tuas chagas, das tuas mãos, dos teus pés, lava-me com teu Sangue por inteiro: corpo, alma e espírito.

Envolve-me com teu Sangue. A minha mente, o meu coração, a minha vontade, os meus sentimentos. Estou pedindo: derrama o teu Sangue precioso sobre toda a minha pessoa.

Senhor Jesus, que o teu Sangue seja a minha defesa, minha fortaleza, minha guarda e que nada do maligno possa me atingir agora, pelo poder do teu Sangue precioso derramado sobre mim, sobre todos os meus bens.

Agora repita com firmeza:

O Sangue de Jesus tem poder sobre mim. A minha defesa é o Sangue de Jesus. A minha proteção é o Sangue de Jesus. A minha fortaleza é o Sangue de Jesus. Eu acolho agora o Sangue precioso de Jesus, que é a minha redenção. Amém!

O Sangue de Jesus tem poder sobre o inferno. Diante do seu Sangue, o inimigo é repelido e foge. Todo joelho se dobra nos céus, na terra e nos infernos, porque esse Sangue tem poder. Amém.

(Trecho publicado no Portal da Canção Nova, e extraído do livro "Sim, sim! Não, não!" de monsenhor Jonas Abib)

quarta-feira, 19 de março de 2008

São José

SÃO JOSÉ Celebra-se hoje, 19 de março, a solenidade de São José. Neste dia, a Igreja, espalhada pelo mundo todo, recorda solenemente a santidade de vida do seu Patrono.

"Celebre a José a corte celeste, prossiga o louvor o povo cristão: só ele merece à Virgem se unir em casta união".

Ele é um dos santos mais conhecidos e amados no Cristianismo. Por isso, inspirou o nome a dezenas de santos da Igreja e também a cristãos do mundo todo, que neste dia comemoram seu onomástico.

O nome José, em hebraico, significa: "Deus cumula de bens" e, sem dúvida, este casto, amado e humilde carpinteiro de Nazaré foi cumulado de bens ao aceitar a nobre missão de esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo:

"Ao despertar, José fez o que o Anjo do Senhor lhe prescrevera: acolheu em sua casa a sua esposa" (Mt 1,24).

A grande devoção dos cristãos por São José está fundamentada nas Sagradas Escrituras e na Sagrada Tradição. Ele é reconhecido e invocado como modelo de pai, operário, protetor da Sagrada Família e da grande família de Deus, que é a Igreja.

Embora na Bíblia pouco se fale sobre a figura dele, o que nos é comunicado testemunha com clareza o papel indispensável dele para a missão de Cristo. Homem justo, trabalhador, silencioso, fervoroso, foi trabalhado pelas mãos do Oleiro Divino a ponto de ser constituído elo entre o Antigo e o Novo Testamento. Dessa forma confere a Jesus a linhagem de Davi, porque, acima de tudo, foi um homem de fé e coragem:

"José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa" (Mt 1,20b.24).

São José, valei-nos!

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Um conto de São José

No alpendre da casa uma roda de camaradas discute sobre o que acabou de falar o representante político na moderníssima, para a época, televisão Telefunken. A conversa é cheia de concordâncias e discordâncias que parece não chegarem a um consenso.

Um homem magro e de tez queimada pelo sol, cigarro pendurado no canto da boca, falava dos compadres que moravam pelas bandas do alto verde. Haviam perdido a criação devido à seca, “a plantação se tinha queimado até o pé”, lamentava, meneando a cabeça e alteando a voz, e prosseguia, exaltando o plano de emergência do governo, “isso é que ainda livra os pobres da morte”, dizia.

“Mas tem pobre que hoje em dia não quer mais trabalhar, quer só esperar das autoridade o de comer”, dizia outro homem acocorado no peitoril. Apontando o dedo em riste para a audiência lamentava: “tenho pena desses home”.

“Ainda bem que tem carnaúba por essas bandas pra que os magricelos dos bezerros possam comer, porque ajuda dos coroné nunca chegou por aqui”, orgulhava-se o dono da casa que, na redondeza, era conhecido como pobre rico.

“A mulher da televisão falou que tem canto no Ceará que nem água tem para beber. E olhe que nem esperança de chuva os homens da Funceme tão dando”, informava um caboclo que continuava a fala cheio de esperança ao se lembrar que se aproximava o 19 de março.

No meio da animada conversa a dona da casa traz um bule de café esfumaçante e um pacote de bolachas doces deitado num prato de plástico azul, de merenda escolar. Como do nada aparecem saltitantes as crianças que levam mancheias de bolachas à boca.

A prosa continuou o assunto, porém, mudara. Agora versavam sobre o cemitério para anjinhos que um vereador da região empreendeu construir perto da casa onde estavam. “Isso é falta do que fazer”, sentenciou o mais velho da roda, “por que não fez isso ao menos longe da estrada dos carros grandes?”, questionava o idoso.

Aos poucos a prosa desfez-se e a turma se enveredou cada um para sua casa, sumindo na noite. O pequeno que antes escutava ao lado do pai, o dono da casa, a conversa dos homens, encolhia-se ao fundo da rede, ouve abismado os respingos de chuva que há muito não eram ouvidos. E em seu coração se confirmava a certeza de que o dia de são José se aproximava e que, por isso, a chuva chegara e, com ela, a esperança de que tudo poderia ser diferente naquele lugar.

Vanderlúcio Souza – Membro da Comunidade Católica Shalom
vanderluciosz@yahoo.com.br
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Ponha-se diante da cruz

Nós estamos tocando na realidade fundamental do Cristianismo. O Senhor teria muitos meios para nos salvar, mas Ele quis nos salvar pela cruz.

Naquele tempo, os gregos buscavam a sabedoria, pois para eles essa virtude resolveria tudo; já os judeus buscavam a lei. Deus, ao contrário, não quis salvar o mundo nem pela sabedoria nem pela lei, mas pela "loucura" (aos olhos do mundo) da cruz.

"Em verdade, ele tomou sobre si as minhas enfermidades, e carregou os meus sofrimentos: e eu o reputáva como um castigado, ferido por Deus e humilhado".

Dessa forma, temos aqui a verdade fundamental do Cristianismo: Jesus assumiu todos os nossos pecados e os pregou na cruz. Aí está o bonito, o Senhor assumiu sobre si os nossos pecados. Depois, ao assumi-los sobre si, Ele não sofreu somente na cruz, mas já durante a prisão.
Monsenhor Jonas Abib
Muitas vezes, nós olhamos somente para a crucificação. Claro que é uma coisa bárbara o que fizeram, mas não foi só o ser pregado na cruz que o foi. Veja: Cristo assumiu sobre si os nossos pecados, os levou para cruz e ali os apagou. Deixe-me lhe dizer: os nossos pecados já não nos pertencem.

Os nossos pecados passados já foram assumidos pelo Senhor na cruz; mais ainda: os pecados futuros também já foram assumidos por Ele. Até mesmo o último pecado das nossas vidas já foram assumidos pelo Senhor! Nós estamos na verdade fundamental do Cristianismo: Jesus assumiu sobre si todos os nossos pecados, tanto os pecados passados como os presentes e até mesmo os futuros. Ele os crucificou na cruz, por isso é fácil adquirir o perdão d'Ele.

No livrinho "Curados para amar", eu apresento a seguinte explicação:
"Eu sei que você que é motorista precisa dirigir bem e realizar seu trabalho. Mas sei, também, que você não é um bom motorista, por isso, com o tempo você vai cometer erros como: arranhar o carro, acidentes, receber multas, pagar consertos do seu carro. Só que, sabendo disso, amando muito você, eu vou ao banco e deposito uma quantia muito grande que será o suficiente para cobrir esses casos; então, pego-a e a ponho na sua mão. Assim, dali para frente, todos os seus acidentes de trânsito já estarão pagos. Agora, bobo será você se não usar desse dinheiro para pagar a sua dívida. É preciso que você reconheça mais uma vez a sua culpa e veja a realidade: que agora você tem uma dívida, mas também que já tem o dinheiro para pagá-la...".

Gente, foi isso que Jesus nos fez por meio de sua Morte: Ele pagou as nossas dívidas [pecados]! Dê uma olhadinha no estrago que você fez na vida de outros, mas graças a Deus, muito mais que um talão de cheques, Jesus Cristo pagou nossa dívida com seu Sangue na Cruz, como alguém que assume a dívida dos outros. Por isso "Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós" (I João 1, 8).


É claro que você não quer pecar, mas peca. Adianta negar que não pecou? Não! Jesus está nos ensinando que basta ter humildade em reconhecer o nosso pecado. Na hora em que o reconhecemos, Deus aí está – fiel e justo para nos perdoar, como nos ensinam as Sagradas Escrituras.

Eu me encanto sempre com o gesto da Luzia, pois ela tem um carinho muito grande com o Cristo crucificado. Quando o crucifixo chegou aqui ela logo se pôs a beijar as chagas de Jesus. Faça o mesmo: ponha-se diante da cruz, mergulhe fundo no lado aberto de Jesus. Essa chaga está eternamente aberta; entre no coração de Cristo, não se esconda! A primeira coisa que carregamos dentro de nós é o sentimento de culpa. Imediatamente o demônio começa a nos acusar, colocando em nós o sentimento de vergonha para que não reconheçamos o perdão de Deus. Sendo assim, no lugar de arrependimento começamos a sentir remorso. Quantas pessoas ainda hoje se acusando de acidente de trânsito que sofreram! E por outras coisas... Enquanto eu estou falando o Senhor está usando "azeite" e "vinho" para o curar.

Talvez muitas coisas, neste momento, estejam borbulhando dentro de você, mas saiba que não são para que você se acuse, mas para que aconteçam a cura e a libertação.

O supremo Amor nos salvou e nos curou para que possamos amar. É isso que queremos: ser curados para amar.


Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
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O Batismo de Jesus Cristo

Pax Domini! Amigos do blog Dominus Vobiscum, estamos na semana Santa. Tempo de rezar e meditar na morte do Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas paralelo a isso estamos fazendo um estudo importante para que possamos entender a pessoa de Jesus Cristo. Hoje estudaremos um pouco mais sobre a Consagração, sobre a unção de Jesus, a ponto de ser chamado Cristo.

Mas antes de começarmos o estudo de hoje quero deixar-vos uma música para que, a sua leitura possa ser mais profunda. Essa canção é cantada pelo Coral Ortodoxo Romeno de Bucharest. O nome eu desconheço (se alguém conhecer por favor me escreva). Ontem eu a escutei várias vezes. Uma interpretação linda… Gosto muito de cantos assim. E é bacana para que você conheça a música cristã no mundo

Para ouvir a Música, clique aqui

(Faça uma pausa na Radiola do Círculo Verde)

Voltemos ao estudo. Vimos que por diversas vezes, o Espírito Santo ratifica a unção de Jesus. Ontem vimos também que desde o seu nascimento, o Espírito Santo se mostra presente, agindo e fazendo com que as pessoas percebam que este Jesus, não é um mero Jesus. Porém em uma dessas ações do Espírito Santo, acontece algo diferente: No batismo de Jesus. Talvez você me pergunte: Mas por que acontece algo diferente?

A resposta irmãos é simples. É que no seu batismo Deus nos revela a Missão de Jesus e o capacita para tal. Você recorda nos posts anteriores que eu havia escrito que antigamente, apenas eram ungidos os profetas, os sacerdotes e os reis certo? Pois bem, a questão é: Para que foram ungidos?

Ora, os que eram ungidos, eram ungidos para executar uma tarefa específica a qual o Senhor havia preparado para eles. Os reis tinham a missão de governar. Os sacerdotes tinham a missão de “ligar” o homem a Deus. Os profetas tinham a missão de falar por Deus.

Ao ser ungido, Deus também tinha uma missão para Jesus:

A consagração messiânica de Jesus manifesta sua missão divina. “É, aliás, o que indica seu próprio nome, pois no nome de Cristo está subentendido Aquele que ungiu, Aquele que foi ungido e a própria Unção com que ele foi ungido dado: Aquele que ungiu é o Pai, Aquele que foi ungido é o Filho, e o foi no Espírito, que é a Unção. (CIC§438)

Essa frase grifada, pertence a Santo Irineu de Lyon - Santo do Século II. Ao ser ungido, Jesus portava uma missão dada pelo próprio Deus. Naquele momento, o Espírito se revelou, mostrando ao povo que realmente Jesus era o Messias. Digo mostrando ao povo, por que Jesus já sabia disso. Mas era preciso que o povo visse, que o povo acreditasse.

No dia seguinte, João viu Jesus que vinha a ele e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. É este de quem eu disse: Depois de mim virá um homem, que me é superior, porque existe antes de mim. Eu não o conhecia, mas, se vim batizar em água, é para que ele se torne conhecido em Israel. (João havia declarado: Vi o Espírito descer do céu em forma de uma pomba e repousar sobre ele.) Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar em água disse-me: Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito Santo. Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus. (Jo 1,29-34)

A partir desse momento, Jesus estava dando início a sua vida pública, ou seja, a manifestação da sua missão ao mundo.

“Sua consagração messiânica eterna revelou-se no tempo de sua vida terrestre, por ocasião de seu Batismo por João, quando “Deus o ungiu com o Espírito Santo e poder” (At 10,38), “para que ele fosse manifestado a Israel” (Jo 1,31) como seu Messias. Por suas obras e palavras será conhecido como “o Santo de Deus”. (CIC§438)

É preciso estarmos atentos a esses pequenos detalhes, sobretudo nos dias de hoje onde as pessoas tem a intenção de reduzir Jesus Cristo a um mero personagem histórico. Ele é o Cristo. Não é mais um. É o único.

Outra coisa interessante. Veja que Deus nos forma de uma maneira quase que didática. Primeiro unge os sacerdotes, os profetas e os reis. Depois unge seu Filho Jesus. E lá na frente vai ungir todo o seu povo com o Espírito Santo. Ele vai fazendo as coisas de uma forma didática. A Igreja zela pela ação de Deus. Quando entendemos a forma como Deus age, temos a segurança que a Igreja católica é o caminho mais seguro para depositarmos nossa fé. Veja os sacramentos. Batismo (unção na água da vida - Espírito Santo), A crisma (unção com o santo óleo), unção dos enfermos (unção com os santos óleos), ordenação (unção com os santos óleos). Deus é didatíco. E a Igreja Católica preza pela didática de Deus.

Pax Domini

Obs.: O nosso estudo sobre o Significado da palavra Cristo começou com um podcast. Para ouví-lo, clique aqui!

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terça-feira, 18 de março de 2008

Curso Bíblico na Terra Santa - Parte 4



Nesse episódio, Prado Flores nos fala sobre a multiplicação dos pães.

A Semana Santa que o mundo precisa


Celebrar a Semana Santa é celebrar a vida, a vitória para sempre

O maior acontecimento da história da humanidade é a Encarnação, Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem. Nada neste mundo supera a grandiosidade desse acontecimento. Os grandes homens e as grandes mulheres – sobretudo os Santos e Santas – se debruçaram sobre esse acontecimento e dele tiraram a razão de ser de suas vidas.

Depois da Encarnação e Morte cruel de Jesus na Cruz, ninguém mais tem o direito de duvidar do amor de Deus pela humanidade. Disse o próprio Jesus que

“Deus amou a tal ponto o mundo que deu o seu Filho Único para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna” (João 3, 16).

São Paulo explica a grandeza desse amor de Deus por nós com as seguintes palavras aos romanos:

“Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós... Se, quando éramos ainda inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, com muito mais razão, estando já reconciliados, seremos salvos por sua vida” (Romanos 5,8-10).

Cristo veio a este mundo para nos salvar, para morrer por nós. Deus, humanizado, morreu por nós. O que mais poderíamos exigir do Senhor para demonstrar a nós o seu amor? Sem isso, a humanidade estaria definitivamente longe de Deus por toda a eternidade, vivendo o inferno, a separação de Deus. Por quê? Porque o homem pecou e peca desde os nossos primeiros antepassados; e o pecado é uma ofensa grave a Deus, uma desobediência às suas santas Leis, a qual rompe nossa comunhão com Ele. Por isso, diante da Justiça de Deus, somente uma reparação de valor infinito poderia reparar essa ofensa da humanidade ao Senhor. E, como não havia um homem sequer capaz de reparar, com o seu sacrifício, essa ofensa infinita a Ele, então, o próprio Deus – na Pessoa do Verbo – veio realizar essa missão.

Não pense que Deus seja malvado e que exige o sacrifício cruento do Seu Filho na Cruz por mero deleite ou para se vingar da humanidade. Não, não se trata disso. Acontece que Deus é Amor, mas também é Justiça. O Amor é Justo. Quem erra deve reparar o seu erro; mesmo humanamente exigimos isso; esta lei só não existe entre os animais. Então, como a humanidade prevaricou contra Deus, ela tinha de reparar essa ofensa não simplesmente a Ele, mas à justiça divina sob a qual este mundo foi erigido. Sabemos que no Juízo Final Deus fará toda justiça com cada um; e cada injustiça da qual fomos vítimas também será reparada no Dia do Juízo.

Nisso vemos o quanto Deus ama, valoriza, respeita o homem. O Verbo Divino se apresentou diante do Pai e se ofereceu para salvar a sua mais bela criatura, gerada “à sua imagem e semelhança” (Gênesis 1, 26).

A Carta aos Hebreus explica bem este fato transcendente:

"Eis por que, ao entrar no mundo, Cristo diz: Não quiseste sacrifício nem oblação, mas me formaste um corpo. Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não te agradam. Então eu disse: 'Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade' (Sl 39,7ss). Disse primeiro: Tu não quiseste, tu não recebeste com agrado os sacrifícios nem as ofertas, nem os holocaustos, nem as vítimas pelo pecado (quer dizer, as imolações legais). Em seguida, ajuntou: Eis que venho para fazer a tua vontade. Assim, aboliu o antigo regime e estabeleceu uma nova economia. Foi em virtude desta vontade de Deus que temos sido santificados uma vez para sempre, pela oblação do corpo de Jesus Cristo.Enquanto todo sacerdote se ocupa diariamente com o seu ministério e repete inúmeras vezes os mesmos sacrifícios que, todavia, não conseguem apagar os pecados, Cristo ofereceu pelos pecados um único sacrifício e logo em seguida tomou lugar para sempre à direita de Deus" (Hebreus 10,5-10).

A Semana Santa celebra todos os anos este acontecimento inefável: a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo para a salvação da humanidade; para o resgate desta das mãos do demônio, e a sua transferência para o mundo da luz, para a liberdade dos filhos de Deus. Estávamos todos cativos do demônio, que no Paraíso tomou posse da humanidade pelo pecado. E com o pecado veio a morte (cf. Rom 6,23).

Mas agora Jesus nos libertou; "pagou o preço do nosso resgate". Disse São Paulo:

"Sepultados com ele no batismo, com ele também ressuscitastes por vossa fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos. Mortos pelos vossos pecados e pela incircuncisão da vossa carne, chamou-vos novamente à vida em companhia com ele. É ele que nos perdoou todos os pecados, cancelando o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam. Aboliu-o definitivamente, ao encravá-lo na cruz. Espoliou os principados e potestades, e os expôs ao ridículo, triunfando deles pela cruz" (Col 2, 12-14).

Quando fomos batizados, aplicou-se a cada um de nós os efeitos da Morte e Ressurreição de Cristo; a pia batismal é portanto o túmulo do nosso homem velho e o berço do nosso homem novo que vive para Deus e sua justiça. É por isso que na Vigília Pascal, do Sábado Santo, renovamos as promessas do Batismo.

O cristão, que entendeu tudo isso, celebra a Semana Santa com grande alegria e recebe muitas graças. Por outro lado, aqueles que fogem para as praias e os passeios, fazendo dela apenas um grande feriado, é porque ainda não entenderam a grandeza dessa data sagrada e não experimentaram ainda suas graças. Ajudemos essas pessoas a conhecerem tão grande mistério de amor!

O cristão católico, convicto, celebra com alegria cada função litúrgica do Tríduo Pascal e da Páscoa. Toda a Quaresma nos prepara para celebrar com as disposições necessárias a Semana Santa. Ela inicia-se com a celebração da entrada de Jesus em Jerusalém (Domingo de Ramos). O povo simples e fervoroso aclama Jesus como Salvador. E grita: "Hosana!"; "Salva-nos!" Ele é o Redentor do homem. Nós também precisamos proclamar que Ele – e só Ele – é o nosso Salvador (cf. At 4,12).

Na Missa dos Santos Óleos a Igreja celebra a Instituição do Sacramento da Ordem e a bênção dos santos óleos do Batismo, da Crisma e da Unção dos Enfermos. Na Missa do Lava-Pés, na noite da Quinta-Feira Santa, a Igreja celebra a Última Ceia de Jesus com os Apóstolos, na qual o Senhor instituiu a sagrada Eucaristia e lhes deu as últimas orientações.

Na Sexta-Feira Santa a Igreja guarda o Grande Silêncio diante da celebração da Morte do seu Senhor. Às três horas da tarde é celebrada a Paixão e Morte do Senhor. Em seguida há a Procissão do Senhor morto por cada um de nós. Cristo não está morto nem morre outra vez, mas celebrar a sua Morte é participar dos frutos da Redenção.

Na Vigília Pascal a Igreja canta o “Exultet”, o canto da Páscoa, a celebração da Ressurreição do Senhor, que venceu a morte, a dor, o inferno, o pecado. É o canto da Vitória. "Ó morte onde está o teu aguilhão?"

A vitória de Cristo é a vitória de cada um de nós que morreu com Ele no Batismo e ressuscitou para a vida permanente em Deus; agora e na eternidade.

Celebrar a Semana Santa é celebrar a vida, a vitória para sempre. É recomeçar uma vida nova, longe do pecado e em comunhão mais intima com Deus. Diante de um mundo carente de esperança, que desanima da vida porque não conhece a sua beleza, celebrar a Semana Santa é fortalecer a esperança que dá a vida. O Papa Bento XVI disse – em sua Encíclica "Spe Salvi" – que sem Deus não há esperança; e sem esperança não há vida.

Esta é a Semana Santa que o mundo precisa celebrar para vencer seus males, suas tristezas, suas desesperanças.

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

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