"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Casamento nos dias de hoje


Para serem válidos os casamentos supõem a plena liberdade dos nubentes

A decisão de se casar ou não, nos dias de hoje, é dos jovens e não mais dos pais. Entre povos civilizados já não há a oferta de bens compensatórios, que antes era uma espécie de compra e venda da filha, que deixava a sua família para o casamento. Para serem validos os casamentos, tanto perante a autoridade civil quanto à religiosa, supõem a plena liberdade dos nubentes.

O consentimento dos pais é pressuposto, porém, não impositivo, como entre os primitivos. A opção pelo casamento é daqueles que se casam, e os casamentos acabam se realizando não na puberdade, quando a menina se torna mulher, e sim bem mais tarde, depois dos 20 anos para as moças e dos 25 para os rapazes.

As etapas, que em nossos dias precedem o casamento, são do namoro e do noivado.

O casamento tardio deveria ser mais responsável. Há namoros sérios em que existe respeito entre os adolescentes e jovens, com as normais demonstrações de uma amizade mais profunda, de um amor que não chega às intimidades próprias da vida conjugal. Há, lamentavelmente, a cada dia, mais exceções, com uma entrega de corpos que freqüentemente leva a uma gravidez prematura, estando a jovem adolescente psicologicamente despreparada para se tornar mãe.

O namoro deveria voltar a ser um tempo em que os que se encontram e se amam caminham, lado a lado, dedicados aos seus estudos, procurando conhecer melhor um ao outro, superando os próprios defeitos, comungando dos mesmos ideais quanto à vida comum e aos filhos, com momentos de um honesto lazer a dois.

Passados alguns anos de namoro, percebendo o rapaz e a jovem que já se conhecem suficientemente bem, decidem-se por oficializar o noivado, com uma comunicação oficial aos pais da jovem. Esse é o sentido verdadeiro do noivado em que, com freqüência já estabelecem o ano, o mês e o dia do casamento.

Nem o namoro nem o noivado conferem ao rapaz e à moça direitos próprios de marido e esposa, de uma vida íntima com encontros sexuais, fruto de cega paixão e não de verdadeiro amor. Este, como já disse, é feito de respeito pela pessoa amada, é paciente e felicitante, somente florescendo em uma nova vida quando realizado o casamento e constituída a família. Não é o que vem acontecendo com muita freqüência nestes tempos de liberação sexual da mulher e de preservativos distribuídos à farta pelos governantes, ou adquiridos pelos namorados e noivos.

Uma possível gestação antes do casamento é fato que marcará, negativamente e para sempre, a vida dos namorados e noivos. Particularmente a da jovem, que arcará com o maior peso da gravidez, desejada ou não.

Sintetizando, diria que os anos e o tempo do namoro e do noivado devem levar os jovens muito mais à contemplação e ao encantamento mútuo, aos sonhos e planos, do que às intimidades, frutos de uma paixão sempre grave, que acabarão deixando profundas marcas em ambos, ou pelo menos na jovem, por toda a vida futura.

(Artigo extraído do livro 'O casal humano na Sagrada Escritura' de Dom Amaury Castanho, Editora Canção Nova, 1ª edição, 2005)

Dom Amaury Castanho
Editora Canção Nova

Publicado no portal Canção Nova

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