"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A chave do passado


Nossos valores são maiores que nossos erros

A cada novo dia vivemos novas experiências e sempre temos decisões a tomar. Em razão dessas escolhas podemos acertar ou errar.

Na vida a dois, reconhecemos que algumas atitudes assumidas foram malsucedidas, contudo, não deixam de fazer parte da nossa história. Sem haver a menor possibilidade de apagar os erros do passado, deles só podemos tirar a lição de não reincidir nos mesmos enganos.

Ainda que as pessoas nos alertem sobre alguns cuidados para evitar os sofrimentos, em alguns momentos, estaremos arriscando a nossa liberdade – mesmo não sendo intencional – de também errar.


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A cada dia, o casal participa mutuamente da história do outro, e não sendo possível apagar de nossa vida as más experiências, não será difícil, em certo momento, o (a) companheiro (a) tomar conhecimento dessas situações.

Diante dessas descobertas - que poderão não ser tão doces quanto gostaríamos – o desejo do cônjuge de continuar a jornada do convívio com aquele por quem se dizia estar apaixonado pode esfriar. Sob o domínio das decepções, pode-se rotular ou condenar o outro ao escárnio; difamando-o a fim de justificar o sentimento de decepção e recusando-lhe o direito da “boa fama”. Pois, na sua natureza egoística, imagina não ser o único a saber da história do (a) parceiro (a) e considera vergonhoso partilhar a vida com alguém após tomar conhecimento do passado da pessoa amada.

Aceitamos e justificamos os nossos erros, mas não suportamos os deslizes do outro. Com memória curta ou anestesiada pela soberba deixamos perder em nossas lembranças o fato de que não somos irrepreensíveis. Esquecemos que também temos um “telhado de vidro” e por outras inúmeras vezes fomos objeto da misericórdia e da complacência de outras pessoas, quando nos víamos numa esparrela sem saída.

Na odisséia em que nos colocamos a viver no comum de um relacionamento, estará aquela pessoa que escolhemos para ser o nosso “co-piloto”. Juntos, faremos novas descobertas sobre os segredos da convivência. Assim, ninguém poderá fazer do nosso passado uma arma, disparando-a quando quiser nos ofender, chantagear ou aprisionar.

A pessoa com quem nos relacionamos é muito mais que um simples produto que - uma vez “arranhado” ou com “data de validade vencida”- perde seu valor e sua integridade.

A beleza de cada ser humano está na sua capacidade infinita de desejar viver uma nova história. Mesmo que ele tenha vivido um passado maculado pelas contingências, nenhum de nós é íntegro o bastante para julgá-lo.

Apesar de termos caído em algumas armadilhas, a nossa vida e os nossos valores não ficaram presos às “arapucas” das quais fomos vítimas.

Um abraço,

José Eduardo Moura

Publicado no Blog Comportamento

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