Em algum momento da vida todos vivem essa experiência
Sem dúvida alguma, essa pergunta se faz presente em muitos corações nos nossos dias.
O drama humano da dor é fonte de constantes questionamentos e incompreensões naqueles que o experienciam, pois, em sua realização, nossas crenças se confundem e tudo parece sair de seu lugar. Enfim, como lidar com a dor? Como enfrentar perdas e injustiças? E como entender o porquê de tudo isso? De fato, quando nossa existência é transpassada pela dor, muitas perguntas se levantam dentro de nós. E é natural que seja assim. É próprio do ser humano desejar respostas.
Porém, nem sempre a vida tem respostas prontas às nossas perguntas. Muitas vezes, sua resposta é o silêncio...
Em algum momento da vida, todos fazem a experiência da dor; do sofrimento e da perda. Essa é uma realidade inerente à nossa condição de "gente".
O sofrimento sempre nos acompanhará enquanto habitarmos o solo da existência e a ambigüidade - o problema - não está nele, mas sim na forma como o compreendemos e reagimos à ele.
Em momentos onde a penumbra se sobrepõe à luz e a força da primavera sede seu lugar à dureza do inverno, o coração pode reagir de duas maneiras: "Ou se prende ao negativo fazendo da dor um álibi para estacionar na vida, reclamando perenemente e contemplando-se como eterna vítima", ou "encara o sofrer de frente, recolhendo os pedaços e direcionando o agir para crescer com a dor e construir uma nova história".
É questão de opção.
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Por mais que tenhamos razões para estacionarmos na dor, somos nós quem decidiremos o que faremos com a visita do inverno. Nós escolheremos a maneira de enxergá-lo e direcioná-lo.
Há alguns que são como as árvores, que vêem no inverno uma oportunidade para recolherem sua seiva e fortalecerem suas raízes, tornado-se capazes de exibir, no verão da existência, novas folhagens e um novo vigor. Há, porém, quem veja no inverno da dor um tempo sem sentido, no qual impera a angústia, e a vida perde a possibilidade de crescer.
Tudo depende do nosso olhar e da maneira como absorvamos as realidades. Acontecimentos são sempre possibilidades. Tudo é oportunidade.
Podemos, diante da desventura, nos olharmos com coerência e analisarmos as raízes do nosso sofrer, percebendo onde erramos – causando nossa própria dor – e onde precisamos mudar; ou podemos colocar a culpa de tudo em "Deus" e nos outros, acreditando que somos os únicos que sofremos no mundo.
A dor pode ser uma rica oportunidade para crescer e descobrir-se, ou pode ser uma concreta possibilidade de instauração de inferno em nossa vida e na dos outros. Não existem respostas prontas para tudo o que enfrentamos na vida. Contudo, é preciso compreender que reagir significa construir respostas, tanto positivas como negativas.
Através da maneira como reagirmos à dor, construímos respostas às perguntas levantadas por ela, pois as respostas moram dentro de nós.
Cada fragmento de nossa história se constitui como uma possibilidade, uma experiência a ser somada na construção do que somos. Contemplando assim, subtraem-se os fracassos e adicionam-se os aprendizados, e poderemos entender melhor a vida e os mistérios que a compõem.
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Publicado no Portal da Comunidade Canção Nova
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