Nem sempre podemos constatar, nos dias atuais, que somos uma geração de pessoas retas e íntegras. “Jó era homem íntegro e reto, e se mantinha afastado do mal” ( Jó 1,1). Os noticiários, dia por dia nos assustam, nestes tempos de orgulhosa modernidade, descrevendo a ousadia dos que assaltam, invadem residências, matam com requintes de malvadeza, roubam fortunas dos incautos...
Durante vários anos prestei atenção nas informações desses fatos mais grosseiros e de alta imoralidade. Queria perceber alguma coisa no que diz respeito ao senso religioso de tais protagonistas do mal.
Cheguei à conclusão de que entre eles não existia ninguém que fosse participante de missa, ou mais ainda, fosse alguém de reconhecer seus pecados na Confissão, e que recebesse a Eucaristia. Antes de serem marginais da convivência social, já eram marginais da fé. Com o perdão da expressão.
Mas a minha admiração não parou aí. Observei na vida dentro da sociedade, uma abundância de personagens de mau caráter. E não só do sexo masculino, como é evidente, mas com uma grande preponderância varonil.
Aqui se observam campanhas vergonhosas de mentiras contra o bom nome das pessoas; lá se vê um inteligente que compra adoidado e não paga os seus débitos, (mas circula de Corolla); acolá se constata uma pessoa, vestida com os requintes da moda, mas com uma vida sexual promíscua e infiel. O povo os mima com a alcunha de “safados”, “sem-vergonhas”, “canalhas”, “velhacos” e outros nomes com os quais a língua portuguesa é muito pródiga.
Cheguei a estas conclusões: podem até ser pessoas que guardaram a fé. Mas não participam da vida comunitária, nem muito menos tem paciência para suportar uma missa. Aí se verifica uma lógica interna irrefreável. Só quem procura levar a vida de um justo, ouve com prazer a lei do Senhor, e a medita dia e noite. O salmista arrisca uma explicação: “Os pecadores não ficarão de pé na reunião dos justos” (Sl 1, 5). Todos nós poderemos alcançar a santidade de vida, se adequarmos nossa vida à de Jesus, “o santo e justo” (At 3, 14). Eis o grande ideal para santos e pecadores.
Por: DOM ALOÍSIO ROQUE OPPERMANN
SCJ ARCEBISPO DE UBERABA, MG
Fonte: Portal da Catequese Católica
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