"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A Palavra tem poder de exorcizar todo o mal em sua vida!

Hoje 30 de Setembro é dia da Bíblia e dia de São Jerônimo, que viveu para traduzir e fazer a Sagrada Escritura conhecida: “Quem ignora a Sagrada Escritura ignora a Cristo”.

Para exaltar o poder da Palavra de Deus em nossa vida, vejamos o que diz São Paulo em Efésios 6,10-13 “fortalecei-vos no Senhor, no poder de sua força; revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do diabo. Pois a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados, as potestades, os dominadores deste mundo tenebroso, os espíritos malignos espalhados pelo espaço. Por isso, protegei-vos com a armadura de Deus, a fim de que possais resistir no dia mau, e assim, empregando todos os meios, continueis firmes”. A Palavra de Deus tem poder de exorcizar o mal em nossa vida, qualquer realidade espiritual, humana e interior. Essa palavra é uma Pessoa, Jesus Cristo, como você se relaciona com Ele?

“A Palavra de Deus têm o poder de te comunicar a Sabedoria que conduz a salvação pela fé no Cristo Jesus. Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumenta, para corrigir, libertar e educar para a justiça”. (2 Timóteo 3,15-16).

Ouça o Podcast:



Quando o Pe. Ruffus veio ao Brasil pela primeira vez em setembro de 2000 eu ainda era Diácono caminhando para o sacerdocio e estava na faculdade aprendendo teologia, inclusive tinha as matérias próprias de Sagrada Escritura. Já tinha experimentado o PODER da Palavra de Deus em minha vida e o conhecimento teológico me ajudou muito, mas existiam muitas dúvidas colocadas pela razão das curas e libertações que o próprio Cristo fez nos evangelhos.

Quando acontecia o Acampamento de cura e libertação eu ia acompanhando os casos que o Pe. Ruffus atendia sempre muito sereno e equilibrado, rezava calmamente sem tocar nas pessoas. Ele simplesmente pedia que alguém escrevesse a historia de vida da pessoa e ela lia para ele e ali Deus lhe dava o discernimento, ele orava e a graça calmamente acontecia. Ele é sacerdote e é exorcista de encargo recebido pelo Vaticano, ou seja, ele tem autoridade! Em um dos atendimentos e nas suas pregações descobri que toda a autoridade daquele padre vinha do Sacerdócio de Cristo e da PALAVRA, que ele pregava com simplicidade e muita sabedoria, pois ao rezar por alguém ele pronunciava baixinho palavras de exortação orações e a PALAVRA DE DEUS!

“Eis o Deus que me salva, eu confio e nada temo, porque minha força e meu canto é o Senhor, e ele foi para mim libertação”. (Isaías 12).

“O Senhor é minha luz e minha salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é quem defende a minha vida; a quem eu temerei?” (Salmo 27, 1).

Numa pregação ele contou o caso de um rapaz que o procurou para que rezasse por ele. Este rapaz tinha participado de todo tipo de ocultismo e o pior tinha feito consagração de sangue numa seita diabólica, tinha raspado a cabeça e ficou em um quarto escuro vários dias, para se tornar um “mestre” daquela seita diabólica. O Pe. Ruffus disse: este caso vai ser muito difícil!

Para a surpresa do padre quando rezava não acontecia nada que ele esperava em caso de libertação e exorcismo. Após a sua oração ele perguntou: O que você fez e como você está agora depois da oração? O rapaz respondeu: Logo que descobri Jesus e tomei consciência do meu erro, eu pensei o que estou fazendo com a minha vida e comecei a ler a BÍBLIA inteira procurando respostas e já li duas vezes antes desta oração a Bíblia toda. O Pe. Ruffus respondeu surpreso e cheio de alegria: Quem te libertou e exorcizou meu rapaz foi aPALAVRA de DEUS!

Por isso, não é preciso temer força oculta alguma, pois quem está em CRISTO é uma Nova Criatura, vamos manifestar a glória de Deus. Porque “a Sua Palavra tem poder para exorcizar e destruir toda a força contraria à Vontade de Deus na nossa vida. Manifeste a Glória de Deus através da Palavra na sua vida”. (Dei Verbum). Vejamos o que diz na carta aos Hebreus 4, 12-13: Pois a palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Julga os pensamentos e as intenções do coração. Não há criatura que possa ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas.

A quem devemos prestar contas é somente ao nosso Deus, a Jesus Cristo O Senhor, a Palavra viva do Pai que nos libertou e salvou definitivamente. Eu também já experimentei muitas vezes em minha vida a libertação pelo poder da Palavra que você pode ver e ouvir o texto e Podcast Reze com os Salmos pela sua libertação que fiz testemunhando uma de minhas experiências, onde a Palavra entra como espadas de dois cumes dividindo o mal do bem, me curando e libertando. E mesmo que você esteja se sentindo prisioneiro e escravo do inimigo ou do pecado proclame com fé e coragem: “para que, em Nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua confesse: “Jesus Cristo é o Senhor”, para a glória de Deus Pai”.

Eu creio nisso Senhor e através da Tua Palavra eu proclamo na minha vida Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai, pois a Tua Palavra em minha vida tem poder de exorcizar todo o mal. A Palavra de Deus tem poder na medida em que eu a acolho, guardando em meu coração e deixando que ela transforme a minha vida, minhas atitudes.

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. (João 8,32)

Como é seu relacionamento com A Palavra de Deus? Deixe os seus comentários, seus pedidos de orações.

Minha benção fraterna.

Padre Luizinho,
Comunidade Canção Nova.

Fonte: Blog do Pe. Luizinho

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Confiemos na bondade do Senhor, ele é justo e bondoso

Sei que falar é fácil. Cumprir a Palavra é um desafio. Quisera eu cuidar de mim, exatamente na hora que deparo com alguma situação que não convém. Sim, na vida há altos e baixos, momentos alegres e tristes, ondas fortes, tempestades, sofrimento, angustias, raiva, amor, desamor...

O próprio Jesus passou por muitos sofrimentos por causa dos pecados da humanidade. Ele mesmo diz: “Sem mim nada podeis fazer”. E, além disso, nos dá coragem. “Coragem, eu venci o mundo, vocês também vencerão comigo”. Ter certeza dessas afirmações, exige de mim a clareza de que tudo passa, só não passa a Palavra de Deus que é para sempre. Pois ele mesmo ainda afirma: “Eu estarei convosco até o fim dos tempos”.

Tudo que você me fala e encoraja-me, serve para mim, pois faço parte do projeto de Deus e da humanidade. O que dizemos sempre deve ser melhor para o outro. Pois o provérbio diz: “O que queres que te façam, faça você a alguém”.

Creio que perseverando no bem, alimentamos a vontade de viver, conviver, estar à disposição dos irmãos e irmãs.

Meu irmão, minha irmã. Deus é justo. Ele sabe e conhece profundamente a nossa vida. Confiemos em sua obra. Tudo tem o seu tempo. Ecl 3,1-12

Pe. Dácio
Vigário do Santuário de Fátima

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Casar-se para quê?

Interessante constatar que em raras situações de nossa vida temos a ajuda incondicional de alguém para atingir objetivos comuns desejados. A vida conjugal exige que ambos estejam sempre abertos a viver a graça do sacramento com a participação integral do outro. Entretanto, muitas pessoas relatam experiências negativas a respeito do casamento e culpam-se uns aos outros… Mas, se o sucesso do casamento depende do esforço de ambos, para o insucesso, certamente, a recíproca também é verdadeira, isto é, ambos foram desatentos em questões relevantes no casamento.


Podcast


Se depender dessas pessoas, o conselho para aqueles que têm intenção de se casar seria de fugir para o lugar mais distante que pudesse encontrar. Desculpas e justificativas para se viver o concubinato são várias, desde a falta de condições financeiras para se fazer uma festa até o medo de dividir os bens que possuem. Algumas pessoas preferem, muitas vezes, morar juntas ao invés de oficializar o compromisso com o outro. Outras até acham que se vier a se casar poderá não dar certo o convívio como no concubinato – morar junto.

Casais, que já celebraram bodas de ouro em seus matrimônios, testemunham que, apesar de viverem tanto tempo juntos, sempre se surpreendem com um novo comportamento a respeito do cônjuge diante de uma situação inusitada. Um exemplo é quando a calma costumeira do marido ou da mulher evapora-se porque aquilo que se pretendia fazer não teve o resultado esperado. Outro exemplo acontece quando um dos cônjuges passa a ser mais ranzinza com o decorrer dos anos ou ainda quando a esposa implica com a posição da tampa do vaso sanitário (dependendo da esposa ainda deseja que o vaso esteja sempre tampado) etc. Essas são particularidades do convívio que vão se despontando e certamente serão mais um novo processo de adaptação para ambos, na tentativa de restabelecer a harmonia. A disposição para tal flexibilização será tão duradoura quanto o tempo de vida de um dos cônjuges.

Não existe coisa pior para alguém do que se sentir infeliz no casamento.

A perfeição no casamento vai sendo conquistada pelo casal – que nas suas diferenças – busca aperfeiçoar-se por causa do outro. As diferenças que o marido encontra na personalidade da esposa poderão ser os meios de crescimento para ele.
As vezes, o fato de a mulher ser mais calma em tomar decisões poderá ser o meio para o marido aprender a desenvolver a prudência nos atos e vice-versa. Dessa maneira, algumas dificuldades serão facilmente contornadas, outras exigirão um pouco mais de esforço para se adequar às novas surpresas da vida conjugal.
Assim, os impasses conjugais nos convidam sempre a rever os motivos que nos fizeram optar pelo casamento. Recordar esses momentos não significa buscar motivos para desistir do compromisso assumido ao perceber, por exemplo que por tantos anos fulano ainda não aprendeu a levantar a tampa do vaso sanitário, mas para recobrar, sobretudo, os momentos difíceis que a presença e a ajuda do outro foram fundamentais no apoio para que juntos superassem os problemas.

Talvez o maior desafio – que poderá se tornar intransponível na vida conjugal – seja a dificuldade em não admitir a necessidade de mudança de hábitos para alcançar o sucesso do relacionamento.

Deus abençoe, coragem!

Dado Moura

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Fonte: Blog Dado Moura

domingo, 19 de setembro de 2010

Por que ir a Igreja se eu posso rezar em casa?


Quando você entra na Igreja, acontece o encontro de dois corações

É muito comum, os católicos "praticantes" ao convidarem alguém para ir a Igreja, ouvirem coisas como: "Por que ir a Igreja se posso rezar em casa?" ou "rezo em casa mesmo. Não preciso ir na Igreja"...

A verdade, é que precisamos sim ir à Igreja. Tudo bem que podemos e devemos rezar em casa. Aliás, devemos rezar em todos os momentos. O próprio São Paulo nos diz:“Orai sem cessar, por que essa é a vosso respeito à vontade de Deus” (I Ts 5,17-18). Porém a Igreja é um lugar especial. A Igreja é a Casa de Deus. É ali que Ele habita. Ali, a cada Santa Missa, Jesus renova seu Santo Sacrifício e se faz corpo e Sangue para nos dar a vida. Ali Jesus fica no Sacrário esperando a nossa visita.

Moisés quando viu a Sarça que ardia, recebeu a seguinte ordem:

"Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que te encontras é uma terra santa." (Ex 3,5)

A morada de Deus é um lugar Santo. É um lugar diferente. É um lugar separado. O ato de sair de casa para ir ao encontro de Deus, é semelhante ao que fez Moisés, quando tirou as sandálias para entrar no território santo. Quando visitamos a casa de Deus, saímos do nosso orgulho, e por que não dizer do nosso comodismo espiritual para encontrar o Deus que nos acolhe.

Antigamente, não nos era permitido ver o que acontecia nos altares. Até hoje a Igreja Católica Ortodoxa é assim. O altar fica por trás de um grande ícone e os fiéis apenas participam aguardando, contemplando o que acontece. Numa mistura de expectativa e zelo. Tamanho é o zelo e o respeito pelo Santo Mistério da Eucaristia, e consequentemente do tempo de Deus.

Hoje para nós católicos, nos é permitido não apenas ver, mas estar, contemplar e participar do Santo Sacrifício. E por causa do Sacrifício de Cristo, podemos adorá-lo na Eucaristia. Estando na casa de Deus, podemos experimentar a graça de através do visível, tocar no invisível. Quando você entra na Igreja, imediatamente acontece o encontro de dois corações: O seu - do jeito que está - com o de Jesus - do jeito que é. Ainda que você não sinta nada, só ar que você respira é diferente. O solo é santo. A Igreja por mais simples que seja, exala Cristo. As graças acontecem quando você tem consciência disso. E não precisa de sentimentos. Se tomarmos consciência disso nós podemos dizer como o Salmista:

Que alegria quando me disseram: Vamos subir à casa do Senhor... (Sl 121,1)

Por isso devemos ir a Igreja sempre. Com alegria e respeito. Para aprendermos o que é um templo, devemos freqüentá-lo sempre. Pois São Paulo também nos ensina:

Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? (I Cor 3,16).

Sim, somos de fato Templo de Deus. O Espírito Santo habita em nós. Mas para saber como "ser" templo de Deus, é preciso aprender com o Templo Igreja. Como disse antes: através do visível, tocamos o invisível. Só freqüentando com zelo e respeito o templo que vemos, aprenderemos e tomaremos consciência do templo que nós somos.

Proponho hoje a você, sobretudo a você que há muito tempo não entra numa Igreja, fazer hoje, ainda que por alguns minutos, uma visita a uma capela. Sabendo que lá habita Deus. Sente-se. Respire. Perceba que ali, algo maior te envolve. Esse algo maior é Deus que com sua santidade, se faz presente. Nem peça nada, nem fale nada. Experimente a graça de estar na Casa de Deus. E garanto que depois disso, você voltará muitas e muitas vezes!

Acesse meu blog:

http://blog.cancaonova.com/dominusvobiscum

Cadú – Comunidade Canção Nova


Fonte: Blog Dominus Vobiscum

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Criatividade e competência


Faz-se necessário insistir na competência dos cristãos


As primeiras páginas da Bíblia mostram o plano de Deus. Fomos criados para viver como filhos de Deus, irmãos uns dos outros e senhores da natureza. Nossa felicidade está na comunhão com o Pai de todos, com Seu Filho amado, que se fez Homem para nos salvar, no vínculo de amor, que é o Espírito Santo.

O clima do Paraíso se reflete na terra quando amamos o próximo. A Igreja, querida e fundada por Jesus Cristo, esposa imaculada do Cordeiro, enriquecida com os dons do seu Fundador e guardando fielmente os seus preceitos de caridade, de humildade e de abnegação, recebe a missão de anunciar e instaurar o Reino de Cristo e de Deus em todos os povos e constitui o germe e o princípio deste mesmo Reino na terra. Enquanto vai crescendo, suspira pela consumação do Reino e espera e deseja juntar-se ao seu Rei na glória. Este povo messiânico, ainda que não abranja, de fato, todos os homens, e não poucas vezes apareça como um pequeno rebanho, é, contudo, para todo o gênero humano o mais firme germe de unidade, de esperança e de salvação. Estabelecido por Cristo como comunhão de vida, de caridade e de verdade, é também por Ele assumido como instrumento de redenção universal e enviado a toda a parte como luz do mundo e sal da terra (cf. LG 5 e 9). É sua missão construir a fraternidade, contribuindo para a superação das distâncias sociais, superando preconceitos, estabelecendo canais de diálogo e relacionamento sincero entre os povos.

Também o livro do Gênesis, na belíssima linguagem poética e religiosa, expressa o trato amigável e equilibrado com a natureza. Dominar a terra nunca significou para o homem bíblico um relacionamento de exploração descontrolada, mas o acolhimento aos dons de Deus, utilizando-os para o bem de todos.

Os Atos dos Apóstolos mostram o clima de partilha e de comunhão, não vistos como ideal inalcançável. Para alcançar a meta os cristãos desejam suscitar o uso adequado dos bens, que os primórdios do Cristianismo chamaram “comunhão de bens”. No correr dos séculos, os religiosos, religiosas e muitas outras pessoas consagradas a Deus experimentaram-na, suscitando circulação de bens, opondo-se conscientemente à sua concentração egoísta. Também as Comunidades Paroquiais e outras formas de vida comunitária eclesial estão aí presentes em todos os recantos, testemunhando os frutos materiais e espirituais das opções suscitadas pela caridade.

Pretender dominar a Deus, ou escravizar e ignorar o próximo ou deixar-se dominar pelo poder da posse descontrolada dos bens da terra são expressões de pecado, a ser vencido, a cada dia, primeiro pela graça de Deus que opera na vida das pessoas, mas também pela disposição dos cristãos de serem criaturas novas e construtores de um mundo novo. Os extremos de miséria ou de riqueza são fontes não tanto de revolta ou orgulho, mas propostas à nossa criatividade, começando pela atenção às pessoas mais próximas, para chegar às capacidades a serem desenvolvidas por cristãos que atuam em âmbitos mais amplos de decisão na sociedade, chamados a elaborar as leis, administrar a sociedade e construir estruturas novas, mais coerentes com o plano de Deus.

Faz-se necessário insistir na competência dos cristãos nos diversos campos de atividade. Homens e mulheres bem preparados, prontos para atuar como competentes administradores dos bens confiados por Deus à humanidade. Jovens cristãos dedicados seriamente ao estudo, para serem, sim, os melhores em seus campos escolhidos de acordo com a vocação descoberta. Paróquias e comunidades que testemunhem sua capacidade para assumir os serviços da caridade, a prática da justiça e as construções das igrejas, como se vê em tantos lugares.

No Evangelho de São Lucas (16, 1-13), surpreende-nos o elogio de Jesus a um administrador “esperto” na defesa de seus próprios interesses. De fato, “os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz” (Lc 16, 8). Na realidade, o Senhor quer estimular a plena dedicação de cada pessoa de fé, quem sabe aprendendo da prontidão e a inteligência de gente que busca o mal. A lição continua atual!

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará

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Fonte: Portal da Comunidade Católica Canção Nova

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Por que existe o sofrimento?


Como entender isso?

O sofrimento faz parte da vida do homem, contudo, este se debate diante disso. E o que mais o faz sofrer é sofrer inutilmente, sem sentido.

Saber sofrer é saber viver. Os que sofrem fazem os outros sofrer também. Por outro lado, os que aprendem a sofrer podem ver um sentido tão grande no sofrimento que podem até amá-lo.

No entanto, só Jesus Cristo pode nos fazer compreender o significado do sofrimento. Ninguém sofreu como Ele e ninguém como Ele soube enfrentá-lo [sofrimento] e dar-lhe um sentido transcendente. Ninguém o enfrentou com tanta audácia e coragem como Ele.

Há uma distância infinita entre o Calvário de Jesus Cristo e o nosso; ninguém sofreu tanto e tão injustamente como Ele. Por isso, Ele é o “Senhor do Sofrimento”, como disse Isaías, “o Homem das Dores”.

Só a fé cristã pode ajudar o homem a entender o padecimento e a se livrar do desespero diante dele.

Muitos filósofos sem fé fizeram muitos sofrer. Marcuse levou muitos jovens ao suicídio. Da mesma forma, Schopenhauer, recalcado e vítima trágica das decepções, levou o pessimismo e a tristeza a muitos. Zenão, pai dos estóicos, ensinava diante do sofrimento apenas uma atitude de resignação mórbida, que, na verdade, é muito mais um complexo de inferioridade. O mesmo fez Epícuro, que estimulava uma fantasia prejudicial e vazia, sem senso prático. Da mesma forma, o fazia Sêneca. E Jean Paul Sartre olhava a vida como uma agonia incoerente vivida de modo estúpido entre dois nadas: começo e fim; tragicomédia sem sentido à espera do nada definitivo.

Os materialistas e ateus não entendem o sofrimento e não sabem sofrer; pois, para eles o sofrer é uma tragédia sem sentido. Os seus livros levaram o desespero e o desânimo a muitos. O “Werther”, de Goethe, induziu dezenas de jovens ao suicídio. “A Comédia Humana”, de Balzac, levou muitos a trágicas condenações. Depois de ler “A Nova Heloísa”, de Rosseau, uma jovem estourou os miolos numa praça de Genebra. Vários jovens também se suicidaram, em Moscou, depois de ler “Os sete que se enforcaram”, de Leonid Andreiv.

Um dia Karl Wuysman, escritor francês, entre o revólver e o crucifixo, escolheu o crucifixo. Para muitos esta é a alternativa que resta.

Esses filósofos, sem fé, levaram muitos à intoxicação psicológica, ao desespero e à depressão, por não conseguirem entender o sofrimento à luz da fé.

Quem nos ensinará sobre o sofrimento? Somente Nosso Senhor Jesus Cristo e aqueles que viveram a Sua doutrina. Nenhum deles disse um dia: “O Senhor me enganou!” Não. Ao contrário, nos lábios e na vida de Cristo encontraram força, ânimo e alegria para enfrentar o sofrimento, a dor e a morte.

Alguns perguntam: se Deus existe, então, como Ele pode permitir tanta desgraça, especialmente com pessoas inocentes?

Será que o Todo-poderoso não pode ou não quer intervir em nossa vida ou será que não ama os Seus filhos? Cada religião dá uma interpretação diferente para essa questão. A Igreja, com base na Revelação escrita e transmitida pela Sagrada Escritura, nos ensina com segurança. A resposta católica para o problema do sofrimento foi dada de maneira clara por Santo Agostinho († 430) e por São Tomás de Aquino († 1274): "A existência do mal não se deve à falta de poder ou de bondade em Deus; ao contrário, Ele só permite o mal porque é suficientemente poderoso e bom para tirar do próprio mal o bem" (Enchiridion, c. 11; ver Suma Teológica l qu, 22, art. 2, ad 2).

Como entender isso?

Deus, sendo por definição o Ser Perfeitíssimo, não pode ser causa do mal, logo, esta é a própria criatura que pode falhar, já que não é perfeita como o seu Criador. Deus não poderia ter feito uma criatura ser perfeita, infalível, senão seria outro deus.

Na verdade, o mal não existe, ensina a filosofia; ele é a carência do bem. Por exemplo, a doença é a carência do estado de saúde; a ignorância é a carência do saber, e assim por diante.

Por outro lado, o mal pode ser também o uso errado, mau, de coisas boas. Uma faca é boa na mão da cozinheira, mas na mão do assassino... Até mesmo a droga é boa, na mão do anestesista.

O Altíssimo permite que as criaturas vivam conforme a natureza de cada uma; permite, pois, as falhas respectivas. Toda criatura, então, pelo fato de ser criatura, é limitada, finita e, por isso, sujeita a erros e a falhas, os quais acabam gerando sofrimentos. Assim, o sofrimento é, de certa forma, inerente à criatura. O Papa João Paulo II, em 11/02/84, na Carta Apostólica sobre esse tema disse que: “O sentido do sofrimento é tão profundo quanto o homem mesmo, precisamente porque manifesta, a seu modo, a profundidade própria do homem e ultrapassa esta. O sofrimento parece pertencer à transcendência do homem” (Dor Salvífica, nº 2). “De uma forma ou de outra, o sofrimento parece ser, e de fato é, quase inseparável da existência terrestre do homem” (DS, nº 3).

Ouça podcast do padre Eliano:





Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

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Fonte: Portal da Comunidade Canção Nova

Outonos e primaveras...


A primavera só pode ser o que é porque o outono a embalou nos braços

Primavera é tempo de ressurreição. A vida cumpre o ofício de florescer ao seu tempo. O que hoje está revestido de cores precisou passar pelo silêncio das sombras. A vida não é por acaso. Ela é fruto do processo que a encaminha sem pressa e sem atropelos a um destino que não finda, porque é ciclo que a faz continuar em insondáveis movimentos de vida e morte. O florido sobre a terra não é acontecimento sem precedências. Antes da flor, a morte da semente, o suspiro dissonante de quem se desprende do que é para ser revestido de outras grandezas. O que hoje vejo e reconheço belo é apenas uma parte do processo. O que eu não pude ver é o que sustenta a beleza.

A arte de morrer em silêncio é atributo que pertence às sementes. A dureza do chão não permite que os nossos olhos alcancem o acontecimento. Antes de ser flor, a primavera é chão escuro de sombras, vida se entregando ao dialético movimento de uma morte anunciada, cumprida em partes.

A primavera só pode ser o que é porque o outono a embalou em seus braços. Outono é o tempo em que as sementes deitam sobre a terra seus destinos de fecundidade. É o tempo em que à morte se entregam, esperançosas de ressurreição. Outono é a maternidade das floradas, dos cantos das cigarras e dos assobios dos ventos. Outono é a preparação das aquarelas, dos trabalhos silenciosos que não causam alardes, mas que, mais tarde, serão fundamentais para o sustento da beleza que há de vir.

São as estações do tempo. São as estações da vida.

Há em nossos dias uma infinidade de cenas que podemos reconhecer a partir da mística dos outonos e das primaveras. Também nós cumprimos em nossa carne humana os mesmos destinos. Destino de morrer em pequenas partes, mediante sacrifícios que nos fazem abraçar o silêncio das sombras...

Destino de florescer costurados em cores, alçados por alegrias que nos caem do céu, quando menos esperadas, anunciando que depois de outonos, a vida sempre nos reserva primaveras...

Floresçamos.

Padre Fábio de Melo

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Fonte: Blog do Pe. Fábio de Melo