"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

domingo, 13 de janeiro de 2008

Oração, um caminho


Nunca deixar de rezar, mesmo que nada se perceba e nada se sinta

É fantástico, fascinante e sedutor percorrer o caminho, a aventura da oração através dos séculos, da Palavra de Deus, dos Santos, dos místicos e dos homens e mulheres que, sem nenhuma pretensão teológica, são autênticos mestres do diálogo com o Senhor da vida.

Não há nenhuma faculdade que dê o título de "orantes, místicos e mistagogo", embora muitas pessoas possam se apresentar orgulhosamente com esses títulos. Só a humildade e aprendizagem constantes nos fazem capacitados para errar. Só os que erram sentem que estão longe de poder dizer que rezam bem e, por isso, buscam luzes e forças naqueles que foram consagrados pela Igreja como autênticos orantes.

Meditar na vida e doutrina de orantes de diversas épocas pode, sem dúvida, nos estimular na nossa caminhada de encontro pessoal com o Senhor. Cada um nos diz alguma coisa interessante, mas o ponto de partida e de chegada é sempre o mesmo. O que muda são os meios, os métodos.

Ponto de partida: a nossa realidade humana, finita, pobre, limitada que, sentindo-se atraída por uma força "violenta", busca a serenidade, o ilimitado, o completo e sabe que isso só pode existir dentro de si, mas ao mesmo tempo vem de alguém que é maior e que está dentro e fora dela, é o totalmente OUTRO, o diferente que em Jesus de Nazaré se faz um de nós, reveste-se de nossa carne, vive conosco para nos ensinar como devemos rezar, viver, assumir a vida, partilhar e manifestar o amor até as últimas conseqüências: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (João 15,13).

Ponto de chegada: sempre o ponto de chegada da oração será o amoroso encontro com Deus, dialogar com Ele no amor, torna-se amigo íntimo do Senhor. A oração tem esta finalidade e nada mais. Não é, portanto, quantitativa, mas qualitativa. Deus vê o nosso coração e espera encontrar em nós o amor. Para nos colocar face a face com o Senhor, necessitamos de fé, de silêncio, de amor, de uma forte esperança que não permite desanimar diante dos múltiplos silêncios de Deus.

Temos visto que dialogar com Deus exige esforço e determinação por nossa parte. Não é fácil, exige exercício constante. Como em todas as coisas, sem perseverança não se chega a nada. Também na oração as palavras-chave são "fidelidade e perseverança" ao projeto assumido. Nunca deixar de rezar, mesmo que nada se perceba e nada se sinta. Sempre a oração deve estar no centro de nossas atividades.


Frei Patrício Sciadini

Publicado no Portal da Canção nova

Nenhum comentário: