"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Enxergar o bem

Na trilha do Mestre, encontramos Seu belo ensinamento
Muitos fatos, atitudes e palavras são vistos de acordo com a percepção ou a interpretação de quem os observa. Se a formação para a convivência na tolerância, na boa vontade e no verdadeiro bem do semelhante acontecer na formação do caráter da pessoa, temos um relacionamento mais harmonioso na família, na comunidade e na sociedade. Caso contrário, a pessoa tende a buscar na outra o que lhe interessa e não valoriza suas virtudes. A busca da derrota do outro se torna, nessa perspectiva, uma constante, principalmente quando se pleiteia posto na ordem política, profissional e outras. Quem inteligentemente sabe valorizar até o oponente, não precisa usar artimanhas até antiéticas para derrubar o outro. Sabe, sim, apresentar propostas válidas que convencem mais do que usar a “tática” de desqualificação do outro.

Na época de Moisés, Deus agiu em setenta anciãos para eles profetizarem. Mas dois outros, não escolhidos, também se puseram a profetizar. Josué estranhou o fato e pediu ao referido profeta que os impedissem de fazê-lo. Mas Moisés louvou os dois por realizarem obra de bem (Cf. Números 11, 25-29). De fato, o bem realizado por outros, mesmo fora de nosso grupo ou interesse, não podemos ser injustos de não o reconhecer! Quantos talentos poderiam ser mais bem valorizados com o benefício da comunidade! Por que não deixar os outros competirem conosco? Por que não reconhecer as virtudes de quem faz o bem ao semelhante?

Muitas vezes, por causa de um defeito, até pequeno, desqualificamos tantos valores ou pendores do semelhante! Mesmo na ordem das religiões poderíamos unir mais forças para servir melhor a sociedade! Não se trata de renunciar aos próprios valores, mas reconhecermos pontos coincidentes com os nossos no semelhante. Na ordem política, o partidarismo absolutista pode levar a desqualificar a causa do bem comum. Adversário político não pode ser confundido com inimigo. Os programas e as propostas partidárias é que devem ser bem esclarecidos para o povo e não os ataques aos oponentes para derrubar sua moral!

O Apóstolo Tiago apresenta o uso das riquezas com moderação e não como finalidade. Elas são perecíveis (cf. Tiago 5,1-6). A justiça e o bem, promovidos ao semelhante, são virtudes que não se enferrujam. Por isso, vale a pena colocar tudo a serviço do bem comum, com toda a hipoteca social que as riquezas apresentam. O Documento dos Bispos na Conferência de Aparecida (SP) coloca bem clara a opção evangélica preferencial pelos empobrecidos como compromisso de seguimento a Jesus. Seria um bom programa para todos que desejam se dedicar à promoção do bem da comunidade.

Na trilha do Mestre, encontramos Seu belo ensinamento de valorizar quem realmente pratica o bem ao outro, sem olhar para sua origem, grupo ou posição dentro de nossa comunidade. O bem não tem partido. Ele mostra a verdade do dom de Deus ao ser humano aberto à Sua ação para amar e servir. Quantas pessoas realizam o benefício do próximo sem serem vistas. Há exemplos marcantes que se têm destacado na história! Tomara que nossas lideranças deem o exemplo disso e estimulem os outros a realizarem o mesmo. Teremos pessoas, grupos, partidos, famílias, lideranças e pessoas que realmente ajudam a sociedade na direção de sua realização!

Dom José Alberto Moura
Arcebispo da diocese de Montes Claros - MG

Publicado no Portal da Comunidade Canção Nova

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Outonos e primaveras...


A arte das sementes de morrer em silêncio

Primavera é tempo de ressurreição. A vida cumpre o ofício de florescer ao seu tempo. O que hoje está revestido de cores precisou passar pelo silêncio das sombras. A vida não é por acaso. Ela é fruto do processo que a encaminha sem pressa e sem atropelos a um destino que não finda, porque é ciclo que a faz continuar em insondáveis movimentos de vida e morte. O florido sobre a terra não é acontecimento sem precedências. Antes da flor, a morte da semente, o suspiro dissonante de quem se desprende do que é para ser revestido de outras grandezas. O que hoje vejo e reconheço belo é apenas uma parte do processo. O que eu não pude ver é o que sustenta a beleza.

A arte de morrer em silêncio é atributo que pertence às sementes. A dureza do chão não permite que os nossos olhos alcancem o acontecimento. Antes de ser flor, a primavera é chão escuro de sombras, vida se entregando ao dialético movimento de uma morte anunciada, cumprida em partes.

A primavera só pode ser o que é porque o outono a embalou em seus braços. Outono é o tempo em que as sementes deitam sobre a terra seus destinos de fecundidade. É o tempo em que à morte se entregam, esperançosas de ressurreição. Outono é a maternidade das floradas, dos cantos das cigarras e dos assovios dos ventos. Outono é a preparação das aquarelas, dos trabalhos silenciosos que não causam alardes, mas, que, mais tarde, serão fundamentais para o sustento da beleza que há de vir.

São as estações do tempo. São as estações da vida.

Há em nossos dias uma infinidade de cenas que podemos reconhecer a partir da mística dos outonos e das primaveras. Também nós cumprimos em nossa carne humana os mesmos destinos. Destino de morrer em pequenas partes, mediante sacrifícios que nos fazem abraçar o silêncio das sombras...

Destino de florescer costurados em cores, alçados por alegrias que nos caem do céu, quando menos esperadas, anunciando que, depois de outonos, a vida sempre nos reserva primaveras...

Floresçamos.

Padre Fábio de Melo

Publicado no Portal do Pe. Fábio de Melo

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Como entender Cristo na Hóstia Consagrada



Só Deus pode 'transubstanciar'

Em todo ser há um conjunto de coisas que podem mudar, como o tamanho, a cor, o peso, o sabor, etc., e um substrato permanente que, conservando-se sempre o mesmo, caracteriza o ser, que não muda. Esse substrato é chamado substância, essência ou natureza do ser. Em qualquer pedaço de pão há coisas mutáveis: a cor, tamanho, gosto, o sabor, a posição, sem que a substância que as sustenta mude; esta substância ninguém vê; mas é uma realidade. Assim, há homens de cores diferentes, feições diferentes, etc.; mas todos possuem uma mesma substância: uma alma humana imortal, que se nota pelas suas faculdades, as quais os animais não têm: inteligência, liberdade, vontade, consciência, psique, entre outros.

Quando as palavras da consagração são pronunciadas sobre o pão, a substância deste muda ou se converte totalmente em substância do Corpo humano de Jesus (donde o nome "transubstanciação"), ficando, porém, os acidentes externos (aparências) do pão (gosto, cor, cheiro, sabor, tamanho, etc.); sendo assim, sem mudar de aparência, o pão consagrado já não é pão, mas é substancialmente o Corpo de Cristo. O mesmo se dá com o vinho; ao serem pronunciadas sobre ele as palavras da consagração; sua substância se converte na do Sangue do Senhor, pelo poder da intervenção da Onipotência Divina.

Isso explica como o Corpo de Cristo pode estar simultaneamente presente em diversas hóstias consagradas e em vários lugares ao mesmo tempo. Jesus não está presente na Eucaristia segundo as suas aparências, como o tamanho ou a localização no espaço. Uma vez que os fragmentos de pão se multiplicam com a sua localização própria no espaço; assim onde quer que haja um pedaço de pão consagrado, pode estar de fato o Corpo Eucarístico de Cristo.

Uma comparação: quando você olha para um espelho, aí você vê a imagem do seu rosto inteiro; se quebrá-lo em duas ou mais partes, a sua imagem não se quebrará com o espelho, mas continuará uma imagem inteira em cada pedaço.

É preciso, então, entender que a presença de Cristo Eucarístico pode se multiplicar, sem que o Corpo do Senhor se multiplique. Isso faz com que a presença do Cristo Eucarístico possa multiplicar (sem que o Corpo d'Ele se multiplique) se forem multiplicados os fragmentos de pão consagrados nos mais diversos lugares da Terra. Não há bilocação nem multilocação do Corpo de Cristo.

O Corpo de Cristo, sob os acidentes do pão, não tem extensão nem quantidade próprias; assim não se pode dizer que a tal fragmento da hóstia corresponda tal parte do Corpo de Cristo. Quando o pão consagrado é partido, só se parte a quantidade do pão, não o Corpo de Jesus.

Assim muitas hóstias e muitos fragmentos de hóstia não constituem muitos Cristos – o que seria absurdo – , mas muitas "presenças" de um só e mesmo Cristo. Analogamente a multiplicação dos espelhos não multiplica o objeto original, mas multiplica a presença desse objeto; também a multiplicação dos ouvintes de uma sinfonia não multiplica essa sinfonia, mas apenas a presença desta.

Por essas razões, quando se deteriora o Pão Eucarístico por efeito do tempo, da digestão ou de um outro agente corruptor, o que se estraga são apenas os acidentes do pão: quantidade, cor, figura, entre outros, e nesse caso, o Corpo de Cristo deixa de estar presente sob os Véus Eucarísticos; isso porque Nosso Senhor Jesus Cristo quis que, nas espécies ou nas aparências de pão e vinho, garantir a Sua presença sacramental, e não nas de algum outro corpo.

A fé católica ensina uma conversão total e absoluta da substância do pão na do Corpo de Cristo; o Concílio de Trento rejeitou a doutrina de Lutero, que admitia a “empanação” de Cristo: empanação, segundo a qual permaneceriam a substância do pão e a do vinho junto com a do Corpo e a do Sangue de Cristo; o pão continuaria a ser realmente pão (e não apenas segundo as aparências), o vinho continuaria a ser realmente vinho (e não apenas segundo as aparências), de tal sorte que o Corpo de Cristo estaria como que “revestido” de pão e vinho. Para o Concílio de Trento e, para a fé católica, esse tipo de presença de Cristo na Eucaristia é insuficiente; é preciso dizer que o pão e o vinho, em sua realidade íntima (substância), deixam de ser pão e vinho para se tornarem a realidade mesma do Corpo e do Sangue de Cristo.

Assim como na criação acontece o surgimento de todo o ser, também na Eucaristia há a conversão de todo o ser. Essa “conversão de todo o ser” é “conversão de toda a substância” ou “transubstanciação”.

Assim como só Deus pode criar (tirar um ser do nada), só Deus pode “transubstanciar”; ambas as atividade supõem um poder infinito que só o Senhor tem.

Para entender um pouco melhor o milagre da Transubstanciação podemos dizer ainda o seguinte: No milagre da Multiplicação dos Pães, Jesus mudou apenas a espécie do pão (no caso a quantidade), mas não mudou a sua natureza, continuou sendo pão. Quando Ele fez o milagre das Bodas de Caná, mudou a natureza da água (passou a ser vinho) e mudou também a sua espécie (cor, sabor, etc); no milagre da Transubstanciação, o Senhor muda apenas a natureza do pão e do vinho (passam a ser seu Corpo e Sangue) sem mudar a espécie (cor, sabor,cheiro, tamanho, etc.).

Tudo por amor a nós; Ele, o Rei do universo, se faz pequeno, humilde, indefeso... nas espécies sagradas do pão e do vinho, para ser nosso alimento, companheiro, modelo, exemplo, força, consolação...

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Por onde começar um estudo bíblico?

Quando alguém se propõe a fazer uma viagem, o ideal é que ela se programe para esta empreitada: defina qual meio de condução vai usar (avião, carro, ônibus…), onde vai se hospedar, em que lugar fará as refeições. Se for de carro, por exemplo, é essencial que veja por qual caminho seguirá para chegar ao destino final. Se ela quer chegar mais rápido vai por determinada estrada; se quer pagar menos pedágios segue por outro caminho; ou ainda, se quer se hospedar em bons hotéis pode escolher outra rota.

Com certeza, cada um dos caminhos tem sua beleza própria e também sua dificuldade. É preciso que a pessoa que vai viajar escolha o roteiro que é mais adequado para a sua realidade. Qual caminho se encaixa melhor no objetivo da viagem e do mesmo modo, qual não trará maiores dificuldades.

Quando nos propomos ao estudo bíblico algo parecido acontece. Estudar e se aprofundar nos textos bíblicos é também viajar por lugares muitas vezes desconhecidos. Por isso é preciso que haja um planejamento, assim como nessa viagem de carro. Faz-se necessário escolher um roteiro de estudo – um método que melhor se encaixe na realidade daquele que se dispõe a ler e entender os textos da Bíblia. Por isso, cada pessoa deve procurar um roteiro de estudos bíblicos que lhe seja mais útil e oportuno.

São vários os roteiros de estudos bíblicos que temos hoje à disposição no mercado. Sem desmerecer os demais, quero indicar aqui quatro deles, pois são os que melhor conheço e sei dos resultados que proporcionam. Repito, esses são apenas alguns dos tantos e bons roteiros que temos à disposição. O que precisa ficar claro é a necessidade de seguir um percurso que nos dê a segurança e nos impulsione a não desistir no meio da viagem.

Curso Bíblico da Escola Mater Ecclesiae – O primeiro roteiro vem da escola fundada por D. Estevão Tavares Bettencourt OSB. O curso bíblico da Matter Ecclesiae tem um objetivo de formação. É um tipo de curso de teologia para leigos por correspondência.

Lectio Divina – É um dos métodos mais antigos da Igreja. Leitura da Bíblia a partir de quatro passos: Ler, Meditar, Orar e Contemplar. O objetivo da Lectio Divina é, através de um método orante, proporcionar um contato direto com as Sagradas Escrituras.

Coleção luz para os meus passos – Baseado na Lectio Divina essa é uma proposta que segue uma apostila com uma lição que deve ser feita a cada dia. De certo modo ela mescla essa leitura orante com alguns conhecimentos mais técnicos como o que temos no método da Escola Mater Ecclesiae.

A Bíblia no meu dia-a-dia – O quarto roteiro faz parte da proposta do Monsenhor Jonas Abib. O estudo possui alguns passos e também tem uma ligação direta com a Lectio Divina: num diário espiritual a pessoa deve, ao fazer o estudo de um trecho bíblico, anotar as promessas de Deus, as ordens de Deus, os princípios eternos, a mensagem de Deus e como aplicar o entendimento do texto no dia-a-dia.

Além desses métodos sei que algumas pessoas fazem estudos bíblicos orientados por roteiros disponíveis em páginas da internet. É preciso muito cuidado! Já vi muita coisa errada e perigosa em várias dessas propostas. Se ainda assim, você faz ou deseja fazer um estudo orientado pela internet, que tome as devidas precauções: veja quem é a pessoa que ministra o curso, se está vinculado à Igreja Católica, qual a procedência do site, converse com outras pessoas que seguem esse curso e peça orientação ao seu diretor espiritual, pároco ou coordenador da sua comunidade.

Existe também o fato de muitas pessoas não conseguiram se adaptar a nenhum dos roteiros que conheceram e por isso resolveram ler a Bíblia começando no seu primeiro livro, o Gênesis, seguindo até o Apocalipse – lendo um ou alguns capítulos diariamente. Particularmente, acho esse o caminho mais difícil, mas não posso negar que também funciona ao ver algumas pessoas optarem e se adequarem a essa proposta.

O importante é que você faça uso de um bom roteiro que o impeça de se perder nessa viagem e o mantenha motivado para seguir adiante. Escolha um percurso de estudos que vá de acordo com as suas necessidades e capacidades, tomando o devido cuidado em averiguar a procedência do roteiro que assume para si. E que, seguindo essas orientações possa, durante a maravilhosa viagem pelos textos bíblicos, ter a certeza de que a Palavra de Deus é lâmpada para nossos pés e luz para o nosso caminho. (cf. Sl 119,105)


Denis Duarte

foto: www.fotoseimagens.etc.br

Fonte: DenisDuarte.com

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

É possível ser santo?



A santidade é uma possibilidade para todos

“Sou santo!” Quando ouvimos uma declaração dessas nos assustamos ou achamos presunção, orgulho, vaidade. Facilmente retrucamos afirmando: “Santo de pau oco?!”

A santidade nos parece algo tão distante ou quem sabe meio impossível. Por isso nem pensamos em persegui-la para alcançá-la. Embora Jesus nos tenha ordenado: “Sede perfeitos (santos), assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mateus 5, 48).

Podemos mesmo pensar que a santidade seja um chamado e uma possibilidade apenas para algumas pessoas especiais como papas, bispos, fundadores de comunidades e congregações religiosas. Mas não é assim. A santidade é uma possibilidade para todos, de modo especial para os batizados.

No batismo, recebemos o Espírito Santo. Não costumamos dizer “fogo quente”, pois, trata-se de uma redundância, já que só será fogo se for quente; nem “gelo frio”, pelo mesmo motivo. Mas, podemos afirmar que o Espírito que recebemos no Batismo é Santo, pois este tem como função santificar. A função do fogo é aquecer. A do gelo, esfriar. A do Espírito, santificar.

No livro do Êxodo vemos uma bela passagem que nos pode ajudar a entender a santidade: “Moisés notou que sarça estava em chamas, mas não se consumia” (Êxodo 3, 2). Deus disse a esse profeta: “Tira as sandálias dos pés, porque o lugar onde estás é uma terra santa” (Êxodo, 3, 5).

Passemos o Novo Testamento à nossa vida.

a. A chama que queima e não se consome é o Espírito Santo, que recebemos em nosso batismo. Ele é Deus. Está em nós. É uma chama divina que habita em nosso interior e jamais se consome. Quando acendemos um fogo, se não pusermos lenha sempre que necessário, ele apagará. Consumida a lenha, termina o fogo. A chama do fogo do Espírito Santo é esta “sarça” que queima sem parar em nosso interior. Ela é capaz de queimar o tempo todo e não se consumir. Isso ocorre porque se trata de uma chama divina, portanto, não necessita que “se reponha a lenha”.

b. Esta terra é santa. Quem a santifica é a presença da chama ardente, que não se consome. Que permanece acessa. A terra torna-se santa devido à chama que nela está queimando. Aqui nos damos conta de que há verdadeiramente a possibilidade de sermos santos. A santidade é possível não porque sejamos uma terra santa por nós mesmos. Somos e continuamos pecadores, mas em nós arde uma chama, “a chama do amor”, a chama do Espírito Santo. Quem se deixa iluminar, é aquecido por ela. Quem segue este conselho da Palavra de Deus “deixai-vos conduzir pelo Espírito e não satisfareis os apetites da carne” (cf. Gálatas 5,16), crescerá em santidade, tornar-se-á “uma terra santa”.

Santidade é uma obra do Espírito Santo em nós. Assim como o fruto é uma “obra” da árvore; a pintura, do pintor; a escultura, do escultor; a santidade é uma ação do Espírito Santo Paráclito. Esta santidade poderá ser percebida pelos frutos daquela “terra” na qual arde a “sarça” do Espírito: “o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança” (cf. Gálatas 5, 22).

c. “Tira as sandálias dos pés”. Posso pisar sobre um fio elétrico e levar um grande choque ou não. Depende do isolante que eu tenha em meu calçado. Deus diz a Moisés: “Tira o 'isolante' dos teus pés”. Tira as sandálias! Pisa na terra! Entra em contado direto com ela. Sente o calor da terra. Deus deu-nos o Espírito Santo. Quis colocá-Lo tão em contato conosco que acabou colocando-O dentro de nós. Somos por Ele habitados para estarmos em contato direto o tempo todo e totalmente com Ele. Onde há isolante, a energia não chega. A cinza que se acumula sobre a brasa não permite que ela aqueça o churrasco. É preciso soprá-la. Jesus “soprou sobre eles dizendo-lhes: recebei o Espírito Santo” (cf. João 20, 22). O calor do Espírito nos aquece. Com esta força podemos progredir na santidade.

Se até hoje buscamos a santidade pelas nossas boas obras, renúncias, sacrifícios, podemos continuar. Mas, vamos acrescentar nessa busca a súplica constante para que o Pai dos Céus, que nos adotou como filhos, continuamente, sopre sobre “as brasas do Espírito” que recebemos no batismo. Que a chama da sarça do Espírito cresça sempre mais nesta terra, templos do Espírito, que somos, como nos diz a Palavra: “Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?” (I Coríntios 6,19). Desta forma nos tornaremos cada dia mais santos, porque possuídos, fortificados e guiados pelo Espírito Santo.

Peçamos todos os dias: Sarça ardente do Divino Espírito, que habitas em mim, e que me tornastes santo pelo Batismo, ajuda-me a progredir no caminho da santidade e a produzir os frutos do Espírito. Então não precisarei dizer para ninguém: “sou santo!”. Essa declaração vai se tornar dispensável, pois, “pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos?” (Mateus 7,16).

Padre Alir Sanagiotto, SCJ

Fonte: Blog do Pe. Alir

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dicas para nosso estudo biblico


Fontes que auxiliam no estudo da palavra

O programa "Por trás das palavras" tem o objetivo de oferecer aos internautas ferramentas para que possam conhecer melhor os textos bíblicos e fazer a sua própria leitura destes; e dessa maneira, possam entendê-los de modo mais amplo.

A ideia não é dar a interpretação pronta de textos da Bíblia, pelo contrário, é apresentar meios que lhes permitam entender e interpretá-los por conta própria.

Neste episódio, Denis Duarte dá dicas de livros, documentos, artigos, entre outros que nos auxiliam no entendimento dos textos bíblicos. Essas fontes as podemos encontrar gratuitamente na internet em sites confiavéis e seguros que são indicados no programa. Assista:



Denis Duarte
contato@denisduarte.com

Publicado no Portal da Comunidade Canção Nova

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Conversão de S. Mateus

A Igreja celebra hoje, de forma especial, a vida de São Mateus apóstolo e evangelista, cujo nome antes da conversão era Levi. Morava e trabalhava como coletor de impostos em Cafarnaum, na Palestina. Quando ouviu a Palavra de Jesus: "Segue-me" deixou tudo imediatamente, pondo de lado a vida ligada ao dinheiro e ao poder para um serviço de perfeita pobreza: a proclamação da mensagem cristã!

Mateus era um rico coletor de impostos, e respondeu ao chamado do Mestre com entusiasmo. Encontramos no Evangelho de São Lucas a pessoa de Mateus que prepara e convida o Mestre para a grande festa de despedida em sua casa. Assim, uma numerosa multidão de publicanos e outros tantos condenados aos olhos do povo, sentaram-se à mesa com ele e com Àquele que veio, não para os sãos, mas sim para os doentes; não para os justos, mas para os pecadores. Chamando-os à conversão e à vida nova.

Por isso tocado pela misericórdia Daquele a quem olhou e amou, no silêncio e com discrição, livrou-se do dinheiro fazendo o bem.

É no Evangelho de Mateus que contemplamos mais amplamente trechos referentes ao uso do dinheiro, tais como:
"Não ajunteis para vós, tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os destroem." e ainda:"Não podeis servir a Deus e ao dinheiro."

Com Judas, porém, ficou o encargo de "caixa" da pequena comunidade apostólica que Jesus formava com os seus. Mateus deixa todo seu dinheiro para seguir a Jesus, e Judas, ao contrário, trai Jesus por trinta moedas!

Este apóstolo a quem festejamos hoje com toda a Igreja, cujo significado do nome é Dom de Deus, ficou conhecido no Cristianismo nem tanto pela sua obra missionária no Oriente, mas sim pelo Evangelho que guiado pelo carisma extraordinário da inspiração pôde escrever, entre 80-90 na Síria e Palestina, grande parte da vida e ensinamentos de Jesus. Celebramos também seu martírio que acabou fechando com a palma da vitória o testemunho deste apóstolo, santo e evangelista.

São Mateus, rogai por nós!






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Bíblia: ler o texto dentro do contexto



Precisamos conferir as introduções antes de cada livro

A proposta desse artigo é entendermos melhor uma regra de ouro da literatura, qualquer que seja ela: ler o texto dentro do seu contexto. Isso significa vê-lo também como produto de pessoas diferentes e de épocas também diferentes.

Muitas vezes, nos sentimos desencorajados com determinados textos bíblicos por não conseguirmos entendê-los. Quem nunca leu uma passagem bíblica e não apreendeu quase nada do que estava escrito ali? Quem nunca deparou com conceitos muito complicados e muito distantes daquilo que entendemos e vivemos hoje?

Isso acontece porque cada um dos livros da Sagrada Escritura faz parte de um contexto mais amplo, cujos textos foram escritos numa época muito distante da nossa. Dessa forma, a leitura se torna um pouco mais complexa e, não raras vezes, incompreensível, em virtude de uma distância temporal, linguística e cultural existente entre a redação do texto bíblico e a leitura e a interpretação que fazemos hoje.

E por isso chamamos a atenção para a necessidade de uma leitura mais cuidadosa e não tão rápida e superficial, para que não ocorra uma interpretação equivocada e arriscada. Porque é natural entendermos o que lemos a partir de conceitos e da ideia que temos do mundo moderno em que vivemos, esquecendo-nos de que a Bíblia é formada por textos antigos, construídos num mundo diferente do nosso.

Dessa maneira, precisamos buscar o máximo de informações sobre o texto que iremos estudar. Tudo que o cerca, de modo especial o período em que foi escrito e qual contexto histórico que o influencia. Quanto mais informações tivermos a respeito dele [texto], tanto mais poderemos nos guiar pela regra literária citada no começo deste artigo: ler o texto dentro do contexto.

Mas como podemos saber mais sobre a época em que os textos bíblicos foram compostos e sob quais condições se deu esse processo de redação do texto que vamos ler?

É fácil. Basta consultarmos as nossas próprias Bíblias, pois elas nos fornecem essas informações. Precisamos conferir as introduções apresentadas antes de cada livro bíblico. Assim acontece, por exemplo, nas traduções da Bíblia, como a versão da TEB, da Bíblia Jerusalém e do Peregrino. Ou ainda, como na tradução da Bíblia Ave-Maria que traz logo na sua abertura um comentário sobre cada um dos livros bíblicos.

Essas introduções são muito importantes, pois nos dão informações preciosas a respeito do livro que vamos ler, informações estas muito úteis e práticas a respeito do período de composição do texto, sobre o contexto histórico no qual se deu essa redação, a qual grupo esse texto foi primeiramente dirigido, quem o redigiu, entre outros.

Caso tenhamos acesso a fontes confiáveis que podem, da mesma maneira e talvez de forma mais completa, nos fornecer essas informações, podemos e devemos utilizá-las, pois, como dissemos anteriormente, quanto mais informações temos do texto, tanto maior será nossa segurança de que o leremos dentro do contexto, evitando erros e equívocos. Mas, lembre-se: é importante que conheçamos bem essa literatura secundária utilizada para não consultarmos uma bibliografia que possa nos levar ao erro.

Um alerta aos que fazem uso da internet: muito cuidado ao buscar essas informações nesse espaço virtual. Não tenho nada contra a rede mundial de computadores; muito pelo contrário, sou usuário e a vejo como um facilitador da vida cotidiana. Mas, infelizmente, em se tratando de estudos bíblicos, a grande maioria das coisas que encontro nela possui muitos erros ou está ligada a outra doutrina diferente da católica.

Outro recurso apresentado pelas Bíblias, que além de nos auxiliar na compreensão dos textos, também nos fornece informações importantes sobre o conteúdo do que lemos são as notas de rodapé. Essas observações são muito valiosas porque são explicativas e por meio delas nos esclarecidas questões ligadas à língua, à geografia, à cultura, entre tantas outras coisas que facilitam o nosso entendimento deles. Muitos as ignoram, justamente por serem pequeninas, às vezes é difícil enxergá-las, mas elas estão ali para servir de auxílio para que o texto se torne mais acessível a nós que estamos distantes temporal, cultural e linguisticamente dos textos bíblicos.

Enfim, é necessário fazer uso desses recursos presentes nas nossas Bíblias, assim como das introduções nos livros e das notas de rodapé. Esses recursos fazem, de certo modo, parte da leitura e não podemos ignorá-los. A Igreja, e nossos tradutores, conhecem as distâncias entre nós e o texto e, consequentemente, sabem do risco de uma leitura fora de contexto. Ou seja, informações presentes na própria Bíblia, ainda que não sejam o texto bíblico propriamente dito, são não apenas importantes, mas necessárias para uma leitura da Palavra de Deus sem equívocos e que permita, verdadeiramente, nosso encontro com o sagrado.

Denis Duarte
contato@denisduarte.com

Publicado originalmente em DenisDuarte.com

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Missa não é show!

“O canto e a música desempenham sua função de sinais de maneira tanto mais significativa por ‘estarem intimamente ligados à ação litúrgica’, segundo três critérios principais: a beleza expressiva da oração, a participação unânime da assembléia nos momentos previstos e o caráter solene da celebração. Participam assim da finalidade das palavras e das ações litúrgicas: a glória de Deus e a santificação dos fiéis” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1157).

Não pretendo fazer aqui um tratado de liturgia, apenas darei algumas dicas sobre a postura do ministério de música em animações litúrgicas, especialmente nas Celebrações Eucarísticas.

Na Santa Missa, o presidente é o sacerdote; portanto, antes de toda e qualquer celebração, converse com o padre e exponha o que o ministério preparou em unidade com a equipe de liturgia.

Sei de toda a complexidade e até das diferentes interpretações sobre a liturgia que alguns padres dão; em todo o caso, vale a máxima: “Quem obedece não peca”. Portanto, consulte-o e obedeça-lhe.

Se você tiver conhecimento o bastante sobre o assunto e abertura com o sacerdote, poderá defender sua opinião; o diálogo nos faz crescer. Mas converse em outro momento, não poucos minutos antes do início da celebração.

Na Celebração Eucarística, a música deve contribuir para o engrandecimento e a profundidade dos momentos litúrgicos; por isso, cada canção precisa se encaixar com o momento certo e acompanhar os tempos litúrgicos.

Santa Missa não é show! Não chame a atenção do povo para si ou para seu grupo musical. Na Eucaristia, Jesus é o centro. Não desvie a atenção das pessoas com “caras e bocas” durante a interpretação de uma música, nem na execução de um solo instrumental. Tampouco converse durante a Celebração Eucarística, escolha antecipadamente as músicas e seus respectivos tons. Se houver extrema necessidade de algum diálogo, faça-o da forma mais discreta possível. Nada mais desagradável do que um ministério se entreolhando com ar desesperado, de: “Qual a próxima música?” ou “Qual o tom?”.

Não use, durante a Missa, roupas com cores fortes ou estampadas, a não ser que você seja convocado de surpresa e não tenha condições de se trocar. Também não use, de jeito nenhum, roupas sem mangas, decotadas, transparentes ou bermudas durante a Celebração Eucarística.

Escolha os cânticos de acordo com as leituras e o tempo litúrgico. Não se pode cantar os “hits”, a não ser que se encaixem com o tema da celebração.

Peça aos músicos que toquem de forma harmônica e com um volume que favoreça a oração. Já vi muitas vezes sacerdotes e ate bispos serem “martirizados” pelo alto volume dos instrumentos, inclusive da bateria, montados a menos de um metro de seus ouvidos, em palcos pequenos.

Não use a harmonia mais complicada que você sabe tocar. Nas celebrações, precisamos ajudar o povo a rezar as canções. Acordes muito dissonantes não são os mais indicados nessas ocasiões. Cuidado para não fazer das Missas uma “válvula de escape” para seu desejo de tocar no “Free Jazz Festival” ou no barzinho mais “out” de sua cidade.

Ensaie com os fiéis antes da Missa. Ensine-lhes os cânticos novos e motive-os a rezar com eles.

Algumas fórmulas da Santa Missa, como o “Cordeiro de Deus”, não podem ser modificadas. Estude liturgia! Em liturgia não dá para improvisar.

Não queira ser um ministro de música “garçom”, que apenas serve aos outros o banquete. Participe ativamente de cada momento da Celebração, sente-se à mesa. Você também é um “feliz convidado para a Ceia do Senhor”.

Se você é animador de música na liturgia, não multiplique as palavras. Não queira fazer uma homilia a cada música, nem queira roubar o papel do comentarista.

Luiz carvalho
Fundador da Comunidade Recado



Ouça podmúsica com Gil Duarte:




Publicado no Portal da Comunidade Canção Nova

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A Palavra tem poder de exorcizar!


“A Palavra de Deus têm o poder de te comunicar a Sabedoria que conduz a salvação pela fé no Cristo Jesus. Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumenta, para corrigir, libertar e educar para a justiça”. (2 Timóteo 3,15-16).

Quando o Pe. Ruffus veio ao Brasil pela primeira vez em setembro de 2000 eu ainda era Diácono e estava na faculdade aprendendo teologia, inclusive tinha as matérias próprias de Sagrada Escritura. Já tinha experimentado o PODER da Palavra de Deus em minha vida e o conhecimento teológico me ajudou muito, mas existiam muitas dúvidas colocadas pela razão das curas e libertações que o próprio Cristo fez nos evangelhos.

O Senhor é minha luz e minha salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é quem defende a minha vida; a quem eu temerei?” (Salmo 27, 1.).

Quando acontecia o acampamento eu ia acompanhando os casos que o Pe. Ruffus atendia sempre muito sereno e equilibrado, rezava calmamente sem tocar nas pessoas. Ele simplesmente pedia que alguém escrevesse a historia de vida da pessoa e ela lia para ele e ali Deus lhe dava o discernimento, ele orava e a graça calmamente acontecia. Ele é sacerdote e é exorcista de encargo recebido pelo Vaticano, ou seja, ele tem autoridade! Em um dos atendimentos e nas suas pregações descobri que toda a autoridade daquele padre vinha do Sacerdócio de Cristo e da PALAVRA, que ele pregava com simplicidade e muita sabedoria, pois ao rezar por alguém ele pronunciava baixinhas orações e a PALAVRA DE DEUS!

Eis o Deus que me salva, eu confio e nada temo, porque minha força e meu canto é o Senhor, e ele foi para mim libertação”. (Isaías 12).

Numa pregação ele contou o caso de um rapaz que o procurou para que rezasse por ele. Este rapaz tinha participado de todo tipo de ocultismo e o pior tinha feito consagração de sangue numa seita diabólica, tinha raspado a cabeça e ficou em um quarto escuro vários dias, para se tornar um “pai de santo”. O Pe. Ruffus disse: este caso vai ser muito difícil!

Para a surpresa do padre quando rezava não acontecia nada que ele esperava em caso de libertação e exorcismo. Após a sua oração ele perguntou: O que você fez e como você está? O rapaz respondeu: Logo que descobri Jesus e tomei consciência do meu erro, eu pensei o que estou fazendo com a minha vida e comecei a ler a BÍBLIA inteira procurando respostas e já li duas vezes antes desta oração a Bíblia toda. O Pe. Ruffus respondeu: Quem te libertou e exorcizou foi a PALAVRA de DEUS!

Por isso, não é preciso temer força oculta alguma, pois quem está em CRISTO é uma Nova Criatura, vamos manifestar a glória de Deus. Porque “a Sua Palavra tem poder para destruir toda a força contraria à Vontade de Deus na nossa vida. Manifeste a Glória de Deus através da Palavra na sua vida”. (Dei Verbum).

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. (João 8,32)

Clique aqui e: Reze a Quaresma de São Miguel Arcanjo
Reze O 3° Dia da Novena ao Padre Pio de Pietrelcina

Clique AQUI e deixe seu testemunho e seus pedidos de orações.

Conte com as minhas orações.

Padre Luizinho,
Sacerdote Canção Nova.

Publicado no Blog do Pe. Luizinho

Realizamos as obras típicas da fé católica?


Catolicismo não pode se diluir num discurso genérico, diz cardeal

SÃO PAULO, quarta-feira, 16 de setembro de 2009 (
ZENIT.org
).- O arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer, convida os fiéis a praticarem as obras típicas da fé católica, evitando assim que o catolicismo fique diluído num discurso genérico.

Dom Odilo recorda --em artigo desta semana no jornal O São Paulo-- que os muçulmanos "estão na conclusão do mês do jejum sagrado (Ramadã), durante o qual praticam o jejum, rezam com mais intensidade, vão às mesquitas ouvir as pregações e realizam outras atividades religiosas".

"Algo semelhante àquilo que os católicos são convidados a fazer durante a Quaresma... Isso nos questiona, se nós também realizamos as obras da fé típicas da fé católica, e não apenas durante a quaresma, mas habitualmente?", questiona.

O arcebispo considera que algumas práticas da fé católica "precisam ser recuperadas, se não queremos que o catolicismo fique diluído num discurso genérico, talvez até bonito".

Como exemplo, cita a santificação do domingo e a missa dominical. "Indo à igreja, damos testemunho público de nossa fé em Deus, alimentamos a vida cristã na oração, na escuta da Palavra de Deus e na Eucaristia e nos animamos para a vivência da esperança e da caridade. Mas também o exercício diário da oração, como é ensinado pela Igreja e de acordo com as devoções católicas. E ler a Bíblia, Palavra de Deus, com o interesse de quem quer ouvir Deus".

Segundo o cardeal, "a fé católica, sem a caridade, não é autêntica"; por isso, "ela precisa ser traduzida nas práticas cotidianas de caridade para com o próximo". "A esmola, a ajuda concreta aos necessitados, o alívio das dores de quem sofre, o empenho pela justiça social e a defesa da dignidade da pessoa e de seus direitos, tudo isso são expressões concretas da fé, que opera pela caridade".

"A Igreja recomenda, de maneira sábia, a prática das obras de misericórdia, que dão um caráter concreto à nossa fé: dar de comer a quem tem fome; dar de beber a quem tem sede; vestir quem está sem roupa; abrigar os que não têm teto; visitar os doentes e os presos, consolar os aflitos, sepultar os mortos..."

"Ainda recordamos essas coisas, ou achamos que são atitudes 'assistencialistas' e, com isso, nos damos por justificados?", pergunta Dom Odilo. "Mas essas são justamente as obras cobradas no capítulo 25 de S. Mateus, na cena do grande julgamento final, quando Jesus dirá: 'foi a mim que o fizestes... ou não o fizestes'". "Por falar nisso --prossegue o arcebispo--, quando foi a última vez que dei uma esmola a alguém? Ou visitei um doente? Um preso? Quando foi que socorri alguém necessitado?"

Fonte: ZENIT.org

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Pai e mãe acolhedores no amor

setembro 5th, 2009

Mons. Bruno Forte, Teólogo – Segunda reflexão sobre a procura do homem pelo pai, ou seja, o êxodo do homem para Deus.

“Se no fundo do coração, todos somos habitados pela angústia do desafio supremo da morte, se isso nos faz pensativos, se a vida se torna uma luta para vencer a morte, então a imagem do pai é uma imagem da qual todos temos necessidade infinita”.

Não podemos então deixar de perguntar-nos: se isso é verdade, por que em tantos se forma uma recusa, até mesmo visceral da figura paterna? Por que mais cedo ou mais tarde na vida todos vivemos um momento de contestação da imagem do pai-mãe no amor? Procuremos compreender essa contradição entre a necessidade de um acolhimento que vença a angústia e ao mesmo tempo a recusa dele, lendo um texto que tiro da famosíssima carta ao pai de Franz Kafka, um dos grandes testemunhos da inquietação do nosso tempo. Escrevendo ao próprio pai, Kafka diz assim: “a sensação de nulidade, que frequentemente me domina, tem origem em grande parte pela tua influência. Eu podia saborear, quando tu nos davas só a preço de vergonha, esforço, fraqueza, sentimento de culpa, enfim podia estar-te agradecido como o está um mendigo, não com os fatos. O primeiro resultado visível dessa educação foi aquele de fazer-me fugir quanto antes, mesmo que distantemente, me lembrasse de ti”.

Quantas vezes a recusa do pai nasce da necessidade de se libertar de uma dependência! Quantas vezes a paternidade, que estamos todos chamados a exercitar como paternidade-maternidade, se transforma em possessividade, escravatura, domínio! Eis, pois, que se perfila a imagem dramática do assassínio do pai! Na realidade, uma das causas profundas da angústia que existe no coração humano é que – se todos queremos vencer a morte – temos todos a necessidade de um pai-mãe no amor, que nos acolha, e para o qual todos, de um modo ou de outro, vivemos ou estamos vivendo momentos de rejeição por medo de que nos sufoque. O assassínio do pai é uma espécie de assassínio ritual, de gesto para afirmar a nossa independência, a nossa autonomia. E então estamos todos destinados a uma infinita orfandade, consequentemente a uma nostalgia pelo pai e pela mãe acolhedores no amor, e contudo fugimos dela, para sermos livres e independentes como o filho pródigo, que decide ficar com todos os seus bens para se poder gerir por si na vida.

Eis a grande questão: temos necessidade de alguém, que nos revele o rosto de um pai-mãe no amor que, não crie dependência, que não nos faça escravos. Um pai-mãe, que nos ame tornando-nos homens livres, mulheres livres. Um pai-mãe, que não seja o concorrente da nossa liberdade mas o fundamento desta, a garantia última da verdade e da paz no nosso coração, que ao mesmo tempo cure a angústia com o remédio do amor, mas cure também aquele medo de perder a liberdade fazendo-nos sentir amados na liberdade, que não escraviza, que não cria dependências. Tal é a expectativa do Pai no coração do homem…

Fonte: Teo Comuicação, Revista de Teologia. PUC RS, Porto Alegre – v. 33 – n. 142 – Dezembro 2003 – p. 713-976.

Publicado no Blog Shalom Antonio Marcos

Hoje acordei com vontade de rezar!

Caríssimos,

Lendo alguns artigos encontrei essa bela oração de Glaci Refosco, e republico em nosso blog com a autorização da autora (obrigado, Glaci!). Além desse artigo, Glaci é autora de vários outros artigos belíssimos. Republicarei alguns deles em nosso blog.

Espero que gostem.

Deus nos abençoe!

Hoje acordei com vontade de rezar!


PAI NOSSO, que estás em NÓS

SANTIFICADO sejas assim como nós somos

SEJA feita a Vossa vontade e não a nossa

Que possamos agir dentro da Tua lei

Perfeita e Magnífica

Dá-nos o PÃO, que é o ENTENDIMENTO

dessa Tua VONTADE

Para que nos tornemos CRIATURAS elevadas

e possamos SENTAR A DIREITA DE VÓS.

PERDOA quem nos faz sofrer

Assim como ja nos perdoastes por tantos sofrimentos que causamos

PERDOA quem nos fere com a espada

Assim como ja ferimos tantas e tantas vezes

PERDOA quem leva embora nossos sonhos

Assim como já nos perdoastes por termos levado embora tantos sonhos de nossos irmãos e irmãs

PAI, FORÇA CRIADORA DO UNIVERSO

Restaura nossas forças, nos mostra o caminho

Retira os espinhos que ferem nossas mãos e transforma-os em rosas para que possamos levá-las aos que necessitam de NÓS e que de NÓS exale o perfume de Tua Santidade.

Que dentro do reconhecimento de nosso EGOÍSMO possamos VER que podemos SER MAIS, FAZER MAIS.

Manifesta em NÓS teu ESPÍRITO SANTO para que SEJA FEITA A VONTADE DE TUA PERFEIÇÃO!

AMÉM


Glaci Refosco

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Deus sonda com compaixão!

Olá gente!

Continuando a nossa série de programas sobre o livro “Abra-se a Restaração”, hoje quero trazer mais um capítulo, escrito pelo meu irmão de comunidade Ricardo Sá: “Sonda com Compaixão”…



“Sonda é algo feito para sondar, ver melhor, ir lá dentro e ver o que existe de verdade!

Não tenha medo! Deus quer sondar o nosso íntimo para nos amar.

À medida que Deus me sonda, me ama, me salva precipita-se de amor

sobre minhas paixões e mortes. Ele me toma, como sou, para me amar,

revelar-se a mim e realizar a salvação em minha vida.

Adquira o livro: “Abra-se a Restauração”, clique aqui!


Publicado no Blog PHN

Para ouvir melhor o vídeo, faça uma pausa na Radiola do Círculo Verde (lateral esquerda, logo abaixo do espaço para mensagens do Círculo Verde).

Virgem Mãe

"Virgem Mãe tão Santa e pura, vendo eu a tua amargura, possa contido chorar."
Deus Conosco nº. 93, pg. 74.

Fonte: Twitter @Catecismoonline

Decálogo para ler a Bíblia com proveito


Por Dom Mario de Gasperín Gasperín, bispo de Querétaro

Querétaro, segunda-feira, 14 de setembro de 2009
(Zenit.org-El Observador)


Por ocasião do mês da Bíblia, o bispo de Querétaro, Dom Mario de Gasperín Gasperín, biblista reconhecido, escreveu um "Decálogo para ler a Bíblia com proveito", que compartilhamos a seguir, por considerá-lo de interesse geral. Decálogo para ler a Bíblia com proveito:

1. Nunca achar que somos os primeiros que leram a Santa Escritura. Muitos, muitíssimos, através dos séculos, a leram, meditaram, viveram e transmitiram. Os melhores intérpretes da Bíblia são os santos.

2. A Escritura é o livro da comunidade eclesial. Nossa leitura, ainda que seja em solidão, jamais poderá ser solitária. Para lê-la com proveito, é preciso inserir-se na grande corrente eclesial que é conduzida e guiada pelo Espírito Santo.

3. A Bíblia é "Alguém". Por isso, é lida e celebrada ao mesmo tempo. A melhor leitura da Bíblia é a que se faz na Liturgia.

4. O centro da Sagrada Escritura é Cristo; por isso, tudo deve ser lido sob o olhar de Cristo e buscando n'Ele seu cumprimento. Cristo é a chave interpretativa da Sagrada Escritura.

5. Nunca esquecer de que na Bíblia encontramos fatos e frases, obras e palavras intimamente unidos uns aos outros; as palavras anunciam e iluminam os fatos, e os fatos realizam e confirmam as palavras.

6. Uma maneira prática e proveitosa de ler a Escritura é começar com os Santos Evangelhos, continuar com os Atos dos Apóstolos e Cartas e ir misturando com algum livro do Antigo Testamento: Gênesis, Êxodo, Juízes, Samuel etc. Não querer ler o livro do Levítico de uma só vez, por exemplo. Os Salmos devem ser o livro de oração dos grupos bíblicos. Os profetas são a "alma" do Antigo Testamento: é preciso dedicar-lhes um estudo especial.

7. A Bíblia é conquistada como a cidade de Jericó: "dando voltas". Por isso, é bom ler os lugares paralelos. É um método interessante e muito proveitoso. Um texto esclarece o outro, segundo o que diz Santo Agostinho: "O Antigo Testamento fica patente no Novo e o Novo está latente no Antigo".

8. A Bíblia deve ser lida e meditada com o mesmo espírito com que foi escrita. O Espírito Santo é o seu principal autor e intérprete. É preciso invocá-lo sempre antes de começar a lê-la e, no final, agradecer-lhe.

9. A Santa Bíblia nunca deve ser utilizada para criticar e condenar os demais.

10. Todo texto bíblico tem um contexto histórico em que se originou e um contexto literário em que foi escrito. Um texto bíblico, fora do sue contexto histórico e literário, é um pretexto para manipular a Palavra de Deus. Isso é tomar o nome de Deus em vão.


+ Mario de Gasperín Gasperín
Bispo de Querétaro

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Seja Sincero com Deus

Você diz: Deus eu te amo!
E se você sair para um passeio no parque de carro com sua família
E seu carro bater e você ver seus filhos atravessando o pára-brisa,
A Pessoa que você mais ama em meio a uma poça de sangue.
Você levantará suas mãos e dirá: Eu te Amo?

Você diz: Deus eu te busco!
E se você chegar à sua casa e ela estiver em chamas,
Nem um amigo mais restar
E você ter que se humilhar por um pedaço de Pão
Você continuará me buscando?

Você diz: leva-me onde eu possa ouvir a sua voz!
E se Eu te convidar a África,
Onde você não terá mais tempo para o seu orkut, msn...
Porque crianças cairão mortas de fome em seus braços.

Você diz eu sou um instrumento em suas mãos!
Que palavras doces e de amor você levou aos viciados e prostitutas
Quando passou por eles ontem?

Se analise.
Leandro Cordeiro

Romanos 8:38-39 Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Publicado no Portal Recanto das Letras


Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (você deve citar a autoria de Leandro cordeiro). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 12 de setembro de 2009

Serie Abra-se a Restauração

Olá gente! A partir de hoje vou postar aqui no blog uma serie de programas que gravei na WebtvCN.

A cada programa vou meditar com você um capítulo do meu livro: “Abra-se a Restauração”, onde várias pessoas da Comunidade Canção Nova e amigos escreveram sobre um frase da música “Restauração”.

Neste programa, vamos meditar o capítulo: Deus vê o coração.

.

“O amor tem este poder maravilhoso de trazer à tona os segredos

e curar o coração da pessoa amada.

Entra nos quartos da alma, não para acusar,

mas para dissipar os medos e fechar as feridas interiores.

O amor são os olhos de Deus.

É com bondade e misericórdia que Ele olha para você.

Ele o compreende mesmo que você não fale. E o aceita com amor,

sem que você precise dar explicações de como tem vivido.”


Adquira o livro: “Abra-se a Restauração”, clique aqui!


Deixe aqui o seu comentário sobre esse programa!

Abraço!


Publicado no Blog PHN

Para ouvir melhor o vídeo, faça uma pausa na Radiola do Círculo Verde (lateral esquerda, logo abaixo do espaço para mensagens do Círculo Verde).

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Independentes em Cristo


Abra sua Bíblia na carta de Paulo aos Gálatas 4, 1 ao 20. Como eu dizia para vocês ontem, esta pequena carta de São Paulo aos Gálatas é o discurso à liberdade. Esta carta pega o principio fundamental de tudo aquilo que Jesus anunciou no seu tempo. Para ser de Deus é preciso ser livre, é preciso estar livre de todas as amarras que nos aprisionam. São Paulo percebeu que os Gálatas ao invés de caminhar no processo de liberdade estavam voltando as amarras das idolatrias do passado.

Eles tinham a idéia equivocada que o cumprimento da lei era o mais importante para a salvação, mas Jesus nos diz que a lei pode nos escravizar. A primeira cura que Jesus proporcionava não era física, mas na mentalidade, pois é nossa mentalidade que precisa ser transformada. Eu vou sendo das coisas e das pessoas, vou me afeiçoando as idéias e às pessoas e muitas vezes neste processo de me afeiçoar, eu vou criando uma certa dependência e vou me tornando escravo daquela idéia ou daquela pessoa.

Jesus foi tomando consciência de quem Ele era e é bonito perceber que todas as pessoas que estavam ao redor de Jesus foram ajudando a Ele reconhecer quem Ele era. Tomar consciência de quem se é, é um processo de maturidade. A psicologia humana, por exemplo, nos ensinava que uma criança só poderia ir a escola a partir dos 7 anos, pois somente neste estágio de maturidade cerebral é que ela poderia aprender. Por isso não adianta falarmos com criança do mesmo jeito que falamos com adultos, pois elas não compreendem nossa conversa.

Muitas vezes na evangelização nós precisamos usar destes métodos para que todos compreendam. É como um médico que vai dizer um diagnóstico ao paciente e tem que usar de linguagem simples, pois senão a pessoa não entende. Nós, evangelizadores, temos que nos fazer entender para que possamos entrar no universo do outro. Muitas vezes nós estamos surdos e não compreendemos o que Deus nos fala por que falta abrir nossa mentalidade para que Deus.

Há muito tempo atrás eu vivi um processo de dependência afetiva e aquilo me fazia mal, pois por causa da pessoa de quem eu tinha esta dependência, eu era menos eu. Um padre rezou por mim e disse que sentia que havia uma pessoa que fazia muito mal para mim e me pediu que eu apenas rezasse por ela e não ficasse próximo dela. Muitas vezes nós dizemos que esta ou aquela pessoa precisa de nós e na verdade somos nós que precisamos dela.
"Ser gente dá trabalho", diz pe. Fábio
Foto: Wesley Allmeida

Há pessoas que tem o poder de extrair de nós o que temos de pior e precisamos dizer a elas que não queremos a presença destas pessoas em nossas vidas. Por isso muitas vezes por falta desta maturidade é que não conseguimos viver a liberdade que Deus quer nos dar. Ser gente dá trabalho, ser gente significa você estar comprometido com seu processo humano e com o processo de quem esta ao seu redor e se você for gente você será um problema a menos na vida dos outros.

Quantas vezes na vida uma família vira um inferno porque alguém lá dentro decidiu ser um mulambo e não faz esforço nenhum para ser gente, não aproveitou a liberdade. Quantas vezes nós sofremos demais por situações que não são nossas e no momento que nós sofremos por situações que não são nossas damos direito da pessoa dona da situação se tornar pior, pois ela não se compromete com suas próprias situações.

Nós não podemos viver uma pobreza espiritual a vida inteira, sem ter alguém com quem contar, por que o outro resolveu ser um mulambo. O processo da imaturidade pode se estender pela vida inteira, quando eu olho para o mundo e me vejo como um coitado, isso não é maturidade é um infantilismo que não nos leva a nada. A criança, por exemplo, passa por um processo egoístico e se nós não ensinarmos que ela tem que dividir o que tem, ela não aprenderá, se não dermos as regras à medida que ela consegue compreender, estaremos criando um monstro em casa. Se não ensinarmos a elas como lidar com a vida, a vida será duas vezes pior para elas e para nós também.

Conheço uma história onde a mãe não tirava o seu bebê de perto dela, pois toda vez que ela o tirava, ele chorava e até hoje ele dorme com ela e ele já está com 22 anos. A criança faz um jogo com a gente e não podemos nos deixar dominar por elas, precisamos saber dizer sim e não a elas e saber educa-los da forma correta. Se você tem vários filhos, você terá várias chaves, uma para cada um deles, pois nenhum tem a chave igual e você precisa saber lidar com cada um.

O casal que educa o filho a partir dos ensinamentos divinos, vai dar ao mundo uma pessoa mais preparada. Há uma grande diferença entre amar e estar apegado, amar nos dá aquele sentimento de liberdade. O apego nos aprisiona e pensamos que as pessoas devem agir da forma que queremos. O amor é livre! Quando estou apegado a alguém ou a alguma realidade, eu faço do outro meu escravo.

Alguém um dia disse nas margens do rio Ipiranga, “Independência ou morte!” e hoje nós não vamos matar ninguém, mas se não criarmos a independência necessária em nossas vidas seremos nós que morreremos. Quanto mais tempo demoramos para perdoar demonstra que estamos mais longe do processo de Deus, se sabemos perdoar mais rápido é sinal que estamos mais próximo de Deus. Eu não tenho o direito de fazer a vida do outro ser um inferno!

Se eu faço minha presença e minha autoridade fazer o outro ter medo, eu não vivo em liberdade. Há momentos em que precisamos reconhecer que não estamos sendo livres e se não estamos sendo livres não fazemos os outros livres também. Precisamos ter a consciência de onde é que escravizamos, onde é que somos escravizados para que possamos caminhar no processo de amadurecimento de nossas vidas. Quantos casais vivem nesta realidade e não tem a coragem de olhar nos olhos e acertar os pontos para que sejam livres e vivam bem seu relacionamento.
"Eu não tenho o direito de fazer a vida do outro ser um inferno!", diz pe. Fábio
Foto: Wesley Allmeida


As vezes o que falta para nós é alguém que tenha a coragem de perturbar nossa solidão, nosso sossego e nos dizer onde precisamos mudar e nos acertar na vida. Os palcos, os holofotes, não nos educam o que nos educa são nossos familiares que nos colocam no lugar onde devemos estar. Cuidado, se você não gritar independência ou morte você morrerá antes do tempo, pois você está vivendo nos apegos.

Pelo amor de Deus, se você descobre que está sendo um peso para os outros, se suas atitudes não edificam, se você só sabe reclamar, cuidado você pode estar afastando os outros, ninguém dá conta de ficar ao lado de quem tem “cara de sexta feira da Paixão” o tempo todo, tenha “cara de sábado de aleluia”! Uma coisa é a pessoa contar um problema com o olhar positivo e outra é, você contar com pessimismo e se o diabo percebe que você pode virar um mulambo, ele fará de tudo para que você vire, não queira ser um mulambo!

Nós somos veludo alemão, mas precisamos ser cuidados, pois se passados ou lavados da forma errada vamos perdendo o brilho. Você precisa lutar com os poderes de Deus, pois senão você estraga a sua vida e a vida de quem está ao seu lado. É independência ou morte, o que você prefere? Você veio aqui para proclamar a independência do país, mas a independência do Brasil está em seu coração.

O sofrimento tem que ser enfrentado de pé, ninguém nos prometeu que seria fácil, ser gente dá trabalho, ser pai do jeito certo dá trabalho, ser mãe do jeito certo dá trabalho, nada será fácil, é esforço, é luta! Nós temos que dar conta de nossa vida, perceba onde é que você está errando, onde sua liberdade está sendo cortada, as pessoas que estão tirando sua energia, você tem que fazer o seu esforço para sua vida dar certo, você tem que fazer sua parte!

Vai chegar um momento da vida onde será colocado um ponto final e você não terá como fugir. Muitas vezes, diante das dificuldades, ouviremos uma voz no nosso ouvido, dizendo: “Vai desistir ou vai continuar?” E nós só precisamos ouvir a voz do Cristo, não dê ouvido as vozes que querem nos fazer desistir. Se você precisa parar de fumar, tome uma atitude, busque recursos, nós que precisamos de ar puro agradecemos por sua decisão, eu tenho certeza que você precisa parar de beber, de se prostituir, se é para você isso, tome uma atitude! Eu tenho certeza que você precisa romper com os apegos, pois apegado ninguém vai a lugar nenhum, para ter liberdade você precisa se livrar dos apegos interiores.

Entrega na mão do Senhor as situações, as coisas que te aprisionam! Peça ao Senhor que incendeie a sua alma, incendeie seu coração! Todos nós temos a necessidade de queimar diante do Senhor alguma coisa, nossos ódios, nossos ciumes, nossos apegos, nossos vícios.

Hoje é dia de proclamar independência em nossas vidas de tudo o que nos aprisiona!

Transcrição e adaptação: Flávio Pinheiro

Publicado no Portal da Comunidade Católica Canção Nova

A caridade


Poucas vezes Jesus fala do amor que devemos ter para com Deus
Meditando sobre os Evangelhos, impressiona-nos a mensagem de Cristo, fundada totalmente no amor aos irmãos, na caridade. Poucas vezes, o Divino Mestre fala do amor que devemos ter para com Deus. Do Pai, Ele sempre no-Lo apresenta como o doador de tudo, que nos ama a ponto de dar o Filho à morte para a salvação dos homens. Raras vezes, e foram sempre respostas aos fariseus e aos legistas, em que reafirmou o primeiro mandamento do amor a Deus, mas, logo, a seguir completa-o o amor ao próximo, que lhe é semelhante. Ilustra-o na Parábola do Bom Samaritano (cf. Lucas 10, 25-37).

As cartas do apóstolo João insistem no mesmo diapasão. Catequeticamente, e com clareza apostólica, afirma que aquele que diz amar a Deus e não ama a seus irmãos é mentiroso. E continua que é muito fácil proclamar que amamos a Deus, a quem não vemos, mas se desprezamos o irmão que está a nosso lado, onde está a caridade, onde está o amor? (cf. 1Jo.4,20).

Paulo, na sua Carta aos Coríntios (cf. I Coríntios 13), proclama e exalta a caridade. Quase sabemos de cor o texto maravilhoso. Somos levados a interpretar esse hino como o amor ao Pai Celeste. Mas, o apóstolo fala é da excelência do amor entre os irmãos. “Ainda que eu falasse todas as línguas dos anjos, ou tivesse toda a ciência, sem a caridade seria um bronze que soa” e cujo som se perde nas quebradas dos montes.

Logo a seguir nos ensina em que consiste a caridade: na paciência, na humildade, no fazer o bem, na longanimidade, na partilha da dor e da alegria com os irmãos, no perdão tão difícil. E conclui pela perenidade do amor e da caridade. Tudo cessa quando vier a perfeição, exceto a caridade, pela qual seremos medidos.

No dia do Juízo, quando o Filho do Homem, na Sua glória, vier nos julgar, escreve o evangelista Mateus, Ele não nos questionará sobre o amor de Deus, sobre a nossa fé, sobre as coisas grandiosas que tivermos feito. O questionamento e a glória decorrente será sobre o nosso coração, se ele se abriu ou fechou sobre os pequeninos, que moravam em nossas casas, no nosso bairro, na nossa comunidade.

Nos primeiros hinários depois do Concílio, cantávamos: “Como posso ser feliz, se ao pobre, meu irmão, eu fechei o coração, meu amor eu recusei! Já nesta vida mortal, podemos sentir as delícias desta vida fraterna, como rezamos nos salmo: ó quão bom e quão e alegre, a vida comum entre os irmãos”.

Não é fácil o exercício dessa caridade, o empecilho do pecado que herdamos de Adão leva-nos a outro tipo de vida. Conhecedor da natureza humana, Jesus, no Sermão da Montanha, nos dá regras práticas de sua vivência.

Os bem-aventurados do Reino não são os poderosos e sábios, mas aqueles que vivem o despojamento total da autoconfiança, na simplicidade de espírito. Não é a letra da lei que importa: “Ouvistes o que foi dito aos antigos [...]” e repetindo os mandamentos, dá-lhes o sentido vivencial pleno, exemplificando nos atos que devem nascer do coração renovado (cf. Mateus 5, 17-47).

Enquanto vigorava a lei de talião: dente por dente, olho por olho, ensinava a grandeza do perdão, que reitera na resposta a Pedro, logo no início do discurso eclesiástico, no Evangelho de Mateus (cf. Mateus 18,21-22).

Neste mesmo capítulo 18, na parábola do devedor implacável, diz-nos como seremos tratados se não perdoarmos, de coração, ao irmão. E como se não bastasse a Sua Palavra, deu-nos o Seu exemplo: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” e entregou-se por nós na cruz.

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora - MG

Publicado nbo Portal da Comunidade Canção Nova

Configurados ao Cristo

Queremos mostrar, apontar para um único caminho. Tiago fez da sua experiência humana e divina. Não se prenda aquilo que é exterior. Deus quer saber do coração, da intenção que está aqui dentro. É por isso que estamos salvos. Deus não se prende aquilo que os olhos mostra. É aquilo que você move dentro do seu coração, que você gera dentro do seu ser.

Metanóia é mudança de mentalidade. O grande papel da filosofia é abrir nossa mente para que conheçamos pensamentos sofisticados e aprendamos a valorizar o que é mais simples. A filosofia é um código que vai nos ensinar a ter um raciocínio sobre a realidade. A filosofia muda o nosso jeito de pensar. Jesus já conhecia isso. Jesus pauta sua ação missionária no empenho, em mudar a realidade das pessoas.

A verdadeira conversão cristã consiste em descobrirmos que começamos a pensar como Jesus pensou, sentir como Jesus sentiu. Aí a carta de São Paulo hoje. Não se prenda às aparências! O cristianismo não é uma religião de aparências. Deus não pode fazer nada com nossas obras se antes Ele não for dono do nosso coração.

Quantas vezes nos equivocamos na vida achando que Jesus quer nosso trabalho. Deus foi estreitando em mim uma compreensão de que nada disso tem valor se Ele não estiver no meu coração. Se Ele não tiver chance na minha vida, não adianta a missão ser grande.

Quando fui ordenado, minha ordenação foi uma festa. Um padre muito sábio, disse uma semana antes: "Fábio, não estarei em sua ordenação, mas sei que ela será badalada. Quando for celebrar sua primeira Missa, olhe só pra Jesus e na hora da consagração diga: A festa acabou. Agora sou eu e Você".

Minha gente, não tem outro jeito. Nossa vida vai entrando num funil. E agora? Sou eu e minha escolha! O que ficou para o meu coração? A vida missionária que eu escolhi? Este Deus que eu tanto anunciei? Se não tiver ficado a melhor parte eu errei em tudo o que fiz. Se eu aconselhei realidades que eu não levo para mim, eu vou ser hipócrita.

Se você não busca colocar os olhos em Jesus e ver que Ele tem predileção por você e quer te ver configurar nele sua fé vai ser vã.


Fico pensando que as vezes o grande problema é que não queremos pautar nossa vida no que Jesus pediu. Criamos nossa própria religião. Suba à via-sacra e você vai entender o cristianismo.

Religião que ensina preguiça é diabólica. Pague o dízimo e trabalhe! Lute pela vida. O sagrado não é um banco em que você vai tirar benefícios. O que damos a Deus deve ser gratuito senão vai ser mercantilismo. Não podemos admitir que a gente vá se configurando à mentalidade do mundo.

Não estamos querendo escolher. Queremos que o outro escolha por nós. Queremos configurar nossa mentalidade ao Cristo, ser homens e mulheres de oração, fazer o bem escolha de toda hora, de todo instante. Religião que faz mágica em nossas vidas não vamos pregar.

Não adianta você dizer que não quer. O crucifixo que está no peito tem que estar antes na sua alma. Para identificar isso, mergulhe no Evangelho. Não tem como errar, minha gente! Você vai ver o que Jesus escolhia, o que falava. Senão, não vamos chegar a lugar nenhum. Vamos nadar e morrer na praia. Salvação e condenação passam por nossas escolhas. Você vai dormir, dar as mãos para o que te salva ou te condena. O médico diz: 'Você para de fumar, ou morre'. Você escolhe não fumar? Então morre!

Você não tem o direito de não fazer esforço. Só temos o direito de esperar o impossível depois de buscar o que é possível! Soluções mágicas são frutos das realidades modernas.

Muitas vezes as mesmas fórmulas são ofertadas de maneira religiosa: "Deposite este valor e você vai ver a sua prosperidade acontecer". O povo da Canção Nova pede e não promete nada a não ser que TV e internet não vão sair do ar. Nós acreditamos que quando você está em casa, acompanha o Sorrindo pra Vida, PHN, Trocando idéias, Escola da Fé. Aí a gente descobre que melhor recompensa é salvação que entra na sua casa através do seu ouvido.

Padre Fábio de Melo
Foto: Robson Siqueira

Depois que Deus acontece na sua vida, você vai dizer: "Senhor, agora sou eu e Você. Diga ao povo que eu fico".

Tantas iniciativas cristãs pelo mundo. Fico pensando na ação da Igreja pelo mundo, as pastorais que funcionam mesmo de maneira precária. Deus age onde, quando e como quer. Temos que dar o melhor para Deus. Na sua paróquia não tem tudo isso, mas, tem a mesma Eucaristia. É lá que você tem que demonstrar amor ao Cristo. “Senhor, agora sou eu e você”.

Preste atenção em Jesus e não despregue os olhos dele. É melhor riqueza que Deus tem para o mundo: é o Cristo. A Igreja não pode se desprender do compromisso de entregar Cristo ao povo através da Palavra, do exemplo, da vida.

João Paulo II era o mesmo Papa, mesmo caído na cama. O legítimo, agonizando em público. O chefe dele também morreu agonizando e não desistiu. O Padre Léo, veio morrer em público. Ele não tinha medo de mostrar seu pior.

Dom Hélder Câmara, um ser humano raro que fez do ser humano sua opção até o fim da vida. Não se acostumou com realidades modernas que nos fazem esquecer realidade antigas. Ele não se conformou com mentalidade do mundo e se configurou à face de Cristo. Na mentalidade que Deus tem que entrar para que você tenha a graça de fazer o que o Léo fez, criar uma comunidade maravilhosa.

Quando nos revestimos da couraça da arrogância, já erramos tudo. Não podemos mais continuar configurados ao mundo do preconceito. Deus quer que a gente vá àqueles que estão precisando mais. E nós precisamos ser atingidos por esta ação.



Permita que o Senhor mude sua mentalidade, seja um parceiro das coisas boas nesta vida. Descubra que esta Eucaristia possa ter repercussão dentro de você. Leve Deus para sua vida. A maior riqueza que a Canção Nova e a Igreja e tem para você é a pessoa de Jesus.

Se você conseguir no seu dia-a-dia pautar sua vida em Jesus, você vai ser muito mais feliz. Como que Jesus faria? Conversão, mudança de mentalidade nos faz nos dias de hoje ser Jesus de novo. É isso o que queremos.

Transcrição e adaptação: Danusa Rego


Publicado no Portal da Comunidade Canção Nova

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Alicerces do Casamento



“Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.” (Genesis 2:24,25)


Quando Deus criou o casamento, Ele o fez para que homem e mulher pudessem completar um ao outro em suas necessidades espirituais, emocionais, intelectuais, físicas e sociais. Para que o casamento cumpra o propósito é necessário, porém, que esteja alicerçado na Rocha que é Jesus.

O alicerce é a base sobre a qual se constrói um muro, uma casa, um edifício. A Bíblia diz em Lucas 6:48 “É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída.”

O fato é que quando casamos trazemos toda a carga familiar que adquirimos em toda a nossa criação. Normalmente não aprendemos que só devemos conservar essa herança familiar se ela for boa e o que acontece é que preservamos conosco o bom e o ruim, o que pode prejudicar o relacionamento conjugal. Portanto, para a realização plena da aliança é necessário amadurecimento e emancipação (Gn 2:24).

Ao formarmos uma família, devemos aprender a tomar as decisões em casal, sem nos deixar influenciar pelas posturas de nossos pais e familiares. E para isso é preciso libertação de algumas amarras que muitas vezes tentam prender os cônjuges.

O casal deve buscar fortalecer um ao outro, tendo como prioridade gerar amor, comunhão e respeito no dia-a-dia. Tudo na aliança vem através da dedicação mútua e é alcançado quando o homem e a mulher decidem:

1. Deixar a dependência emocional.

“Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne.” (Gn 2:24)

O casal, após firmar aliança, não deve morar com os pais de nenhum dos cônjuges, mas precisam ter em mente que construir uma família fala de viver um para o outro, cuidando um do outro. A provisão para o lar virá do trabalho dos dois e não mais dos pais, como antes.

2. Deixar os hábitos e heranças espirituais da família.

“…sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais…” (I Pe 1:18).

Muitas vezes, em virtude da convivência com os pais corremos o risco de nos tornarmos vítimas de um comportamento que poderá nos aprisionar por toda a vida. E ao entrarmos no casamento precisamos renovar a mente com base na Palavra de Deus.

Não podemos preservar conosco o que não é bom, por isso decida romper com todos os hábitos e heranças espirituais que você adquiriu em sua família que não contribuirão de forma benéfica para o seu relacionamento conjugal. Construa seu casamento firmado na Rocha.

3. Deixar a influência de certas palavras

“A morte e a vida estão no poder da língua, o que bem a utiliza come do seu fruto.” (Pv 18:21)

No decorrer de nossas vidas recebemos muitas palavras que são contrárias ao propósito que Deus tem para nós. Quantas palavras que foram liberadas no reino do espírito e acabaram nos influenciando, de forma errada, a maneira de pensar e de agir. Essas palavras podem interferir no relacionamento e portanto, devem ser renunciadas.

A língua maligna destrói o caluniador, o caluniado e o ouvinte e a morte causada por essas palavras, na maioria das vezes não é física, mas é mortal, porque nem sempre pode ser vista, por isso mata a alma.

4. Deixar problemas de relacionamento familiar

“…tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem; e ninguém seja devasso, ou profano como Esaú, que por uma simples refeição vendeu o seu direito de primogenitura.” (Hb 12:15,16)

Muitas pessoas foram vítimas de agressões físicas, emocionais, sexuais e hoje carregam amargura na alma, lembranças dolorosas que podem afetar os sentimentos em relação aos pais e conseqüentemente em relação ao cônjuge.

A amargura prejudica o lar e impede que as bênçãos cheguem até o casal. Portanto, não alimente sentimentos negativos em sua vida, busque a cura de Deus para que você e o seu cônjuge tenham a melhor família de toda a terra.

Faça o conserto que for preciso, mas decida pela cura. A cura é o único meio pelo qual todo o peso do passado é removido. Precisamos arrancar todas as raízes de amargura que foram construídas no passado, porque toda raiz de amargura produz frutos amargos e nós fomos chamados a viver uma vida de plenitude, Jesus conquistou essa vida na cruz do calvário.

Deus tem bênçãos para a família de Gênesis a Apocalipse. Como Seus filhos temos um direito e uma herança de vivermos cada uma dessas bênçãos. Não abra mão de ter uma família alicerçada nas bases que a Palavra apresenta. Usufrua as benécies de Deus para o seu relacionamento conjugal, dessa forma vocês só têm a ganhar.

Edson Pereira Ramanauskas

Fonte: Recanto das Letras


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Os girassóis e nós


Nós estamos todos num mesmo campo

Eles são submissos. Mas não há sofrimento nesta submissão. A sabedoria vegetal os conduz a uma forma de seguimento surpreendente. Fidelidade incondicional que os determina no mundo, mas sem escravizá-los.

A lógica é simples. Não há conflito naquele que está no lugar certo, fazendo o que deveria. É regra da vida que não passa pela força do argumento, nem tampouco no aprendizado dos livros. É força natural que conduz o caule, ordenando e determinando que a rosa realize o giro, toda vez em que mudar a direção do Regente.

Estão mergulhados numa forma de saber milenar, regra que a criação fez questão de deixar na memória da espécie. Eles não podem sobreviver sem a força que os ilumina. Por isso, estão entregues aos intermitentes e místicos movimentos de procura. Eles giram e querem o sol. Eles são girassóis.

Deles me aproximo. Penso no meu destino de ser humano. Penso no quanto eu também sou necessitado de me voltar para uma força regente, absoluta, determinante. Preciso de Deus. Se para Ele não me volto corro o risco de me desprender de minha possibilidade de ser feliz. É n'Ele que meu sentido está todo contido. Ele resguarda o infinito de tudo o que ainda posso ser. Descubro maravilhado. Mas no finito que me envolve posso descobrir o desafio de antecipar no tempo o que n'Ele já está realizado.

Então intuo. Deus me dá aos poucos, em partes, dia a dia, em fragmentos.

Eu d'Ele me recebo, assim como o girassol se recebe do sol, porque não pode sobreviver sem sua luz. A flor condensa, ainda que de forma limitada, porque é criatura, o todo de sua natureza que o sol potencializa.

O mesmo é comigo. O mesmo é com você. Deus é nosso sol e nós não poderíamos chegar a ser quem somos, em essência, se n'Ele não colocarmos a direção dos nossos olhos. Cada vez que o nosso olhar se desvia de Sua regência, incorremos no risco de fazer ser o nosso sol o que na verdade não passa de luz artificial.

Substituição desastrosa que chamamos de idolatria. Uma força humana colocada no lugar de Deus.

A vida é o lugar da Revelação Divina. É na força da história que descobrimos os rastros do Sagrado. Não há nenhum problema em descobrir, nas realidades humanas, algumas escadarias que possam nos ajudar a chegar ao céu. Mas não podemos pensar que a escadaria é o lugar definitivo de nossa busca. Parar os nossos olhos no humano que nos fala sobre Deus é o mesmo que distribuir fragmentos de pólvora pelos cômodos de nossa morada. Um risco que não podemos correr.

Tudo o que é humano é frágil, temporário, limitado. Não é ele que pode nos salvar. Ele é apenas um condutor. É depois dele que podemos encontrar o que verdadeiramente importa. Ele, o fundamento de tudo o que nos faz ser o que somos. Ele, o Criador de toda realidade. Deus trino, onipotente, fonte de toda luz.

Sejamos como os girassóis...

Uma coisa é certa. Nós estamos todos num mesmo campo. Há em cada um de nós uma essência que nos orienta para o verdadeiro lugar a que precisamos chegar, mas nem sempre realizamos o movimento da procura pela luz.

Sejamos afeitos a este movimento místico, natural. Não prenda os seus olhos no oposto de sua felicidade. Não queira o engano dos artifícios que insistem em distrair a nossa percepção. Não podemos substituir o essencial pelo acidental. É a nossa realização que está em jogo.

Girassol só pode ser feliz se para o sol estiver orientado. É por isso que eles não perdem tempo com as sombras.

Eles já sabem, mas nós precisamos aprender.

Padre Fábio de Melo
Publicado no Portal da Comunidade Canção Nova