Permitir que os exercicios espirituais aconteçam em nossa vida
A Quaresma é um tempo forte de oração, penitência e caridade como exercícios de conversão, que nos preparam para viver a Páscoa, ressurreição e vida nova em Cristo Jesus. Inspirada nos quarenta anos nos quais o povo de Deus viveu no deserto se purificando para entrar na Terra Prometida e nos quarenta dias em que Jesus viveu no deserto antes de iniciar Sua missão na vida pública. A oração, o jejum e a esmola são os elementos fundamentais da espiritualidade quaresmal, nós somos chamados à escuta da Palavra de Deus, à participação nos Sacramentos, à vida comunitária e a atualizar o mistério de Cristo e Sua salvação na vida da Igreja hoje.
Neste tempo de reflexão, cujo objetivo é a transformação da nossa vida, penso que uma espiritualidade que não gera vida e transformação não é autenticamente cristã. Não somente a minha vida, os meus interesses, mas o de todos, ou seja, o bem comum de todos os irmãos a sociedade. A Campanha da Fraternidade deste ano reflete sobre a fraternidade e a segurança pública, tendo como lema: “A paz é fruto da justiça” (cf. Is 32, 17). Suscitando em nós o debate sobre a segurança pública, construir para a promoção da cultura da paz nas pessoas, na família, na comunidade e na sociedade, buscando a paz positiva, aquela que só o Cristo nos dá de forma completa, abrangendo todo o homem e o homem todo.
O que é justiça?
A justiça consiste na constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido. A justiça para com Deus é chamada «virtude da religião» (cf. Catecismo da Igreja Católica 1807; 1836). Segundo Aristóteles, o termo “justiça” denota, ao mesmo tempo, legalidade e igualdade. Assim, justo é tanto aquele que cumpre a lei (justiça em sentido universal) quanto aquele que realiza a igualdade (justiça em sentido estrito).
O que é paz?
Paz é geralmente definida como um estado de calma ou tranquilidade, uma ausência de perturbações ou agitação. Derivada do latim “Pax = Absentia Belli”, pode referir-se à ausência de violência ou guerra. No plano pessoal, paz designa um estado de espírito isento de ira, de desconfiança e, de um modo geral, de todos os sentimentos negativos. Assim, ela é desejada por cada pessoa e, eventualmente, para os outros, a ponto de se ter tornado uma frequente saudação: “Que a paz esteja contigo” e um objetivo de vida.
Na minha opinião, o grande desafio – além de não esvaziar a espiritualidade da Quaresma – é permitir que os exercícios quaresmais e a vivência do Mistério de Cristo possam nos converter para a prática da justiça e da paz. A nossa proposta para viver esse tempo é uma conversão que extermine em nós e ao nosso redor todo tipo de violência para construirmos o homem novo, para reconstruirmos o mundo novo de paz e justiça.
Como faremos isso? Trabalhando em nós e na nossa casa, comunidade, trabalho, escola as origens dos conflitos que geram a violência e a falta de paz. Ou seja, a interioridade de cada pessoa, pois, a violência começa dentro de nós e é alimentada em nosso meio, ajudando as pessoas a gerenciar os seus conflitos interiores com uma formação que trabalhe todos os aspectos, vendo-as como parte de um todo, individualmente, capazes de mudanças e transformação.
Nessa formação nós não podemos esquecer os valores primordiais da vida, da partilha, do respeito, da igualdade, dos valores cristãos, pois cidadãos bem formados e firmes na hierarquia de valores não se deixam vencer pelos mecanismos da injustiça que gera violência. Provocar uma atitude positiva do Estado, ou seja, nos governantes para que todos tenham, com dignidade e trabalho, a satisfação de suas necessidades pessoais e comunitárias. Crescer no diálogo, promovendo a reconciliação e o perdão que são virtudes cristãs, exercitar a capacidade de promover o outro nas suas qualidades e diferenças, ajudando-o a sair da margem de nossa sociedade, isso é caridade. Nos exercícios da Via Sacra, nas celebrações, nos grupos de oração e círculos bíblicos iluminando com a nossa fé os nossos compromissos cristãos. Esse assunto é muito complexo, mas acho que consegui pensar numa proposta para casar bem dentro de mim,
Quaresma e Campanha da Fraternidade:
A nossa proposta para viver bem esse tempo é uma conversão que extermine em nós e ao nosso redor todo tipo de violência, para construirmos o homem novo e para reconstruirmos o mundo novo de paz e justiça.
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