"Um único ato de amor a Deus, feito num momento de aridez espiritual, vale mais do que cem atos de amor, feitos nos momentos amenos e consoladores."
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sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Meditação
Na internet se encontra tantas coisas, como não encontrar Cristo?
Para saber mais, visite o Portal da Comunidade Coração Fiel.
Um olhar amoroso sobre si mesmo
Perseguir o silêncio é o mesmo que perseguir a sabedoria. Os sábios falam menos e escutam mais. Eles não se apressam em dar nomes às realidades. Eles demoram os olhos na realidade e sabem aprecia-la sem pressa. Olhar devagar é um dom que desejo possuir.
O olhar apressado é a matriz de todo preconceito. Acho que vi, mas não vi. E o pior, digo que vi, sem ter visto.
Jesus só olhou o mundo sem pressa. E por isso Ele era capaz de ver o que ninguém via. Olhou Madalena e não viu a prostituta que todos viram. Viu a mulher, viu o ser humano que precisava ser resgatado dos olhares apressados que a condenavam.
Olhou Pedro e não viu somente o pescador. Viu o homem que poderia vir a ser. Viu a eloqüência das palavras aprisionadas em seu “não saber dizer”. Viu o profeta escondido detrás da timidez e do medo. Ultrapassou os excessos da vida errante e enxergou o santo que ali estava adormecido.
Eu não sei como anda o seu olhar sobre si mesmo. Não sou conhecedor da pressa ou da calma do seu olhar. Uma só coisa eu sei, e sobre isso quero lhe dizer. Há em você um universo de verdades a ser descoberto. Há uma humanidade linda que ainda precisa passar pelo processo do florescimento.
Não sabe por onde começar? Eu lhe dou uma dica. Comece a prestar atenção no jeito com você se enxerga, no jeito como você se trata, no jeito como você se interpreta. Não aloje em seu coração sentimentos que sejam contrários à sua felicidade. Não deixe demorar dentro de você o que na vida não valeu à pena. Expulse de sua mente tudo o que for contrário ao que Deus espera de você.
Cultive esta certeza: o olhar de Jesus já lhe atingiu! Ele confia profundamente em tudo o que você ainda pode ser. Não se prenda aos seus fracassos. Eles não são nada perto de tudo o que Deus preparou para o seu futuro. Derrotas podem ser fontes de esperanças...
Veja o avesso de suas inseguranças. Há uma coragem que você precisa enxergar. Ela é necessária como o pão de cada dia.
Hoje é dia de olhares demorados...
Veja em você o que Jesus já viu. Lance sobre você um olhar amoroso. É disso que você está necessitando.
Pe. Fábio de Melo
Publicado no Blog Pe. Fábio de Melo
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Meu tempo é o tempo de Deus?
Antes de mais nada gostaria de me desculpar pelo pouco tempo dedicado ao nosso blog. Mas essa semana não foi das mais tranquilas :-) E o tempo acabou ficando curto. Mas farei o máximo possível para disciplinar meu tempo.
E para a retomada das publicações, publico aqui um artigo exatamente sobre isso... o Tempo.
Espero que gostem!
Forte abraço, e fiquem com Deus!
Meu tempo é o tempo de Deus?
Vivemos no mundo do imediatismo, correria no trabalho, na faculdade, no dia-a-dia e principalmente nos relacionamentos.Ficamos ansiosos, desesperados procurando caminhos a seguir, mas nesse turbilhão de emoções será que estamos mesmo encontrando as respostas? Se pararmos por um momento e refletir sobre nossas atitudes, será que temos agido corretamente?
Queremos tudo pra ontem, não sabemos esperar por nada, lutamos, batalhamos para conquistar nossos objetivos, e isso é correto, mas sempre ficamos irritados quando algo demora para acontecer.
Mas será que o nosso tempo, é o tempo de Deus? Ele sabe o que é melhor para nós, Ele sabe das nossas angústias, necessidades, desejos.
Devemos silenciar nosso espírito e escutar o que Ele tem para nos dizer. Temos que orar e pedir para nosso Senhor nos mostrar o melhor caminho a seguir, e esperar que Deus tudo fará na nossa vida.
Essa espera é difícil, mas iremos conseguir através das orações e da perseverança em alcançar nossa metas.
Tudo o que é nosso por direito divino, há de chegar em nossas mãos, no momento oportuno, nem mais cedo, nem com atraso.
E nunca se esqueça, Deus sabe a hora certa para as coisas acontecerem em nossas vidas.
Publicado originalmente no Blog TPM
terça-feira, 18 de setembro de 2007
"Os jovens transformarão a sociedade se formarem santas famílias."
"Os jovens transformarão a sociedade se formarem santas famílias."
(Pe. Piamarta)
Ouvindo uma pregação do Padre Léo me encantei com uma afirmação dele: "Eu não acredito mais nos jovens de hoje. Só acredito nos jovens evangelizados!" Isso, no decorrer ele explica, porque somente os jovens evangelizados têm sua potência maior exercitada e instigada a desenvolver-se: o Amor! O mundo tem castrado nossa juventude. Tem nos feito platéia, podado nosso poder de mudança, de transformação, de exigência. E porquê fez isso? Porque conhece nosso potencial: "Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes e a palavra de Deus permanece em vós, e vencestes o Maligno." (I Jo 14b) O inimigo tem detonado a juventude na droga, no álcool, na prostituição, no sexo desregrado, na depressão e com isso tirado todo o poder de transformação da palavra de Deus que "permanece em vós".
Podemos perguntar, mas o que isso tem a ver com as famílias? Muito. A maioria dos jovens que estão nas drogas, no álcool, na prostituição, na depressão, são jovens que já não tiveram famílias. São vítimas dos próprios pais. Pais que são ausentes, mães solteiras, mães prostitutas, pai alcoólatra, pai drogado, pais viciados, são filhos órfãos de pais vivos. Isso é sério demais.
Você pode se perguntar, mas como mudar as famílias? Pois é, devemos mudar a nossa. Não podemos nos contentar com a nossa própria família entregue ao mundo. Porque nós poderíamos ser também vítimas dessa falta de educação e moral. Fomos salvos pela misericórdia divina. Dessa forma, devemos cuidar de nossas crianças e jovens. As crianças para que não sofram as conseqüências dos erros de seus pais e os jovens porque em breve serão os pais. Só famílias novas, formadas pelos "jovens evangelizados" poderão transformar a sociedade. Pois o motor da sociedade sou eu e você, juntos. Marx afirma que o "homem com sua ação transforma a sociedade." E qual tem sido minha ação e a sua para transformar a sociedade?
Não falo de grandes revoluções e rebeliões, isso tem que ser caso extremo e se, somente se, necessário. Mas falo de modificações diárias, cotidianas. Agir com responsabilidade, pensar nas conseqüências, respeitar o direito do outro, obedecer aos pais e autoridades, desde que não fira a moral e ética, rezar com os pais, com o(a) namorado(a) para viver a castidade, dar bom dia e perguntar "como vai?", coisas assim farão uma grande diferença. Aumentará nosso sentimento de sociedade, me levará a perceber o outro e a ser menos egoísta.
Hoje precisamos agir nas nossas famílias, tirar todo tipo de mal costume que hoje percebemos. Mudar comportamentos, vocabulário, atitudes que ferem o coração de Deus e nos fazem menos santos. Converse com seu pai, ou mãe, ou avó, enfim aquele que você hoje percebe abertura. Deixe-os cientes da responsabilidade que têm sobre os filhos. Mostre que eles têm autoridade sobre a casa, sobre quem entre e sai. Até sobre os anjos eles têm autoridade de mandá-los ficarem em casa ou não. Se seus pais não fazem isso ainda, faça você. Como filho você também pode. E com o tempo, evangelize seus pais. E eles vão trabalhar com seus irmãos. É uma ação em cadeia, Jesus agiu em você e você continua a obra.
Nesse mês, nos confiaremos à Nossa Senhora da Assunção! Santa Mãe, santa Mulher!
Edgar Nogueira Lima
edgarnlima@gmail.com
Coordenador Comunidade Rahamim
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Fofocas
A fofoca, na verdade, revela a fraca auto estima de quem a provoca
É muito difícil manter a paz e a serenidade até descobrirmos a páz inquieta. Ela é exatamente o contrário da apatia: provoca-nos as mudanças necessárias e nos ajuda a aceitar o que não pode ser mudado.
Infelizmente o mundo parece não gostar das coisas boas. Prova disso é o amplo espaço que dá às coisas negativas. Existe uma sede muito grande de fofoca no coração de muitas pessoas. São os “urubus” sociais. Ficam a espera de algo negativo para poder alardear. Mentiras, fofocas, calúnias... e isso gera um pessimismo de vida, um negativismo constante. Com isso as pessoas não sabem mais sorrir. Vivem criticando e se lamentando... Acho que aqui se encontra uma das grandes causas da maioria das doenças.
Sabemos que existe uma causa para tudo isso. As pessoas que vivem para falar mal das outras na verdade estão querendo se esconder por trás de tudo isso.
Com medo de que se descubram o quanto são infelizes e frustradas, elas procuram comentar a vida alheia esperando que suas carências e frustrações passem despercebidas. São doentes sociais, não aprenderam a saborear a vida. São carentes e mal amados e além disso têm medo de buscar auxilio. A fofoca, na verdade, esconde sentimentos negativos plantados no coração dessas pessoas.
Muitos nunca descobrirão essa paz inquieta porque são especialistas em criticar os outros. São aqueles que estão sempre atentos para descobrir o erro alheio e mais prontos ainda para alardear estes erros aos quatros ventos... O pior crítico é aquele que, inconscientemente, é o maior crítico de si mesmo. O processo funciona mais ou menos assim: uma pessoa, por ser incapaz de atingir seu padrão pessoal, devido à fraca auto-estima, consequentemente não admite que ninguém atinja padrão algum. A verdade é que ela sente prazer em provar que os outros são de fato tão deficientes e ruins quanto ela em seu próprio conceito.
O tempo é o senhor da razão. Se as críticas são mesmo injustas, com o tempo as pessoas acabam descobrindo isso por si mesmas. Quem tem coração tranqüilo e paz inquieta não precisa se preocupar com a autodefesa. Os que conhecem realmente a pessoa estarão sempre prontos a defendê-la.
A paz inquieta não se consegue por meio de brigas, duscussoes, ações penais, autodefesa e tantos outros caminhos que as pessoas nos sugerem. A paz inquieta é fruto de um coração sereno. Ela nos vem pela graça de Deus e pela humildade.
Humildade não é sinônimo de apatia e roupas velhas ou surradas, é uma atitude de vida, é saber quem somos. Conhecer nossos defeitos, limitações e trabalhar para mudar o que pode ser mudado. Isso exige um coração curado.
Pela cura interior, o Espírito Santo molda nosso coração, tornando o semelhante ao coração de Jesus Cristo.
É um processo lento e progressivo. Exige que sempre fiquemos atentos às moções do Espírito, que sempre procuremos nos alimentar com a palavra de Deus e com os sacramentos que o Espírito presenteou à Igreja, especialmente os sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação.
A cura interior nos ensina que viver é como nadar contra a corrente. Não podemos parar nunca. Por isso precisamos sempre ter objetivos bem-definidos para a nossa vida.
Quem sabe para onde vai não se detém diante de criticas injustas. A cura interior nos ajuda também a discernir o valor da crítica positiva e construtiva. Ela nos revela que todos somos passíveis de erros e falhas e nos ajuda a aceitar tudo isso como um grande processo de amadurecimento.
extraído do livro Seja feliz todos os dias
Publicado no portal da Canção Nova
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
Fidelidade: coisa fora de moda?
Assumir com responsabilidade compromissos com uma pessoa ou instituição exige que manifestemos concordância com seus princípios por meio da sinceridade de nossos atos. Acredito que a fidelidade está aliada à confiança – as quais, juntas – exigem renúncias por parte daqueles que as valorizam. Sabemos que a ausência de uma dessas virtudes traz instabilidade e insegurança para a harmonia dos relacionamentos.
Para justificar os atos de infidelidade, muitas novelas e programas de televisão tratam o assunto como se fosse algo comum, e na maioria das vezes atribuem à ausência de afeto, carinho e atenção como sendo os pivôs deste ato falho.
A reação de certo conformismo para o ato de infidelidade parece ser facilmente tolerado quando se considera a hipótese de se experimentar breves momentos de felicidade que não inspiram vínculos. No entanto, precisamos estar atentos aos efeitos maléficos desse ato. Ao contrário do que possam exigir nossas carências e apelos de nossos mais primitivos instintos, temos de ter consciência dos reflexos negativos que podem ofuscar nossos valores e princípios.
Na vida a dois, facilmente as pequenas discussões ou desatenções ganham proporções exageradas de um dia para o outro. Ao final de uma semana, os casais podem mal se tocar ou conversar, e se tal situação se prolongar, em pouco tempo, poderão até considerar a possibilidade de encontrar alguém que possa suprir suas carências. Diante de momentos de fragilidade, ocasionados pelo sentimento de abandono e desatenção, não será difícil encontrar alguém que se disponha a ser a personificação da “boa intenção”.
Se os resquícios de uma traição contaminar a base que a sustenta, certamente a fidelidade e a confiança estabelecidas no compromisso de amor não serão mais as mesmas. Antes mesmo de dar asas à “serpente” vale a pena corrigir os acidentes de percurso dos relacionamentos, como a falta de atenção e de solidariedade, entre outros. Assim não experimentaremos o amargor do arrependimento de ter lançado “pérolas aos porcos”.
Deus ajude a cada um daqueles que se dispõe a acreditar na realização do impossível quando se amam.
Um abraço
José Eduardo Moura
dadomoura@gmail.com
Publicado originalmente no Portal Comportamento
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Homenagem a Mateus Araripe
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Fecundo amor conjugal
O Senhor, por um dom especial de graça e caridade, se dignou restaurar, aperfeiçoar e elevar esse amor. Semelhante amor que associa o divino ao humano, leva os esposos à mútua doação de
Mais. Cresce e aperfeiçoa com uma própria generosa operosidade. Supera, por conseguinte, de longe, a mera inclinação erótica que, cultivada com egoísmo, desaparece rápida e miseravelmente.
Essa afeição exprime e se realiza de maneira singular pelo ato próprio do matrimônio. Por isso os atos pelos quais os cônjuges se unem íntima e castamente são honestos e dignos. Quando realizados de maneira verdadeiramente humana, testemunham e desenvolvem a mútua doação
A unidade do matrimônio é também claramente confirmada pelo Senhor mediante a igual dignidade do homem e da mulher como pessoas, a qual deve ser reconhecida no amor mútuo e perfeito.
A fecundidade do amor conjugal é testemunhada e refletida no prazer sexual. O orgasmo externaliza a doação mútua e manifesta a exclusividade da pertença conjugal.
No momento do ápice sexual o ser dos amantes estão inteiramente voltados um para o outro. Naquele momento o marido e a mulher se pertencem por inteiro.
As palavras são pobres demais para descrever o amor que envolve um casal em êxtase sexual.
O prazer sexual reflete a exclusividade da pertença conjugal. Somente o casal pode experienciar esse momento. Naquele instante um é inteira e exclusivamente do outro.
Em quase tudo na vida o casal se relaciona com outras pessoas. Tudo que um ou outro é e faz, outras pessoas também saboreiam. No prazer sexual somente o cônjuge participa. O prazer é íntimo e exclusivo, por isso é unitivo e fecundo.
O prazer vai além do clímax físico. A ternura que envolve o casal e a própria intimidade que experienciam é fonte de prazer e santa alegria.
A compreensão da beleza bíblica do prazer evidencia que o matrimônio não foi instituído apenas com o fim da procriação. Por isso, é preciso que o amor recíproco se realize com reta ordem para que cresça e amadureça (GS 50).
É isso que descobrimos quando meditamos o Código do Direito Canônico, que, mesmo sendo um conjunto de leis e normas, deixa transparecer a santidade e a beleza da intimidade sexual. A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração da prole (Can. 1055).
O Catecismo da Igreja Católica, número 1602, lembra que a Sagrada Escritura abre-se com a criação do homem e da mulher à imagem e semelhança de Deus ( Gn 1,26-27) e se fecha com as núpcias do Cordeiro (Ap 19,7.9). Esse destaque é conseqüente da certeza de que a salvação da pessoa e da sociedade humana está estreitamente ligada ao bem-estar da comunidade conjugal e familiar (CIC 1603).
No catecismo a sexualidade é sempre vista na sua totalidade santificante. A sexualidade afeta todos os aspectos da pessoa humana, em sua unidade de corpo e alma. Diz respeito particularmente á afetividade, à capacidade de amar e de procriar e, de uma maneira mais geral, à aptidão a criar vínculos de comunhão com os outros (CIC 2332).
Por isso, cabe a cada um, homem e mulher, reconhecer e aceitar a sua identidade sexual.A diferença e a complementaridade físicas, morais e espirituais estão orientadas para os bens do casamento e para o desabrochar da vida familiar.A harmonia do casal e da sociedade depende, em parte, da maneira como se vive entre os sexos a complementaridade, a necessidade e apoio mútuos (CIC 2333).
Cada um dos dois sexos é, com igual dignidade, embora de maneira diferente, imagem do corpo e da ternura de Deus. A união do homem e da mulher no casamento é uma maneira de imitar na carne a generosidade e fecundidade do Criador (CIC 2335).
Jesus veio restaurar a criação na pureza de sua origem (CIC 2336).
A sexualidade está ordenada para o amor conjugal entre o homem e a mulher. No casamento, a intimidade corporal dos esposos se torna um sinal e um penhor de comunhão espiritual. Entre os batizados, os vínculos do matrimônio são santificados pelo sacramento (CIC 2360).
A sexualidade, mediante a qual o homem e a mulher se doam um ao outro com os atos próprios e exclusivos dos esposos, não é em absoluto algo puramente biológico, mas diz respeito ao núcleo íntimo da pessoa humana como tal (CIC 2361).
Trecho do livro "Sede fecundos" de Padre Léo
Obs.: A abreviatura "CIC" corresponde a Catecismo da Igreja Católica.
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Casamento nos dias de hoje
Para serem válidos os casamentos supõem a plena liberdade dos nubentes
A decisão de se casar ou não, nos dias de hoje, é dos jovens e não mais dos pais. Entre povos civilizados já não há a oferta de bens compensatórios, que antes era uma espécie de compra e venda da filha, que deixava a sua família para o casamento. Para serem validos os casamentos, tanto perante a autoridade civil quanto à religiosa, supõem a plena liberdade dos nubentes.
O consentimento dos pais é pressuposto, porém, não impositivo, como entre os primitivos. A opção pelo casamento é daqueles que se casam, e os casamentos acabam se realizando não na puberdade, quando a menina se torna mulher, e sim bem mais tarde, depois dos 20 anos para as moças e dos 25 para os rapazes.
As etapas, que em nossos dias precedem o casamento, são do namoro e do noivado.
O casamento tardio deveria ser mais responsável. Há namoros sérios em que existe respeito entre os adolescentes e jovens, com as normais demonstrações de uma amizade mais profunda, de um amor que não chega às intimidades próprias da vida conjugal. Há, lamentavelmente, a cada dia, mais exceções, com uma entrega de corpos que freqüentemente leva a uma gravidez prematura, estando a jovem adolescente psicologicamente despreparada para se tornar mãe.
O namoro deveria voltar a ser um tempo em que os que se encontram e se amam caminham, lado a lado, dedicados aos seus estudos, procurando conhecer melhor um ao outro, superando os próprios defeitos, comungando dos mesmos ideais quanto à vida comum e aos filhos, com momentos de um honesto lazer a dois.
Passados alguns anos de namoro, percebendo o rapaz e a jovem que já se conhecem suficientemente bem, decidem-se por oficializar o noivado, com uma comunicação oficial aos pais da jovem. Esse é o sentido verdadeiro do noivado em que, com freqüência já estabelecem o ano, o mês e o dia do casamento.
Nem o namoro nem o noivado conferem ao rapaz e à moça direitos próprios de marido e esposa, de uma vida íntima com encontros sexuais, fruto de cega paixão e não de verdadeiro amor. Este, como já disse, é feito de respeito pela pessoa amada, é paciente e felicitante, somente florescendo em uma nova vida quando realizado o casamento e constituída a família. Não é o que vem acontecendo com muita freqüência nestes tempos de liberação sexual da mulher e de preservativos distribuídos à farta pelos governantes, ou adquiridos pelos namorados e noivos.
Uma possível gestação antes do casamento é fato que marcará, negativamente e para sempre, a vida dos namorados e noivos. Particularmente a da jovem, que arcará com o maior peso da gravidez, desejada ou não.
Sintetizando, diria que os anos e o tempo do namoro e do noivado devem levar os jovens muito mais à contemplação e ao encantamento mútuo, aos sonhos e planos, do que às intimidades, frutos de uma paixão sempre grave, que acabarão deixando profundas marcas em ambos, ou pelo menos na jovem, por toda a vida futura.
(Artigo extraído do livro 'O casal humano na Sagrada Escritura' de Dom Amaury Castanho, Editora Canção Nova, 1ª edição, 2005)
Dom Amaury Castanho
Editora Canção Nova
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
O mistério do Sacramento do Matrimônio
Esse final de semana foi realizado o XXVI Encontro de Casais com Cristo da Paróquia de Fátima, em Fortaleza. E nesse espírito, dedicarei essa semana a artigos sobre o casamento e o sacramento do matrimônio.
Inicio com uma indicação do casal Heitor & Madiana, uma belíssima palestra do Padre Roberto Lettieri, falando sobre a dignidade e santidade que é o Sacramento do Matrimônio. Essa palestra aconteceu durante o Acampamento para Famílias, realizado pela Canção Nova em Janeiro de 2006. Na palestra, Pe. Roberto diz que o sacramento bem vivido traz um princípio de santidade, e que O matrimônio não é apenas uma união entre um homem e uma mulher, mas é uma doação de vida.
Espero que gostem.
Clique aqui para ouvir essa palestra na íntegra.
Veja também alguns depoimentos sobre a mudança que essa palestra fez na vida de algumas famílias (Depoimentos).
Para ouvir esta pregação, faça uma pausa na música ambiente, se ela ainda estiver tocando (controle disponível logo abaixo do arquivo de postagens do blog - lado esquerdo).
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
XXVI ECC de Fátima
Nesse final de semana (07 a 09 de setembro) será realizado o XXVI Encontro de Casais com Cristo da Paróquia de Fátima, em Fortaleza. Aos que irão participar do encontro, acolhamos com muita alegria, amor e dedicação esses casais que vem ao nosso encontro.
Deus nos abençoe!
A compreensão da Bíblia acontece com a transparência de coração
“Quando se apresentavam palavras tuas, eu as devorava: tuas palavras eram para mim contentamento e alegria de meu coração” (Jr 15,16).
Aproximar-se da Palavra de Deus gera alegria no coração. O mês dedicado à Bíblia quer mais uma vez lembrar de sua importância em nossa caminhada cristã. Ler, escutar atentamente, conhecer existencialmente, contemplar, amar, deixar-se transformar pela Palavra é o melhor caminho para o encontro pessoal com o Senhor. “De manhã em manhã ele me desperta, sim, desperta o meu ouvido para que eu ouça como os discípulos” (Is 50,4).
Toda a História da Salvação comprova que a Palavra de Deus é viva. Quem toma a iniciativa de se comunicar é o próprio Deus, fonte da vida (cf. Lc 20, 38). A sua Palavra dirige-se ao ser humano, criado para ser capaz de entrar em comunicação com o seu Criador. A Palavra de Deus acompanha o ser humano desde a criação até o fim de sua peregrinação terrena.
Manifestou-se de diversos modos, atingindo o ápice na Encarnação do Verbo, por obra do Espírito Santo (cf. Jo 1, 1. 14). Jesus Cristo, morto e ressuscitado, é “Aquele que vive” (Ap 1, 18), Aquele que tem palavras de vida eterna (cf. Jo 6, 68).
Na Bíblia encontramos tudo o que Deus tem a nos comunicar. Antes de se fazer carne e alimento eucarístico, o Verbo se fez escritura, Palavra de vida e de amor, revelação de sua bondade e infinita misericórdia.
O homem e a mulher de hoje sentem uma grande necessidade de ouvir Deus e falar com Ele. Há uma abertura apaixonada pela Palavra de Deus. A escuta religiosa da Palavra de Deus é fundamental para o encontro com Ele. Vivemos a vida segundo o Espírito em proporção da capacidade de dar espaço à Palavra, de fazer nascer o Verbo de Deus no nosso coração. A essa abertura do ser humano Deus invisível fala aos seres humanos como a amigos e conversa com eles, para convidá-los e recebê-los em comunhão com Ele (cf. DV 2).
A leitura freqüente da Bíblia nos habituará à voz do Espírito, ajudar-nos-á a reconhecê-la nas diversas circunstâncias da vida e nos ensinará a contar nossos dias e a ter um coração sábio (cf. Sl 89,12).
A Palavra nos faz mergulhar em Deus, leva-nos a uma união sempre mais íntima com ele, cria em nós o “senso bíblico”, uma mentalidade segundo o autor sagrado.
A compreensão e penetração da Escritura Sagrada acontece na razão direta com a transparência de coração e a santidade de vida. A alma que ler a Palavra sem a preocupação de vivê-la e pôr em prática sua mensagem, morrerá de sede à beira dessa fonte de água viva... É questão de abandonar-se ao louvor silencioso do coração, num clima de oração adoradora, como a Virgem do silêncio e da escuta, porque todas as palavras de Deus se resumem e devem ser vividas no amor (cf. Dt 6, 5; Jo 13, 34-35).
A exemplo de Maria Santíssima, somos convidados a redescobrir a maravilha da Palavra de Deus, que é “viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes” (Hb 4, 12). E a redescobrir sua eficácia no próprio coração da Igreja, na sua liturgia e na oração, na evangelização e na catequese, na vida pessoal e comunitária. A Palavra de Deus qualifica a presença da Igreja na sociedade como fermento de um mundo mais humano.
O ideal seria transplantar a Palavra de Deus para dentro de nós, apoderando-nos dela, convertendo-nos totalmente a ela. Assim, nossos pensamentos, sentimentos e desejos dariam lugar ao pensar, ao sentir, ao querer e ao amar de Cristo Jesus. Feitos discípulos de Jesus, poderemos experimentar o sabor da Palavra de Deus (cf. Hb 6, 5), vivendo-a na comunidade eclesial e anunciando-a aos de perto e aos de longe, tornando atual o convite de Jesus, Palavra feita carne: “o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa-Nova” (Mc 1, 15).
O mais desejável, portanto, é que cada um de nós tenha apetite sempre mais delicioso para a Palavra de Deus, e adquira um verdadeiro ”espírito bíblico” em seu peregrinar de volta para a casa do Pai. Empenhando-nos em conformar nossa vida ao que lemos, a Palavra nos transformará e nos renovará espiritualmente. Não endureçamos, pois, os nossos corações, nem engrossemos o número daqueles que a ouviram e de nada adiantou. Antes, ouçamos “hoje” a sua voz, “pois a Palavra de Deus é viva e eficaz” (cf. Hb 4, 2.7.12). O espírito dócil e disponível lê, ouve, medita, reza, contempla e vive a Palavra de Deus.
Dom Nelson Westrupp, SCJ
Bispo Diocesano de Santo André e Presidente do CONSER
Artigo publicado no portal da Canção Nova
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Viver segundo a Bíblia
Ainda no espírito da leitura da Palavra de Deus, seguem algumas dicas, extraídas do Portal da Catedral, para quem quer ler, conhecer e viver segundo a Bíblia:
- Pedir sempre ajuda ao Espírito Santo, isto é, iniciar sempre com uma oração;
- Começar pelos livros e textos mais fáceis, ou seja, os Evangelhos, Atos dos Apóstolos...;
- Ler e meditar um texto por dia (não é a quantidade que importa, mas a qualidade);
- Procurar descobrir o contexto em que o texto foi escrito, ou seja: por que e para quem o texto foi escrito;
- Anotar na sua Bíblia os textos que mais chamam a atenção;
- Quando encontrar textos difíceis, passar adiante, deixar estes textos para quando participar de um curso ou quando encontrar pessoas que podem ajudar a explicar;
- Atualizar o texto para hoje: colocá-lo em prática na vida. Celebrar e rezar a Bíblia e a vida. Viver a Palavra!
Forte abraço!
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Mês da Bíblia
Em setembro a Igreja Católica celebra a Bíblia, a Palavra de Deus que nos conduz a salvação. Dediquemos então um pouco mais de tempo a leitura e estudo da Bíblia. Conhecer a Bíblia é conhecer e amar ainda mais a Deus
São Jerônimo (340 – 420), presbítero e doutor da Igreja, dedicou uma parte de sua vida ao trabalho de revisar as traduções latinas das Sagradas Escrituras. S. Jerônimo, tornou-se de tal modo apaixonado pelas Sagradas Escrituras que chegou ao ponto de exclamar: “Ignorar as Escrituras é ignorar Cristo”! Para ele, a leitura, a meditação, o estudo e a oração com os textos bíblicos era sempre oportunidade de encontrar-se com Cristo.
Encontremo-nos com Cristo a luz da Palavra.
A partir de hoje, nosso blog trará (logo ao lados das publicações) a liturgia diária, para nosso estudo da Palavra de Deus.
Forte abraço!