"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Você tem medo de quê?


Todos nós sentimos algum tipo de medo; sentimento, o qual, muitas vezes parece ser maior do que aquilo que poderíamos suportar. Temos medo do desconhecido, da ameaça de dor e de outras coisas que as pessoas possam nos induzir a sentir a fim de obter o controle sobre nossas emoções.

No estresse provocado pelo medo o coração acelera, as mãos suam, e o pavor é estampado em nossa face. Embora pareça incontrolável, precisamos aprender a vencer um fantasma que se aproxima de nós camuflados em nossas inseguranças, más experiências e ansiedades.

Alguns adultos, cansados da labuta do dia, intimidam suas crianças com histórias fantasmagóricas, as quais, no imaginário infantil, ganham vida e as aterrorizam. Assim, elas facilmente transformam as sombras da noite em terríveis monstros; os passos de um animal no quintal em pegadas de lobisomem; e o quarto, na privação da luz, em calabouços. Muitos pais aplicam dentro de casa os mesmos procedimentos comuns de terroristas e torturadores, isto é, para obter o controle da situação apelam para o controle das emoções de seus filhos.

De crianças para adultos o medo esta sempre a nos perseguir, seja na pessoa de um dentista, professor, médico ou até mesmo na figura do papai Noel.
Muitas vezes, nosso medo está também associado a uma experiência contraria daquilo que esperávamos ou que nos foi apresentada. Em postos de saúdes ouvimos as mães dizer para seus filhos que a injeção não vai doer nada. Automaticamente, mais tarde, quando esta criança entrar numa farmácia ou ambulatório e sentir o cheiro peculiar do ambiente, encontrar pessoas vestidas de branco ou ver uma agulha de seringa, certamente vai fazer referencia a decepção vivida na dor da agulhada. A reação não será outra a não ser de tentar fugir e aprontar um berreiro no local. (Aliás, era essa a minha reação quando precisei tomar 22 injeções quando criança, e isso há muito tempo…)
Antes, melhor seria se falasse a verdade sobre a breve picada da agulha, confortando a criança com seu amparo, fazendo-a se sentir protegida mesmo depois da desagradável picada.

Prisioneiro de nossos próprios pensamentos, o medo nos paralisa e nos faz reféns. Vencê-lo não é uma tarefa fácil, a não ser que mudemos a maneira de pensar a respeito daquilo que parece ser o problema. Apesar da importância em nossas vidas, muitos relacionamentos se tornam difíceis especialmente se não conseguimos desassociar a imagem da pessoa com quem nos relacionamos com aquela que nos fez sofrer.

Não é raro perceber, mulheres que vêem no marido a figura repressora daquele homem, que por inúmeros motivos - inclusive por falta de instrução - reprimiu a liberdade fazendo todo tipo de ameaças, acreditando que desse modo obteria o controle. Outras pessoas, vendo as experiências daquelas que sofreram, assumem para suas vidas tal realidade e temendo situação semelhante, resistem a abrir-se ao novo relacionamento.
Hoje, essas pessoas vivem às sombras de suas próprias inseguranças, temendo ousar nos primeiros passos para a mudança.

A maneira que temos para controlar o sentimento de medo pode estar na maneira como reagimos a ele. Conhecendo a nossa historia ou de quem sofre, podemos melhorar a qualidade do relacionamento. Quando se entende melhor as coisas, a sombra de um galho refletido na janela não parecerá mais como as garras de um monstro que ronda o nosso quarto.

Acesse Podcast Relacionamento para ouvir este e outros comentários.

Um abraço

José Eduardo Moura

Publicado no Blog Comportamento

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