"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Somos diferentes. Será que pode dar certo?


A diferença entre nós nos leva a viver a complementaridade

O que você entende por diferente? Tratando-se de um relacionamento, qual é o melhor: Ser igual ou diferente? A meu ver, diferente é melhor.

Pois a própria definição da palavra "diferente" nos mostra a necessidade de sermos "diferentes" para criar um relacionamento, principalmente, a dois. Em um relacionamento precisamos dessa distinção, sermos dois em busca do um, sem nos confundirmos.

O ser desigual, irregular, nos permite viver a complementaridade tão necessária para que o relacionamento aconteça. Por isso costumamos dizer que as coisas casam: a tampa com a panela; o pé com o sapato; a porca e o parafuso, entre outros. Com o ser humano também acontece isso. Precisamos ser diferentes para casar.

É para isso que namoramos e noivamos – a fim de descobrirmos a alegria das diferenças que nos casam e, conseqüentemente, nos levarão ao matrimônio. Portanto, precisamos viver bem cada etapa, valorizando cada descoberta, pois elas serão o sustento contra a monotonia causada pela igualdade. Para nós, tem sido uma descoberta diária de que a diferença entre nós nos leva a viver a complementaridade e nos impulsiona a vivermos melhor.

Percebemos que o próprio Deus, em Seu ato criador, nos criou diferentes: homem e mulher. Cada qual com suas características físicas e psíquicas, as quais precisam ser descobertas e respeitadas para que a cumplicidade aconteça e desmascaremos o egoísmo, o orgulho, a acomodação, a preguiça, a auto-suficiência, etc.

Como vimos, a diferença nos faz variáveis, por isso somos capazes de nos render nas mais diversas situações de acordo com a necessidade do outro. Na verdade, não existe uma fórmula para a felicidade em um relacionamento, o que sabemos é que todo homem e mulher vocacionados ao matrimônio encontrarão a pessoa criada por Deus que "case" com ele e com ela. Afinal, cada ser humano é único e, portanto, somos todos diferentes.

Por isso, dizemos: a cabeça pode pensar diferente, mas o coração deve bater junto. Bater junto naquilo que nos sustenta e dá base para o dia-a-dia: os ensinamentos da Palavra de Deus. "O Senhor Deus disse: Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada.

E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem. Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne" (Gn 2,18;22;24)

Acredite: o ser diferente é que faz a diferença! Não desanime! Com Jesus, tem jeito!

Cleto e Carla

Os autores deste artigo vão responder suas perguntas – ao vivo – no programa “Trocando Idéias” – terça-feira (10) às 21h15 – por meio do e-mail: trocandoideias@cancaonova.com. Participe!

Assista: Quando saber a hora de se casar?

Cleto e Carla Astuti

Publicado no Portal da Canção Nova

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Divulgamos a devoção aos cinco primeiros sábados, em desagravo ao Imaculado Coração de Maria. Detalhes: http://www.arautos.org.br/defaultb.asp?area=22
...e as nove primeiras sextas-feiras, em desagravo ao imaculado Coração de Jesus. Detalhes: http://rosariopermanente.leiame.net/devocoes/sagradocoracao/as9sextasfeiras.html
Agora divulgamos a Devoção aos Nove Primeiros Sábados e as 1000 Ave Marias.
Nove Primeiros Sábados: Jesus, pessoalmente, pede que cumpramos os nove primeiros sábados, na intenção de chegarmos ao Seu Sacratíssimo Coração, através do Imaculado Coração de Nossa Mãe.
"...Manifestarão isto, se elas Me receberem na Sagrada Comunhão, após uma preparação repleta de arrependimento, consecutivamente durante nove primeiros sábados do mês, com a intenção, unida ao Coração Imaculado de Minha Mãe, de apresentar atos de expiação ao Meu divino Coração”.

(Oração a ser rezada na Comunhão dos nove primeiros sábados:)
“Divino Coração de Jesus, eu Vos ofereço, pelo Coração Imaculado de Maria, esta Hóstia, em expiação e em reparação de todas as ofensas com que a humanidade não cessa de Vos ultrajar”.
As promessas de Jesus para quem fizer os nove primeiros sábados do mês consecutivos em honra do Coração Imaculado de Maria:
1. Tudo o que pedirem ao Meu Coração através do Coração de Minha Mãe, conceder-lhes-ei já durante a novena, desde que seja conforme aos decretos divinos, e que o peçam com confiança.
2. Durante todas as circunstâncias da vida, se beneficiarão da assistência especial de Minha Mãe e de sua bênção.
3. Reinarão a paz, o entendimento e o amor nas suas almas e nas suas famílias.
4. Suas famílias não sofrerão escândalos, nem decepções, nem injustiças.
5. Os esposos não se separarão; os separados voltarão ao lar.
6. As famílias viverão em harmonia e perseverarão na verdadeira fé.
7. As gestantes desfrutarão da proteção especial de Minha Mãe e obterão tudo o que pedirem para si, bem como para seu filho.
8. Os pobres encontrarão morada e alimentação.
9. As almas encontrarão consolo na oração e no sofrimento e aprenderão a amar a Deus, ao próximo e a seu inimigos.
10. Os pecadores se converterão, sem muitas resistências, mesmo se a novena for feita para eles por outra pessoa.
11. Os pecadores não recairão em seus pecados e receberão não somente o perdão de seus pecados, mas ainda a inocência batismal pela contrição perfeita e o amor.
12. Quem fizer esta novena em estado de graça, depois de cumpri-la, não ofenderá mais o Meu Coração por nenhuma falta grave, até a morte ( vale especialmente para as crianças ).
13. A alma que se converter sinceramente, escapará não somente do fogo eterno, mas ainda do fogo do Purgatório.
14. As almas tíbias se tornarão fervorosas e, mantendo-se zelosas, chegarão à mais alta perfeição e à santidade.
15. Se forem os pais ou outro membro da família que fizer a novena, nenhum dos filhos ou membro desta família se condenará.
16. Muitos jovens obterão, com a novena, a vocação sacerdotal ou religiosa.
17. Aqueles que tiverem perdido a fé, reencontrá-la-ão e os desgarrados voltarão à verdadeira Igreja.
18. Os Sacerdotes e os religiosos permanecerão fiéis à sua vocação. Os infiéis receberão a graça do arrependimento e do retorno.
19. Os pais e os superiores serão socorridos em suas necessidades, não somente espirituais, mas também materiais.
20. As almas escaparão facilmente às tentações da carne, às do mundo e de satanás.
21. Os orgulhosos se tornarão, em pouco tempo, humildes e os rancorosos se deixarão vencer pelo amor.
22. As almas zelosas desfrutarão das doçuras da oração e dos sacrifícios; elas não serão perturbadas nem pela inquietação, nem pelo medo, nem pela dúvida.
23. Os moribundos passarão desta vida sem agonia e não terão de lutar nem mesmo contra os últimos assaltos de satanás. Uma morte súbita e imprevista não os surpreenderá.
24. Os agonizantes serão tomados por um vivo desejo de vida eterna, se conformando com a Minha vontade e morrendo nos braços de Minha Mãe.
25. Ao julgamento de Deus, eles se beneficiarão da proteção especial de Minha Mãe.
26. As almas obterão a graça de sentir compaixão e amor, contemplando Minha Paixão e as dores de Minha Mãe.
27. As almas que aspirarem à perfeição terão a honra de receber as principais virtudes de Minha Mãe: humildade, castidade e amor.
28. Uma certa alegria interior e exterior bem como a calma os acompanhará, tanto na doença como na saúde.
29. As almas apaixonadas de espiritualidade receberão a graça de usufruir sem muitas dificuldades da constante presença de Minha Mãe e da Minha.
30. As almas que tiverem progredido na união mística comigo, obterão a graça de perceberem já não serem elas que vivem, mas Eu nelas, isto é, com o coração delas vivo Eu, com a alma delas rezo eu, com a língua delas falo Eu, com o todo ser delas, sou Eu que faço tudo. Elas viverão a maravilhosa experiência de sentir que o que vibra nelas de bom, de belo, de santo, de humilde, de doce, de obediente, de feliz e de prodigioso é, em tudo e sempre, Eu mesmo, o Deus Todo-Poderoso, o Infinito, o único Senhor, o único Amor, o Deus único.
31. As almas que fizerem esta novena resplandecerão durante toda a eternidade como lírios puros em volta do Coração Imaculado de Minha Mãe.
32. Eu, o Divino Cordeiro, em Meu Pai, com o Espírito Santo, Me regozijarei eternamente por causa dessas almas que resplandecerão como lírios sobre o Coração Imaculado de Minha Mãe e que alcançaram a glória através do Meu Sagrado Coração.
33. As almas apaixonadas de espiritualidade progredirão rapidamente na prática da Fé e da vida virtuosa.

1000 Ave Marias nos Primeiros Sábados do Mês: A devoção às Mil Ave-Marias faz parte da tradição religiosa no Brasil e, antigamente, era sempre rezada, trazendo muitas graças aos participantes.

Nossa Senhora chorou em Montechiari, pedindo oração, sacrifício e penitência para salvar o mundo. Mas nossa querida Mãe nunca fez ameaças, somente orientou, como uma mãe que quer proteger seus filhos dos perigos que podem acontecer se ão houver oração e conversão.

Vamos ajudar Nossa Senhora nesta batalha contra o Mal, combatendo com a oração das Mil Ave-Marias em forma de “super rosário”.
No dia das Mil Ave-Marias, devemos estar em estado de graça e participar da Santa Missa. Os que não puderem comungar fazer a Comunhão espiritual.
Iniciamos com o Creio, 1 Pai Nosso e 3 Ave-Marias, contemplamos os 20 mistérios, ou seja: Gozosos, Luminosos, Dolorosos e os Gloriosos. Apenas que: ao invés de rezarmos em cada mistério 10 (dez) Ave Marias rezamos 50 (cinqüenta) e assim fazemos as Mil (1.000) Ave-Marias.
Geralmente quem não reza diz: Ah! demora muito. É verdade. Mas quando penso que gasto estas cinco horas recebendo muitas e muitas graças do céu, louvo a Deus por não gastá-las num hospital, por não gastá-las diante da TV que me rouba as graças, ou num encontro pecaminoso, ou… Você pode imaginar tantas misérias que se vive em cinco horas, você não acha?

Família, muito mais que um conjunto de pessoas


O futuro da sociedade e da Igreja passam inexoravelmente por ela

A família é muito mais do que um simples grupo de pessoas, unidas de qualquer jeito, e vivendo juntas na mesma casa. É muito mais do que isso, ela é a “célula mãe” da humanidade. Quando Deus quis que a humanidade existisse, a projetou baseada na família; por isso ela é sagrada. Não foi um Papa, um Bispo ou um Cardeal que a instituiu, mas o próprio Deus, para que ela fosse o berço e o escudo de proteção da vida humana na terra.

Marcada pelo sinete divino, a família, em todos os povos, atravessou os tempos e chegou até nós no século XXI. Só uma instituição de Deus tem esta força. Ninguém jamais destruirá a força da família por ser ela uma instituição divina. Para vislumbrar bem a sua importância basta lembrar que o Filho de Deus, quando desceu do céu para salvar o homem, ao assumir a natureza humana, quis nascer numa família.

O Papa João Paulo II, na “Carta às Famílias”, chamou a família de “Santuário da vida” (CF, 11). Santuário quer dizer “lugar sagrado”. É ali que a vida humana surge como de uma nascente sagrada e é cultivada e formada. É missão sagrada da família guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida.

Na visão bíblica, homem e mulher são chamados a – juntos – continuar a ação criadora de Deus e a construção mútua de ambos, gerando os seus filhos amados.

Este é o desígnio de Deus para o homem e para a mulher: juntos, em família: “crescer”, “multiplicar”, “encher a terra”, “submetê-la”. Vemos aí também a dignidade, baseada no amor mútuo, a qual leva o homem e a mulher a deixar a própria casa paterna, para se dedicarem um ao outro totalmente. Este amor é tão profundo, que dos dois faz um só, “uma só carne”, para que possam juntos realizar um grande projeto comum: a família.

Daí podemos ver que sem o matrimônio forte e santo, não é possível termos uma família forte, segundo o desejo do coração de Deus. Isso nos faz entender também que a celebração do sacramento do matrimônio é a garantia da presença de Jesus na família que ali começa, como nas Bodas de Caná.

Como é doloroso perceber hoje que muitos jovens, nascidos em famílias católicas, já não valorizam mais esse sacramento e acham, por ignorância religiosa, que já não é importante subir ao altar para começar uma família!

Ao falar da família no plano de Deus, o Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que ela é “vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai” (CIC §2205).

Essas palavras indicam que a família é, na terra, a marca (“vestígio e imagem”) do próprio Deus, que, através dela continua a sua obra criadora. É muito mais que um mero grupo de pessoas.

O futuro da sociedade e da Igreja passam inexoravelmente por ela. É ali que os filhos e os pais devem ser felizes. Quem não experimentou o amor no seio do lar, terá dificuldade para conhecê-lo fora dele. Os psicólogos mostram quantos problemas surgem com as pessoas que não experimentaram o amor do pai, da mãe e dos irmãos.

“A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente da liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade” (CIC §2207). Ela é a “íntima comunidade de vida e de amor” (GS, 48).

Toda essa reflexão nos leva a concluir que cada homem e cada mulher que deixam o pai e a mãe para se unir em matrimônio e constituir uma nova família, não podem fazer isso levianamente, mas devem fazê-lo somente por um autêntico amor, que não é uma entrega passageira, mas uma doação definitiva, absoluta, total, fiel, madura, responsável, até a morte... Se destruirmos a família, destruiremos a sociedade. Por isso, é fácil perceber, cada vez mais claramente, que os sofrimentos das crianças, dos jovens, dos adultos e dos velhos, têm a sua razão na destruição dos lares.

Cabe aqui uma pergunta: Como será possível, num contexto de grande imoralidade de hoje, insegurança, ausência de pai ou mãe, garantir aos filhos as bases de uma personalidade firme e equilibrada, e uma vida digna, com esperança?

Fruto da permissividade moral e do relativismo religioso de nosso tempo, é enorme a porcentagem de famílias destruídas e de pseudofamílias, gerando toda sorte de sofrimentos para os filhos. Muitos crescem sem o calor amoroso do pai e da mãe, carregando consigo essa carência afetiva que se desdobra em tantos problemas e frustrações.

Podemos resumir toda a grandeza, importância e beleza da família, nas palavras do saudoso Papa João Paulo II, na Encíclica Evangelium Vitae: "No seio do 'povo da vida e pela vida', resulta decisiva a responsabilidade da família: é uma responsabilidade que brota da própria natureza dela - uma comunidade de vida e de amor, fundada sobre o matrimônio - e da sua missão que é 'guardar, revelar e comunicar o amor'” ( FC,17).

Muito mais do que um simples grupo de pessoas, unidas de qualquer forma e vivendo juntas, a família, o berço da humanidade segundo o desejo de Deus; é o fruto da união de um homem e de uma mulher, unidos pelo matrimônio e pelo amor para sempre, vivendo a fidelidade, indissolubilidade e gerando os filhos de Deus.

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

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sexta-feira, 6 de junho de 2008

Novo Podcast e Novo Estudo - A encarnação de Jesus Cristo

Pax Domini! É com alegria que começamos mais um estudo. E como você sabe cada estudo começa com um Podcast. Nesse podcast vamos iniciar falando sobre a encarnação do Verbo. Vamos saber e entender um pouco mais sobre essa pequena palavrinha, tão importante para a Fé Católica. Na oração da semana, vamos rezar uma oração que é rezada no mundo todo diante do Santíssimo Sacramento do Altar.

Para ouvir o Podcast - A encarnação do Verbo - Clique no player

quinta-feira, 5 de junho de 2008

O que é um santo?


Nós chegamos à santidade travando uma árdua batalha com nós mesmos, com a carne e com o demônio

Os homens e as mulheres que a Igreja Católica chama de “santos” são milhares, mais de vinte e sete mil, como afirma René Fullop Muller, em seu livro “Os Santos que abalaram o mundo”. São de todas as condições de vida, raças, cores, culturas, países, etc. Porém, uma coisa é comum a todos: eles foram heroicamente bons; basta analisar a vida deles.

A santidade é basicamente a estreita união do homem com Deus; desse contato resulta a perfeição moral. Deus é santo por natureza; os homens são santos na medida em que se aproximam d’Ele.

No céu todos os bem-aventurados estão intimamente unidos a Deus pela visão imediata d’Ele. Isso é chamado de “visão beatífica”. Todos os que estão no céu atingiram a santidade perfeita. Aqui na terra os homens são unidos a Deus por meio da graça divina. Essa graça é um dom, livremente dado por Ele, por meio do qual nos tornamos “participantes da natureza divina”, como São Pedro afirma (cf. 2 Pd 1, 4). Quanto mais graça um homem tem, tanto mais semelhante a Deus se torna.

Um santo canonizado foi alguém que na terra praticou a bondade heróica em todas as suas ações. Um homem ou uma mulher não é canonizado por ter uma só virtude. Não é suficiente que ele não tenha faltas salientes. Mesmo uma pequena fraqueza é uma grande falta num santo. Um santo tem um controle perfeito de todas as virtudes. O santo não faz da sua vida espetáculo. Começa pelas virtudes sólidas, comuns da vida cristã, e depois as desenvolve até um grau extraordinário. São Vicente de Paulo costumava dizer que “um cristão não deveria fazer coisas extraordinárias, mas sim fazer extraordinariamente bem as coisas ordinárias”.

Os seres humanos chegam à santidade travando uma árdua batalha com eles mesmos, com a carne e com o demônio. Partem do triste estado da nossa fraqueza comum, porém, antes de morrerem, atingem a santidade pela graça de Deus. E isso é possível a todos os batizados. Muitos santos não foram tão santos antes de se colocarem nesse caminho. Santo Agostinho assombrou o mundo pela sua “Confissão”, obra que fala como ele fora na sua mocidade, um moço desajuizado que viveu as suas farras na África e na Europa até se converter. Era amasiado e tinha um filho (Adeodato) antes de se converter aos 33 anos.

Um santo vence a fraqueza. Por isso, a Igreja Católica não hesita em examinar no processo de beatificação minuciosamente tudo o que um santo fez. Santo Tomás de Aquino nasceu aristocrata e se tornou professor numa universidade. A sua característica era a simplicidade e a humildade em investigar a verdade como um dos mais profundos intelectuais de todos os tempos. Era santo. Em cada santo encontramos uma singularidade.

Os santos não foram pessoas raras e especiais que viveram numa só terra ou numa só época particular. Pertencem a todas as épocas e a todas as nacionalidades. São Policarpo, natural da Ásia Menor, viveu no século II; já São Pio X foi um italiano e um Papa do século XX. E os quatro homens que são chamados os Padres do Ocidente, a saber: Santo Agostinho, São Jerônimo, Santo Ambrósio e São Gregório Magno, eram respectivamente da África do Norte, da antiga Iugoslávia e da Itália, e viveram entre os séculos quarto e sexto. Santa Francisca Cabrini era uma freira italiana que fundou hospitais em Nova York e em Chicago. Houve mártires em Nagassaki, no Japão, e padres na Rússia, que foram declarados santos pela Igreja Católica.

O que talvez seja mais surpreendente é a enorme variedade de personalidades entre esses santos. Eram reis e rainhas; sapateiros e agricultores; sacerdotes, bispos, freiras; soldados; juristas; professores; donas-de-casa e mulheres profissionais, que se elevaram às alturas da santidade. Nenhuma classe tem o monopólio da santidade, embora talvez bispos e religiosos, por força da sua profissão, tenham mais freqüentemente chegado à santidade.

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

Publicado no Portal Canção Nova

Idolatria


Quando se escolhe servir a um deus falso em lugar do Deus verdadeiro

Idolatria é escolher, adorar e servir a um deus falso em lugar do Deus verdadeiro. São Paulo definiu muito bem a idolatria: "Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos!" (Rm 1,25).

Uma das diferenças entre o Deus verdadeiro e o deus falso é que este é “oco”. É por isso que no passado um dos símbolos dos deuses falsos eram as imagens ocas. Representavam um “deus oco”. Um deus “vazio”, fraco! Hoje, o grande erro é confundir a idolatria com as imagens.

Idolatria é escolher um deus falso. Escolher adorar e servir à criatura em vez do Criador. Essas criaturas são as mais diversas. Para identificar os deuses falsos de hoje não é tão difícil. Os atuais deuses ocos dos nossos dias são: Prazer, Poder e Ter. Estes são os ídolos, “deuses ocos” dos tempos atuais. Por serem ocos não satisfazem nunca os que os buscam. Esta é, por exemplo, uma das razões por que não encontramos um ganancioso que diga: “Tenho dinheiro que chega. Estou satisfeito”.

Quando o dinheiro se torna um ídolo, um deus oco, ele não preenche o coração do ser humano. O mesmo vale para o prazer. Quem faz do prazer um deus nunca se satisfaz. Busca-o desenfreadamente e sente-se sempre vazio. Vai à praia, ao jogo de futebol, viaja, come, bebe, mas se sente sempre vazio. Por que está indo atrás de um deus “oco”, de um ídolo.

O mesmo podemos dizer do poder. Quem tem o poder não para servir, mas para dominar. Busca sempre tê-lo cada vez mais e nunca está satisfeito. Nesse caso, o poder também se transforma num deus falso, oco, um ídolo.

A idolatria é o maior pecado. A árvore da qual brotam os nossos outros pecados é a escolha de um deus oco em vez do Deus pleno. É por essa razão que sempre se sentirão vazios os que escolhem adorar e servir àquele que não é eterno.

Padre Alir

Publicado no Portal da Comunidade Canção Nova

quarta-feira, 4 de junho de 2008

A pessoa do servo


o que vale na vida da Igreja é fazer-se pequeno

“Na cultura grega, o servo, o escravo, é chamado de “aprosopos” que significa “sem face, sem rosto”. O escravo é um homem que não tem identidade, que não tem rosto. Esta é a cultura do passado. Jesus se abaixa, se faz servo. Observem que esse é um fato que chocou a vida dos discípulos. Deus serve ao homem, mas serve também aquele que se opõe, porque Jesus lava também os pés de Judas. E Jesus sabia que Judas o trairia. Pensem nesse amor de Jesus até mesmo em relação ao inimigo. Se isso é verdade, devemos tirar essa conclusão: servir é uma ação divina. Não é mandar, não é o impor-se, não é querer ser o primeiro. Mas o que vale na vida da Igreja é fazer-se pequeno, simples, humilde, pobre. Essa é a chave da vida da Igreja, a chave do mistério de Cristo, a chave do nosso mistério. Benditos aqueles que compreenderem isso.

Se quisermos hoje operar no mundo, nós precisamos nos fazer servos do homem. Mesmo se nós utilizamos meios poderosos, nós somos servos da Igreja, servos do homem. Então, vejam aqui um Jesus que se faz próximo na realidade mais humilde, mais simples.

Ele é próximo como o Bom Samaritano que ajuda aquele pobrezinho. Repito, ver esse Deus de joelhos aos pés do homem, diante de cada um de nós, esse é o Ágape, esse é o Amor, esse é Cristo.

Se nós somos cristãos, devemos chegar a isso. Do contrário não podemos ser fermento no meio dos nossos irmãos. Se quisermos verdadeiramente dar a vida a Jesus Cristo para servir nossos irmãos, nós temos que ter essa realidade profunda. Servir, servir por Amor, servir amando. É no Amor que nós evangelizamos.

Nós podemos ter todos os instrumentos, os meios, para levar o evangelho, mas se nós não temos o coração no evangelho, com a vida transmitirmos o evangelho, nós faliremos.

Essa é a chave da vida da Igreja, da vida de cada um de nós”.

(Dos escritos de Dom Zevine)

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Fonte: Com. Canção Nova

“Para refletir”


“Aquele que souber fazer o bem, e não o faz, peca”

(Tiago 4,17)

Estando em oração em uma manhã, o Senhor me levou a meditar esta palavra. Nós sempre esperamos ouvir de Deus palavras doces, meigas de reconhecimento pelo “muito” que já temos feito. Mas Deus sempre vai além. Além do que achamos que deveríamos ou quereríamos ouvir, Ele providencia aquilo que nos é necessário. Temos vivido em tempos em que o bem parece mal e o mal parece bem. Tempos controversos em que luta-se pela vida das mulheres defendendo o assassinato de inocentes por meio do aborto. Tempos em que o errado é o certo e certo é o errado.

É exatamente neste tempo, que Deus nos convida a vivermos a radicalidade de nossa fé. A convocação que nos é colocada é: Fazer o bem e fazê-lo bem. Preciso ser sinal de controvérsia com aquilo que me é colocado pelo mundo. Remar contra a maré. Ser puro quando o mundo expõe a promiscuidade; falar de amor e perdão quando impera a violência; contemplar a simplicidade e a beleza das coisas frente ao consumismo do que é fútil.

Nosso amado padre Léo já falava em suas pregações dos cristãos light. Não podemos nos conformar em sermos “canjas” quando Deus nos chama a sermos “feijoadas” saboreadas à noite. Convivo com jovens que usaram uma expressão que a muito não ouvia: “da pesada”. Sempre usam esse termo para identificar algo que está além da média, que não é confundido, que é muito bom e digno de atenção. Pois bem, o Espírito Santo não espera outra coisa de nós. Sejamos cristãos “da pesada”. Que a nossa fé esteja estampada em nossa fala, vestimenta, opções, convicções. Façamos Jesus ser percebido através e por meio de nós. Sejamos nós evangelhos vivos de Nosso Senhor Jesus Cristo, seus olhos para fitar, seus pés para caminhar, sua voz para profetizar e sobre tudo, seu coração para amar.

Façamos o bem e o façamos muito bem. Sejamos o melhor que pudermos, não do que os outros, mas para os outros. Pois assim, na integralidade de nosso ser, teremos lutado o bom combate, e a nós estará reservada a coroa da glória.

“Por conseqüência, meus amados irmãos, sede firmes e inabaláveis, aplicando-vos cada vez mais à obra do Senhor. Sabeis que o vosso trabalho no Senhor não é em vão.”

(I Coríntios 15,58)

Christian Moreira (Vocacionado à Comunidade de Aliança)

Conheça um pouco mais sobre o Grupo Aberto

Publicado no Blog Missão Fortaleza

terça-feira, 3 de junho de 2008

Momentos penitenciais na santa missa.

Todos sabemos que na santa missa se faz presente o sacrifício de Jesus Cristo que, por ele se ofereceu ao Pai como vítima de propiciação pelos pecados da humanidade. A carta aos Hebreus nos ensina que Cristo, tomado dentre os homens, foi constituído Pontífice a nosso favor no relacionamento com Deus para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados, condoendo-se dos que ignoram e erram. Ele, por sua morte foi ouvido e, sacrificando-se a si próprio nos obteve redenção eterna, a que nos precedeu por sua gloriosa ressurreição.(cf. Hb.5)

Na véspera de sua Paixão, Ele tomou o pão e o vinho em suas mãos e nos deu esse memorial vivo da sua oferta ao Pai, para que sempre o fizéssemos em sua memória. Não uma lembrança morta de um fato passado, mas presente perenemente: “Toda a vez que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor até que Ele venha” (cf. 1Cor. 11,26).

Na oração sacrifical da missa, a comunidade, presidida pelo sacerdote celebrante, invoca o Santo Espírito para que nossas ofertas, a oferta da Igreja, de pão e vinho, se transforme no Corpo e Sangue do Senhor.


Ao se celebrar a santa missa, tenhamos presente este mistério de salvação. A estrutura da liturgia muito nos ajuda, quando bem celebrada pela comunidade.


Explicitamente, leva a reconhecer-nos pecadores e implorar a misericórdia de Deus pelo seu Cristo que por nós clamou e foi ouvido, porque, embora Filho de Deus, humilhou-se e se fez obediente, tornando-se causa de nossa salvação.

Logo ao iniciar a liturgia nos apresenta um momento especial de reconhecimento de nossas fraquezas. Convém um tempo de silêncio que se conclua pedindo o perdão, seguido nos dias festivos da ação de graças no Glória. Este é um hino cristocêntrico, isto é, dirige-se especialmente ao mistério redentor, ao Filho Unigênito que tira o pecado do mundo e a quem, ainda uma vez pedimos tenha de nós compaixão e que atenda a nossa súplica.

Seria um bom costume que, de vez em quando, em lugar dos cânticos de louvor que entoamos, e que fogem do contexto deste hino, o rezássemos meditando nas suas palavras, integrando-o no espírito gratidão pela penitência e perdão, que, por Cristo, nos são concedidos como o texto litúrgico o expressa.

No Ofertório, com o coração contrito pedimos que o Pai aceite o sacrifício que vamos oferecer para a sua glória e que sirva à nossa salvação.

Na Oração sacrifical, reconhecemos-nos pecadores, Igreja santa e pecadora, que nas vicissitudes da terra oferece este sacrifício que suplica seja aceito enquanto aguarda a ressurreição.

Antes de receber o pão eucarístico, há dois momentos expressivos de reconciliação e que, infelizmente, não valorizamos nas nossas celebrações.

Tendo rezado o Pai nosso, olhando para a assembléia, lembramo-nos do mandamento de Cristo, amai-vos como eu vos amei, isto é, até me oferecer por vós na cruz. E o evangelista São Mateus nos transmite a palavra do Senhor que, antes de fazermos a oferta ao altar, primeiro temos de nos reconciliar com o irmão(cf. Mt. 5, 23-24).

O convite que o celebrante faz à saudação recíproca não é para um cumprimento social. É de transmitir a paz de Cristo e esta só se dá pela reconciliação, pelo perdão nascido do amor.

E ainda mais uma vez, pedimos piedade ao Cordeiro que tira o pecado do mundo e que por sua morte e ressurreição é a nossa paz.

Finalmente, quase que um ato individual: “Senhor, eu não sou digno, mas dizei uma palavra e serei salvo.” E, confessando que recebemos o Corpo de Cristo, recebemos também a sua salvação.

Na santa missa, aproximemo-nos do trono da graça para alcançar misericórdia e sermos socorridos. Valorizemos as nossas celebrações para que sejam a mais alta expressão da nossa fé, pela qual tributamos a gloria e a gratidão a Deus enquanto percorremos o caminho que nos leva até Ele na eternidade.

DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO METROPOLITANO DE JUIZ DE FORA, MG.

Publicado no portal A Catequese Católica

Assuma a sua identidade

Chegamos em um momento onde temos que mostrar a nossa identidade, e isso é saber de onde viemos. Muito mais do que mostrar o documento, como um papel, mas mostrar-se com a sua palavra, a sua identidade. Ela é muito mais do que um documento, é um ‘registro da alma’. A Igreja sobrevive por causa desta identidade, nós trazemos as marcas do Ressuscitado. As pessoas precisam reconhecer em nossa alma que somos cristãos.

A nossa fé não está fundamentada no sepulcro vazio, mas na fé no Ressuscitado, no testemunho da ressurreição de Cristo.

Quando os discípulos voltaram do Calvário, na decepção da morte de Cristo foram para a pescaria. E em alto mar começam a olhar um para o outro e identificam que não são mais os mesmos. João, esse homem que tinha um temperamento insuportável antes do encontro com Jesus, tornou-se um novo João. Assim como Tiago, Pedro e todos os discípulos. Quantas transformações aconteceram neles e quando se reencontraram com Jesus!

Mas na tentativa de voltar a terem a mesma vida, perceberam que não podiam ser os mesmos pecadores de antes, e olhando para João, viram ‘um novo João’, e com essa experiência puderam perceber que Jesus continuava vivo dentro dele, “Ele está no meio de nós”. O mesmo aconteceu com Tiago, Pedro e todos os discípulos. Não temos como ‘não’ acreditar que Jesus está vivo em nossa identidade transformada por Jesus. O homem da pedra, Pedro, não era simplesmente um pescador , mas o apóstolo de Jesus, que não era somente o homem das águas mas a ‘pedra’, e sobre esta pedra Jesus edificou a nossa Igreja.

A água vai trazer a purificação, mas a pedra é a segurança da fé, e isso é porque experimentamos dentro de nós. Não somos a mesma mulher e o mesmo homem. Você é filho do céu!

Não faça da fé uma atitude exterior. Estabelecendo a mesma pedra que estabeleceu em Pedro, como a pedra fundamental, Jesus quer estabelecer a fé dentro de você. No momento em que você decidir ‘ser de Cristo’, e não perfeito, mas humano, cheio de defeitos, a fé se estabelecerá em você. Perfeição, em grego significa que não há mais alterações, mas somos homens e mulheres em constante alteração e não podendo ser perfeitos. O bom restaurador é aquele que retorna a origem, volta no mais puro do seu coração, o puro que com o mundo deixou-se perder e maculou o que era imaculado. Mesmo com o pecado original a partir do seu batismo, uma nova identidade lhe foi dada. E Deus lhe disse: Seja meu filho, dê testemunho de mim.

Se um dia alguém lhe perguntar o que você é, diga: ‘sou filho do céu’. Isso já é um grande motivo para ser respeitado, e onde você pisar, vai ser um solo santo.

Queira a originalidade, a qual não tem como negar a Ressurreição de Cristo. O cristianismo sobrevive dos nossos corações e das nossas decisões de ser verdadeiros cristãos. A Canção Nova sobrevive pela evangelização de todos.

Estar na dinâmica do Ressuscitado é oferecer o melhor de Deus a você. Todos nós podemos oferecer a oração, a gratuidade de estender a mão e também voar através da Canção Nova para levar o Ressuscitado pelos ares deste mundo. No símbolo da Canção Nova, acreditando no símbolo do Ressuscitado, na união com a Igreja, propondo um novo mundo. Vamos fazer o estado de Minas Gerais ainda mais fervoroso, testemunhando Jesus, para atingir a todos. Para que nos momentos de sua dor você se recorde de quem você é.

As pessoas que nos recordam o que somos são aquelas que sopram em nosso ouvido: “coragem”. Desafiem–se, olhe a identidade do seu coração, você não nasceu para sofrer.

Todo aquele que se assumir como homem de poder, Deus o capacita, porque podemos lutar contra tudo aquilo que nos derruba, mas Deus é que nos capacita. Na vida nada é fácil, mas ao soletrar com calma a Deus, aprendemos a soletrar a nossa vida, evangelizando para que as pessoas possam ajuntar a certeza de ser “Filho do Céu”, como testemunha viva da glória de Deus.

O verdadeiro amor é mais revelador do que muitas palavras. Benção é a palavra de bem-aventurança, é aquela que está encarrilhada no bem. O peso de uma palavra do bem em nossa vida, faz milagres. A Palavra do bem precisa ser pronunciada.

Deus verdadeiramente nos toca, para que Ele mude nossa história, extraindo e retirando algum mal, algum fruto de nossa história mal resolvido, para ser substituído por uma coisa boa. Deus se manifesta no silêncio. Quando oramos por alguém é a hora do milagre e você é o veículo condutor para que este milagre aconteça. Rezar é promover o bem!

‘Liberdade ainda que tardia’, assim como está na bandeira mineira, inspirada na Palavra, Jesus olha em nossos olhos e nos dá a boa noticia. Jesus nos diz que não importa que vivíamos na prisão, o que vale é a liberdade. Quando alguém louva, todas as correntes ficam livres assim como Paulo e Silas, quando estavam na prisão, e não foram só os dois que foram libertos pelo louvor, mas todos os que estavam presos foram libertos. Então hoje o Senhor não está libertando só você, mas a todos os quais você carrega no seu coração.

Esta liberdade está no testemunho dos valores daqueles que estão em nossa volta e que queremos ser iguais a eles, vivendo o mesmo valor. Neste valor do testemunho que nos atinge, Cristo que está nele nos contagia. Essa é a força que precisamos ter, a cada Eucaristia recebida, a cada Confissão. O cristianismo não é um conjunto de ritos, os quais todos eles são meios para a nossa libertação. Liberdade mesmo que tardia, mas que não importará o tempo que ficamos presos.

Deus está interessado no presente. O passado é a âncora de todas as condenações. A Igreja ganha mais um testemunho pelo seu testemunho de liberdade, porque o futuro é todo seu. O que importa é a sua liberdade hoje, pelo testemunho de Cristo.

Não perca o momento da graça! Que Deus coloque em você o poder da libertação.


Padre Fábio de Melo
Kairós Canção Nova em Belo Horizonte - 01/06/08

Publicado no Portal Canção Nova

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Você tem medo de quê?


Todos nós sentimos algum tipo de medo; sentimento, o qual, muitas vezes parece ser maior do que aquilo que poderíamos suportar. Temos medo do desconhecido, da ameaça de dor e de outras coisas que as pessoas possam nos induzir a sentir a fim de obter o controle sobre nossas emoções.

No estresse provocado pelo medo o coração acelera, as mãos suam, e o pavor é estampado em nossa face. Embora pareça incontrolável, precisamos aprender a vencer um fantasma que se aproxima de nós camuflados em nossas inseguranças, más experiências e ansiedades.

Alguns adultos, cansados da labuta do dia, intimidam suas crianças com histórias fantasmagóricas, as quais, no imaginário infantil, ganham vida e as aterrorizam. Assim, elas facilmente transformam as sombras da noite em terríveis monstros; os passos de um animal no quintal em pegadas de lobisomem; e o quarto, na privação da luz, em calabouços. Muitos pais aplicam dentro de casa os mesmos procedimentos comuns de terroristas e torturadores, isto é, para obter o controle da situação apelam para o controle das emoções de seus filhos.

De crianças para adultos o medo esta sempre a nos perseguir, seja na pessoa de um dentista, professor, médico ou até mesmo na figura do papai Noel.
Muitas vezes, nosso medo está também associado a uma experiência contraria daquilo que esperávamos ou que nos foi apresentada. Em postos de saúdes ouvimos as mães dizer para seus filhos que a injeção não vai doer nada. Automaticamente, mais tarde, quando esta criança entrar numa farmácia ou ambulatório e sentir o cheiro peculiar do ambiente, encontrar pessoas vestidas de branco ou ver uma agulha de seringa, certamente vai fazer referencia a decepção vivida na dor da agulhada. A reação não será outra a não ser de tentar fugir e aprontar um berreiro no local. (Aliás, era essa a minha reação quando precisei tomar 22 injeções quando criança, e isso há muito tempo…)
Antes, melhor seria se falasse a verdade sobre a breve picada da agulha, confortando a criança com seu amparo, fazendo-a se sentir protegida mesmo depois da desagradável picada.

Prisioneiro de nossos próprios pensamentos, o medo nos paralisa e nos faz reféns. Vencê-lo não é uma tarefa fácil, a não ser que mudemos a maneira de pensar a respeito daquilo que parece ser o problema. Apesar da importância em nossas vidas, muitos relacionamentos se tornam difíceis especialmente se não conseguimos desassociar a imagem da pessoa com quem nos relacionamos com aquela que nos fez sofrer.

Não é raro perceber, mulheres que vêem no marido a figura repressora daquele homem, que por inúmeros motivos - inclusive por falta de instrução - reprimiu a liberdade fazendo todo tipo de ameaças, acreditando que desse modo obteria o controle. Outras pessoas, vendo as experiências daquelas que sofreram, assumem para suas vidas tal realidade e temendo situação semelhante, resistem a abrir-se ao novo relacionamento.
Hoje, essas pessoas vivem às sombras de suas próprias inseguranças, temendo ousar nos primeiros passos para a mudança.

A maneira que temos para controlar o sentimento de medo pode estar na maneira como reagimos a ele. Conhecendo a nossa historia ou de quem sofre, podemos melhorar a qualidade do relacionamento. Quando se entende melhor as coisas, a sombra de um galho refletido na janela não parecerá mais como as garras de um monstro que ronda o nosso quarto.

Acesse Podcast Relacionamento para ouvir este e outros comentários.

Um abraço

José Eduardo Moura

Publicado no Blog Comportamento