"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Submissão: um significado diferente

Todos trazemos no íntimo o desejo de ser bons, no entanto, o nosso empenho em nos aplicarmos a isso e às mudanças necessárias para o bom convívio perdem o interesse quando precisamos nos fazer submissos à vontade ou às justificativas do outro.

Ser bons com as pessoas somente nos momentos em que estamos nos relacionando a distância ou nos breves momentos de encontros pode até parecer fácil. Entretanto, ainda que o mundo moderno esteja diminuindo as distâncias por intermédio da tecnologia, um relacionamento, para se tornar fecundo, não se faz somente por meio de breves cumprimentos ou de momentos mantidos por contatos telefônicos.


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Já foi comentada, em outros artigos, a necessidade de nos moldarmos às situações comuns estabelecidas dentro de um relacionamento. E entre muitos exemplos apresentados para viver a sadia convivência, podemos compará-la ao enxerto, em que duas pessoas se unem para formar uma nova, com riquezas comuns. De maneira especial, tal exemplo, me parece ser ainda mais apropriado para o relacionamento conjugal. Pois se trata de um casal que se une no propósito comum de uma vida a dois, dispostos, a partir dessa união, a gerar filhos.

Aqueles que se dispõem a viver um relacionamento e a trocar experiências de vida, de certa maneira, se colocam dispostos a aprender com aquilo que a outra pessoa pode oferecer. Além de juntos propiciarem agradáveis momentos um ao outro, devem também estar dispostos para enfrentar os desafios próprios, estabelecidos pelo relacionamento conjugal.

Tais desafios tocam pontos nevrálgicos, como, por exemplo, viver a submissão ao outro. Uma palavra que nos traz à mente o símbolo de poder e opressão. Pois associou-se a essa palavra a atitude daquele que é subjugado, daquele que se anula diante do outro que detém autoridade. Talvez, por esse motivo, a maioria das pessoas tenham riscado essa palavra do seu vocabulário e por ser tão difícil assimilar tal gesto.

Contudo, também fomos submissos quando, de maneira voluntária, nos entregamos ao conhecimento e à “autoridade” do professor ao aceitar as regras impostas pela matemática. A fim de aproveitar das benesses do conhecimento, subjugamo-nos à autoridade daquele que mais sabia, e este [o professor], na sua autoridade, submeteu-se às limitações dos alunos para lhes favorecer a transformação de suas vidas, com a luz do saber.

A submissão é uma atitude mútua, independente daquele que julga ter mais autoridade se comparado ao outro. Ela significa limitar-se voluntariamente ao outro sem contrariar a nossa consciência ou nos obrigar a fazer algo condenável ou à força.

Se dentro de um relacionamento alguém tem mais autoridade em determinada situação sobre a outra pessoa, em vez de fazer dessa autoridade um instrumento para tirar vantagens, que se seja submisso na maneira de tornar a vida daqueles que estão à sua volta mais fácil. Para isso é necessário que cada um de nós trabalhe em nossas próprias atitudes, utilizando-nos desse ato de viver a submissão como “óleo” que lubrifica as engrenagens dos nossos relacionamentos.

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Um abraço

Dado Moura

Pubicado no Blog Comportamento

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