"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

segunda-feira, 29 de junho de 2009

As etapas para o entendimento bíblico


Os perigos de uma leitura superficial

“Concedei a vosso servo esta graça: que eu viva guardando vossas palavras” (Salmo 118,17).

Segundo o documento da Comissão Pontifícia Bíblica: Ainda que os estudiosos bíblicos tenham a função de interpretar as Sagradas Escrituras, esse trabalho não compete somente a eles, pois a leitura e a vivência dos textos bíblicos vão além das análises acadêmicas, já que os Livros Sagrados não são apenas um conjunto de livros históricos, mas, a Palavra de Deus.

E essa Palavra se torna atual e responde aos questionamentos e angústias do homem pós-contemporâneo. Por isso, a leitura e o estudo bíblico devem ser feitos por todos, uma vez que proporcionam uma experiência de fé prática e atual. Mas também é preciso tomar certos cuidados e ter critérios na leitura e na interpretação desses textos, para que não haja o risco de uma interpretação desvinculada e sem compromisso com a Tradição e com o Magistério da Igreja, pois ambos garantem um entendimento seguro das Sagradas Escrituras ao longo da história de fé do Povo de Deus.

Para isso, torna-se necessário tratar de algumas questões ligadas à exegese e à hermenêutica bíblicas. Mas não é preciso espanto, pois essas palavras [exegese e hermenêutica] estão mais presentes na prática bíblica do que se possa imaginar. E também não se trata aqui de um estudo científico, pois o uso dessa linguagem é para mostrar as etapas necessárias para um correto entendimento da Bíblia.

Comecemos, então, pela definição desses termos: “Exegese” é uma palavra que vem do grego e significa “explicação ou explanação”. É a arte de expor, de trazer para fora o sentido de um determinado texto. É um conjunto de técnicas e ferramentas utilizadas para entender e descobrir o significado de um texto. “Hermenêutica” já diz respeito à interpretação do que está escrito. É a apropriação que se faz do entendimento do texto para aplicá-lo no dia a dia.

Mas existe no meio do caminho entre a exegese e a hermenêutica um filtro. E que filtro é esse? A Doutrina da Igreja e o Catecismo da Igreja Católica. Esse procedimento de filtrar o estudo bíblico serve basicamente para duas coisas: não permitir os exageros e também para ampliar a interpretação quando esta é muito limitada. E, em geral, ele amplia muito mais do que reduz as interpretações, uma vez que são apresentadas outras possibilidades de entendimento do texto que talvez não tenham sido contempladas no estudo.

É como o antigo filtro de barro muito usado, especialmente, nas cidades pequenas e nas zonas rurais. Esse utensílio doméstico não é feito para reter a água, mas para purificá-la. Do mesmo modo, o “filtro” da Doutrina da Igreja não retém a nossa leitura bíblica, mas a deixa livre de impurezas que porventura possam ter surgido durante o momento de estudo [da Palavra de Deus]. Além disso, o filtro de barro possui a capacidade de deixar a água sempre fresca e pronta para ser consumida. Igualmente faz o “filtro” da Doutrina atualizando para nossos dias aquilo que lemos e interpretamos nas Sagradas Escrituras e deixando a mensagem bíblica pronta para saborearmos e utilizarmos no cotidiano.

Que se sigam essas três etapas para o entendimento bíblico: estudar com atenção, trazendo à tona o máximo de informações possíveis para um conhecimento mais aprofundado do texto bíblico – passar esse conteúdo pelo “filtro” da Doutrina a fim de purificar e atualizar o conteúdo – e aplicar a Palavra de Deus na própria vida.

Ler superficialmente o texto das Sagradas Escrituras, sem um mínimo de contextualização e sem consultar a Igreja, nos faz correr o risco de uma aplicação equivocada dele, podendo causar danos a nós mesmos e àqueles a quem o transmitimos. Daí a importância desses três momentos: estudo mais cuidadoso (exegese) – filtro da Doutrina (Catecismo) – interpretação e aplicação no dia a dia (hermenêutica).


Acesse o vídeo para mais explicações

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Denis Duarte
contato@denisduarte.com
Denis Duarte Especialista em Bíblia e Cientista da Religião.
www.denisduarte.com

sábado, 27 de junho de 2009

Não me amas mais!


Amor é muito mais que um sentimento

Quanta angústia e até desespero quando se ouve do outro: “Não gosto mais de você!” O gostar é um sentimento. Nossos sentimentos podem mudar de um minuto a outro. Por exemplo, posso estar muito feliz, porém, se de repente recebo uma notícia ruim, torno-me muito triste. Dessa forma, meu sentimento, que era de alegria, agora é de tristeza. Mudou em segundos.

Se o amor for apenas um sentimento, então, ele é frágil e pode mudar ou acabar de uma hora para outra. Amor é muito mais que um sentimento.

Amar é um ato. Uma atitude em favor do outro.

Em I Coríntios 13, 5 diz: “O amor não busca os seus próprios interesses”. Ama aquele que não procura os seus interesses, mas, os do outro. Amar é uma ação, um movimento em favor e em direção ao outro.

Amar é uma atitude que alguém toma em favor e em direção ao outro, sem nada esperar, cobrar e exigir em troca (assim é o amor de Deus por nós: incondicional e desinteressado). Amar é uma atitude que precisa ser renovada todo dia e a todo instante.

Assim, se alguém não me ama hoje, se não está disposto a me amar hoje, poderá me amar amanhã. Da mesma forma, se eu não amo alguém, hoje, posso amá-lo amanhã. Se não amava os pobres, os moradores de rua, posso começar a amá-los. Assim como, pais que não amavam um filho podem começar a amá-lo.

Se você já não ama alguém, pode voltar a amá-lo no momento em que se decidir por isso. Tampouco existe amor não correspondido. Ele nunca depende do outro, apenas de quem se dispõe a amar.

O sentimento pode mudar como o vento, mas “o amor jamais acabará” (I Coríntios 13,8).

Padre Alir Sanagiotto, scj

Ordenado sacerdote em 19/09/87 e é membro da Congregação dos padres do Sagrado coração de Jesus. Dedica-se de forma preferencial na escuta, aconselhamento e trabalho psico-espiritual com as pessoas. blog: http://blog.cancaonova.com/padrealir

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Como manter o ardor do primeiro encontro com Cristo

Dando continuidade à série do PodMúsica a ministra de música e missionária da Comunidade Shalon Suely Façanha, neste segundo episódio, fala da importância de viver o ardor do início do nosso encontro com Deus.

Ouça:


"Não percam o fervor! Por isso, a cada dia, precisamos cultivar o ardor, sabendo que Deus vai nos provando. Não vamos expressar o ardor que temos da mesma forma do início, porque vamos mudando e amadurecendo. O que é importante guardar não são as atitudes do início, mas o ardor do coração, o amor que precisa crescer, porque só permanecemos fiéis a Deus se permanecer vivo dentro de nós esse amor ao Cristo,” afirma a consagrada.



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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Por trás das palavras


O exagero na Bíblia

De maneira descontraída, Denis Duarte esclarece, por meio de exemplos, algumas maneiras aplicadas na composição dos textos bíblicos. Neste vídeo, o autor apresenta certos exageros encontrados nos textos da Sagrada Escritura, utilizados como recursos literários, os quais, em nada, diminuem o valor da mensagem comunicada.

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Denis Duarte
contato@denisduarte.com

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A festa do Coração de Jesus


Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim

A Igreja celebra a Festa do Sagrado Coração de Jesus na sexta feira da semana seguinte à Festa de Corpus Christi. O coração é mostrado na Escritura como símbolo do amor de Deus. No Calvário o soldado abriu o lado de Cristo com a lança (Jo 19,34). Diz a Liturgia que “aberto o seu Coração divino, foi derramado sobre nós torrentes de graças e de misericórdia”. Jesus é a Encarnação viva do Amor de Deus, e seu Coração é o símbolo desse Amor. Por isso, encerrando uma conjunto de grandes Festas (Páscoa, Ascensão, Pentecostes, Santíssima Trindade, Corpus Christi), a liturgia nos leva a contemplar o Coração de Jesus. [Consagre-se ao Coração de Jesus]

Este sagrado Coração é a imagem do amor de Jesus por cada um de nós. É a expressão daquilo que São Paulo disse: ”Eu vivi na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim (Gl 2,20). É o convite a que cada um de nós retribua a Jesus este amor, vivendo segundo a Sua vontade e trabalhando com a Igreja pela salvação das almas.

Muitos Santos veneraram o Coração de Jesus. Santo Agostinho disse: “Vosso Coração, Jesus, foi ferido, para que na ferida visível contemplássemos a ferida invisível de vosso grande amor”. São João Eudes, grande propagador desta devoção no século XVII, escreveu o primeiro ofício litúrgico em honra do Coração de Jesus, cuja festa se celebrou pela primeira vez na França, em 20 de outubro de 1672.

Jesus revelou o desejo da Festa ao seu Sagrado Coração à religiosa Santa Margarida Maria Alacoque, na França, mostrando-lhe o “Coração que tanto amou os homens e é por parte de muitos desprezado”. S. Margarida teve como diretor espiritual o padre jesuíta S. Cláudio de la Colombière, canonizado por João Paulo II, e que se incumbiu de progagar a grande Festa.

O Papa Pio XII afirmou que tudo o que S. Margarida declarou “estava de acordo com a nossa fé católica”. Este foi um grande sinal a mais da misericórdia e da graça para as necessidades da Igreja, especialmente num tempo em que grassava a heresia do jansenismo (do bispo francês Jansen) que ensinava uma religião triste e ameaçadora.

O Papa Clemente XIII aprovou a Missa em honra do Coração de Jesus e Pio X, dia 23 de agosto de 1856, estendeu a Festa para toda a Igreja a ser celebrada na sexta-feira da semana subseqüente à festa de Corpus Christi. O papa Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus. Paulo VI disse certa vez que ela é garantia de crescimento na vida cristã e garantia da salvação eterna.

Entre as Promessas que Jesus fez à Santa Margarida está a das Nove Primeiras Sextas Feiras do mês: aos fiéis que fizerem a Comunhão em nove primeiras sextas-feiras de cada mês, seguidas e sem interrupção, prometeu o Coração de Jesus a graça da perseverança final, o que significa que a pessoa nunca deixará a fé católica e buscará a sua santificação. São as chamadas Comunhões reparadoras a Jesus pela ofensa que tantas vezes seu Sagrado Coração é tão ofendido pelos homens.

Pio XII disse: “Nada proíbe que adoremos o Coração Sacratíssimo de Jesus Cristo, enquanto é participante e símbolo natural e sumamente expressivo daquele amor inexaurível em que, ainda hoje, o Divino Redentor arde para com os homens”.

Essas são as Promessas que Jesus fez:

“No extremo da misericórdia do meu Coração onipotente, concederei a todos aqueles que comungarem nas primeiras sextas feiras de cada mês, durante nove meses consecutivos a graça do arrependimento final. Eles não morrerão sem a minha graça e sem receber os SS. sacramentos. O meu coração naquela hora extrema ser-lhe-á seguro abrigo”.

As outras promessas do Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque:

1 - Conceder-lhe-ei todas as graças necessárias ao seu estado.

2 - Porei a paz em suas famílias.

3 - Consolá-los-ei nas suas aflições.

4 - Serei seu refúgio na vida e especialmente na hora da morte.

5 - Derramarei copiosas bênçãos sobre suas empresas.

6 - Os pecadores encontrarão no meu Coração a fonte, oceano infinito de misericórdia.

7 - Os tíbios se tornarão fervorosos.

8 - Os fervorosos alcançarão rapidamente grande perfeição.

9 - Abençoarei os lugares onde estiver exposta e venerada a imagem do meu Coração.

10 - Darei aos sacerdotes a força de comover os corações mais endurecidos.

11 - O nome daqueles que propagarem esta devoção ficará escrito no meu Coração e de lá nunca será apagado.

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Um Deus mocinho ou bandido?


Quando o sofrimento é do outro, tudo se explica

No meu ministério de atendimento aos sofredores de modo geral, uma coisa tem me intrigado: por que a maioria das pessoas atribui a Deus a “culpa” pela sua situação difícil? Isso seria consequência de uma formação religiosa superficial ao ensinar que, em vários sentidos, Deus é origem de todos os movimentos sobre a face da terra? Seria uma indevida aplicação da terceira lei de Newton com relação à espiritualidade, fazendo-nos pensar que, aí também, todo efeito tem uma causa? Seria essa mentalidade provocada pelo senso comum da narrativa literária ocidental ao afirmar que em toda história tem de haver necessariamente um mocinho e um bandido?

É incrível, mas pessoas piedosas e com grande abertura para o bem e para a paz, quando são assoladas pelo sofrimento, migram para o infrutífero lugar de vítima. Parece que enquanto o sofrimento está no outro, tudo se explica e se consola a poder de reza, tudo se encaixa na ordem do mundo espiritual e fica fácil falar em coisas perigosas como “os desígnios de Deus”; e é automático recorrer à imensa gama de clichês bíblicos que tentam impor a resignação. Mas quando o sofrimento chega pela porta dos fundos, ou seja, quando seu destinatário são essas mesmas pessoas piedosas, então nada daquilo que foi dito para o outro serve para si mesmas, todas as certezas parecem ruir e todo sólido discurso religioso parece dissolver-se no ar.

Muitos cristãos não conseguem assimilar o sofrimento como algo que faz parte da vida, mesmo sendo esse segredo o que há de melhor no Cristianismo. Tão familiarizados com a dor que mana do crucifixo e tão acostumados a reler Jesus alertando que a dor faz parte do nosso caminho – “no mundo, tereis aflições”, “renuncia a ti mesmo, toma a tua cruz”, “bem aventurados os que choram”, entre outros –, nós às vezes sofremos como pagãos, como os que “não têm esperança” (cf. 1Ts 4,13).

Podemos nos colocar frente ao sofrimento pelo menos de duas formas bem distintas. Podemos considerá-lo uma espécie de “boletim de ocorrência” que precisa ser investigado até que se encontre o culpado (e quase sempre já iniciamos a investigação tendo Deus como único suspeito). Ou podemos encará-lo como um mistério; e ninguém ousa interrogar mistérios, porque soa desrespeitoso e inútil. Mistérios nós apenas contemplamos e nos deixamos tomar por eles. Se possível, buscamos encontrar neles alguma beleza ou algum aprendizado, para que não passem por nós em vão. Não há nada mais a fazer. O resto é silêncio, paciência e espera em Deus.

A Escolástica nos ensinou que Deus é sumamente imutável, impassível e feliz: nada pode abalar Seu estado de espírito, nada pode impeli-Lo de coisa alguma. Ensinou-nos também que o Altíssimo é Onipotente e pode absolutamente tudo. E que, se Ele pode tudo e não o faz, é certamente porque não o quer. Logo, o sofrimento de uma pessoa seria claramente vontade divina. Esse é o conhecimento teológico necessário para se formular a imagem de um Criador frio e indiferente. Portanto, é urgente acrescentar a tudo isso o maior atributo do Todo-poderoso: a compaixão. A natureza divina não sofre em si mesma, porque é perfeita e completa. Mas o Senhor sofre, sim, em relação aos outros. Ele sofre por amor a nós. Essa é a face de Deus Pai revelada por Jesus: um Deus que sofre com os que sofrem e chora com os que choram.

Amar não significa impedir, a todo custo, o sofrimento do amado, mas sim, manifestar-lhe companhia e apoio quando surgir o infortúnio inevitável. Se uma mãe estivesse determinada a impedir qualquer sofrimento de se aproximar de seu filho, ela não o deixaria sair do útero, nem cortaria o cordão umbilical, tampouco o deixaria brincar, ir à escola, entre outros. Isso, claro, não seria amor, e sim, absurdo egoísmo, “fagocitose” afetiva. Porque é impossível crescer e ser feliz sem experimentar o sofrimento, consequência natural do confronto de liberdades humanas.

Entender isso no geral é até fácil. Difícil é aplicá-lo concretamente na dor particular, no drama de um momento pontual. Também há desníveis na forma de encarar os diversos tipos de sofrimento: físico, psicológico, moral, acidental, provocado, e assim por diante.

Padre Juliano R. Almeida - Cachoeiro do Itapemerim
julianorial@gmail.com

Publicado no Portal da Comunidade Católica Canção Nova

segunda-feira, 15 de junho de 2009

As doze Promessas do Sagrado Coração de Jesus

Sagrado Coração de Jesus
Foto:
Ouça: Padre José Augusto explica as 12 promessas

1. Eu lhes darei todas as graças necessárias ao seu estado de vida.

2. Eu farei reinar a paz em suas famílias.

3. Eu os consolarei em todas as suas aflições.

4. Serei seu refúgio seguro durante a vida e sobretudo na morte.

5. Derramarei muitíssimas bênçãos sobre todas as suas empresas.

6. Os pecadores encontrão em meu Coração a fonte e o mar infinito da misericórdia.

7. As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas.

8. As almas fervorosas elevar-se-ão rapidamente a grande perfeição.

9. Abençoarei Eu mesmo as casas onde a imagem do meu Coração estiver exposta e venerada.

10. Darei aos sacerdotes o dom de abrandar os corações mais endurecidos.

11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes escritos no meu Coração e dele nunca serão apagados.

12. No excesso da misericórdia do meu amor todo-poderoso darei a graça da perseverança final aos que comungarem na primeira sexta-feira de nove meses seguidos.

Convido você hoje a levar o Sagrado Coração de Jesus para sua casa e consagrar-se a Ele, e verá as bênçãos que serão derramadas na sua família. Os problemas continuarão, mas Ele estará lá reinando.

Ouça: Oração e consagração ao Sagrado Coração de Jesus

Publicado no Blog Clube da Evangelização

Diálogo, ato crucial para o entendimento


Os problemas podem parecer difíceis se tentarmos resolvê-los sozinhos

A habilidade em saber expressar uma ideia, de maneira clara, elimina qualquer possibilidade de um mal-entendido. Como já foi citado em outros artigos (Comunicação pobre, relacionamentos vazios; A verdade não usa máscaras e O momento para se falar a verdade) quando algo não está progredindo, a melhor saída é o diálogo. Não há como duvidar da eficácia de uma conversa franca para estabelecer um bom nível dentro do relacionamento, necessidade que, além de fortalecer nossos objetivos, facilita a realização do propósito comum.

Na vida conjugal, as coisas que nos fazem investir em mudanças são aquelas que sabemos que vão ao encontro dos anseios de nosso cônjuge. Muitos casais, às vezes, conversam sobre tudo o que diz respeito à casa, aos filhos, entre outras coisas; contudo, falar das necessidades íntimas é que permite mostrar quem realmente somos.


Ouça comentários do autor


Se percebermos uma infiltração no alicerce de uma casa e não tomarmos nenhuma providência, em breve, este imóvel estará com suas estruturas comprometidas. Da mesma maneira, no convívio a dois, é preciso falar daquilo que está nos consumindo por dentro. Mas, comentar sobre aquilo que não nos agrada nem sempre é fácil, pois, na necessidade de esclarecer nosso ponto de vista, naturalmente, teremos de confrontar opiniões.

Dentro das exigências do relacionamento está também o compromisso em conhecer e acolher o nosso cônjuge e sua opinião sobre aquilo que achamos provocar seu descontentamento. Nesse diálogo equilibrado teremos a oportunidade de defender ou justificar nossas atitudes e apresentar nossas objeções.

Nossos problemas podem parecer difíceis se tentarmos resolvê-los sozinhos. Há coisas que não mudam de um dia para o outro; tampouco podemos corrigir algo se desconhecemos o que desagrada a outra pessoa.

Todos nossos impasses têm solução e os desgastes emocionais podem ser aliviados quando contamos com a disposição e o comprometimento do nosso cônjuge para eliminar tudo aquilo que traz desequilíbrio no convívio. Entretanto, se uma possível desavença de opinião nos parece um obstáculo, maiores serão os desafios se – por medo ou insegurança – optarmos pelo silêncio.

Todos esses aprendizados e conquistas permitem ao casal se conhecer melhor para, juntos, alcançar seus propósitos. Uma boa conversa pode ser crucial para restabelecer a retomada do bom convívio, pois, a partir dos argumentos apresentados pela pessoa com quem nos relacionamos, novas estratégias poderão ser traçadas em comum acordo para equacionar uma situação delicada. Infelizmente, há pessoas que preferem recuar diante da necessidade de confrontar seus pontos de vista. Tentar se acomodar dentro de uma situação inaceitável poderá ser um engano, induzindo o outro a pensar que tudo está bem.

Particularmente, considero importante não nos conformarmos com aquilo que nos desagrada no relacionamento, pois o nosso cônjuge precisa saber daquilo que trazemos como preocupações, assim como dos desejos e prioridades acalentados em nosso coração.

Muitas vezes, podemos conversar sobre muitas outras coisas, mas não sobre aquelas situações que passam pelos anseios de nossa alma.

Abrir-se ao diálogo é o caminho que levará muitos casais ao sucesso de uma vida conjugal assumida em comum, sem, no entanto, perder o entusiasmo.

Deixar as coisas como estão, para descobrir aonde vão chegar, poderá ter um desfecho contrário ao que havíamos previsto para o tão sonhado convívio a dois.

Deus os abençoe!

Dado Moura
contato@dadomoura.com

Publicado no Blog Comportamento

sábado, 13 de junho de 2009

Santo Antônio de Pádua; grande teólogo e pregador

Fernando Martin e Bulhoes de Taveria Azevedo. O nome parece grande e talvez não facilite a compreenssão. Vamos tentar outra vez, com um nome mais simples: Santo Antônio. É ele mesmo: o santo franciscano que atrai devotos no mundo inteiro. Por um lado, e conhecido como Santo Antônio de Pádua, por outro e conhecido como Santo Antônio de Lisboa. A explicação para os dois nomes é simples. Santo Antônio nasceu em Lisboa Portugal e na cidade italiana de Pádua viveu grande parte de sua vida. A primeira etapa de sua vida religiosa ele viveu em Portugal como Agostiniano e em Pádua como frade da ordem de São Francisco de Assis.



Na Itália ele passou a ser conhecido como grande teólogo e pregador. O aparelho fonador do santo foi preservado da corrupção e esta exposto para a veneração dos devotos que visitam a cidade Ele foi canonizado pelo papa Gregorio nono em 1232 e proclamado doutor da igreja em 1946. Sua fama se espalhou por todo o mundo, atraindo devotos de todas as idades, inclusive no Brasil onde a devocão é bem expressiva.

Estamos falando do Cardeal brasileiro Dom Cláudio Hummes, prefeito da Congregação para o clero, desde 2006. Asssim como todos os cardeais que passam a ser titulares de uma igreja em Roma quando recebem o Cardinalato, Dom Cláudio Hummes recebeu esta Igreja em 2001, onde ele faz questão de celebrar uma vez por semana. Aqui a Fe e a tradição dos brasileiros com certeza esta bem representada.

Publicado no Blog Canção Nova em Roma

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Por detrás da aparência do pão


Os católicos dizem que não é pão, mas é o Corpo de Cristo

Os católicos dizem que não é mais pão após a consagração, mas é o Corpo de Cristo. Isso é uma loucura ou uma verdade que supera os critérios científicos?

O homem moderno espera da ciência, muitas vezes, um remédio que possa curar sua insegurança diante dos vários emblemas que o rodeiam, como a morte, a origem das coisas, o sentido da existência, o drama do sofrimento e da insatisfação interior, entre outros. Diante de suas múltiplas interrogações o que não é provado passa a ser tido como não verdadeiro.

A afirmação católica: "Não é pão e sim Corpo de Cristo" passa a ser considerada uma loucura. Nos laboratórios o que se verifica são as matérias de trigo e de vinho. Da mesma maneira, para muitos cristãos, essa mesma afirmação se encerra apenas no âmbito simbólico, ou seja, aponta para uma realidade, porém, não a contém em si mesma em sua inteireza. Portanto, como acreditar em um sinal de contradição até mesmo no meio cristão?

Existem realidades que superam as constatações realizadas em laboratórios, por exemplo: alguém já tocou em sua alma? Alguém já provou cientificamente a composição da alma humana? Como poderíamos negar sua existência, pois uma vez que alguém morre o que se vê é apenas um corpo e não mais um "alguém"? Por essa razão dizemos que está morto. Porque aquele corpo não possui mais alma.

Da mesma forma o Corpo de Cristo não é verificável em laboratório, mas sim, no princípio de causa e efeito. Se é Cristo deve por sua vez possuir um efeito. Como o alimento, alimenta, o Corpo de Cristo "cristifica", ou seja, faz a pessoa se superar, levando-a progressivamente a crescer no amor, a dar sentido a sua existência, a tornar-se mais humana e por sua vez mais divina.

Essa verdade se comprova também por "pesquisa de campo", pois são milhares de pessoas que no decorrer da história têm testemunhado virtudes heroicas e, ao mesmo tempo, que a causa de sua transformação e a base de sua felicidade se encontram no Deus escondido por detrás do pão consagrado.

Leandro Cesar
leandrocesarcn@gmail.com

Publicado no Portal da Comunidade Católica Canção Nova

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Corpus Christi, tua fé te salva

Padre Pedro de Braga, da República de Tcheca, influenciado por falsas doutrinas, começou a ter dúvidas sobre a presença real de Jesus na Eucaristia. Não era por sua culpa, mas devido às doutrinas que foram tomando conta da cidade. Ele estava sendo influenciado por essa mentalidade, mas como era um bom sacerdote, ele fez o propósito de ir até Roma para buscar a verdadeira fé. Ele fez essa peregrinação para reavivar a fé na Igreja. Embora tendo dúvidas ele celebrava todos os dias, pois tinha fé na Igreja.

Certo dia, celebrando, antes de dizer as palavras da consagração, padre Pedro levantou a Hóstia e sentiu escorrer uma coisa quente em suas mãos, era Sangue vindo da Hóstia, era o sinal de Deus para ele. O Sangue foi caindo no altar sobre o corporal até chegar ao mármore e ainda hoje se encontram as marcas de Sangue sobre o local.

Ele buscou ajuda, então guardaram a Hóstia toda cheia de Sangue. Uma religiosa havia pedido ao Papa para celebrar a Festa da Eucaristia, e este pediu a Deus um sinal para saber se era Ele que queria essa celebração ou se era algo humano.

Quando o Sumo Pontífice ouviu dizer o que havia acontecido, foi ao encontro do milagre, e ao ver a Hóstia cheia de Sangue se ajoelhou e disse: “Corpus Christi”. Pegou a Hóstia e os objetos e os levou para a cidade, tomando todo o fato como sinal do Todo-poderoso.

Ele colocou o corporal com Jesus, que estava cheio de Sangue, no hostensório e andou pelas ruas. Com a passagem de Cristo todos enfeitaram suas ruas, e é por isso que até hoje essa festa vem se repetindo, tudo para Cristo Rei. É Jesus Salvador que vem até nós para curar nossas chagas. No Evangelho vemos aquela mulher que tinha um fluxo de sangue crônico, a saúde dela estava deficitária, como essa mulher sofreu e gastou todo o dinheiro sem nada conseguir. Foi difícil para ela chegar até o Senhor, pois ela O considerava santo. Então foi por trás e tocou na barra de Seu manto, e Jesus sentiu que uma força curadora havia saído d’Ele.

Talvez você se sinta como essa mulher, impuro, com medo de chegar até o Senhor, mas Ele sabe de tudo, Ele tudo vê. Talvez você se sinta hoje uma pessoa destruída, não por você, mas por alguém, talvez você se sinta como um “cachorrinho”, mas até mesmo um cachorro procura a presença do seu dono.

Jesus está lhe dizendo: tenha fé, confiança, mesmo que você esteja se achando indigno você veio e sua fé o salvou. Deus vai reconstruir sua vida. Ponha sua vida inteira aos pés de Nosso Senhor Jesus Cristo! Você se encontrou com o Sangue de Jesus que pode salvá-lo.
É Jesus que desce da cruz e o levanta dizendo: “Tenha confiança, meu filho, tua fé te salvou, não caias mais”.

Monsenhor Jonas Abib

Publicado no Portal da Comunidade Católica Canção Nova

A reciprocidade


A disposição sincera de influenciar e de ser influenciado

O que é reciprocidade? Reciprocidade, reduzida à sua expressão mais simples, é o movimento vital que nos leva a influenciar e a ser influenciados. Influenciar alguém é nos incluirmos na fluência de sua vida. Ser influenciado é permitir que a fluência de vida do outro nos penetre e perpasse a nossa vida. A reciprocidade é a troca de elementos que nos dá a certeza de que temos valor para alguém.

Que elementos são esses? São elementos que vão desde os grandes sonhos, projetos, visões, ideias e ideais compartilhados até os pequenos “nadas” que fazem a diferença, ou seja, um olhar, um sorriso, uma palavra, um toque, um abraço, um gesto, um cumprimento ou qualquer outra manifestação que exprima para o outro a certeza de que ele tem valor e de que alguém reconhece isso. Esses pequenos “nadas” são as sementes dos grandes gestos de apreço, de solidadriedade, de amor. São os conteúdos de uma autêntica educação dos sentimentos no caminho do bom, do belo e do verdadeiro.

Nas relações de um casal, na vida de uma família, no ambiente de trabalho, na sala de aula, no hospital, no convívio de um grupo de amigos, esses pequenos “nadas” são as fontes da coesão, da integração, do calor humano e de tudo o que nos dá a certeza de que não estamos sozinhos. Muitas vezes, quando um casal se separa, pensamos que sobrevirá um grande sofrimento na vida dessas pessoas, no entanto, frequentemente, elas nos passam uma impressão de alívio e até mesmo de certo conforto. Quando indagadas sobre a razão disso, é comum ouvirmos como resposta algo do tipo: “Só agora nos separamos, mas nosso casamento já havia acabado há mais de um ano”.

Nas famílias que têm filhos envolvidos com drogas e outras situações de risco, é comum constatarmos que, em muitos casos, os pais deram o melhor que podiam em termos materiais, mas não souberam fazer-se presentes na vida dos filhos. É comum alunos e professores reclamarem do modo como são conduzidas as relações em sala de aula, muitas vezes marcadas pela indiferença e pela hostilidade. Quando nos informamos melhor sobre a situação, deparamos com o fato de que a falta de qualidade nas relações professor-aluno decorre da incapacidade do educador de ser uma presença construtiva na vida de seus educandos.

Quando amigos verdadeiros se encontram, depois de muito tempo sem se verem, a conversa flui como se eles tivessem se encontrado no dia anterior. A razão disso é que a disposição sincera de dar e receber, de influenciar e de ser influenciados, jamais deixou de existir entre eles. Por isso as trocas são tantas e tão generosas.

Antonio Carlos Gomes da Costa

(Artigo extraído do livro Educação)

terça-feira, 9 de junho de 2009

Paulo, um servo chamado a ser apostólo


Um ex-inimigo declarado de Jesus Cristo


Eram os primeiros anos da Igreja. Saulo, judeu da tribo de Benjamin, nascido em Tarso na Cilícia, foi fulgurado pelo encontro com o Cristo. Saulo é fariseu, mas goza de todos os direitos de cidadão romano. Educado em Jerusalém por Gamaliel, inimigo declarado de Jesus Cristo, é um dos perseguidores do diácono Estevão. Depois da morte de Estevão, participa com fúria tenaz da perseguição insurgida pelos judeus contra a Igreja de Jerusalém. Retira os cristãos e os faz aprisionar. Ele mesmo pede ao sumo sacerdote que lhe dê cartas de apresentação para as sinagogas de Damasco para conduzir prisioneiros a Jerusalém os cristãos daquela cidade.

Enquanto se encontrava na estrada de Damasco para iniciar a sua empreitada, uma luz fulgurante o derruba por terra e uma voz o interroga: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” Saulo derrubado, chega cego à cidade. Ananias, avisado por revelação divina sobre o acontecimento, o batizará. Paulo começa nas sinagogas a anunciar a ouvintes estupefatos que Jesus é o Filho de Deus, conforme a narração no livro dos Atos dos Apóstolos 9,1-22.

“Quem és, Senhor?”, havia perguntado Saulo à voz que o tinha derrubado do cavalo. “Eu sou Jesus que tu persegues”. A evidência da fulguração transformou o perseguidor dos cristãos: “Senhor, que queres que eu faça?” Do ódio ao amor o passo é breve, Jesus de Nazaré se mostra o Cristo e abate o orgulho do homem, fazendo-o instrumento escolhido para levar o seu nome aos gentios. O preço é um só: “Mostrar-te-ei quanto deverás sofrer por meu nome”. Mas absorvido no mistério de Cristo morto e ressuscitado, Paulo não verá mais a cruz senão como transfiguração da glória.

O episódio narrado não pode ser reduzido à experiência puramente interior: também os companheiros de Paulo o perceberam e ouviram “a voz”. Paulo recordou repetidamente o acontecimento: Jesus lhe aparecera (1Corintios 15,8); tinha visto o Senhor (9,1), com o vulto envolvido pela glória divina (2Corintios 4,6); a aparição de Damasco equivalia para ele às aparições que tiveram os apóstolos depois da ressurreição de Jesus.

Sobre o batismo de Paulo (Atos 9, 1-21), o Senhor manda Ananias, para que Paulo recupere a vista e seja batizado. Para convencer Ananias, compreensivelmente hesitante, o Senhor lhe manifesta a excepcional missão destinada a Paulo: a de ser seu mensageiro em todo o mundo, diante dos pagãos, das autoridades e dos próprios judeus.

Ele é grande modelo, seguidor de Jesus, anunciando com ardor o Evangelho.

Paulo tem plena consciência de que é servo, chamado a ser apóstolo, escolhido para o Evangelho de Deus. Com esta apresentação, começa sempre suas cartas. Ele afirmou uma vez: “Sei em quem acreditei”. Faz incansável profissão de fé em Cristo Jesus, crucificado e ressuscitado, vivo entre nós.

Neste ano Paulino, vale a pena reconhecer Paulo especialmente através de suas cartas.

São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, faz um retrato de Paulo e revela o traço mais sugestivo e fascinante do Apóstolo dos gentios: o seu amor a Cristo, à paixão por ele, caminho para a ressurreição e a glória: “Paulo tudo suportou por amor a Cristo. Gozar do amor de Cristo era a sua vida, o seu mundo, o seu reino, a sua promessa, tudo. O que é o homem, quão grande é a dignidade da nossa natureza e de quanta virtude é capaz a criatura humana, Paulo o demonstrou mais do que qualquer outro. É o que aprendemos de suas próprias palavras: ‘Esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente’. As fraquezas, as injúrias, as necessidades, as perseguições são as armas da justiça, mostrando que delas lhe vinha grande proveito.”

A aparição no caminho de Damasco muda, em um segundo, todo o modo de pensar e de agir de Saulo, até então ardente inimigo da cruz. Nesse encontro excepcional com o Senhor, Saulo vê que o messias dos cristãos está verdadeiramente ressuscitado e glorificado, que Deus Pai aprovou a sua obra, e tudo o que Jesus disse e fez, é o cumprimento das profecias, enquanto as autoridades de seu povo erraram na interpretação das Escrituras.

Paulo descobre a “loucura” de cruz: verdade e sabedoria, porque envolve Deus mesmo e é, com a ressurreição do Senhor, a última palavra da revelação divina aos homens.

Cardeal Geraldo Majella Agnelo

Publicado no Portal da Comunidade Canção Nova

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Um sinal de contradição



Hoje, nota-se uma aversão a Cristo e à Igreja Católica


“Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz” (João 18,37).

Jesus veio ao mundo para salvá-lo, ensinando a verdade de Deus, que nos liberta e salva; por isso Ele é “sinal de contradição”. Quando os pais O levaram para apresentá-lo no Templo de Jerusalém, o velho Simeão profetizou: “Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e como um sinal de contradição, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações” (Lucas 2, 34-35).

Toda a vida de Cristo foi um constante sinal de contradição. Veio ao mundo como Rei, mas nasceu numa manjedoura pobre, fria e austera. Foi acolhido pelos pobres pastores e logo perseguido pelo rei Herodes. Dono do mundo, teve de deixar a terra natal e foi exilar-se no Egito para fugir da morte.

Hoje se nota uma aversão a Cristo e à Igreja Católica porque ela é fiel a Ele e aos ensinamentos do Senhor. Especialmente nas universidades se nota uma repulsa à Igreja Católica e às verdades que ela ensina; e procura-se a todo custo – com muita mentira e maldade – mostrar aos jovens que ela é obscurantista, como se fosse contra a ciência, destacando-se os erros dos filhos da Igreja sem mostrar a beleza de tudo quanto esta fez e faz pelo mundo.

Há no Ocidente hoje uma verdadeira cristofobia. O Papa Bento XVI, desde o início do seu pontificado, tem condenado o que chama de “ditadura do relativismo”, corrente que quer proibir as pessoas de serem e pensarem diferente do que se chama hoje de “politicamente correto” (ser a favor do aborto, eutanásia, cultura marxista, casamento de homossexuais, coabitação livre, manipulação de embriões, útero de aluguel, inseminação artificial, sexo livre, camisinha, contracepção, etc.).

Dessa forma, vai se formando uma mentalidade, uma cultura social, no sentido de fazer, inclusive os cristãos, acharem “normal” essas imoralidades. Começamos a ver jovens e adultos cristãos acharem que a Igreja está “exagerando em suas exigências” e que é preciso ser mais tolerante… É bom lembrar que Jesus amava o pecador, mas era intolerante com o pecado. “Vai e não peques mais”, exorta-nos o Mestre.

Um sinal forte dessa cristofobia é o ataque como nunca se viu antes aos símbolos católicos. Temos visto livros, artigos, peças de teatro e filmes agressivos e blasfematórios contra a Igreja, contra Jesus Cristo e o sagrado. Prega-se o ateísmo como se fosse ciência, e tenta-se reduzir a religião e a teologia a meras crendices de ignorantes. Por outro lado, as seitas orientais e cristãs se espalham no Ocidente como uma mancha de óleo no mar.

Mas o pior de tudo é que esse pernicioso relativismo religioso e moral atingiu também a Igreja; contesta-se a palavra do Papa dentro dos seminários e universidades católicas; desobedece-se ostensivamente ao Magistério da Igreja, volta-se contra os seus ensinamentos morais e doutrinários. Segmentos agressivos dentro da Igreja exigem mudar aquilo que há dois mil anos a Igreja vive e não muda, por determinação de Cristo e dos Apóstolos, como o sacerdócio para mulheres. Essa insistência descabida, partindo de dentro da própria Igreja, contra o que ensina a sua sagrada Tradição, perturba a sua caminhada.

A Igreja quer apenas ser fiel a seu Senhor.

Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br


Publicado no Portal da Comunidade Canção Nova

Renovados pelo Espírito


Conhece-se uma árvore pelos frutos, e não pela casca

“Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o espírito de Deus habita em vós. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é dele” (Romanos 8,9).

Se quero ser de Jesus, preciso ser conduzido pelo Espírito de Jesus, que é o Espírito Santo: Aquele que gerou Jesus no seio de Maria e conduziu toda Sua vida e que o mesmo Jesus nos deu na cruz, segundo São João, quando Sangue e Água saem do Seu coração. Aquele que Ele soprou sobre os discípulos no dia da ressurreição, num domingo de manhã, quando o Espírito caiu em Pentecostes, é esse mesmo Espírito que foi derramado.

“Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vós, Ele, que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos, também dará vida a vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós” (Romanos 8,11).

Nem quando caímos no pior pecado o Espírito Santo nos abandona. O terrível do pecado é que não foi só na cruz que Jesus se fez pecado por nós. Cada vez que pecamos, levamos o Espírito Santo e Jesus. Uma vez que comungamos, como receptáculos da Trindade, levamos o Espírito Santo, Jesus e o Pai a pecar.

Quem se deixa conduzir pelo Espírito produz os frutos do Espírito. Assim, é muito fácil para as pessoas com quem convivemos perceberem se somos ou não batizados no Espírito Santo. É pelos frutos que vemos se uma pessoa é batizada no Espírito Santo.

Conhece-se uma árvore pelos frutos, e não pela casca. Então, quais frutos que estamos deixando o Espírito Santo produzir na nossa vida? Aqueles que acolhem o Espírito produzem os frutos do acolhimento, enquanto aqueles que resistem ao Espírito produzem os frutos da resistência.

Nosso serviço, nossa vida, realiza-se conforme a renovação do Espírito, e não mais sob a autoridade envelhecida da letra. Renovação não é inovação, não é estar em busca de novidades e nunca estar satisfeito. Renovação é descobrir, a cada dia, esse novo que há em mim, é restaurar. E restaurar é dar novo vigor baseado no modelo original, o de Jesus Cristo e Maria Santíssima.

Para restaurar uma obra de arte é preciso conhecer o artista que realizou o trabalho. Jesus e o único ser entre nós que conhece o coração do Pai. Quando deixamos de lado o pecado e buscamos as coisas do alto (Col 3, 8), ocorre um processo de restauração, à imagem daquele que nos criou. Se quisermos ser felizes, também temos que ser cheios dessa graça.

Pe. Leo - SCJ

(Artigo extraído do livro “Renovados pelo Espírito Santo” e Publicado também no Portal da Comunidade Católica Canção Nova)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Deus existe, aproveite a vida


Dom Eduardo Benes de Sales

Circula em alguns ônibus de cidades da Europa o slogan: “provavelmente Deus não existe, deixe de preocupar-se e aproveite a vida”. Será que eliminando Deus do horizonte da existência, poder-se-á eliminar a culpa por uma vida vazia de valores? Ou a noção de dever é um imperativo ínsito na própria natureza do ser humano? Será Deus um estorvo ou é Ele nossa origem e nosso destino? Não é possível não tomar posição diante destas questões.

Na Roma pagã os deuses não eram empecilhos para o “aproveite a vida”. Era assim a vida no Olimpo, morada dos deuses, um lugar de desfrute e de disputa pelo poder. Donde imperar na cultura e na vida da sociedade daquele tempo o “carpe diem”,expressão latina que tem o mesmo sentido. Entretanto, mesmo antes da chegada do cristianismo, na Grécia houve filósofos que entenderam que mais vale a prática da virtude do que a satisfação dos sentidos. O próprio Epicuro, ao propor o prazer como sumo bem, se refere ao prazer do sábio, entendido como quietude da mente e o domínio sobre as emoções e, portanto, sobre si mesmo. É o prazer da justa-medida e não dos excessos. Epicuro valoriza, pois, os prazeres morais e não identifica a felicidade com o prazer imediato.É de Epicuro a afirmação: “De todos os bens que a sabedoria nos faculta como meio de obter a nossa felicidade, o da amizade é de longe o maior”.

Mas vigora no paganismo romano, com origens filosóficas na Grécia, o hedonismo que faz do prazer imediato o sentido da vida. O slogan afixado nos ônibus de algumas cidade da Europa se situa na linha do hedonismo, modo de pensar que sustenta a propaganda consumista que todos os dias invade nossas salas de TV. Para Aristóteles, porém, o fim supremo da vida humana é a felicidade. Mas a felicidade não está no prazer imediato, está na prática da virtude e na paz social. Donde a importância da Ética, no pensamento de Aristóteles, bem como da Política como lugar por excelência da vivência das virtudes, maxime da justiça. Ele tinha clareza de que a felicidade só pode existir plenamente através de uma ordem social justa. Ora, uma ordem social justa exige das pessoas a busca do bem comum acima dos interesses individuais. Donde ser o hedonismo uma proposta que em última análise destroi a possibilidade de viver com prazer, com alegria. Como viver com prazer numa sociedade em que cada um busca seu interesse imediato? Para os homens religiosos não há alegria maior do que a de estar com Deus. Já neste mundo é feliz quem desfruta da amizade com Deus. O destino final da existência humana é o infinito prazer da comunhão plena com Deus, depois desta vida, comunhão entendida como união amorosa, esponsais místicos.

A proposta do “slogan” acima servirá por algum tempo para algumas pessoas como forma de driblar a angústia existencial que mora em nós pelo fato de sermos mortais. A filosofia do prazer é a versão mascarada da filosofia do desespero. Em um momento de crise existencial mais aguda, essa postura ensejará o suicídio. Quando não se puder mais “aproveitar a vida”, restará o suicídio como saída. Aliás, em nosso mundo já há os que defendem a eutanásia. Para outras pessoas, o referido slogan é uma mensagem cheia de cinismo, pois veicula desprezo pela vida dos que não podem gozá-la e se torna assim um horroroso convite ao desespero. Imagine, prezado(a) leitor(a), esse slogan afixado, não nos ônibus, mas na entrada de hospitais, nas escolas onde estudam nossas crianças, nos bairros miseráveis da África ou nos casebres de nossos bolsões de pobreza. Mas Deus existe. Mais ainda: Ele veio até nós e assumiu nossa condição, nossas enfermidades e nossas iniquidades, como profetizou Isaias. O amor o sustentou. Ele afirmou: “o Pai me ama e Eu amo o Pai”; “vim trazer vida e vida em abundância”; “a minha, vida eu a dou”;. “Eu sou o grão de trigo” que aceita morrer para dar vida; tudo o que desejo “é que minha alegria esteja em vós”; “para isso aceito morrer”.

O prazer e a dor por si mesmos não têm nenhum sentido. O prazer passa. A dor também. Do só prazer sobra o vazio que pede mais prazer, ao qual segue mais vazio. O prazer e a dor só têm sentido quando são assumidos no amor e dele se tornam expressão. É o amor que dá sentido ao nosso viver. A vida, esse espaço de tempo que vai de nossa concepção até nossa morte, é para ser vivida no amor. Quem assim a vive, vai construindo sua identidade, e, ao morrer entrará definitivamente na plenitude da vida, deixando na história as marcas de sua passagem. Aproveite, portanto, irmão(ã) a vida, gastando-a no amor, pois Deus existe, Ele é amor, caminha com você e o espera para um maravilhoso encontro de amor, sem fim.

Publicado no Portal da Comunidade Católica Shalom

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Em busca da felicidade


Quando você tentou tudo e ainda assim fracassou...

Um jovem rico procurou o Filho de um carpinteiro, que não vinha da capital judaica, mas sim, da província do norte da Galiléia, que era muito pobre. Esse jovem perguntou a Jesus: “Mestre, o que devo fazer para ter a vida eterna?” O que significa a felicidade, a paz.

Centenas de jovens vão todos os meses da Europa para a Índia. E se você perguntar por que eles estão deixando os países deles para uma terra de tantos miseráveis e desconfortos, eles dirão: “Viemos aqui em busca da paz e da felicidade. Diga-nos aonde devemos ir. Queremos ir a uma casa de retiros dos hindus. Diga-nos a que guru devemos procurar”.

Era exatamente isso que aquele jovem rico pedia a Jesus. Vocês sabem muito bem a resposta. Vocês acreditam na doutrina católica. O jovem rapaz declarou ao Senhor que desde que se lembrava havia tentado ser bastante religioso, acreditava em toda a doutrina da religião e ainda assim era infeliz. Isso é o que muitas pessoas dizem no dia de hoje: “Eu tentei tudo e ainda não sou feliz. Ainda busco a felicidade no meu coração”.

E apesar de todo o esforço daquele jovem para ser bom e religioso, ele ainda era infeliz. Diz a Palavra: “Jesus o amou”. Por quê? Por causa da humildade, por ele ter dito que precisava de Deus na vida dele. Pois ainda não conseguia encontrar a paz em seu coração.

Nós encontramos muitas pessoas como esse rapaz rico que dizem: “Padre, apesar de ter uma casa muito bonita, carro, tudo que o mundo pode oferecer, ainda assim sou muito infeliz”.

E Cristo disse para aquele jovem rico: “Você tentou tudo e ainda assim fracassou. Mas há apenas uma coisa que você precisa fazer: Venda tudo o que você tem e siga-me”. Ou seja, o Senhor afirmou ao jovem: “Largue isso, porque isso se constitui num obstáculo para uma vida feliz e em paz”. Ou “Há alguma coisa que está tomando o lugar de Deus na sua vida”.

No caso daquele rapaz era seu apego às riquezas. Em nosso caso, pode ser um amigo, que é mais importante para nós do que nossa família; pode ser nosso trabalho, que é mais importante para nós do que ficar em casa. Há na vida de cada um de nós alguma coisa que nos está bloqueando de chegar mais perto de Deus. Essa coisa que está tomando o lugar do Altíssimo no centro da nossa vida.

Jesus não disse ao jovem que ele tinha uma vida ruim, mas talvez não tinha um bom sistema de valores, visto que criaturas estavam tomando o lugar do Criador na vida dele. É isso que Santo Agostinho dizia: “Oh, Deus, quão maravilhoso Tu és e eu me voltei para criaturas que se tornaram mais importantes do que o Senhor, Deus Todo-poderoso”.

Todas as pessoas que vieram até Jesus buscando a felicidade, uma nova vida, Jesus não disse: “Você tem de acreditar nessas doutrinas aqui”. O que Jesus fala? “Siga-me”. O Cristianismo não é só uma questão de obedecer a mandamentos, cumprir uma doutrina, mas seguir uma Pessoa, seguir Jesus Cristo. E acima de tudo: fazer d’Ele o centro da nossa vida.

Não há limite para Deus fazer na sua vida, basta reconhecer Jesus como único líder religioso do mundo, o qual afirmou: "Eu sou a única verdade, o único caminho, a única vida". Amém!

Padre Rufus Pereira

Publicado no Portal da Comunidade Canção Nova