A santidade das mulheres passa pelo cultivo de sua feminilidade
Alguma coisa está muito estranha em nosso mundo que acorda para o terceiro milênio da era cristã. Nos últimos tempos tive oportunidade de girar o mundo e vi as mesmas atitudes na juventude da França, Itália, Brasil ou Japão. Parece um fenômeno universal. Não sei se é a Internet que divulga certas modas, ou são os grupos musicais que se tornam cada vez mais internacionais; como não sei se é a tal da globalização. Sei que vejo garotas sendo quase obrigadas a assumir um comportamento masculinizado, negando a bênção da feminilidade que receberam de Deus.
No Brasil alguma cantoras estimulam este tipo de comportamento "pseudolésbico". O que seria isso? Não se trata de verdadeira homossexualidade. É uma imposição cultural que fala muito forte na vida das adolescentes que, nesta idade, precisam muito de aprovação social. O grupo de amigos contribui. As conversas, as roupas, os programas de TV (alguns se tornaram verdadeiras propagandas de lesbianismo), tudo faz com que as garotas "normais", – que apenas querem namorar, casar, ter filhos –, estejam literalmente fora da moda.
É preciso que estejamos muito atentos a esta imposição cultural, pois ela fere a liberdade de nossas jovens e pode se tornar comportamento-padrão, mesmo dentro de nossas comunidades cristãs. Ser feminina, ser mulher, realizar o projeto de fecundidade que Deus sonhou é uma verdadeira bênção. Vejo que algumas garotas quando se "convertem" para Jesus, acabam abrindo mão de sua feminilidade. Nem mesmo a consagração religiosa pode privar uma mulher deste dom. Conheço religiosas, principalmente de clausura, que são lindamente femininas. Não estou falando de sensualidade. Estou falando de feminilidade.
Outro problema é a perda deste dom após o casamento. Era linda... se cuidava. Cultivava seus valores de mulher. Não apenas o cuidado físico. Também a atitude feminina... o charme, a graça! Não foi esse o elogio que o anjo deu a Maria, logo que a viu? “Alegra-te cheia de charme, ou graça...” No fundo é a mesma coisa! Mas há mulheres que fazem um retiro espiritual e voltam para casa mal-humoradas com seus maridos. Isso não faz o mínimo sentido. A conversão verdadeira melhora a nossa natureza, torna os homens mais homens e as mulheres mais femininas.
Há muitas mulheres “de Igreja” que já perceberam este problema e estão se cultivando mais... Estão se cuidando mais. Sou admirador de movimentos de casais, como as Equipes de Nossa Senhora, que insistem neste ponto.
Conheço mulheres que ao crescerem espiritualmente se tornam cada dia mais bonitas, até fisicamente. Um exemplo clássico e famoso é a Madre Teresa de Calcutá. A imagem daquela senhora enrugada não caberia em nossas passarelas. Está distante das nossas modas pós-modernas. Mas não há quem não veja naquele olhar uma profunda beleza de mulher.
A santidade das mulheres passa pelo cultivo de sua feminilidade. Rezemos pelas nossas adolescentes e jovens que são tentadas a abrir mão deste tesouro em troca de uma inútil aceitação social. Serão aceitas pelos amigos, mas não se aceitarão a si mesmas, porque Deus as criou para serem mulheres!
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Padre do Sagrado Coração de Jesus (dehoniano), doutor em teologia, diretor da Faculdade Dehoniana em Taubaté (SP) e autor de vários livros e canções. Conheça o blog do Pe. Joãozinho
Artigo publicado originalmente no Portal da Canção Nova