"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Não nos percamos pelas coisas insignificantes


“As coisas mais insignificantes têm, às vezes, maior importância e é geralmente por elas que a gente se perde…” (Dostoiévski)
Essa afirmação pertence ao grande escritor russo Fiódor Dostoiévski em uma de suas mais belas obras: “Crime e Castigo”. São palavras do protagonista do livro, um jovem estudante de nome Raskólnikov, que comete um homicídio e encontra a redenção pelo crime cometido por meio de sua amizade com uma prostituta, que lhe apresenta, no Evangelho, a narrativa da Ressurreição de Lázaro.
Essa frase foi dita pelo estudante no momento em que repensava e ensaiava cada passo que daria ao cometer o crime. Ele pensou exaustivamente cada pormenor e não queria deixar nenhum detalhe de fora, pois para ele: “As coisas mais insignificantes têm, às vezes, maior importância e é geralmente por elas que a gente se perde…”
Ao ler “Crime e Castigo” essa frase me chamou muito a atenção, e ao trazê-la para diversas circunstâncias da vida, ela faz muito sentido e pode ajudar-nos a refletir e a vivermos melhor.
Quando pensamos nos grandes problemas e dificuldades que enfrentamos, logo tentamos buscar a causa dessas situações. Buscamos na memória o que fizemos para que tal mal acontecesse.
Nessa hora, geralmente, nos esquecemos de que as situações difíceis na nossa vida quase sempre são frutos das pequenas circunstâncias. Por exemplo: Um casal não se separa por causa de uma briga, mas por problemas não resolvidos no dia-a-dia, os quais vão se acumulando e se tornando grandes. Da mesma forma, um jovem não se vicia do dia para a noite, mas começa com um “baseado” hoje e vai aumentando a dose e usando drogas mais fortes gradativamente. Assim como, uma pessoa não se torna cheia de dívidas de repente, ela faz empréstimos para dívidas pequenas e, antes de quitá-las, continua comprando e comprando…
Essa é uma lei bíblica e da natureza: o que plantamos hoje, colhemos amanhã. E não nos esqueçamos de que toda semente é pequenina, mas a árvore pode alcançar grandes proporções. Jesus nos ensinou como cuidarmos para que não nos percamos pelas coisas que hoje são insignificantes, e que se tornarão grandes no futuro próximo: “Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo. A cada dia basta seu cuidado(Mt 6,34).
Essa é uma regra de ouro para quem quer ter qualidade de vida e, além disso, colher boas coisas no futuro: viver um dia de cada vez e, ao fazer isso, viver intensamente o dia, cuidando das pequenas coisas cotidianas para que por elas não nos percamos, mas sim, alcancemos boas e grandes conseqüências.
Traduzindo na prática as palavras de Jesus: que os casais passem mais tempo um com o outro; que os pais se dediquem mais aos seus filhos; que os jovens pensem melhor nas suas pequenas escolhas; que o profissional execute bem o seu trabalho diário… Para que, nas tarefas e funções de cada dia, redescubramos o valor do que somos e temos, em especial das nossas relações humanas e, dessa maneira, possamos inverter a afirmação de Dostoiévsky a nosso favor, pois assim: As coisas mais insignificantes têm às vezes maior importância e é geralmente por elas que a gente se SALVA…
Denis Duarte
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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Você é quem escolhe a sua hora

Dunga na série "Nos Caminhos de São Paulo", medita sobre as cartas de São Paulo. Neste vídeo ele fala sobre a primeira carta aos Tessalonnicenses capítulo 4, versículos de 15 a 18.



Fonte: WebTVCN

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Viva a fé dentro da sua condição (ICor 7,17-24)


1 – Leia o texto
 17 No mais, cada um viva segundo a condição que o Senhor lhe atribuiu, e na qual se achava quando Deus o chamou. É o que eu prescrevo em todas as igrejas. 18 Um era circunciso quando foi chamado? Não dissimule a sua circuncisão. Outro era incircunciso? Não se faça circuncidar. 19 A circuncisão nada é e a incircuncisão nada é: tudo está em observar os mandamentos de Deus. 20 Cada um permaneça na condição em que se achava quando foi chamado. 21 Eras escravo quando foste chamado? Não te preocupes com isso, pelo contrário, mesmo que pudesses te libertar, procura antes tirar proveito da tua condição de escravo. 22 Pois o escravo que foi chamado no Senhor é um liberto do Senhor. Do mesmo modo aquele que foi chamado quando era livre é um escravo do Cristo. 23 Alguém pagou o preço do vosso resgate: não vos torneis escravos dos homens. 24 Irmãos, cada um permaneça diante de Deus na condição em que se achava quando foi chamado.
Primeira Epístola aos Coríntios 7,17-24


2 – Assista a explicação sobre o texto
3 – Mais informações
São Paulo  reforça seu papel de apóstolo, de autoridade e de unidade, pois esse é o ensinamento dado a todas as Igrejas. Mas a situação  (de se permanecer cada um na sua condição) é ampliada ao âmbito social – religioso. De modo especial duas condições: circunciso/incircunciso e escravo/livre.
Quanto a questão da circuncisão, esta gerava divisão na Igreja. A circuncisão não era, para Paulo, uma condição para o cristão. Por outro lado, os circuncisos, estando em terras pagãs, não deviam adaptar-se aos costumes locais. Onde lemos: fiel ao chamado – pode ser também traduzido por:cada um fiel a sua vocação cristã.
Esse chamado também não é somente para os livres, mas também para os escravos. Se fosse assim a comunidade ou o cristão escravo teriam que arcar com o pagamento da alforria. E o apóstolo não pede ao escravo que recuse a alforria quando esta é possível, mas que assuma a vocação de cristão mesmo enquanto escravo.
Para isso São Paulo apresenta uma inversão interessante: aquele que é escravo torna-se livre em Jesus; e aquele que é livre torna-se servo do Cristo. Pois todos, escravos e livres foram comprados pelo preço do sangue do Senhor, sendo assim libertos e servos do Cristo e não dos homens. Finaliza o trecho reforçando necessidade em que cada um assuma sua vocação de cristão independente de sua condição de vida.
4 – Como aplicar o texto na vida
- Qual a minha condição (familiar, profissional, vocacional…)?
- Vivo a opção cristã dentro dessa minha condição?
- Ou espero que algo aconteça para a partir daí começar a viver o cristianismo?
5 – Comente, participe através da área abaixo
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Fonte: Por trás das Palavras

Sempre é tempo de recomeçar

O dinamismo da mudança e de ser melhor a cada dia, nunca é tarde. Pois faz das quedas, um motivo de crescimento, de uma vida nova, de um aprendizado.



Fonte: Podcast Canção Nova

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Perseverança


Onde está aquele fervor do início?


Como é bom encontrar pessoas entusiasmadas porque tiveram uma "trombada" com Jesus. Mal comparando, é como o encontro com aquela pessoa que você ama, aquela paquera, o início do namoro, aquele primeiro beijo. Você acorda pensando na pessoa, dorme pensando nela, não pode perder a oportunidade de encontrá-la novamente. O coração vai da barriga à garganta, bate forte.

O encontro com Jesus é assim, um impacto em nossa vida. Não vemos a hora de encontrá-Lo na Eucaristia, de ir ao grupo de oração ou de jovens. Passamos horas lendo a Bíblia e em adoração, queremos que todas as pessoas que conhecemos experimentem o mesmo. Deus está tão próximo de nós que a sensação é de que estamos experimentando o céu, andando nas nuvens. É a manifestação do amor de Deus em nós, a maravilhosa ação do Espírito Santo, a qual não conseguimos explicar em palavras, como diz São Paulo "gemidos inefáveis (inexplicáveis)" (cf. Rom 8, 28).

Tudo isso é necessário para uma relação de amor e de entrega a Deus, no entanto, todo relacionamento amadurece e passa pela prova do tempo. Um namoro e também um casamento (aliança) são feitos de presença e ausência, de consolações e desertos.

Digo isso porque não poucas pessoas que começaram na fé comigo hoje viraram as costas para Deus. E me pergunto: Por onde andam? Onde está aquele fervor do início? O que fizeram com as juras de amor a Jesus quando viveram aquela forte experiência com Ele?

Aprendi que o segredo de uma caminhada em Deus está em uma palavra que faz toda a diferença: Perseverança.

Este "apaixonamento" por Jesus vai amadurecer, as provas virão, o deserto vai acontecer. Os arrepios e as sensações do início desaparecerão e, entrar em oração com Deus será uma batalha interior. Pessimismo? Não, realidade. Porque fé não é feita de sensações, mas sim, de convicção.

Deus não irá "blindá-lo" das tentações e das quedas na sua caminhada. Mas Ele não está interessado em sua queda, e sim em sua capacidade de se levantar, não importa quantas vezes isso ocorra. Perseverança significa "não importa o que acontecer, eu não vou desistir de Deus", tendo a consciência de que Ele jamais desistirá de mim.

Se você se encontrou com Jesus agora, saboreie mesmo este tempo, deixe-O transformar a cada dia sua vida. Sinta o amor de Deus por você, deixe que o "homem velho" e as coisas antigas morram, mas lembre que você está entrando numa guerra. Pode ser que, nesta sua nova caminhada, você perca algumas batalhas, mas não é o fim. Levante-se, confesse sua queda, entre mais uma vez na batalha e a vitória se dará pela sua perseverança.

Jesus disse que a palavra que cai na terra boa "são os que ouvem a Palavra com coração reto e bom, retêm-na e dão fruto pela perseverança" (Lucas 8,15).

E aí? Vai perseverar?

Daniel Machado
conteudoweb@cancaonova.com

Fonte: Portal da Comunidade Católica Canção Nova

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Apocalipse, um livro misterioso e fascinante

Por possuir revelações e abordar situações parecidas com as vividas por nós hoje, muitos cristãos têm medo do Apocalipse, o último livro do Novo Testamento. Esses escritos foram redigidos pelo apóstolo São João, já no final de sua vida, por volta do ano 100, sob a forma de uma carta às Igrejas da Ásia menor, que viviam tempos difíceis de perseguição romana.

Neste mês, um curso organizado pelo Studium Biblicum Franciscanum, de Jerusalém, buscou explicar mais sobre esse livro tão temido. Ministrado pelo professor e padre Michael Mazzeo - estudioso italiano que escreveu várias obras sobre o tema -, o curso foi pensado como uma introdução e uma abordagem à exegese teológica.

Para o sacerdote, o Apocalipse é uma obra difícil de ser compreendida. “São Jerônimo já afirmava: ‘Cada palavra contém um mistério’. O último livro da Bíblia, muitas vezes, é interpretado incorretamente, não fiel à mensagem original”.

Os escritos são divididos em duas partes: a primeira contém uma série de cartas enviadas às Igrejas e a segunda, visões e imagens que expressam o juízo de Deus na história.

O estudioso ressaltou o cuidado com o verdadeiro sentido do termo, pois, quando acontece um desastre ou até mesmo um atentado, como a destruição das Torres Gêmeas – em 11 de setembro de 2001 -, logo é utilizada a palavra “apocalipse”; sem contar os filmes e livros que abordam o assunto. “O Apocalipse é como um roteiro já pronto para cinema. O que não quer dizer que o conteúdo e a forma utilizada sejam reais nos vários filmes produzidos. Essas obras trabalham com especulações e fantasias, sem nenhum apoio teológico real”, alertou.

Mazzeo também fez questão de enfatizar que o Apocalipse não é um livro para ser temido, mas interpretado segundo os critérios teológicos. “Não é real pararmos nas visões sem uma chave de leitura adequada. O importante do ‘livro da revelação’ é o chamado à conversão, à volta ao Deus bom e misericordioso - o nosso ‘alfa e ômega’, princípio e fim”, salientou.

Assista à reportagem:


Fonte: Blog Redação Canção Nova

A Celebração da Eucaristia é ação simbólica


A celebração eucarística, como toda celebração litúrgica é uma ação festiva, realizada na gratuidade da fé e que se faz com palavras, gestos, ações simbólicas, ritos... “sinais sensíveis”. É isso que a torna diferente de outras tantas atividades pastorais como a catequese, a oração pessoal, o testemunho no dia-a-dia, o engajamento na missão e outras, necessárias à vida cristã. A celebração da Eucaristia é o mistério de nossa fé expresso numa linguagem simbólica e ritual. Comecemos conversando sobre a Liturgia como ação simbólica.

É um serviço que envolve todo o nosso ser, um trabalho comunitário feito com nosso corpo, usando todos os nossos sentidos, nossa mente, nosso coração, sentimentos e espiritualidade e, entrando em comunhão com a natureza, com os outros, com a historia, com a gente mesmo(a) e com Deus, numa relação consciente, gratuita, amorosa e portanto, de cumplicidade, como parceiros de uma aliança.

O que é um símbolo? O símbolo, do grego: sym-ballein = juntar, unir, ligar, é um objeto, um gesto, uma pessoa, uma palavra, um lugar, uma musica, uma ação... uma realidade visível que tem a força de nos ligar, nos unir com outra realidade ausente ou invisível, porem muito real.

O símbolo é algo que toca nossos sentidos, nossa corporeidade, nos lembra, traz presente uma realidade escondida e cheia de significado para nós. Ele nos permite vivenciar e nos comprometer com esta realidade invisível, espiritual, que transcende nossa razão, como o amor, a amizade, o acolhimento, o carinho, a solidariedade, a fé, a comunhão.

Pela encarnação do Verbo de Deus que tomou um corpo e habitou entre nós, as pessoas, lugares, gestos, objetos, e o próprio tempo... tornam-se símbolos, meios de comunicação, de convivência com o Senhor, de comunhão entre nós e Deus Pai. “Quem me viu, viu o Pai” diz Jesus.

Então, podemos dizer que a Liturgia é toda simbólica. Tudo que fazemos nela se refere e nos liga a Jesus Cristo e seu Reino.

Ele mesmo nos deixou a refeição, uma ação simbólica, um rito para que a realizemos sempre de novo, fazendo memória Dele. Reunir-se como irmãos, agradecer, comer e beber juntos e em seu Nome para participar da doação, da entrega de sua vida, morte e ressurreição até que seu Reino se estabeleça definitivamente entre nós. Esta é a celebração central de nossa vida cristã: a Eucaristia, a Missa como costumamos dizer.

Agradecendo, comendo e bebendo juntos, ficamos ligados a Jesus Cristo e vamos nos identificando com Ele, passando da morte para a vida e nos comprometendo com o seu projeto que é de vida abundante para todos.

Mas, para ser ação simbólica é preciso que o corpo, a mente e o coração estejam unidos, integrados e concentrados na ação, no gesto, na palavra, na pessoa...

Isto exige que abandonemos nossa mentalidade funcional, materialista, rubricista, e deixemo-nos tocar pelo mistério, pela realidade escondida que o símbolo vela e revela ao mesmo tempo, fazendo de cada rito um ato de amor, um encontro com o Senhor. Isto dispensa ficar explicando os símbolos ou falar sobre eles durante a celebração. Eles é que nos revelam, nos falam, nos possibilitam entrar e participar do mistério de nossa fé, que pela catequese, devemos conhecer, ser iniciados e aprofundar sempre mais.

É preciso também cuidar que os gestos ganhem autenticidade, não sejam apenas funcionais, mecânicos, rotineiros, mas, uma profissão autentica de nossa fé.

Retirado do Livro Liturgia em Mutirão – Ed. CNBB
Fonte: Blog do Santuário de Fátima

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Adoração ao Santíssimo

A Canção Nova realiza na sua sede, em Cachoeira Paulista (SP), dia 20 de janeiro, mais uma Quinta-feira de Adoração ao Santíssimo Sacramento. O evento acontece no Rincão do Meu Senhor, a partir das 7h, e conta com a presença de padre Edimilson, missionário da Canção Nova, e doutor Nasser.



A quinta-feira é um dia especial em toda a Igreja, na qual o coração dos fiéis se volta a Jesus Sacramentado. São momentos de oração, pregação, adoração, culminando com o ponto alto do dia, que é a celebração da Santa Missa, às 16h.

Venha louvar e bendizer o nome do Senhor neste Território Eucarístico.

Clique AQUI e acompanhe ao vivo da TV Canção Nova.

A natureza nos ensina


A primeira lição que ela nos dá é que Deus existe

A natureza é uma bela obra de Deus; toda ela foi feita para nós num gesto do amor de Deus; sendo divina ela está repleta de beleza, harmonia, cores e lições que nos ensinam a viver. Jesus a usava sempre em Seus ensinamentos. "Olhai os lírios do campos...", veja a semente da mostarda, olhe os pastores e as ovelhas...Olhai para os campos, onde todas as coisas falam do amor: onde os ramos se abraçam, as flores dançam, os pássaros namoram; onde a natureza toda glorifica o espírito.

Galileu disse que a natureza é um documento escrito nas linguagens matemáticas. Tudo nela é preciso, ordenado e belo. Os elétrons giram em torno do núcleo do átomo com leis precisas; os planetas giram todos em torno do Sol, obedecendo às três leis precisas descobertas por Kepler. Todos os corpos caem em queda livre com a mesma aceleração da gravidade que Torricelli determinou fazendo experiências na Torre de Pisa.

Você pode não receber flores todos os dias em sua casa, mas Deus as manda pela natureza quando você vai para o trabalho.

A natureza é séria, calma, silenciosa, severa, sempre verdadeira. Os erros é que são nossos. Um provérbio diz que Deus perdoa sempre, o homem de vez em quando, a natureza nunca. Ela não tem raciocínio e não tem coração; mas vive dentro de sua perfeição mineral, vegetal e animal. Cabe a nós, homens, cuidar dela para podermos desfrutar bem das suas dádivas. Na natureza não há recompensas ou castigos. Há apenas consequências.

A primeira lição que a natureza nos dá é que Deus existe; ela não poderia existir com tanta beleza e perfeição se não tivesse um Criador poderoso e bondoso. Como disse o francês Voltaire: não pode haver um relógio sem um relojoeiro. Nunca acredite no acaso, por favor; acaso é apelido que dão a Deus aqueles que não têm coragem de pronunciar o Seu Nome. Esses são infelizes por natureza, porque renegam o próprio Criador; jamais experimentarão a verdadeira felicidade.

Olhe, por exemplo, para as vacas e lembre-se de que os maiores cientistas nunca descobriram como tirar leite do capim. Gratuitamente a natureza faz isso para nós. Nenhum prêmio Nobel até hoje jamais conseguiu compreender o que é a vida de uma simples formiga.

Padre Antonio Vieira afirmou: "Se queres ser mestre na fé, faze-te discípulo da natureza". De fato, a natureza é mestra. O pesquisador inglês Eddington dizia que "nenhum ateu é admirador da natureza".

A natureza é lenta, mas não para, e é segura. É um lema de vida; viver de maneira lenta, mas sem parar; a pressa é inimiga da perfeição. Quanto mais complexo é um trabalho, tanto mais devagar ele deve ser feito. O tempo destrói tudo que é construído sem a sua colaboração.

Em um mosteiro, um jovem discípulo questionou o seu mestre. - Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes. Sinto ódio das que são mentirosas. Sofro com as que caluniam. Insuportáveis são as falsas e invejosas.

- Pois, viva como as flores! Advertiu o mestre.

- Como é viver como as flores? Perguntou o discípulo.

- Repare nas flores, continuou o mestre, apontando os lírios que cresciam no jardim. Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.

É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros nos importunem. Os defeitos deles são deles e não nossos. Se não são nossos, não há razão para aborrecimento. Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo o mal que vem de fora. Isso é viver como as flores.

Olhe para o mar; majestoso e belo. Ele é grande porque aceitou humildemente ficar alguns milímetros abaixo de todos os rios da terra; por isso é imenso. Todos podem vê-lo porque ele aceitou ficar lá embaixo; não nas alturas aonde poucos podem chegar.

O mar é rico exatamente porque ele permite que todos os rios, grandes e pequenos, neles deságuem e lhe tragam as suas riquezas. Muitos homens excluem com facilidade os outros e deixam de receber suas riquezas. O mar interliga as nações, une os povos, aceita a simples canoa do pescador e também o gigantesco transatlântico. Ele não discrimina nada e ninguém, é "pobre de espírito", por isso é muito rico. Ele está pronto a dar o seu peixe ao pobre pescador e à grande companhia de pesca que o desbrava. Ele está aberto dia e noite para todos; não cobra impostos para ser usado e respeita os limites que as montanhas lhe colocaram. Ele só faz mal a quem não conhece a sua natureza e desrespeita as suas leis.

Olhe para o céu, ele nos ensina muitas maravilhas; antes de tudo é imenso, maior do que a terra e o mar, não pode ser medido; os cientistas se angustiam procurando os seus limites insondáveis. Eles sabem que o universo se expande com uma velocidade fantástica! Ninguém sabe onde ele termina. Penso que Deus o fez assim incomensurável, para nos deixar uma pequena amostra de Sua infinitude e ninguém jamais duvidar da Sua grandeza e do Seu poder.

Olhe para os pássaros do céu, como disse Jesus, não ceifam nem recolhem os frutos nos celeiros, mas não lhes falta o alimento de cada dia. O Pai do céu cuida de cada um deles. Eles se reproduzem sem interrupção e não ficam preocupados se vão poder ou não alimentar os seus filhotes. Quando algum malvado destrói o seu ninho, eles não desanimam, voam em busca de outro lugar e recomeçam tudo de novo.

Toda a natureza nos dá belas lições. Que beleza a água! Mata a nossa sede e a de todos os seres vivos; limpa o que é sujo, refresca o calor, sustenta a vida na terra. Embora seja o elemento mais importante da natureza, é o mais simples: dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Em sua simplicidade ela [água] nos ensina como devemos viver: não se nega a ninguém; mata a sede do rico e do pobre, desce do céu para os bons e para o maus, sem distinção, aceita ficar suja para limpar os outros; aceita ser fervida para amolecer a comida, aceita virar gelo para conservar o frio, aceita ser acumulada para gerar a força das hidrelétricas; aceita sumir na terra para saciar a planta... Depois de usada, aceita voltar para as nuvens e retornar para a terra a fim de começar tudo de novo, sem se cansar. Quanta lição!

Olhe para a minúscula semente. Nela há uma humildade enorme. Ela contém toda a vida de uma enorme árvore que ainda não existe, e aceita desaparecer e morrer na terra para dar a vida. Ela é extremamente pequena, mas sua força é descomunal. Ela não escolhe a terra para produzir; aceita qualquer solo em que a lancem; e faz de tudo para florescer, sem reclamar.

Felipe Aquino

felipeaquino@cancaonova.com


Fonte: Portal da Comunidade Católica Canção Nova

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Batismo do Senhor – Restaure meu povo

O tempo do Natal, tempo de manifestação de Jesus como Salvador para os pobres e para todas as nações, encerra com a festa do batismo e Jesus no rio Jordão. Jesus entra na fila dos pecadores que se deixam batizar por João Batista em sinal de conversão, preparando-se para a chegada do Reino iminente. Ele solidariza-se com a humanidade pecadora, perdida, afastada do caminho do Pai, longe do projeto inicial da criação. A voz do Pai o apresenta como o filho amado, como o Messias esperado, o Ungido, o encarregado de sua confiança para restaurar todas as coisas de acordo com o projeto de Deus. O Espírito vindo do céu pousa sobre ele, para que possa alegrar os pobres com boas notícias. O profeta Isaías aponta para um programa bastante audacioso: deverá levar o direito às nações; com firmeza, implantará a justiça, sem ceder às corrupções.

E nós, que fomos feitos uma só coisa com Jesus, pelo batismo na água e no Espírito, fazemos memória desta sua investidura como Messias. Participando, comungando o Cristo dinamicamente presente na comunidade reunida, na Palavra proclamada e no Pão e no Vinho servidos entre irmãos e irmãs, somos mergulhados misticamente no Jordão para sermos confirmados/as em nossa missão messiânica. Teremos hoje a coragem de entrar junto com Jesus na fila dos pecadores, reconhecendo nossa parte de responsabilidade na situação em que se encontra o mundo? Teremos hoje a coragem de perceber o céu se abrindo sobre nós e o Espírito descendo e pousando, como no dia de nosso batismo e confirmação, pronto para realizar em nós seu trabalho de transformação interior? Abriremos hoje o ouvido do coração para acolher a voz do Pai que ressoa sobre as águas e declara nossa mais profunda e intima identidade e missão: Tu és minha filha, tu és meu filho muito amado...? Fortalecidos/as e amparados/as pelo terno amor do Pai, assumiremos hoje com mais garra e alegria, com firmeza e convicção a tarefa ingente, difícil, complicada... de ‘restaurar’ o povo, de ser luz em meio a tantas dificuldades em todas as áreas da convivência humana? De abrir os olhos de tanta gente cega diante da destruição do planeta, diante do sistema econômico concentrador de renda, aumentando assustadoramente a desigualdade social, diante do descaso frente a milhões de pessoas perecendo na miséria, nas guerras, diante de tanta gente presa nas garras do sistema econômico, social, cultural?

Não é preciso gritar, levantar a voz feito marketing e propaganda, tantas vezes enganosa; palavras e gestos silenciosas, mas verdadeiros, costumam ser mais eficientes. Não podemos quebrar a cana rachada por causa de tanta desgraça e revés, o profundo respeito e a compaixão costumam ser remédio milagroso para muita dor, até mesmo para nossa própria. Devemos ter cuidado de não apagar a mecha que ainda fumega, é possível reavivar as centelhas de esperança e de vitalidade escondidas no coração de cada pessoa, inclusive dentro de nós mesmos/as. Quando o desânimo ameaça nos abater, por causa das injustiças sofridas, por causa do pouco resultado alcançado com nossos esforços, por causa das traições e exclusões de toda ordem... sentiremos hoje o Senhor nos tomando pela mão, confirmando sua presença, derramando por todo o nosso ser o óleo da alegria para continuarmos ‘fazendo o bem’, como fez Jesus?

Retirado do Livro Liturgia em Mutirão – Ed. CNBB

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O objetivo das parábolas


O ensinamento da verdade através das imagens


As parábolas possuem a capacidade de, por meio de suas imagens, revelar algo da realidade da sociedade da Galileia do primeiro século. E é possível ver a presença desses indícios nas narrativas. Sendo assim, cabe a nós buscarmos esse entendimento das parábolas para São Mateus.

O objetivo das parabólas era o de transcender a realidade para modificá-la, ou seja, uma resposta à situação na qual vivia a sociedade da época. E é dessa maneira, entendendo como os textos bíblicos foram primeiramente utilizados e interpretados, que conseguiremos ler hoje esses mesmos textos com mais segurança e sem o risco de uma leitura fora de contexto; e fazer essa mesma dinâmica de levar nossa realidade para mais perto do Cristo e assim modificá-la.

Alguns estudiosos de parábolas as definem como mashal, palavra hebraica que designava toda sorte de linguagem figurada: parábola, comparação, alegoria, fábula, provérbio, revelação apocalíptica, dito enigmático, pseudônimo, símbolo, figura de ficção, exemplo, motivo, argumentação, apologia, objeção, piada, entre outros. Esses textos, muitas vezes, querem nos contar que algo no cotidiano é mau ou bom. Dessa forma, as parábolas passam a não somente buscar na realidade fontes para as imagens usadas, mas também o conteúdo que se quer dirigir aos ouvintes.

Assim, dependendo da proximidade ou distanciamento dos ouvintes, leitores da realidade apresentada na parábola, maior ou menor seria o entendimento dessas historias. Por outro lado, a falta de ligação entre as imagens concretas apresentadas e a significação da parábola gera um livre entendimento, daí a alegorização livre, na qual as parábolas são vistas somente com base no sentido diretamente adquirido por quem a ouve ou lê.

Enfim, quanto mais ligados ao cotidiano das pessoas forem as palavras do primeiro plano usadas nas parábolas e quanto mais rápida for a assimilação dessas palavras no segundo plano – por possuírem essa ligação – tanto maior será a proximidade de sentidos e, consequentemente, mais direta será a interpretação da parábola.

Outras informações interessantes acesse o video:








Denis Duarte
contato@denisduarte.com
Denis Duarte Especialista em Bíblia e Cientista da Religião.www.denisduarte.com
twitter: @denisduartecom

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Espiritualidade: Como viver bem o Tempo comum?

Terminado Tempo do Natal com a Solenidade do Batismo do Senhor, a Igreja começa a caminhar como O Povo de Deus caminhou no deserto durante quarenta anos rumo a Terra Prometida. Nem só de festas e solenidades vive a espiritualidade da Liturgia, mas o dia a dia, a rotina, a Constância, traçados pela esperança e perseverança na caminhada. O aspecto mais forte deste tempo é a comunidade reunida para celebrar sua fé, tendo o Domingo como a Páscoa semanal, onde a Igreja, Povo de Deus, caminham juntos com o seu Senhor ressuscitado.

Espiritualidade e símbolos

Este longo período compreende 33/34 semanas. O tempo comum começa no dia seguinte à festa do Batismo do Senhor e vai até a terça-feira de carnaval, inclusive. Interrompido pelo ciclo pascal. Recomeça na segunda-feira depois de pentecostes e termina no sábado anterior ao 1° domingo do advento.

Sentido: O domingo é a páscoa de cada semana, dia da reunião da comunidade para escutar a Palavra e fazer a Ceia em memória da morte e ressurreição de Jesus.

Os primeiros domingos do tempo comum são marcados por um clima de manifestação do Senhor, da sua missão no mundo e do chamado dos discípulos. A atitude destes domingos é sugerida pela voz do Espírito que desceu sobre Jesus nas águas do Jordão: “Tu és meu Filho querido, o meu predileto”! Contemplamos Jesus como o iniciador do reino.

Além do domingo, como festa semanal, celebram-se nesta primeira parte as festas da apresentação do Senhor e a festa da conversão do apóstolo Paulo.

Símbolos

O gesto simbólico que caracteriza o domingo como dia memorial da páscoa é sempre a reunião da comunidade em torno da Palavra e da santa ceia. O evangelho de cada celebração às vezes inspira um símbolo ou gesto simbólico que marca um determinado domingo. Para ressaltar a dimensão pascal do domingo, está previsto oração e aspersão da água (no lugar do ato penitencial). Há ainda as músicas que expressam o sentido de cada domingo.

Fonte de pesquisa: http://www.apostoladoliturgico.com.br

Como viver bem este tempo:

Deixar-se conduzir pelo Espírito Santo de Deus, que nos guiará pela Palavra proclamada em cada liturgia;

Fazer crescer em nós o sentido de comunidade-Igreja, povo reunido para celebrar sua fé, que caminha como a grande família de Deus rumo a Terra Prometida: O Céu;

Centralizar a sua vida e pratica de fé no Mistério Pascal de Cristo que se realiza mos Sacramentos e plenamente na Eucaristia;

Adestrar os sentidos para colher a Vontade de Deus nos pequenos gestos, nas coisas simples do dia a dia e na pratica comum da fé e da caridade.

As celebrações festivas da Virgem Maria e dos Santos nos finalizam a fidelidade de Deus e daqueles que nos precederam mos mistérios da nossa fé.

Oração: Senhor quero caminhar contigo e com os meus irmãos vivendo os mistérios de nossa fé e crescendo em sabedoria e graça. Quero escutar Tua Palavra e deixar-me conduzir pelo Teu Espírito, buscando a Eucaristia e a santidade na rotina dos meus dias, tentando fazer o ordinário de maneira extraordinária. Conto com a intercessão da bem-aventurada Virgem Maria e meus amigos santos, que me precederam na Terra Prometida tomando posse da Salvação conquistada por Nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém

Clique em comentários e diga como você vive esse rico tempo litúrgico?

Conte com as minhas orações.

Padre Luizinho,

Com. Canção Nova.


Fonte: Blog Padre Luizinho