"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

domingo, 27 de julho de 2008

Descobrir alguém leva tempo


Pena que somos superficiais e desistimos facilmente frente ao primeiro desencanto

Como é bonito às vezes parar e analisar as pessoas, seus relacionamentos, suas atitudes, enfim, seus detalhes. A cada análise descobrimos novas dimensões do coração humano.

Partilho com você algo que descobri por meio do ofício de observar: percebi que cada vez mais as pessoas são intolerantes, impacientes e propensas a rotular as outras.

Poucas têm paciência com o outro e muitas, se não alcançam respostas imediatas, desistem da pessoa. Descobrir alguém leva tempo. Pena que somos superficiais e desistimos facilmente frente ao primeiro desencanto. Não é porque a pessoa não sorriu ou porque tenha um defeito latente, que temos o direito de encarcerá-la em um rótulo infeliz. Garanto que muitas vezes você também não conseguiu fazer o bem que queria, nem conseguiu sorrir como queria, tampouco conseguiu amar como desejava, e o que é pior: reagiu como não queria reagir e fez o que não queria fazer. Mas tentou. Mesmo que o resultado tenha sido o insucesso, você tentou acertar.

Acredito que todos querem ser bons e felizes, todos lutam por isso. Ninguém é infeliz porque quer, mas nem todos conseguem ser o que desejam.

Quem lhe garante que palavras ásperas não são um pedido de socorro de alguém que recebeu pouco amor na vida e que pede desesperadamente que você a ensine a amar. Pode ser que as atitudes que o irritam sejam prova do esforço mais profundo de um coração querendo sinceramente fazer o bem.

Mesmo que o amor que você recebe não seja aquele que você queria, nem do jeito que queria... é amor. Pode ser que os gestos de amor que são repugnantes para você seja o tudo que o outro pode lhe dar. Precisamos aprender a acolher o que o outro pode nos oferecer hoje, valorizando o que ele nos oferece.

Não podemos ser cruéis a ponto de destruir em nós aqueles que não nos agradam. O Cristianismo não funciona assim. Aliás, quais foram as pessoas amadas por Jesus, que mereceram o amor d’Ele? Ou melhor: você merece? Eu mereço?...

Adriano Zandoná
artigos@cancaonova.com
Seminarista e missionário da Comunidade Canção Nova.

Publicado no Portal Canção Nova

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